sábado, 30 de novembro de 2019

Os Segredos da Ordem - partes 3.2 e 3.3

3.2

Iluminação em nossa tradição é uma palavra que vem do grego "fotismon" que é a palavra iluminação referindo-se ao conhecimento (gnoseus) da glória de Deus. É claro que este conhecimento foi dado a todos os povos, por um meio ou por outro, pela criação, pela revelação, por mensageiros, etc., e a idéia do Ser Supremo está enraizada na consciência do ser humano. Por todos os meios possíveis, que apenas vêm a confirmar esta intuição da consciência, cabe ao ser humano, não explicar, nem entender como é Deus, mas reconhecer, aceitar, ou negar. Não é por entender ou explicar que a alma humana retorna à comunhão original com a alma divina, é pelo conhecimento que leva ao amor. Até aqui tivemos o conhecimento, ainda que não completo, mas suficiente, para amar o criador, mas este conhecimento só foi possível pela fé, por confiar na direção e revelação de Deus. Assim se explica como a fé é a porta, inclusive para este conhecimento. E para nós essa revelação tem um modo especial visível demonstrada, no Filho, que é a plenitude do Pai, a expressão perfeita do Pai, como nos foi revelado. Portanto fotismon é "iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo".

Iluminacionismo ou iluminismo é a tradução da palavra grega diafotismós que quer dizer literalmente algo como juntar luz ou unir luz. No primeiro sentido se refere ao esclarecimento, juntar cada vez mais luz, iluminar, neste sentido. No outro significa unir nossa pequena luz, nossa consciência limitada, nosso espírito humano, caído, à luz das luzes, ao Pai das luzes, à consciência divina, Onisciente, ao Espírito de Deus, que revivifica o nosso. Iluminados são todos que foram feitos de fato filhos do Pai, portanto fotismeni (grego, iluminado, e não illuminati, latino, brilhante). Este não é iluminado, está sendo, contínua e gradativamente; vive em Deus, uma vida do Espírito, no oceano da consciência absoluta. É muito simples compreender isso, essa definição, não é misteriosa, esta definição clara e verdadeira é nossa principal diferença quanto a isto. As outras definições simplesmente não existem, são mentirosas, seus defensores mesmo assumem que é impossível definir, como pode então ser definição? Se é impossível definir o seu principal alvo, então estão buscando algo que nem sabem o que é, por isso aceitam qualquer coisa que lhes pareça boa, e assim são enganados por todas essas falsas ordens, seitas e religiões falsas. E ainda se orgulham disso, de seguir o que não entendem e buscar o que não sabem o que é, seguem sua própria concupiscência (para mais detalhes sobre tudo isso aguarde nosso artigo "O que é Iluminação?").

Temos sete graus nessa via que começa entre o terceiro e o quarto grau ou no momento que a pessoa esteja em condições para iniciá-la (e a condição é  ser convertido, que virou para o outro lado da corrente do mundo, que virou para o lado de Deus, que tem Jesus Cristo, Yeshua HaMashiach, com único Salvador e Senhor, por isso a via é conhecida como via cristã ou via crística). É um caminho completo, em todo ele, não apenas em seu final. Estes sete graus podem ser vistos do ponto de vista tradicional ou do ponto de vista da ciência. No primeiro temos as realizações espirituais, conscienciais, específicas, do desenvolvimento nos graus; e no segundo temos as etapas psicológicas, necessárias à esse desenvolvimento e amadurecimento. E existem várias maneiras de classificar tal graduação. Vejamos aqui algumas delas.

Nós classificamos os graus em processos de aprendizagem, assim temos uma sequência de aprendizados que devem ser praticados em toda sua capacidade e possibilidade, cumulativamente, por cada grau:
1. Esclarecimento
2. Purificação
3. Meditação
4. Oração/Devoção/Rendição
5. Testemunho e Ensino
6. Fazer o Bem
7. Ensinar a fazer o Bem
Note que aqui estão algumas coisas que as pessoas costumam pensar que já sabem, que já fazem, mas realmente não sabem completamente e nem sabem como fazer isso com excelência. Na verdade na maioria dos casos apenas pensam que sabem ou seguem conceitos errôneos, esclarecimento, purificação e meditação são um exemplo claro disso, todos acreditam que sabem o que é, mas geralmente não sabem ou seguem visões erradas do que são e de como se realiza isto.

O maior intuito aqui é alcançar estados que podem ser vistos como uma classificação dos graus por realização. Estas realizações são como as apresentadas pelo apóstolo Pedro, isto é, do que deve ser acrescentado e desenvolvido naquele que já tem a fé:
1. Virtude
2. Ciência
3. Temperança
4. Paciência
5. Piedade
6. Fraternidade
7. Amor
E mais uma vez nos deparamos com elementos que geralmente algumas pessoas crêem que já possuem, umas poucas crêem até que possuem essas características em "quantidade" e qualidade suficiente. Mas é na verdade algo que precisa ser desenvolvido, é a nossa parte a fazer...

Psicologicamente nós classificamos os graus dentro das etapas alquímicas da psicologia analítica como colocadas por Jung:
1. Calcinação
2. Sublimação
3. Solução (solve)
4. Putrefação (fermentação)
5. Separação (destilação)
6. Solidificação (coagula)
7. Tintura (união)
Ao fim desse processo, se realizado pelas outras vias, a pessoa está pronta para os quatro processos psíquicos definitivos em alquimia (dissolução, purificação, transmutação e união) ou sua realização completa estará já inclusa nele se a pessoa o realiza nesta via (para mais definições haverá um texto específico sobre).

Uma outra forma tradicional de se classificar os graus quanto às realizações é a seguinte:
1. Discernimento e Conhecimento
2. Comunicação
3. Entrega de Si Mesmo e Novo Nascimento
4. Nova vida e Consciência Espiritual
5. Transmutação
6. Viver para a Libertação de Muitos
7. Reintegração
Os termos que descrevem essas realizações tem variado de acordo com as escolas e grupos ao longo do tempo, mas o que importa é o que eles definem. É claro que estas realizações são muito mais complexas do que o que se pode dizer com uma palavra ou expressão (para mais detalhe sobre isso veja os artigos sobre graduações, e sobre esta última aqui veja o artigo sobre graus rosacruzes, e não se preocupe: este nome não tem nada a ver com o seu atual uso e os mitos com os quais se tem "explicado" a sua origem).

Na primeira etapa predominou o conhecimento e se descobre que somos "pecadores, dos quais eu sou o pior"; na segunda etapa predominou a vontade, o eu quero, "mas o bem que quero não faço e o mal que não quero, este faço", mas agora sob a operação da cruz, crucificado, olhando para Cristo, na terceira etapa predomina o amor, onde conheço o que amo e amo porque conheço, o Senhor e sua vontade e "não vivo mais eu , mas Cristo vive em mim" assim,  obedeço, não há mais como agir diferente. Como uma flexa lançada ao alvo por um arqueiro perfeito, vencendo a resistência do ar sem nenhum impedimento, não existe nenhuma possibilidade de erro agora.

Este nível ocorre desse modo apenas na quinta via que é a primeira e última, a da fé. A via da ciência a auxilia, para se segui-la, a ciência está nela;  a via da razão contribui para segui-la, e a razão está nela;  experiência é gerada e auxilia a segui-la, a nova experiência é gerada por ela; esforço também é utilizado, e auxilia em segui-la, o equilíbrio emocional, o domínio próprio não são apenas frutos, mas frutos e conquistas, por esforço... Assim todas as outras vias estão nela mas nenhuma é a cabeça, a cabeça é a convicção, pistis, a fé,  a confiança no Senhor.

3.3

Dito isto podemos entrar agora na definição mais adequada. Vem-se confundindo o conceito de iluminação com o conceito de despertar oriental, mas, como já visto, para nós, despertar é o primeiro degrau, é o requisito básico, pois com consciência e intelecto normais não há tempo nem capacidade suficiente para conhecer tudo que pretendemos conhecer (como o processo de despertar é longo e fundamental, base para os demais, tem que ser o primeiro). Mas é preciso esclarecer que este processo também não é terminal nem instantâneo como uns acreditam, senão gradual e permanente, durando toda a vida tanto em um processo contínuo quanto em alguns saltos repentinos devido a experiências que vão ocorrer. Pela definição correta da palavra: (a) iluminação é um processo e (b) despertar é outro processo (propõe-se que são retroalimentativos e outros dizem até que são independentes).

Por tudo isso deve ficar claro o erro da interpretação neo-espiritualista (e que nada tem a ver com a tradicional, mas que tomou o lugar dessa mesmo dentro das tradições "Iluminacionistas"). Esta interpretação errada vem já de outra interpretação mais antiga, da tradição vedanta, oriental, basicamente ela afirma que a pessoa torna-se um com o Supremo, neste processo ela não existiria mais como individualidade (senão no máximo a memória de seu período de individualidade, mas uns chegam a afirmar que isto é apagado), voltou a fonte original, praticamente tornou-se Deus e deixou de existir. Vamos abordar o erro dessa interpretação rapidamente.

Costuma-se justificar essa interpretação com o símile da gota no oceano: a gota teria voltado ao oceano deixando de existir como gota e se tornando todo o oceano. Vejamos, uma gota por menor que seja é composta por várias moléculas, claro que ninguém tinha isso em mente naquela época,  só que de fato nós somos seres compostos também, mas o Ser Supremo é composto como o oceano é composto de várias gotas ou de várias moléculas? Claro que não. O autor dessa idéia pensou o oceano como unidade, não como conjunto de gotas, e do mesmo modo pensou em gota como unidade não como conjunto de moléculas que se separariam na união com o oceano, perdendo assim a unidade. Se modernizássemos o símile pensando na molécula de água que voltou ao oceano veríamos que ela não deixou de ser o que é, não perdeu sua unidade, mas ainda assim erraríamos porque Deus seria, não uma unidade, mas um composto de muitas moléculas. O autor do símiles colocou oceano como unidade e gota também  como unidade, embora tenham se tornado uma única unidade a gota não deixou de existir. o problema para nós hoje seria: a gota passou a ser o oceano? Esse enigma deixo a mente do leitor interessado porque o que interessa para nós é a verdade (nem tanto o que se diz dela, ou se alguma afirmação tida como sagrada é verdadeira, mas nos interessa agora a verdade comprovável).

O que nos interessa é sabermos, sendo essa descrição imprecisa, qual seria mais fidedigna? No oriente existem também várias interpretações sobre como seria essa união  suprema, não apenas essa, que se tem tornado majoritária, pois simplista.

Quando dizemos somos todos um, ou nos tornarmos um com Deus, certamente esta frase não tem o mesmo sentido que para uma grande parte dos orientais, e de forma alguma se parece com o que pensam adeptos da nova-era. A forma como pensam e a forma como foi descrita acima não se parece muito com a tentação da serpente ("serás igual a Deus")? Tornar-se um com Deus não pode ser tão completo como imaginam os Orientalistas modernos, para nós humanos, Deus sempre será o outro. Deus tem atributos incomunicáveis, isto é, que jamais podemos ter, como ser eternos (nós tivemos começo), ser onisciente  (o Onisciente é consciente não apenas de todo agora presente, mas de todos instantes e possibilidades), onipresente,  onipotentes... Ter comunhão com o Supremo, se tornar um com ele é um alvo, sempre estamos aumentando essa união que tende à totalidade da unidade, mas nunca chega,  passaremos a eternidade nos aproximando e conhecendo mais de Deus, e nunca chegaremos ao todo porque é impossível, pelo dito acima, as características incomunicáveis. Nos sempre seremos no máximo filhos, tornados um com o Pai, mas nunca nos tornando O Pai. A outra idéia, de se tornar igual a Deus ou Onisciente, é arrogância, ou um desejo ensoberbecido, logo seus defensores não são dignos de qualquer confiança, eles só podem estar no máximo muito enganados, inclusive sobre si mesmo,  pois que a maioria ainda se acha humilde, sem cobiça. Eles não cobiçam nada, só ser Deus, seria cômico se não fosse trágico. A outra opção, que o buscador deixaria de existir ou aniquilacionismo, é tão absurda que nem é digna de comentários.

Então veja que iluminação é receber luz de Deus, nós éramos alunos (sem luz) e nos tornamos iluminados (que somos agora receptivos à luz, que recebem luz, "arrancados das trevas para a luz") este é o real sentido da palavra. E este processo é gradual. Ele depende da luz das luzes, não de nós, aqui se está entregue a Deus, a essa comunicação do Onisciente, à vontade dele que é o melhor para nós, é  exatamente o que precisamos, é o que no fundo queremos de fato, o que nos leva gradualmente a plenitude, que pode ser agora ou depois da morte...

A nossa diferença de nossa ordem é que queremos este conhecimento pleno nesta vida e seguimos o caminho mostrado para que isso possa acontecer, e ensinamos a todos que almejam almejamos mesmo. Se Deus quer nos levar ao pleno conhecimento e ele não pode falhar em seus trabalhos e nós não temos encontrado esse pleno conhecimento a falha está onde, em quem? Alguém não está fazendo a sua parte, e não é Deus que está faltanto. Existe o trabalho que Deus faz e existe o que nós fazemos, nos temos um trabalho a fazer.

Existe um dito: nós fazemos o que podemos e Deus faz o que não podemos. No sentido correto esse ditado é muito certo. Algo depende de nós, temos que fazer algumas coisas, alcançar determiradas condições, realizar algumas obras (pois Cristo nos salvou para as boas obras); não somos aptos a desfrutar tudo que herdamos ainda, nem seremos, mas algumas coisas já somos, para umas podemos estar aptos, preparados, em condições adequadas, outras ainda precisamos nos preparar, nos tornar aptos.

Em resumo a grande diferença é que entendemos que o conhecimento completo da verdade é a vontade de Deus para nós, e ela é satisfatória, é a que nos satisfaz, mas para este conhecimento ser completo temos que trabalhar para alcançar, temos que fazer a vontade do Onisciente, mas não por interesse em obter algo, e sim pelo amor a Deus, à sua vontade é à sua obra (seus propósitos, sua edificação, sua vida e luz...). Deus faz por nós o que não podemos, a salvação, e muitas outras coisas na verdade, até grande parte desse pleno conhecimento da verdade, mas também alguma parte depende de nós, de nossa busca, nossa vontade, de estermos atos, atitudes, e dignos, enfim, de vários fatores que dependem de nós. É preciso dar um passo é receber uma revelação, outro passo, e outra...

Nesta fase, o mais difícil para o leigo entender é  a ênfase no amor como uma atitude de vida, a vida em comunhão, o viver para o outro. Sem isto não existe a realização da iluminação. Pessoas isoladas não são iluminadas porque isso é impossível (a não ser que fizeram isso por uma necessidade, por amor, que é uma excessão rara).

Até aqui descrevi os três níveis, é preciso entender que no primeiro predomina nous  (consciência ) que segue seu despertar e esclarecimento nos níveis seguintes onde primeiro se adiciona a ênfase em thelema (vontade) no segundo nível, esta vontade que é  o seu real propósito guiado pelo Onisciente em tudo e finalmente neste terceiro adiciona-se a realização  desse propósito em agape  (amor incondicional), por amor (ao propósito,  a Deus, aos seres...), mas amor incondicional, não sentimental, é uma atitude amorosa, atitude de amor que tem que ser aprendida, guiada.

A realização  desse nível começa com acesso a algumas verdades. Além das verdades cosmológicas e das sensações, das verdades sobre si mesmo, enfatizadas no primeiro nível, das verdades sobre as realidades consciência isso, sobre Deus e sobre as razões e propósitos da criação enfatizados no segundo, existem experiências acumuladas até aqui, como a do espaço infinito e consciência infinita, da natureza real da existência, do que está além da existência, dos significados, agora vê,  o sentido completo de tudo. O nível de significados é o mais alto nível do intelecto, da consciência, o mais alto nível de realização que o ser humano pode conceber, em matéria de visão do real, além disso está o Eterno, insondável, o Onisciente. A realização eterna...

Os humanos não se impressiona, mais com a capacidade intelectual humana, como o ser humano concebe codigos fonéticos,  as palavras, e os transforma em significado instantaneamente, e possuem um código complexo de escrita que instantaneamente são codificados por nós em fonemas e seus significados. O adormecimento humano é tão intenso que não só ele não se impressiona com isso, alguns chegam até a desprezar o intelecto. Há impostores tidos como mestres espirituais que dizem que o intelecto não é nada, que só atrapalha, que devemos abrir mão da capacidade intelectual e que somos "apenas animais intelectuais, "simples" máquinas intelectuais. Máquinas que processam um número tão grande de informações em tão pouco tempo que nenhum computador inventado até hoje chega a uma porcentagem próxima de processamento, mas que para estes idiotas é algo desprezível, e em suas desprezíveis inteligências talvez seja. Mas mais provavelmente é só mais uma forma de manipular as pessoas, é o mesmo que dizer "não raciocinem, não se informem, não procurem entender, nem esclarecimentos", etc., para que não descubram suas fraudes. A realização dos significados, e do sentido e propósito da obra de Deus e do seu próprio (da pessoa praticante) propósito inclusive, do propósito de sua existência, são importantes para a compreensão da ordem original, da natureza original e do Ser que originou tudo isso e esta compreensão, o conhecimento de Deus o conhecimento pleno da verdade por toda eternidade, é infinitamente maior que qualquer outra realização, isto é também o que se chama iluminação.

Mas existem  outras realizações coadjuvantes e auxiliares. No nível anterior a pessoa abandonou sua esperança de realizar o caminho por si mesmo, pois consciente de sua incapacidade não foi deixada desamparada, mas pode entregar o seu processo completamente a Cristo. Em entrega total de si e dos seus processos as situações a serem lidas e significados serão as iniciações interiores que transformarão devidamente a pessoa rumo às realizações, sem necessidade de dramas iniciáticos de outros tipos, e evitando do mesmo modo modo a dor, pois o estudante está agora lendo tudo (o processo psíquico de auto-análise não se restringe mais a imagens oníricas, desejos desejos e emoções, enfim, ao mundo chamado interior antes, todo a experiência é agora vista corretamente como mundo interior e sujeitadada a leitura e análise no aprendizado científico). Cristo dirige todos os processos na medida exata, não há mais dúvida sobre isso. Este é um grande segredo de um dos graus, a necessária e indispensável conversão autêntica, que permite seguir adiante no processo de transmutação da alma. Alquimia espiritual nao é  nada mais que essa transmutação  (por isso preferidos o termo transmutação psíquica visto que quem tem poder de transmusar o espírito é  unicamente Deus através do paracleto, o Espírito Santo). O apce desse processo é  quando o convertido  (isto é, mudado de um rumo para o seu contrário, para a vontade de Deus) já possuindo a lei em seu coração, isto é, o amor como aquele que Cristo teve por nós, já abandonou toda corrupção dessa natureza também em sua mente, ou seja a regeneração completa, mente e espírito tornam-se um no casamento alquímico, isto é,  da alma com o espírito  (pois antes ela estava ligada à carne, isto é, à animalidade, a natureza do velho ser corrompida desde Adão, sem nenhuma possibilidade de herdar o bem eterno). Por isso esse nível é  voltado para o ensino,  pessoas verdadeiramente amorosas, dedicadas à obra de Deus, conhecendo os meandros da natureza humana e da vontade do Pai.

Como deve ter sido notado cada nível tem um trabalho próprio, mas sua plena realização apenas num próximo nível mais elevado.  Com este não é  diferente, então só depois do último nível ainda há um grau de realização,  da iluminação plena, grau raro,  para poucos pois é  de poucos que realizam isto ainda na vida neste mundo. Então estará realizada a destruição  de todas as impurezas, o conhecimento presencial da rota da existência, sua origem e propósito com a rota dos seres, e o destino final e eterno de tudo e de todos. O pleno conhecimento disso é considerado um ideal, mas estamos conscientes de sua magnitude e raridade. Aqui a imitação de Cristo chega no seu fim aqui mesmo, e não depois da morte como é mais comum, tornou-se a imagem que Deus criou, do Filho, gestou, pariu e chegou ao pleno desenvolvimento, de varão perfeito,  ou seja, feito à imagem do Filho, que é a imagem do Pai.

Todas as vias são apenas linguagens diferentes de apresentação da única via. São meios de obtenção de conhecimento para chegar a verdades verdades e à verdade. Não seria mais eficiente utilizar todos os meios eficazes que dispomos?Todas as vias são na verdade linguagens que decodificadas levam à única via.

Qual a dificuldade de entender o processo de salvação apresentado pelo cristianismo? Todas as vias verdadeiras mostram que nossa consciência só pode ter origem na consciência absoluta (pelo sopro do Espírito (Ruah,  hebraico), na linguagem cristã, adquirimos espírito e vida) e também mostram que "religião" verdadeiramente só pode ser a comunhão de nossa consciência individual com a consciência original absoluta ou mais acertadamente parte dela (pois nossa consciência, apesar apesar de infinita, não pode conter toda a consciência absoluta, ou seja, não pode ter a mesma consciência completa, onisciente, pois é de outro tipo...). Ora, Cristo, o Filho, é o logos de Deus, ou seja, é Deus de um modo acessível a nós. Se ele encarnou e sem merecer castigo, sofreu toda a pena que qualquer um de nós mereceria (até o pior dos criminosos), sofreu em nosso lugar e nos deixou isso como herança cabendo a nós aceitar ou não. Então como pode não ser eficiente essa salvação se é a paga de nosso castigo? Os racionalistas perguntam como pode ser. Pois bem:

(1) Nossa mente provém de sua mente, nosso espírito provém do seu espírito, do espírito original, de sua vida, de sua luz, de seu espírito e aqui estamos separados por ocasião da vinda a este mundo decaído nos tornando também, e sendo um, com essa mesma natureza, mas (2) relegando nosso espírito e mente ao espírito e mente original, que formou todos os seres, reunido por vontade própria, e pelo poder dele, nosso espírito e mente ao espírito e mente original, (3) automaticamente este sofrimento de Cristo está em nossa mente, essa experiência está gravada em nosso espírito, ela é nossa agora, porque agora nós e Cristo somos um, isto é, comungamos tudo, temos a mesma mente, e com ela toda experiência (e na realização plena na ressurreição certamente teremos consciência disso, teremos isso em nossa consciência, teremos essa lembrança em nossas mentes como se nós mesmos tivéssemos passado por isso), (4) consequentemente nossa pena já foi paga como bem diz o evangelho de Cristo. Estes quatro "passos" também  são o que significa todos os quatros passos do processo alquímico espiritual de salvação (não o de transmutação, pois este outro dura toda a vida), que se traduz em (1) reconhecer que está perdido, que está num mundo temporal, decadente, sendo um pecador nato, não tendo como mudar por si mesmo tal situação, você não tem esse poder, mas (2) Cristo pode e, confiando a ele essa tarefa, (3) ele o fará, porque assim prometeu, que todo que confiar nele e o confessar será salvo, portanto assim (4) livre estamos do pecado é da morte, pois Cristo já sofreu por nós a pena a qual estávamos destinados.

Aqueles  outros e quem segue doutrinas como a da mente única (ou consciência apenas), do "somos todos um" (do Eu Supremo, etc.), do Eu original, do buddhadhatu (ou tathagatagarbha, ou do Adibuddha), das emanações..., ou dos Kayas, ou das hipostases, ou do karma ou do fluxo ou qualquer outra semelhante, e nega isso, está muito longe de entender o que está seguind. Ou está simplesmente sendo desonesto. A realidade buscada da reunião à mente original, ou ao espírito original, ou consciência original ou uno ou o Um (comum a quase toda chamada religião), não é muito diferente da proposta por Cristo (mudam as descrições ou interpretações de como o Ser Supremo é), mas a de Jesus tem um bônus que nenhuma outra tem: nós não precisamos tentar pagar o impagável, ele já pagou por nós, ele colheu sem merecer a consequência, que seria sofrida por cada um de nós e ainda não adiantaria porque estaríamos apenas recebendo o que merecemos, não estaríamos nos libertando, mas ele recebeu sem merecer e nos transferiu não apenas o pagamento mas também seu mérito, do que fez por amor, por nós. Todas essas outras hipóteses e explicações implicam na idéia de dívida ou karma, que de alguma forma teríamos que pagar, como se fosse possível compensar os resultados de nossas ações negativas e mentes negativas e ainda não gerá-las mais. Mas o fato é que devido a nossa natureza mesmo não conseguimos sair desse círculo.

Como você chegou até  aqui (nessa etapa ou nessa parte do texto)? Como nunca soube disso (caso a tanto venha acompanhando essa manifestação da fraternidade)? Ou como isto esteve escondido aos seus olhos? É simples, isto aqui é descrito porque no segundo nível em determinado grau lhe foi apresentado o verdadeiro evangelho da salvação e a obra de Cristo, e este crucificado, e você aceitou essa herança deixada por ele (ou porque já era um convertido antes) ou então isto tudo lhe foi revelado ao longo do caminho central, da quinta via, que contempla todas as outras (do mesmo modo como chegou a essa parte da leitura por estar lendo, não sobre as outras quatro vias, mas, especificamente sobre essa). Sobre esta etapa sempre foi dito que não há muito a dizer: porque sem as experiências base dessa compreensão não adianta muito descrever como é este nível, a única coisa que é clara ao entendimento de quem está fora é o caminho da conversão.

Mas caso a pessoa ou caso você tenha chegado até aqui por outra via ou nunca foi um convertido e seguiu pelas outras vias ou por uma delas ou por duas ou mais, você descobrirá ao final por conta própria que todas as vias convergem a essa pois é  a única porta e o único caminho, não há outro, todos convergem a esse no final, convergem ao centro e única porta. E os que não convergem não são caminhos, estão fora, levam a perda da alma, à perdição, ao sofrimento e decadência, inevitavelmente (isto é descrito em outro texto, o que significam essas palavras, na nossa visão). Se você já contemplou o símbolo das vias deve ter notado que partem todas de uma ponto, de onde estamos, da natureza caída, se distanciando cada uma para sua rota, sua via, podendo ter conexões no segundo nível, ou conectados todos e finalmente se conectando todos acima, no terceiro nível, o mais alto no topo é onde convergem as quatro vias na via única central, no ponto da porta. Este ponto é a porta para a esfera superior do oito (se não conhece o modelo leia o artigo "A Ordem"), a Ordem original eterna. Observe que embora as quatro vias tenham comunicação entre si a central não tem, porque o caminho da fé verdadeira não pode ser acessado pelos outros, exceto no seu início e no seu final, isto significa que ele não pode ser tomado através dos outros, significa também que só existe uma conversão correta. Por isso está é a chamada via secreta, o segredo da ordem, não é segredo por ser escondida, mas por ser A ferramenta, O caminho, a alavanca especial (esta está entre outras duas, a consciência desperta e o serviço amoroso desinteressado, que chaga a ser o mais difícil para a maioria, isto é, que para chegar a sua meta você deva ajudar outros a chegar sem fazer isso com interesse em ter recompensa de atingir sua meta); nem é chamada via secreta por ter segredo, mas por ser particular, exclusiva, dessa via só podem participar os de fato convertidos,  se a pessoa não é convertida não pode participar dessa via. Por isso ela é chamada em outros meios e em outras ordens (que tem alguma ligação com ele e ou grau) de fraternidade dos cristãos, ou via ou ordem ou rito (rota) ou graduação ou grau cristão (quem não seguir por esta via continua na que vinha ou outras, em nossa ordem é bom lembrar que a abordagem de todas as vias é predominantemente científica,  alquímica,  psicológica, não é religiosa como uns querem dizer só porque entre os estudos e filosofias estão a base das principais regiões).

Esta verdade geométrica (do modelo do octaedro) simbolisa uma verdade espiritual,  só há uma verdadeiro caminho e uma verdadeira porta, a porta de entrada é  a mesma por onde saímos,  não saímos pela porta da ciência,  nem da experiência,  nem da lógica,  nem das emoções. Foi pela porta da confiança, deixamos de confiar no Onisciente e no que nos garantiu Deus, que o conhecimento do bem e do mal nos levaria à morte, e agora temos que confiar na promessa de Deus, que a árvore da vida nos dará a vida etern. Cristo é a árvore da vida e é o espírito  da promessa. A porta de entrada é a fé, foi por termos desviado a confiança de Deus presente,  da voz de Deus, do verbo de Deus,  ou seja de Cristo, que nós caímos (Eva confiou na serpente e Adão confiou nos sentidos ao ver que Eva ainda estava viva após comer o fruto, também não usou a razão para pensar que a morte poderia não ser instantânea,  nem a experiência para averiguar que seria um processo, e como Eva, dirigiu sua ação na direção do desejo livremente, pois suas mentes não eram corrompidas como as nossas; Eva confiou na palavra de outro, e Adão confiou nos seus sentidos, ambos não confiaram em Deus, desviaram sua confiança). Portanto só pela confiança novamente na palavra de Deus, Cristo, podemos entrar novamente na esfera da Ordem. Por isso este é  único estudo que temos que não apresenta provas, pois não é por provas que se voltará a confiar, aí não seria confinca, seria ser convencido, persuadido por provas. Não é por provas que se entra nessa porta, é  por fé, pistis, confiança que se alcança a salvação e só os salvos podem chegar a completa iluminação, isto é, ao pleno conhecimento da verdade. Se você conhece bem o evangelho sabe do que estou falando e caso não seja convertido deve se arrepender agora, pois tamanha foi sua arrogância,  crendo que poderia salvar a si mesmo e regenerar você mesmo seu espírito e alma. Se fosse assim porque não já o fez antes? Deve ser arrepender pedir perdão a Deus e aceitar a Cristo para dirigir completamente sua vida, pois ele tem o poder para fazer o que é  necessário para que esse processo se cumpra.

Por isso este caminho no segundo nível é apresentado por completo, no sentido de ensinado. Simbolicamente dizemos que colocamos uma cruz no meio do octaedro e fazemos uma ponte para que todas as vias venham até a via central. Este desenho tem muito a nós dizer, Deus tem muito a revelar ainda. As pessoas das outras vias que não vinham pela via central têm novamente a oportunidade de salvação que foi apresentada na primeira porta, ainda no mundo, mas agora, no segundo nível, já tendo estudado profundamente (neste nível se estuda com profundidade os fundamentos das quatros vias). As vias antigas tendem a ceder, serem vistas em sua incompletude, provisoriedade e precariedade e agora obsoletas em relação à nova via, a central, a boa notícia, a boa nova, o evangelho da salvação vinda de Deus mesmo, não é o humano tentando alcançar Deus, é Deus vindo em seu amor e se tornando um de nós para que todos quantos quiserem sejam feitos seus filhos.

Se você chegou até esse ponto por outras vias (do mesmo modo que chegou a esse ponto da leitura para saber que via especial é esta dentro da ordem que dizia não ser religiosa, e não é, isto não é religião é uma realidade a ser vivenciada, realismo, é um fato simples, quando experienciado) e se você não quer tomar a via central, o ordem não tem qualquer oposição a isso, tanto que guiará você tão bem do mesmo modo pelas outras vias lhe poupando das experiências dolorosas pelas quais também passaria através delas pelo mundo, trazendo estudos com especialistas que seguniram estas outras vias ao lonão de suas vidas, pessoas de mesma tradição, doutores, professores, livros, práticas, etc.. Não é obrigatório seguir nenhuma das vias, tudo que é obrigatório na fraternidade é  mesmo que é obrigatório em qualquer lugar: colher os frutos de suas escolhas em qualquer ação ou caminho.

Mas tudo que você tem conhecido dessas vias neste mundo é o que está nesse mundo, na dimensão da mente e matéria, estamos só avisando que quando atingir a dimensão espiritual, intelectual, consciencial, o terceiro nível  (observe que nosso esquema do octaedro é universal, para qualquer ordem, ciência, religião, escola ou filosofia verdadeira) você verá tudo convergir para a centralidade de Cristo, ou, do Filho, ou tecnicamente falando, da vontade de Deus, do Verbo (logos). Vai ver que toda filosofia é na verdade uma "logosofia", disfarces, pelas obstruções mentais; que toda ciência é uma teologia, uma "logoslogia" cristoscêntrica disfarçada do mesmo modo, é uma sede pela verdade, a verdade em pessoa, o logos, Cristo, o verbo é a Verdade; que toda religião é uma yoga Crística,  uma reunião à vida e luz original, e a vida e a luz é o mesmo Cristo, o logos, a razão; que toda experiência empírica, toda a vida, tudo é  apenas uma linguagem significativa, e e expressão do verbo, mas"logosês" antes não entendido; que toda emoção, todo desejo, toda conta, toda equação e figura, toda vontade, todo prazer tem como fim, resolução e está nas bodas alquímicas,  nas bodas de Canaã,  onde água  (a palavra de Desus) se transforma em vinho (espírito e vida eterna) as bodas alquímicas onde a alma se casa novamente com o espírito restaurado.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

O Grau Rosacruz

Quando a pessoa decide entrar no grau chamado rosacruz seguirá uma graduação específica, paralela, chamada por alguns de religiosa, que denominamos Confraria Rosacruz. Pode ser que alguns abandonem as outras vias, pois diante de tamanha realização podem resolver dedicar-se apenas a esta. Aqui temos a chamada via crucis ou operação da cruz ou caminho da cruz, e é isto que ensinamos.

Portanto este nome, rosacruz, nada tem a ver com as ordens modernas que o utilizam (por ter alguma influência ou apenas por mera propaganda de ordem falsa se dizendo ser rosacruz, para mais detalhes aguarde a publicação da pesquisa "A Verdadeira Rosacruz"). Aqui este nome se refere apenas à rosacruz clássica, com a idéia de Johannes Valentinus Andrae, com a reforma do ser humano é da humanidade. Andrae foi um teólogo e seu intuito não era nem reformar a igreja nem fundar uma nova religião (ou denominação), mas descreve um pequeno grupo de médicos, teólogos, matemáticos e alquimistas, eruditos cristãos que influenciariam a sociedade no sentido de uma reforma contínua e radical do cristianismo, no sentido de restabelecer a ordem original do ensinamento de Cristo, como era na igreja primitiva, nos primórdios do evangelho, pois acreditava que o protestantismo e mesmo o luteranismo continuava com muitas heresias e herança pagã do catolicismo romano e que a influência do islã e sua alquimia corrompida (ligada à sua religião) iria destruir o resto dos verdadeiros valores cristãos na Europa como já tinha feito antes, o que realmente aconteceu. Ele escreveu uma sátira que ridicularizava os que chamava de falsos alquimistas, sopradores, etc., que espalhavam uma alquimia literal e materialista, de enriquecimento e prosperidade material com base na fabricação literal de ouro, e uma eterna juventude pela pedra filosofal. O que só passou realmente a soar ridículo séculos depois, pois ao contrário disso tal alquimia falsa se tornou moda, principalmente entre a elite intelectual e as cortes, com lendas, superstições  e mitos que povoaram o imaginário popular. Dezenas de ordens e sociedades secretas "alquímicas", foram estabelecidas, muitas inclusive utilizando o nome rosacruz e realizando os mesmos ritualismos e superstições que Andrae condenava. Este mesmo também chegou a proibir assuntos políticos nos encontros, que eram anuais, mas isto foi justamente o que seus falsos  herdeiros mais discutiram, abandonando o ideal de não exercer cargos políticos nem se envolver com governos e fazendo justamente o oposto: criaram sociedades para intervir diretamente na política, e num sentido oposto do proposto por Andrae  (que era a liberdade individual de consciência tanto religiosa quanto politica), trabalhavam numa tentativa de estabelecer uma nova religião única mundial e um governo também mundial  (e nós sabemos o que é isso, e em que resultaria, ou não?). Assim sugiram grupos mais ligados à monarquia, enfatizando uma religiosidade ecumênica, eram como os que utilizavam o nome rosacruz e os ligados às ordem de cavalaria e por outro lado os grupos republicanos, mais coletivistas como os auto-intitulados illuminati, que enfatizavam um governo mundial. Estes grupos traidores dos ideiais rosacruzes reais infelizmente são os mais influentes nas auto-intituladas ordens rosacruz da atualidade.

Explicada a origem do nome dessa graduação que homenageia justamente essa rosacruz clássica podemos entender o porquê da graduação (tanto a tradicional quanto a científica). Temos sete graus nessa via que começa entre o terceiro e o quarto grau ou no momento que a pessoa esteja em condições para iniciá-la (e a condição é  ser convertido, que virou para o outro lado da corrente do mundo, que virou para o lado de Deus, que tem Jesus Cristo, Yeshua HaMashiach, com único Salvador e Senhor, por isso a via é também conhecida como via cristã ou via crística). Sobre isso falaremos na continuação desse artigo.


segunda-feira, 25 de novembro de 2019

O Segredo da Ordem - parte 3.1

3

O terceiro nível cuida da iluminação. Aqui está o segredo central da ordem, e agora você já pode entender o que significa segredo, que é meio, método,  alavanca, ferramenta, e que central se refere à via que passa no meio em nosso modelo, entre as outras quatro vias (veja no símbolo, o modelo geométrico tridimensional das vias ). Vamos começar logo pelo nó mesmo, o mais mal entendido de todos, para esclarecer logo, o que é iluminação. A palavra iluminação tem gerado muita confusão. No ocidente, devido a péssimas influências, a palavra tem sido confundida com a definição oriental, mas ainda assim incorreta, o que é pior. Na verdade palavras (em sânscrito, páli,  chinês, japonês, etc.) que normalmente se traduzem no ocidente como "iluminação" significam "despertar", "acordar", outras seriam melhor traunidas como "libertação" ou até "emancipação". E estas palavras no oriente ainda significam várias coisas, a depender da tradição que a está utilizando, e este despertar tem um objetivo final que geralmente é atingir a liberação final chamada nirvana. Só que nirvana também é definido de maneira bem diferentes por cada tradução, religião e subdivisões. E ainda muitas dizem que nirvana é indefinifinivel, indescritível, que não há como saber como é  (portanto muitos desses orgulhosos que dizem que estão numa busca mais elevada nem sabem qual o seu alvo, sequer entendem o que estão buscando, estão entregues à própria cegueira e desejos). Então o que interessa para nós antes de tudo é saber o que é iluminação, qual o real significado dessa palavra, o que queremos dizer com ela, como descrevemos essa realização, qual a definição de iluminação, qual a definição ocidental, do dicionário, qual a definição geral, qual a definição específica que nós utilizamos. Ora, se iluminação é o nosso alvo mais elevado, temos que tê-lo bem claro em nossa mente.

Em nossa ciência iluminação é um esclarecimento especial que vai sendo gradualmente recebido (pois é longo) e leva a pessoa à auto-análise, ao auto-conhecimento (chamado coloquialmente de interno) e ao conhecimento direto (chamado de externo), finalmente, das verdades fundamentais e das necessárias para o processo alquímico completo até a iluminação no sentido tradicional. A obra em negro ou putrefação; a obra em branco ou a purificação; a obra em amarelo, a transformação dos metais em ouro; e a obra em vermelho, a culminação do processo, o casamento alquímico, a pedra filosofal, a iluminação. Esta que é a mãe de todas as ciências tem alguma razão para ser segredo hoje em seu sentido espiritual? Não. A parte medicinal avançou bastante na fitoterapia, na alopatia, na medicina; a parte química dos materiais também; a parte psíquica também, em várias escolas da psicologia, mas em particular na analítica; e a parte espiritual? Por que se continuar dizendo que é secreta? Esta postura só está contribuído mais ainda para a difamação da verdeira alquimia, para que falsos mestres, charlatães e interesseiros apresentem suas falsidades como sendo alquimia e todos acreditem, porque não sabem o que é alquimia de fato, muito menos que toda ela é simbólica,  que todos os processos materiais são a representação de um processo mental-espiritual. Que esses quatro processos tão alardiados e interpretados das maneiras até mais absurdas são um código para a alquimia espiritual.

O que é isso? É o que se resume na síntese alquímica: Ex Deo nascimur, in Christo morimur, per Spiritum Sanctum reviviscimus (De Deus nascemos, em Cristo morremos e pelo Espírito Santo revivemos). Os quatro processos alquímicos estão nessa frase resumidos, é isto que significa alquimia espiritual, renascer do Espírito e ser transformado (transmutação alquimica) pelo poder de Cristo em nós, até que venhamos a formar Cristo em nós, até a plenitude do conhecimento da verdade. Se você já leu as epístolas de Paulo deveria saber do estou falando.

O que era segredo no século XVII foi por uma necessidade, pois tanto os católicos quanto os protestantes perseguiam os anabatistas e todos os cristãos que se submetiam apenas à ordem Deus sendo guiados apenas pela bíblia e pelo Espírito Santo. Os dons do Espírito Santo eram vistos como obra do demônio; a pregação e ministério de não-ordenados era vista como heresia; não submeter-se a uma autoridade eclesiástica era uma subversão; a psicologia ainda no seu nascedouro (com nome de alquimia espiritual) era tida como uma prática pagã ou uma arte demoníaca. O provável autor desse lema da alquimia, Valentin Andrae, que escreveu As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkeuntz (que não tem nada a ver com as ordens modernas que usurpar esse nome) era um teólogo, filho de pastor luterano, que foi um pregador, como seu pai, até o fim de sua vida. Por que esconder isso? O verdadeiro cristianismo está sendo perseguido novamente? Ou é motivo de vergonha para alguns que estão em algumas ordens? Parece mais provável a segunda opção. A única justificativa plausível encontrei numa ordem que já nasceu completamente já desviada pelas influências do movimento "nova-era", mas que pelo menos nisto se justificou, assumindo ser uma ordem cristã para levar a salvação de Cristo, também para pessoas de tendências esotéricas, não religiosas, ou decepcionadas com a religião. Uma outra esconde o "cristianismo" por vários graus até a pessoa ser levada a encarar graus tidos como cristãos. Mas não sei até que ponto podem ser chamados de cristão os que mostram Cristo apenas como um mestre, um homem que ensinou um método que, se bem praticado, levaria a salvação (ou seja, se dizem cristãos e não são). O que isso tem de cristianismo? Nada. O que tem diferente de outras religiões? Nada novamente. Algumas são assim, outras se dizem ora gnósticas, ora cristãs, e não são nem uma coisa nem outra, os auto-intitulados mestres mentem e os discípulos desinformados tem preguiça de pesquisar, ler e estudar.

Em nossa ciência, portanto, iluminação é um conceito alquímico: o casamento alquímico, a reunião da alma com o espírito,  da mente então já santificada e purificada com o espírito já restaurado, renascido. Como isto deve acontecer é o que ensinamos, e auxiliamos o estudante em sua jornada da transformação da alma, em Cristo (transmutação alquimica).

E em nossa tradição iluminação é ser iluminado: é receber luz, de onde há luz, de quem tem luz, recebemos luz, daquele que é luz... Isto é o significado tradicional, o resultado neste sentido iluminação é isto que vai desde o esclarecimento (por livros, por outras pessoas, etc.) que inclue o processo de salvação e regeneração até a inspiração e ou revelação (do e pelo Onisciente) que vai desde as coisas mais simples e cotidianas até o conhecimento completo da verdade que inclue a reintegração, o retorno à natureza original. E então sim, aí ocorre o despertar completo da consciência propriamente dito que é tomar consciência de outras realidades, é a consciência penetrando em níveis tanto mais sutis quanto mais abrangentes de sua própria realidade e possuir como seu conteúdo próprio tanto um senso muito mais abrangente e o sentido dessa realidade passageira quanto o da realidade eterna, ou seja, do real. A luz vem do Pai da luzes, e a luz é o verbo, o logos, que tudo criou e em quem tudo existe, que veio a nós para habitar em nós e é a vida eterna.

Nossa definição abrange todo o significado, de todo o processo (tanto o científico quanto o tradicional). Que é desde receber luz inicialmente até ser todo iluminado, todo luz, eternamente. É isto que precisa ser bem entendido, pois a maioria das pessoas que dizem estar buscando a iluminação chegam até a sentir que buscam algo superior às outras buscas religiosas ou pessoais, mas se você perguntar o que é que elas estão buscando terá uma resposta muito vaga. Elas não sabem de modo algum o que estão buscando, não têm idéia, nenhum referencial, nem podem definir o que buscam, se perguntarmos e insistirmos que expliquem ouviremos finalmente apenas no máximo um sincero "eu acho" ou continuarão enganando a si mesmas e dizendo que não há como explicar (mas creio que expliquei bem até aqui, então...) ou que você não é capaz de entender ou que isso é para poucos...

Esta arrogância dos que dizem não procurar a salvação, mas sim a iluminação, tem uma razão de ser. Que são idéias plantadas propositadamente elevando o orgulho dos que concordam com tais idéias, cauterizando a consciência, impedido que constinuem sua busca em direção à verdade desconhecida (pois é bem mais agradável e parece mais seguro para o enganado que tenha um alvo que pareça mais nobre e já descrito como sendo conhecido por outros, supostos mestres, ilulminados, avatares, grão-mestres, etc. de percepção insuperável e inalcançável por quem não os segue cegamente). Mas de onde aprenderam o que devem buscar? Naturalmente todos os seres procuram viver e estender essa vida, mesmo pessoas em profunda miséria ou doenças não querem morrer, nem deixar de existir, todos querem existir e em melhores condições do que as que estão. Isto é o natural e comum a todos. É um instinto. Inclusive o excesso desse instinto é perfeitamente compreensível e até comum: muitos fariam de tudo para sobreviver mesmo nas piores condições de vida, e mesmo aqueles nas melhores condições de vida ainda querem mais e uma vida ainda melhor. Salvação e iluminação naturalmente, como entendem  (como uma somatória e ou resultado de práticas, experiências, méritos próprios e esforços pessoais) na ordem natural das coisas, não na ordem original, não vai muito além do que a sublimação de um instinto, ou do instinto de sobrevivência, auto-preservação e ou do impulso de buscar melhores condições de vida, de buscar prazer. E o resultado é ainda nesta natureza, não se libertam, se prendem a novas e exóticas ilusões e até alucinações, continuam no mundo da mente corrompida e confundem práticas psíquicas com espirituais,  confundem realizações mentais com espirituais, confundem mente com consciência e por isso prosseguem com seus enganos. Mas o que nasce da carne (exercícios,  práticas, esforços, méritos, etc.) é carnal e o que nasce do espírito (da consciência pura e do Espírito Santo de Deus) é espiritual.

Esse instintos podem ser desviados numa direção ou noutra, serem sublimados (o que pode não ser ruim a depender de como e em que são sublimados) ou, por outro lado, levados a atitudes desesperadas,  isto depende muito das condições a que a pessoa esteja colocada, de sua interpretação das experiências, mas também, em uma pequena parte, depende de suas escolhas, de como encara sua experiência.

Por isso muitos buscadores da iluminação podem se decepcionar com nossa ordem, se seu anseio não for sincero ou se eles não suportarem o auto-conhecimento, a auto-descoberta, o que há para ser realizado... Porque a luz quando brilha discipa as trevas, quem esconde algo nas sombras sempre se machuca. E talvez uma das primeiras luzes que machuque é a luz que vem sobre eles mesmos, sobre o que pensam de si mesmo e o que gradativamente vão percebendo que verdadeiramente são. Se ver, como realmente é, machuca muito, se não souber como olhar e se identificar com o que vê (por isso é preciso aprender a ver, interpretar, analisar e abandonar o que é prejudicial). Esta fase, este nível, é  para os que não apenas aprenderam e viram, mas amadureceram no despertar e autoconhecimento da primeira fase, e na entrega, dedicação e confiança da segunda fase. Mas também muitos serão magoados até por saber o que é de fato iluminação, nem todos vão querer seguir para este alvo (o desta via, chamada pistis sophia (sabedoria confiante, ou sabedoria da fé, conhecido como caminho da fé, ou caminho da religião por outros, ou caminho crístico, etc.) e vão seguir pela via da ciência, da filosofia, da psicologia (via da experiência), etc..

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Os segredos da ordem - partes 1 e 2

SEGREDOS DA ORDEM
Por Frater I. L. I. V.

Os grandes segredos da ordem nunca foram segredos no sentido de serem secretos, mas sim no sentido de serem alavancas, ferramentas especiais, "o segredo de" (como nas frases "o segredo de nunca chegar atrasado é se programar para chegar antes" ou "o segredo para ter ossos saudáveis é o consumo de vegetais ricos em cálcio e magnésio e tomar sol suficiente todos os dias" ou "o segredo da boa leitura de partituras é praticar todos os dias por pelo menos uma hora" ou ainda, desfazendo o misticismo, "segredo da meditação (concentração) profunda é abandonar todo apego e aversão a tudo desse mundo e atenção vigilante continua por tempo suficiente (em qualquer que seja o objeto de foco, sim, é só isso mesmo) e então  dirigir essa concentração para o assunto que se quer investigar). Todos os "segredos" da ordem que não são aquilo que os estudantes tem que descobrir por si mesmos e comunicar em avaliação (por isso mesmo é segredo, se souber o que tem que descobrir não descorre,  aprende, imita, e até pode mentir descrevendo como se tivesse alcançado por si mesmo) são segredos apenas nesse sentido, o meio mais fácil e ou mais correto de realizar algo muito difícil. Uns brincam "o maior segredo é que não há segredo algum".

A ordem tem três realizações obrigatórias de cada nível, entre as outras são de cada grau, estas são os segredos da ordem. Começarei falando desses.

Agora, depois de mais de sete anos que assumi a coordenação da ordem e que institui a porta de entrada para ela (a fraternidade que estou aqui dando a conhecer, a F.I.T.O.), tenho autorização para revelar tudo que quiser, tudo que achar conveniente para este momento, porque nada esteve em nenhum momento oculto, mas se eu fosse destinado a revelar tudo, com certeza passaria toda a vida humana revelando, escrevendo e dando palestras e ainda assim não teria descrito todos os detalhes da verdade. Nós passaremos a eternidade conhecendo toda a verdade, por isso temos este anseio, esta sede e esta satisfação no que fazemos.

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No primeiro nível iniciático o segredo é o conhecimento direto, é o despertar para a verdade, para o fato de existe verdade e que esta pode ser conhecida e existem maneiras de conhecer. O segredo para esta realização é simultaneamente (a) o despertar da consciência, isto é, da lucidez em todas sua potência, de clareza e compreensão (moral e intelectual) e de todas as capacidades, normalmente adormecidas ou amortecidas, em todo seu poder de visão e dicernimento (lógico, empírico e metafísico); (b) alcançar a consciência nessas realidades das visões fundamentais, para perceber e entender a verdade e (c) perceber, entender e compreender que: os fenômenos, a matéria e a existência ocorem na consciência e não o contrário (a consciência como um fenômeno que ocorreria supostamente na matéria), está e a mudança  fundamental para conhecer a verdade sobre tudo e sobre qualquer coisa, não basta entender isso, não basta crer, não basta compreender profundamente, é preciso também perceber diretamente.

Então a partir dessa capacidade consciente evidenciada empiricamente aprendemos modos de conhecer com plena certeza,  comprovando pelo raciocínio lógico, análise dos conhecimentos e provas experimentais, e a buscar as verdades mais fundamentais da existência, e todas as verdades que quisermos comprovar, e finalmente a verdade completa, absoluta, a verdade da vida, de tudo, o significado de tudo. Assim a consciência é a ferramenta fundamental, que, devidamente despertada, levará à  realização  dos outros níveis. Entre outras coisas a pessoa precisa descobrir por si mesma a origem de tudo, que tudo tem uma origem, e como essa origem de tudo só pode ser onisciente (não existe como ser de outra maneira). Sem perceber isso ela não alcança o fim eterno, a verdade eterna, no máximo algumas realidades temporais. Nilton passou quase toda a vida estudando e escrevendo sobre teologia, alquimia, metafísica, principalmente sobre Deus; suas descobertas científicas são uma parte muito pequena de seus escritos, e elas são tão grandiosas para a ciência que constitum base para toda ciência até hoje, mas ele só as descobriu por causa de seu estudo completo, elas são práticamente um efeito colateral em seus estudos e pesquisas, da busca sobre a verdade de Deus.

Não é simplesmente um princípio, tem que existir um, mas este é, e só pode comprovadamente ser, um causador Onisciente, não tem como ser de outra maneira, pois a existência não pode surgir da inexistência; e se algo tem existência (e sabemos que existe) tem que haver consciência, pois existência só pode ser na consciência, portando cada detalhe do existente é conhecido por uma consciência, se não fosse não existiria. Mas isto não pode ser crido, precisa ser comprovado com certeza para que possa ser afirmado, o estudante tem que comprovar por si mesmo e tem que saber como, cercando por todos os lados todos os fenômenos com provas científicas e matemáticas irrefutáveis disso. Só que esse detalhe do primeiro nível é um dos detalhes do conhecimento da consciência, e o que faz difícil à realização desse nível não é so esse detalhe, mas o despertar, manter desperto, e dirigir a consciência a esse conhecimento  (e outros que levam a esse)

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No segundo nível a realização é a descoberta da vontade e a comunicação direta. É muito difícil explicar está realização a alguém que não passou pelos graus do primeiro nível, a pessoa não tem consciência do que se trata, não existe essa informação em sua memória, de seus sentidos, nem qualquer coisa parecida no mundo, ela ficará confusa,  só poderá  imaginar e vai imaginar, e isso com base em que? Fatal ou Geralmente vai cometer um erro, por isso não é bom falar sobre esse tema, a pessoa vai confundir ou assemelhar com alguma coisa que ela conhece ou de que já ouviu falar e este já é um erro fatal. Correndo esse risco vais continuar as próximas linhas, mas todo o que quiser compreender realmente dará continuidade a esse estudo através de nossa fraternidade...

Esses nomes "vontade" e "comunicação" são usados porque são o que mais próximo em definição chegamos da experiência sensível dessa realização. Então precisamos defini-los para entendermos seu segredo.

Conhecer a vontade própria significa descobrir o propósito de sua vida, sua vocação, sua verdadeira satisfação, aquilo que realmente o torna realizado, a realização de sua vida, aquilo que quando está fazendo está  pleno, não quer parar, àquilo que realmente tem mais vontade de fazer. A única sensação parecida com isso é uma vontade muito forte (só talvez comparável a uma necessidade fisiológica iminente e o prazer de satisfazê-la, mas ainda é  uma comparação muito pobre).

Só que dizendo assim isso parece fácil,  parece até que todos já conhecem aquilo que tem mais vontade de ser, de fazer, mas é justamente o contrário: na prática, esse propósito é o mais obstruído,  menos claro de todas as vontades que imperam na mente humana. E isso porque desde a infância ela, que é o maior dos "impulsos" insatisfeitos, vem  sendo desviada do seu objetivo para outros usos, outros alvos, outras realizações, a verdadeira vontade foi desviada e condicionada para muitas outras áreas de tal forma que está confusa, dispersa, distribuída e até mesmo em muitos casos totalmente recalcada,  reprimida,  suprimida da consciência. Isto acontece por várias causas (pela própria natureza desse mundo que se opõe à natureza original como se verá adiante), sendo a principal causa a parcialidade da consciência em relação a tudo que for completo e ou muito complexo: a consciência natural se volta a necessidades mais simples, materiais e imediatas primeiro, isto numa hierarquia que coloca em último lugar justamente o mais importante espiritualmente. É preciso todo um processo de despertar e de análise para reencontrar essa verdade, mas ela também pode ser reencontrada rapidamente pelo processo de comunicação, este é  o segredo,  trabalhamos a análise apenas para confirmar e comprovar para os céticos a realidade da vontade comunicada. Mas o que e a comunicação?

Antes de saber o que é a comunicação é  preciso entender como é descoberta a verdadeira vontade além do processo de auto conhecimento e auto análise  (e análise também, pelo orientador). E antes de ao menos entender como é descoberta a verdadeira vontade é preciso ao menos entender o que é e como funciona a realidade. O entender o que é a realidade pode ser alcançado pelos processos anteriores (sobre a consciência, no primeiro nível) e definidos neste campo.

Mas de forma rápida podemos dizer que realidade é o que de fato existe além das aparências (e isto também tem vários níveis,  por exemplo, as percepções puras, os fenômenos na consciência, os conceitos, além das percepções e das não-percepções, o inconsciente, os símbolos e arquétipos... e então finalmente os significados, o significador e o significante), tudo que de fato existe é real. Mas nem toda realidade constitue o real, existem realidades imaginárias, por exemplo, existem ilusões, e só nos interessam acima de tudo, em nossa ciência, as realidades eternas).

Existem no presente três naturezas, mas só podemos desfrutar atualmente de duas delas, uma real, eterna, outra casual, transitória  (isto tem que ser comprovado pelo estudante, só crer ou entender de pouco ou nada adianta, por isso não vivemos falando disso, que seria perda de tempo discutir, não que escondamos,  nunca escondemos). Nós vivemos na natureza transitória, mas temos origem e realmente existimos na eterna, pouco, quase nenhum contato temos com essa natureza original, a não ser através da consciência, nossa consciência é a única coisa que, em sua inteireza, pertence a essa outra natureza, mesmo assim temos acesso apenas a uma parte pequena dela, a maior parte está, em nós, inconsciente, e seu conteúdo inacessível e mesmo desse conteúdo, que é  a parte que interagiu com esse natureza temporal, está como que mortificada,  corrompida, modificada por essa natureza, destatus parte temos apenas impulsos cegos.

A nossa consciência completa não pertence a essa natureza (isto fica claro ao compararmos qualquer coisa desse mundo à consciência, até a mente é algo de uma natureza bem diferente da consciência), e dela praticamente nada conhecemos sem essa auto-descoberta, esse despertar. Mas parte dela interage com essa natureza estando presa a ela, desta parte temos uma pequena parte consciente e outra já feita inconsciente, muito maior. Se o nosso inconsciente aqui é tão maior que o consciente imagine quão maior é a parte da consciência que permanece na sua natureza original (Isto é como é isto é mostrado na tese consciencial de nossa escola que complementa a tese traficional). Quando tomamos consciência de nossa natureza original estamos recuperando a parte original de nosso ser, como acontece isto é o que estudamos (e não seria trazendo para cá como alguns ilogicamente imaginam, mas despertando naquela natureza).

Acessar esta parte inconsciente dessa natureza faz parte do processo fundamental do conhecimento, ou seja, tornar consciente aquilo que está inconsciente, mas mesmo que isto fosse mais fundo do que naturalmente podemos conseguir, não poderíamos descobrir muito sobre tudo, pois estaríamos apenas mergulhando em nos mesmos e dentro do tempo, de tudo que passou por nossa mente no tempo. Alguns até pensam ir alem desbravando "partes superiores do ser" e realmente avançam bastante, mas em direção à verdade? Não, apenas em direção à verdade sobre suas mentes, quando muito conseguem. Depende de como encarem e o que façam com o que vão descobrir, dificilmente conseguem ir além das projeções do si mesmo e caem em enganos ainda maiores. Por quê? Porque interpretam preconcebidamente as experiências e supõem até que eles mesmos são o mesmo que tudo, uma unidade com tudo, e ou com um suposto todo uno, e assim se unem a isso, à realidade temporal em vez do real eterno, o qual não chegam a penetrar. Ampliam sua percepção, mas ficam restritos ao temporal e suas transformações e degeneração, à natureza corruptível sem saber jamais como é a verdadeira natureza eterna. Isto é um grande risco (e correm esse risco todos os que alimentam essa expectativa, não apenas os ocultistas que praticam nessa direção, também os panteístas e politeístas, universalistas, etc.; a cosciência une-se ao que busca assim que encontra), isto não é libertação , é condenação, não é despertar é ficar preso, por arrogância e escolha própria, numa ilusão gigantescamente maior da qual não há saída.

Não é nessa natureza que se acha a eternidade, essa é a natureza temporal, tudo nela está se transformando o tempo todo, se formando e se desfazendo, não tem saída.

O eterno se encontra na natureza eterna, a parte da consciência na qual devemos despertar é a consciência dessa outra natureza original. A terapia desse inconsciente serve para resolver os problemas desse mundo, mas o despertar deste outro, o original, é que reconecta-nos ao que verdadeiramente somos, nosso ser eterno, completo, na plenitude, numa dimensão eterna, em outra natureza, a original. Crer ou não crer nisso não altera a realidade da prisão. Nem esta restauração é conseguida assim de maneira aleatória como propõem várias ordens, nem nós mesmos podemos fazer isto, é preciso algo mais, outros passos...

Na realidade única verdadeira e eterna é que podemos obter o real conhecimento além de toda ilusão. A nossa consciência é  como uma fagulha da consciência do eterno. A grande diferença óbvia é que a Onisciente é atemporal e nossa consciência é sequenciada, um fluxo, portanto temporalizada, nosso acesso ao eterno é no tempo, mas seu acesso a nós é na eternidade. Nosso poder por mais que nós o  desenvolvêssemos, é estreitamente limitado e jamais transpomos esta barreira, nossa consciência é temporal, é fluxa.

Entendido isto podemos agora entender o que é  comunicação. Comunicação é quando consciência múltipla temporal se comunica com consciência onisciente e eterna, atemporal. Como dito anteriormente para entender isso ainda é  preciso entender como isto vai acontecer, pois sem estas informações seria apenas um enunciado contendo dois sugeitos do qual se desconhece um dos sugeitos e uma redundância que não explica nada, um argumento circular ("comunicação é  quando se comunica" ou "comunicação é quando há comunicação").

E agora sim chegamos ao grande segredo da ordem a chave para todo o resto. A primeira chave era de uma porta que dava numa outra sala com muitas portas, mas esta chave é a da porta que abre para fora, para a liberdade.

Muito foi escrito sobre essa comunicação e sobre o sugeito com o qual se comunica, mas houve muita confusão entre o meio de comunicação e o sugeito. Assim algumas principais teses e doutrinas surgiram apontando em direções certas e erradas (as que apontam em direções inúteis,  incoerentes e maléficas nem vou citar, tais enganos não são dignos de qualquer mensão por parte de nossa ciência). Uma tese tradicional é que se comunica com o próprio Deus (entendendo a palavra como o criador eterno, Onisciente, onipresente, onipotente,  etc.); a outra é uma variação desta, que o que fala conosco é o Espírito Santo de Deus, outra diz que é um anjo; outra vai mais longe e diz que é o nosso próprio anjo pessoal (chamado anjo guardião, etc.), outra diz que é a parte de nossa consciência pura (que pode ser ainda desperta na natureza original; chamada em outras tradições ou culturas de várias formas, por uns de Cristo interno, por outros pai interno, fagulha divina, essência, logos pessoal; pelos orientais de eu verdadeiro, natureza de buda, etc.); outros vão mais longe e afirmam que a comunicação é com partes superiores de nosso ser (digo "vão mais longe" porque estas partes se encontram na parte que claramente classificamos como mente). Existem outras, mas são praticamente todas variações destas. Vamos analisar rapidamente estas teses que estão aqui citadas porque têm algo de muito certo (as que não foram citadas consideramos erradas, comprovadamente, logo não é aconselhável perder tempo com elas).

Mais uma vez precisamos dizer que sem entender o modo como a comunicação se realiza é impossível saber o que é a comunicação e que este é nosso grande segredo, senão o maior, isto é, a grande alavanca. Pois bem, estes modos de explicar a comunicação estão às vezes confundindo, o meio de comunicação com o sugeito com quem se comunica. O segredo da ordem é que, realmente, aprendemos a nos comunicar com o próprio Onisciente (Deus, o Eterno, o Senhor, o Altíssimo, Pai, como se queira chamar; evitamos aqui o termo Deus por questões técnicas científicas, deus é uma palavra imprecisa que pode se referir a falsos deuses ou falsas idéias de Deus, e origem dessa palavra, mas não está errada, só que Onisciente é uma definição exata, não existe outro Onisciente nem pode existir). Espírito Santo, anjos, nossa consciência e nossa mente ou partes delas, são meios, são os mensageiros pelos quais a comunicação acontece (o erro para um experiente pareceria com o do ouvinte que confunde uma pessoa e sua voz com o sentido da audição e o ouvido e diz "meu ouvido e minha audição estão falando comigo"). Sim, bem simplesmente isso, o que precisamos distinguir é como essa comunicação vem a nós porque através disso podemos saber se ela vem de nossa própria mente, de mentes outras que não a nossa própria nem a de Deus, ou de nosso inconsciente ("da carne") ou se, por outro lado, vem realmente de Deus. Como distinguir isso é o que ensinamos.

Então para saber qual nossa verdadeira vontade (ou nossa vocação, ou nossa missão, ou nosso propósito, ou nossa realização, como se queira chamar) é só ouvir de quem a colocou em nós e sentir a paz e a satisfação em executá-la. Só isso. O problema é que muitos não querem esperar, são apressados em obter respostas, (mas não em obedecer, em compreender, em interpretar corretamente as experiências, são apressados com os desejos condicionados, não com a vontade na verdade). Ainda estão presos a condicionamentos, estão na verdade ainda muito iniciantes no primeiro processo (de despertar), mas não devemos dizer isso a eles, e sim encorajá-los a abandonar as demandas egoístas, estudar, continuar praticando o que for necessário, quando a visão se abrir para a realidade do segundo nível (que há um criador Onisciente que se comunicar conosco) seja pelas provas científicas disso, seja por convicção (fé, pistis, confiança, etc.) ou por experiências ou pela lógica racional (essas são as quatro vias, na verdade). Seja como for, então surgirá uma escolha a fazer, é uma escolha consciente, uma encruzilhada, ou seja, é também por um processo da vontade, uma decisão, entre seguir por si mesmo como sempre ou entregar esse processo a quem tem o poder de levá-lo até o fim. Então ele pode escolher a quinta via, que na verdade é a primeira é única porque contém todos as outras, ou seguir por si mesmo pelas outras vias. Que melhor há para dirigir todo o processo e tudo em sua vida que, não apenas professores, orientadores e terapeutas (que são os que ensinam a pessoa aqui), mas um que é Onisciente e sabe conduzi-lo, levá-lo aonde precisa ir até o bem ultimal?

É dito que a vontade de Deus é que todos sejam salvos e alcancem o pleno conhecimento da verdade. Mas não nos obriga a isso, temos escolha. Muitas religiões, ordens e escolas enfatizam só uma destas coisas (salvação ou pleno conhecimento da verdade) e esquecem a outra. As religiões enfatizam salvação e muitas costumam esquecer ou desprezar o conhecimento que é também a vontade do Onisciente para nós e nos faz felizes e completos. Do mesmo modo as ordens enfatizam o conhecimento e o que é pior, sem a salvação este será perdido, a pessoa estará perdida pela eternidade, em sofrimento, sem a salvação que é salvar-se também disso. A nossa escolas ajuda as pessoas complementando e desenvolvendo o que falta em sua religião ou ordem ou filosofia e em suas necessidades pessoais para que a vontade de Deus se realize plenamente na pessoa e ela seja completa, salva dessa natureza temporal de sofrimento e esquecimento e conhecendo a verdade até a sua plenitude, o que deve ocorrer no próximo nível, o qual vamos examinar um pouco a seguir...

sábado, 16 de novembro de 2019

Como participar - continuação 2

Os clubes de ciência, as fraternidades acadêmicas, as ordens religiosas não são discriminadas e perseguidas, por que a nossa é? As pessoas que fazem isso dificilmente sabem, elas apenas acham que somos místicos ou como qualquer sociedade secreta ou que somos ocultistas ou que praticamos alguma arte ou ciência maléfica ou diabólica. Geralmente elas não têm muita culpa por isso, pois estão apenas reagindo a boatos intencionalmente espalhados contra nós por aqueles que se sentem prejudicados por algumas de nossas pesquisas. Eles são os dirigentes de escolas, ordens, seitas, sociedades secretas, etc. que sabem que temos provas de suas trapaças e truques, sabem que quem vier a nós tem acesso a críticas e argumentos que desmontam suas mentiras, falácias e argumentos sem lógica, sabem que nós protegemos as pessoas de suas enganações, que as pessoas podem nos buscar quando estão desconfiadas de onde estarão entrando ou do que estão participando, que nós os levamos a falência, que tiramos seus seguidores dali, do erro (imagine se fizéssemos isso publicamente, se usássemos algum meio de divulgação das pesquisas nesse campo, eles deveriam nos agradecer que tudo fica entre nós e que poucos de nós chegamos a divulgar muito pouca coisa). Mas isto não é o pior na opinião deles, o pior é que, nós ainda informamos a verdade sobre aquiles temas, não deixamos a pessoa no vazio de quando se descobre uma farsa, mostramos a verdade e as maneiras para que ela mesma comprove o que dizemos.

Isso faz com que funcionamos melhor no anonimato, apesar que os professores e mensageiros se expõem e ficam um pouco isolados por causa disso. Então outra coisa pela qual nos difamam com sucesso também é devido este anonimato. E ainda atacam pessoalmente os membros quanto os descobrem. Mas o anonimato também se deve a uma das funções da fraternidade que  é libertar pessoas que estão em vícios, pessoas que estão morando nas ruas, pessoas que estão em algum caminho ruim, etc., além de ajudá-los em sua buscas que muitas vezes envolvem muitos desmascaramentos como estes exemplificados acima (de seitas, crenças, ordens, movimentos,  etc.). Por essas razões também torna-se muito difícil nos encontrar e ser convidado. Não costumamos divulgar nosso trabalho e pesquisas fora de nossos círculos. Por isso temos portas,  as portas são os meios de chegarmos às pessoas. Mas há também portas pelas quais qualquer que procurar chegará a nós diretamente. Como entrar por uma porta?

A porta direta que está aberta agora é através da fraternidade  (F.I.T.O.), nela se tem acesso direto e aberto, revelado desde o início. As possibilidades de entrada são:

1. Como estudante, recebe-se correspondência por carta e ou meios eletrônicos, progressivamente conhece em teoria sobre tudo que estudamos, praticamos e realizamos.  Algumas práticas são enviadas a títulos de conhecimento, a pessoa não tem compromisso em fazê-las, está conhecendo sobre tudo, e pode decidir até permanecer assim. Mas seus estudos são aproveitados caso queira entrar também como praticante ou plenamente depois no círculo iniciático. Este caminho de estudante pode ter encontros, reuniões e assistir alguma aulas e práticas, sem compromisso, e receber também instrução particular, podendo consultar o professor quando quiser.

2. Como prático, é a modalidade onde se recebem as práticas indispensáveis para atingir as habilidades e condições requeridas para a realização que há em cada grau. Tudo que o item anterior recebe ele também pode receber seu assim quiser (toda a parte escrita, livros, apostilas, artigos, reuniões, aulas, consultas pessoais, etc.), mas seu compromisso é  com a parte prática, realizando tudo e enviando redações e relatórios quando for requerido, e também com a orientação pessoal.

3. Como iniciado, é  o compromisso com ambos os aspectos acima citados,  tendo que realizar os estudos e práticas, e não apenas as fundamentais de realização de cada grau, mas também escolher entre outras complementares para que comprove por si mesmo os conhecimentos recebidos, deve participar de entrevistas,  enviar relatórios e redações,  para ser orientado em todos os detalhes.

4. Como professor,  é o melhor é mais completo se tem acesso a tudo, todos os caminhos, estudos, vias, portas (mas deve dedicar-se a um caminho de estudo para praticar, pois não é possível praticar tudo), inclui os três itens acima mais uma graduação em paralelo relativa ao ensino. Com tudo que os itens anteriores possuem, mais o detalhe de ter conhecer bem todas as vias, não apenas a que escolher para si mesmo. Poderá experimentar de todas as vias e de todas as práticas e deverá dominar as fundamentais de todas as vias para que possa ensinar  bem.

Ao entrar se conhecem as subdivisões e as portas internas e o porque de se estudar cada uma delas, nada é escolhido sem um conhecimento profundo, nem sempre consciência do que virá mais adiante em cada um dos caminhos, não ficam segredos escondidos do que se encontrará em cada grau, tudo tem que ser feito consciente e com livre vontade por amor ao próximo e ao supremo.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

QUAIS AS DIFERENÇAS DE NOSSA ORDEM?

3

A maior diferença da nossa ordem e outras eu diria que é o fato de não apresentar informações prontas, dogmáticas, doutrinas, dizendo como são as coisas, os mundos, os seres espirituais, as outras dimensões, nem toda essa baboseira curiosa que se coloca por aí sem que a pessoa possa verificar, restando ao estudante acreditar ou não naquela carga de informações inúteis .

Ela prepara a pessoa para compreender por si mesma, não apenas ver, pois não se baseia em experiência, não apenas informações nem apenas crer, pois não se baseia em doutrina, mas bem além disso. Há  uma manobra intelectual, uma mudança mental, na forma de ver, interpretar e entender que leva a pessoa ao conhecimento e percepção real. Enfim, é uma ciência antiga que avança, a mãe da ciência contemporânea e de todas as ciências;  é um modo de conhecer diretamente, não porque alguém disse, ou uma entidade seja ela qual for, ou um “mestre” ou um suposto “iluminado” disse (tais títulos nem são permitidos em nossa ordem), nem por experiências exclusivas de uma ou de algumas pessoas e suas interpretações arbitrárias. As informações em sua cosmologia não são doutrinas, apenas dão  algumas informações sobre um modelo, que vai servir como mapa para guiar o viajante nessa jornada de despertar, pois embora hajam diferentes caminhos, esses vão diminuindo e se estreitando ao chegar perto do cume da montanha, onde só  restará um. Não há como alguém ir por todos os caminhos, tem que escolher um. Por isso, e só para isso, são apresentados diferentes teses e fundamentos antigos, que são como estes caminhos começam (e as tradições que até hoje se comprovaram eficazes, assim não se deve confundir os rudimentos com os fundamentos, nem estes com o caminho em si).

Não nos interessa diferentes vertentes nem variações modernas nem derivações, temos que ir às fontes originais quando se trata desse assunto, de tradições, livros e religiões. Do mesmo modo temos que conhecer as conclusões comprovadas em matéria de ciência, não expeculações e hipóteses que não se comprovam, mas precisamos nos ater ao mé todo científico que é o que realmente define o que é ciência. Então a ordem se concentra nesse três pontos fundamentais para chegar a verdade comprovada, método científico, tradições e fontes originais, experiência direta sob análise lógica, racional e compartilhada, não exclusiva.

Se você quiser, além do que vem recebendo, fazer parte também desse estudo é só dizer...

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Como participar - continuação

Na postagem anterior vimos o que as vias são. Muitas vezes estas vias são equiparadas às diferentes escolas ou linhas de trabalho soteriológico antigo, outros fazem equiparação como fizemos a linhas religiosas, e outros. Isto só tem importância de mostrar como as pessoas encaram as vias ou com que impressão chegam à nossa escola ou como o mundo nos vê. Apesar de não exata essa correspondência marcou também nossa fraternidade, mas nos cabe agora esclarecer a real origem e significado de cada via para que todos os que estão envolvidos com elas e os que vêm por elas ou tendem para elas saibam sua realidade por trás das identificações, o que é importante na compreensão do processo como um todo, revelando a verdeira ordem universal.

A indetificada como a via descendente, é mais equiparada à chamada via cristã; das quatro ascendentes a A, que parte da forma à da yoga; a B que parte das emoções é também conhecida como caminho da religião, mas nessa equiparação artificialmente é equiparada predominantemente à budista (pela psicologia, a iluminação pelo controle das emoções e dos desejos); a C que parte do intelecto é evidentemente equivalente à via hermética; e a D à taoísta. Mas nessa forma de equivalência fica claro que quem se utilza racionalmente das outras vias é a via hermética é que parte exclusivamente da razão, portanto devemos corrigir trocando a equivalência C e D.

Outras formas já foram propostas por outras escolas. Mas precisamos agora saber como entender isso com base na corrente original da ordem para poder entender o movimento das vias e nos posicionarmos com relação às vias em nossa participação na ordem. As vias são como caminhos que levam ao pico de uma montanha. A via central coincide com a via do pico (para o bom entendedor...) mas as vias propriamente elas se abrem através de portas. As portas podem coincidir com as vias e algumas delas realmente coincidem, o problema é que a pessoa no mundo confunde porta com via. Uma porta se atravessa, não se fica estacionado na porta achando que chegará ao topo da montanha, é  preciso andar pelas vias. Por isso nossa ordem esclarece isso, que elas existem e se manifestam em várias portas, que podem estar numa igreja, numa ordem, numa escola, numa pessoa, num grupo ou numa outra instituição, mas esta é a porta, nossa ordem, por exemplo, é uma dessas portas, a diferença é que nós ensinamos também a andar nas vias, somos uma ordem completa, com porta, vias e objetivo, a ordem.

Por isso é melhor participar do caminho iniciático. O estudante e o prático dificilmente poderiam desfrutar da caminhada até o objetivo. E eu posso dizer que são raríssimas as excessões, poderia até citá-las, que realizam todo um caminho até o final. O que é  de fato um caminho iniciático? É o caminho que leva a pessoa a uma experiência ou algumas experiências onde ele de fato compreende o que é aquilo, seu profundo significado. É  exatamente como um curso de iniciação científica, a pessoa estuda o método, estuda o assunto, realiza experimentos e observa por si mesmo os resultados chegando à conclusão daquilo por seu próprio experimento e observação. Outra forma de comparação precisa mostra o outro aspecto que a iniciação tem. É como entrar para um grande clube privado, a pessoa que não é sócio não conhece de fato o que ha dentro das instalações, só pelo que ouve dizer, a iniciação é como ser convidado e se tornar associado, a pessoa tem disposição para conhecer gradativamente todas as instalações. Suponha que as inúmeras áreas e instalações do clube são como os conhecimentos, entendimentos e diversas dimensões às quais a pessoa gradualmente vai acessando em sua caminhada, então a iniciação é apenas o acesso ao clube,  a porta.

Na continuação vamos falar um pouco sobre como se entra nesse "clube" e como é que os estudos e práticas são recebidas e como são realizados...

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

De volta ao trabalho 3 - Como participar

Como participar 

Existem aqui diversas maneiras de receber os estudos, tradições, práticas, exercícios, etc.. Quanto à ordem temos as vias e as portas e nelas todas temos três principais formas de membresia:

Como estudante 

Nesse caso a pessoa escolhe apenas ou em primeiro lugar estudar o que a ordem estuda, o que ela ensina, o que já tem descoberto e comprovado e o que está em estágio de pesquisa. A pessoa pode escolher estudar tudo (que é o melhor), ou estudar através de uma das vias apresentadas ou ainda uma das portas disponíveis numa determinada via ou em mais de uma. E pode receber também instrução prática, mas não que tenha que fazer esta prática ou participar das nossas, mas que pode praticar o que escolher ou simplesmente tomar como informação sobre práticas. 

Como prático 

A pessoa escolhe a parte comprobatória, recebe estudos apenas relacionados com as práticas de cada grau e as práticas que necessite ou peça para aprender (caso seja adequada), escolheu o caminho prakticae, sendo que este é um caminho que chega em algum momento no modo iniciático, então a pessoa chegará também ao ponto de fazer os estudos necessários se assim deseja. Neste caso ela também pode seguir por uma das vias ou todas (uma após a outra ou simultaneamente se puder).

Caminho iniciático 

A pessoa escolheu o pleno caminho que contempla ambos, estudo e prática, e que leva mais rapidamente à terceira base do tripé da fraternidade, a realização (o tripé iniciático da ordem é estudo-prática-realização, que também é o pré-requisito para o avanço). Esse é o autêntico caminho da ordem para que a pessoa alcance a visão do real, o esclarecimento, a iluminação, a verdadeira compreensão, o conhecimento direto, íntimo, perfeito, as verdades reais e finalmente a verdade última, a verdade plena, toda a verdade. Este é o caminho que verdadeiramente liberta. Nele também estão todos os que desejam ensinar, para libertar, curar e iluminar a outros, isto é, levar, conduzir, guiar, ensinar outros a também  despertar. E todos que almejam ensinar além de terem que entrar por este caminho devem conhecer todas as vias e portas.

As vias 

As vias mais recentemente têm sido conhecidas pela porta que é enfatizada em seus estudos, mas esta não é uma definição estanque, nem completamente precisa. As vias tem sido inclusive chamadas pelos nomes das religiões que as tomaram (total ou em parte) como caminho, embora isto não seja completamente adequado. Por essa nomenclatura teríamos 5 vias assim chamadas: cristã, budista, hermética, taoísta e yogi. Essa nomenclatura homenageia os caminhos pelos quais essas vias foram tomadas pela humanidade como religiões ou ainda a origem filosófica e ou iniciática de tais vias em suas principais manifestações.

A via cristã é a que inclui pessoas de aspiração ou de religião cristã, gnóstico-cristã, gnóstica, telêmica, kabalisistica e rosacruzes  (estas e outras vertentes, que descendem da tradição cristã e não o contrário como querem impor em vários sites e livros).

Budista é a via a que as pessoas ligadas às várias escolas budistas (sejam elas autênticas ou não) vindas da tradição mahayana, hynayana, zen, chan, vajrayana, dhyana, citam através, etc.

Hermética é a mesma via que se chama científica onde ingressam todas as pessoas onde essa tendência é predominante, aqui também se incluem os gnósticos herméticos, os telêmicos hermeticos e os kabalistas herméticos além dos hermeticos puros e outros. Nesta via estão desde os tradicionalistas até os cientificistas e foi a partir dessa via que eu mesmo abri a porta e via científica, inicialmente chamada assim por causa do método enfatizado, mas também porque os cientistas e estudantes dificilmente sabem oi reconhecem que essa tradição juntamente com a rosacruz foi que criou e desenvolveu toda a ciência moderna e quando a pessoa faz ciência ou estuda ciência numa universidade está seguindo uma filosofia e procedimentos herméticos.

Taoísta geralmente abriga as pessoas ligadas à qualquer tradição dessa escola e quaisquer tradições  (autênticas ou não) e sub-escolas dela, incluído os das antigas tradições chinesas e os que têm ligação apenas ligação ideológica-filosófica ou também alquimista antiga (vertente mais antiga da alquimia sistematizada, que está na origem das outras formas).

Yogi é o caminho de todo o yogin, mas inclui toda pessoa de religião ou tendência hidu, seja de qualquer tradição ou escola, seja brahmanista, krishnaista, ramaista, shivaista, samânico, tantrista, etc. Ou de outras tradições como yogins budistas e taoístas (do tanta taoísta e similares); também de rodas as escolas yogis  e derivações, tais como, raja, jnana, laya, kryia, astanga, etc.. 

Porém esta não é uma classificação exata, é apenas uma que todos gostam naturalamente e se tornou comum por se referir a religiões e a maioria das pessoas têm alguma religião. As cinco vias antecedem essa classificação, pois antecedem em origem também a essas sabedorias. Uma forma é pelas correntes que representame como que a origem dessas manifestações que se transformaram em tradições. Então temos uma corrente descendente, onde o divino vem ao humano, depois de quatro correntes ascendentes, isto é, onde o humano almejam o divino, em termos tradicionais. Em termos técnicos temos que na descendente o incondicionado trás do nível mais elevado a ordem ao condicionado, ao caótico, convergindo todos os caminhos (representados por quatro caminhos possíveis antes disso) em si mesmo, atraindo ao centro e única porta final para a ordem original novamente.

As quatro vias representam as quatro ênfases possíveis até então: (A) a que parte da forma (do corpo, da matéria,  da transmutação do denso no sutil) e das partes mais densas do ser (do animal, do instintivo e sexual cego) por processos de sublimação, transformação, transmutação até o sublime (chumbo em ouro); (B) a que perte do emocional por processos similares aos anteriores incluindo também a transfiguração entre eles; (C) a que parte do intelecto racional por processos similares aos anteriores até a libertação e regeneração ao estado original; e (D) a que utiliza os três processos anteriores completamente, sem enfatizar nenhum, mas trabalhando todos por igual. 

Esses são os caminhos ascendentes enquanto a corrupção mental e materialização das substâncias ainda possibilitavam que se chegasse ao caminho central e último através de nossas próprias escolhas e trabalho.

Mas quando ocorre a descida da ordem ao mundo é porque esses processos não eram mais suficientes quanto aos objetivos finais e o retorno à ordem original. Então só fica disponível o quinto processo, que apesar de não dispensar os anteriores se coloca como premissa inclusive de sua realização plena, pois sem essa ordem trazida para nós não seria mais possível sequer levar a cabo um desses outros caminhos mesmo se dedicássemos toda nossa vida a eles.

Na continuação estudaremos as portas e mais sobre a quinta via e como ela se tornou no final o único caminho...

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Bem vindo à família -parte 3

Por último e muito importante cabe ressaltar e detalhar um pouco a razão que mais afasta as pessoas da ordem e consequentemente da família que podemos já aqui, se bem entendido, chamar de espiritual. O materialismo em todas as suas vertentes, variações e disfarces é  o que mais afasta as pessoas da ordem.

Basicamente o que é o materialismo? É a primasia da matéria. É a superstição, a crença, a convicção mais tola e mais crida nesse mundo. A crença de que tudo vem da matéria, que a matéria é a origem de tudo, inclusive da mente, do pensamento, do conhecimento, das sensações e sentimentos e até mesmo da consciência. Tal crença infelizmente é apoiada por muitos cientistas, que não percebendo a falta de lógica dessa crença chega, a declarar que ela é fato científico, sem jamais de fato terem estudado a verdadeira origem de tudo, nem terem comprovação alguma do que dizem. Por outro lado, os cientistas que investigam de fato essa área têm cada vez mais constatado a primasia da consciência e da origem não material de tudo, tendo inclusive comprovado teorias quase idênticas às nossas sobre isso.

Como obstáculo à verdeira espiritualidade toda espécie de materialismo afasta a pessoa, pois cega, é uma forma de ver, de interpretar, uma forma de obsessão, fixação e uma forma de medo, insegurança, e de apego a uma aparente substancialmente, uma aparente segurança. Isto por se só já não permite que a pessoa lance o intelecto ao metafísico entendido por essa consciência assim limitada como obscuro, inseguro. Mas o principal dano psicológico do materialismo é devido a seus efeitos e seu resultado que se pode resumir em fazer com que a pessoa tenda ou faça sempre escolhas contrárias à realidade consciencial, na verdade a pessoa materialista claramente dirige a sua vida no sentido oposto à verdade, pois a verdade é espiritual por definição. Portanto toda e qualquer forma de materialismo é danosa à pessoa no sentido de impedimento à visão. Todos os tipos, mas devemos destacar algumas formas mais perigosas, mais destruidoras à consciência. O materialismo histórico em todas as suas formas é um dos principais (incluindo além do marxismo, suas derivações mais contemporâneas e disfarçadas); o materialismo dito científico ou empírico é  outro, pois impede inclusive a postura cética científica (a pessoa já tem de antemão uma interpretação e até uma conclusão materialista antes de qualquer experimento e comprovação); o materialismo chamado por nós de fisiologismo (ver definição em outros artigos) no qual podemos incluir o filosófico e o realmente empírico que fatalmente leva ao engano de tomar condições e até efeitos por causas; o materialismo humanista (que também inclui toda forma de antropopatismo e antrpomorfismo literal, toda idolatria, panteísmo, politeísmo e similares); e finalmente o mais comum de todos, o materialismo espiritual  (ver definição em outros artigos) pois esse contamina as religiões, escolas e quase todas as ordens existentes. Existem outras formas danosas, mas estas são as principais e mais comuns, para um pequeno artigo como esse não se estender mais.

De volta ao trabalho - parte 2

2

Olá!

Esta é uma mensagem enviada a todos que vinham recebendo estudos (sejam ou não meus amigos pessoais, sejam ou não estudantes comigo). Estive umas semanas afastado dos canais de comunicação por causa dos estudos e também porque fiquei sem computador, mas agora estarei enviando regularmente tudo que enviava antes e mais algumas coisas, para todas as pessoas.

Como são muitas pessoas e temáticas diferentes e a maioria das pessoas não se enquadra em grupos (e isso dá muito trabalho para organizar), vou mudar a forma como vinha fazendo. Este trabalho é meu, mas uma sugestão da ordem foi que colocasse a condição de ou receber todos os estudos ou não receber. Estou analisando essa possibilidade que realmente facilitaria muito. A outra possibilidade é  que simplificando meu trabalho eu envie somente agora aos estudantes ou ainda também aos aspirantes e possíveis aspirantes (e não mais a pessoas que não interagem). Antes estarei perguntando às pessoas que já haviam recebido algo. Então... Qual sua posição quanto a isso? Você tem interesse por continuar estudando ou recebendo o que aceitou estudar seja qual foi sua escolha ou agora tem interesse em alguma outra coisa? Qual?

Enquanto isso retornarei a enviar os estudos e algumas informações. Mas não fazendo nada mais unicamente por mim mesmo, só conforme o procedimento da ordem, pois não quero continuar fazendo este tipo de trabalho independente da ordem (tenho minhas razões). Por agora farei isso e estarei informando também junto algumas coisas de nossa ordem para que os que estavam acompanhando não fiquem sem receber.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Bem vindo a família - parte 2

Você quer fazer parte da família? A família é a fraternidade, mas isso não quer dizer que você esteja excluído da família, muitos fazem parte dessa família e nem sabem. Todos os que sintonizam com a busca da verdade eterna sinceramente, que sintonizam com os princípios éticos e com a bondade amorosa para com os seres, estão já de alguma forma incluídos na grande família.

E por que apesar disso a pessoa não encontra ou não entende ou não simpatiza a ordem? Primeiro isto pode estar acontecendo pelos obstáculos internos (os mesmos que impedem uma boa comunicação), como exemplo, a pessoa é ao mesmo tempo rancorosa, que guarda ódio, e ou é egoísta, e ou, principalmente, a pessoa é materialista, ou a pessoa intencionalmente abraçou práticas ruins ou criminosas ou anti éticas. Segundo, ela pode estar ligada à outras sintonias opostas, como por exemplo, ligado à correntes de pensamento, ação, movimentos, filosofias, ideologias e até algumas chamadas religiões e ordens que fluem no sentido oposto ao de nossà corrente, afastando a pessoa da ordem (e infelizmente, cegamente rumo ao caos no fim das contas). Terceiro, a pessoa não entende, não compreende a ordem e ou não quer. A pessoas fora de nossa fraternidade que fazem parte da ordem, evidentemente, inclusive instituições diferentes, com sua própria compreensão de ordem.

O que acontece também é que o entendimento  (errado, preconceituoso,  comparativo de forma errada, etc.) também é um elemento de sintonia. O entendimento profundo depende de muitas informações, de esforço, de experiência. No começo a pessoa mistura o recebido a seus velhos entendimentos gerando incompreensões, leituras erradas, interpretações equivocadas, etc., e essa mistura pode afastar mais a pessoa da ordem. Outro caso também disso, é quando, mesmo tendo passado essa fase inicial de grande número de informação completamente nova, a pessoa ainda recebe "vinho novo em odres velhos", a pessoa não permitiu que uma mudança fundamental se operasse em seu ser e em sua visão, mesmo quando chega ao segundo nível; há uma recusa a reconhecer a verdade, ou mesmo uma aversão que não foi eliminada, ou uma fixação antiga. Mas isto é  mais raro, pois o conhecimento da verdade por si mesmo muda a pessoa. O problema geralmente deve ter acontecido na primeira etapa, poisso as pessoas que se decepcionam com a quantidade de estudo necessário e tentam diblar isso terminam no engano da humanidade, acreditando que já sabem, que já conhecem, que já entendem aquilo que realmente não sabem, não conhecem e não entendem. As pessoas geralmente não entendem o processo do conhecimento, do entendimento e da compreensão e sem entender isso como podem afirmar com certeza que sabem alguma coisa, que não estão se enganando? Não podem. Já do ponto de vista da experiência, sem o primeiro nível de compreensão, do próprio conhecimento, qualquer experiência pode ser interpretada de várias formas erradas. Mas a cegueira espiritual, neste caso, ainda é  o que causa a separação da ordem. As pessoas confundem muito o que é mental com o que é  espiritual, consciência, inclusive as experiências mentais costumam ser interpretadas como espirituais induzindo a um erro. Por essas razões a família tanto oficialmente quanto efetivamente sempre é  constituída por poucos membros. Pois essa familia não é  simplesmente de buscadores da verdade, ou de salvos ou de supostos iluminados, não, a família efetivamente aqui, na fraternidade oficialmente falando, é formada pelos que estão no processo de conhecer de fato a verdade ainda em vida e já vislumbram algum estado dessa compreensão...