terça-feira, 25 de agosto de 2020

TRADIÇÕES, LIVROS, CIÊNCIAS ANTIGAS E SUAS FONTES ORIGINAIS - parte 2

 

Parte 2.1


O que nós queremos?


Mais informações (sem comprovação)?

Seguir mestres que trazem esse tipo de informação inacessível e escondem a fonte ou nem mesmo sabem do que estão falando ou até se enganam e mentem?

Aprender milhões de práticas numa variedade tão grande que nunca nos tornamos práticos em nenhuma delas, ou que não são eficazes ou que jamais teremos tempo de treinar como se deve?


Ou melhor:

Queremos ir direto as fontes originais, as tradições e os livros originais antigos destas?

Conhecer métodos eficazes e práticas efetivas e ciências que nos levem a ver, testemunhar, vivenciar, ter experiência direta e compartilhar experiências reais e entendimentos próprios baseados no que vivemos e sabemos por nós mesmos?


Os falsos mestres sempre ensinam que as experiências são pessoais e não se deve falar para outros delas. A verdadeira razão para isso é muito simples. Quando todos compartilham todas as experiências vão poder constatar que elas são diferentes para cada um ou que as práticas ensinadas não trazem os resultados prometidos (e as vezes até que prejudicam a todos), ou que aquelas experiências descritas pelo tal mestre não existem pois ninguém passa por elas por mais que pratique. Em resumo, vão descobrir que o mestre é uma fraude.


Aqui a maioria de nós são pessoas maduras, muito experiementados nesses assuntos, podemos sinceramente analizar tudo isso. Uns tem mais experiência com meditação, outros com saída do corpo, outros com sonhos lúcidos ou estar consciente em outros planos e outras coisas. Podemos compartilhar nossa experiência e nos complementar e avançarmos muito mais rápido do que sendo teóricos, repetindo o que os outros disseram e que nós jamais vimos. De que serviria isso? Devemos nos concentrar nas práticas que trazem verdadeiro resultados (não estar iniciando cada semana uma nova prática como se fossemos iniciantes).


Tudo isso se resume a 5 práticas:

1. Estudo profundo, refletido, meditado, analizado, conversado, das fontes originais.

2. Concentração (meditação e atenção plena), as práticas do despertar.

3. Rituais e ritos, os individuais e os coletivos, invocação, iniciações, liturgias.

4. Oração e comunicação direta (com Deus, com o Espírito Santo, com o Anjo da Guarda), ir a dimensões superiores.

5. Ensino, passar adiante tudo isto, o estudo e métodos de estudo; os metodos de concentração, de atenção plena, de despertar e viver desperto; os ritos e rituais, as iniciações e tradições; a comunicação e os metodos de comunicação e de ida às dimensões superiores; e os métodos de ensinar a outros. 


Por que na maioria das ordens não recebemos os livros originais e as tradições originais, só pessoas falando sobre o que eles dizem e como elas são?

Por que não temos acesso direto a essas obras, aos textos antigos, nem às liturgias originais antigas?

Por que sempre recebemos tudo de segunda mão, descritos por outras pessoas e nos contentamos com isso? Acreditamos que elas são realmente assim baseado em que?

Vocês já pesquisaram essas obras para conferir essas informações? Já entraram nas tradições originais para conferir o que recebemos? (Eu fiz isso, nas traduções que me interessaram e nas criadoras das práticas efetivas que recebemos de segunda mão, mas vi que os ensinamentos, resultados esperados, e sabedorias são muito diferentes do que nos disseram que elas são. Por que mentiram? Ou ignoram?).


Por exemplo:

No cristianismo temos a ortodoxia cristã entre varias outras tradições bem conhecidas e um texto sagrado, a Bíblia, um registro no qual podemos conferir se a prática que nos é ensianda e a tradição confere com a original ou entra em contradição.

No budismo temos as várias tradições, chamadas escolas, tão diversas como as denominações cristãs, e temos três cânones (o pali, o chinês que vem sanscrito, e o tibetano) cada um forma uma pilha de livros com mais de um metro de altura com os ensinamentos de Buda, um registro no qual podemos conferir se a prática que nos é ensianda e a tradição passada confere com a original.

No hinduísmo há várias tradições e seus livros, os Vedas, os Upanishades, o Bhagavad Gita, o Ramayana, os sutras, etc....

No hermetismo temos algumas poucas tradições e temos o Corpus Hermeticum, com todos os escritos herméticos antigos e hoje alguns que foram achados arqueológicos mais recentes como os que foram encontrados na biblioteca de Nag Hammadi...


2.2. E no gnosticismo?


O que é afinal o gnosticismo? Como e onde nasceu? Quais suas tradições? Quais seus livros? Por que nada disso nos foi passado?


Tudo que recebemos foram informações, e mesmo assim distorcidas, incompletas e até falsas!


Por que esses mestres que falam que viram livros de outra dimensão e até que entraram em corpo astral no vaticano e leram os evangelhos gnósticos, não sabiam onde esses livros estavam nesse mundo? Como com tanta habilidade eles não sabiam onde seriam encontrados? Por que mantiveram a humanidade sem saber sobre isso?


Por que o que eles diziam ser o ensinamento destes livros se provou tão diferente agora, que foram de fato encontrados?


Ora, não passava de ignorância ou engano ou mentiras mesmo desses falsos mestres. Pois a igreja nunca escondeu os apócrifos, ela só nunca os editou, mas apesar disso, pelo menos depois da invenção de Gutemberg, principalmente nos últimos séculos, todos já foram divulgados e publicados, e muitos outros foram encontrados. 


São vários os achados arqueológicos antes durante e depois da vida de tais mestres, como eles sendo mestres não sabiam disso? Ou esconderam de nós? Ou sabiam que tais livros desmentiriam o que eles vinham ensinando?


São muitos os achados do século XIX e XX. Mas dois deles são especiais por se tratarem não apenas de livros, mas de bibliotecas inteiras, trata-se dos dois últimos achados maiores de todos, as bibliotecas de Kunram e de Nag Hammadi. Contendo elas tanto copias muito antigas dos textos canônicos como versões e muito mais textos outros.


Especialmente essa última, de Nag Hammadi, pois sendo uma boa parte dela textos gnósticos, é o achado arqueológico mais importante para o gnosticismo. Por que não se divulgam e estudam esses textos nos movimentos, escolas e ordens que se dizem gnósticas? 


Muito simples, pelo mesmo motivo que não se estudava os que já existiam antes publicados e nem todos os chamados apócrifos, centenas deles, bem conhecidos dos estudiosos: por ignorância dos tais mestres, por engano dos tais mestres e pelas mentiras e loucuras dos tais mestres não ser corroborada pelos textos. Pelo contrário, se provaria que muitos dos seus ensinos não só não são gnósticos, mas que muitos deles são até contrários a gnosis.


Claro, se eles mostrassem os textos suas doutrinas e ensinamentos seriam desmascarados!


Assim eles preferiram esconder a existência deles para nós ignorantes, e dizerem que os únicos que existem só estão escondidos no Vaticano. Para que melhor prova que esta de que eles são mentirosos?


Mas há mais. Eles ainda usavam um texto ou outro realmente gnóstico, algums até mais de um. Mas somente aqueles textos que estão num código incompreensível para nós, em linguagem tão velada que eles puderam dar os significados que bem quiseram e que serviam a seus propósitos e ou a sua cegueira. 


Muitas vezes, não poucos casos, o que moveu esses mestres foi apenas o desejo de gradesa, o desejo de serem vistos como grandes seres, avatares, o desejo simplesmente de serem chamados de mestres! 


Mas muitas outras vezes foi o desejo maléfico de desviar a pessoa do bom caminho, da verdadeira salvação e da verdadeira iluminação: o desejo de desviarem da verdade! Tinham o desejo oculto de desviarem as pessoas de Cristo, o desejo de serem eles chamados de Cristo, de profeta, de anjo, de buda, de ser venerado, adorado, como um deus ou como um ser especial, acima dos outros. Mas acima de tudo servindo ao proposito mais malígno, desviar da verdade, de Cristo, de Deus e da sua salvação.


Eu participei de várias ordens, li e pesquisei profundamente por muitos anos, e recebi várias tradições e iniciações, e tenho esses textos e as verdadeiras práticas, doutrinas e modo de ver e de viver original destas tradições. 


Falo aqui principalmente da gnosis, mas o que recebi não foi só dela, também de outras tradições em sua própria, como do hermetismo tradicional, do cristianismo primitivo, do taoísmo, da yoga, da kabalah, do budismo theravada, mahayana e bodhisatvayana, da rosacruz clássica, entre outros úteis e inúteis, sadios e prejudiciais, trevosos e luminos. É preciso experiência e ou dons para ter dicernimento, para saber distinguir pois as trevas sempre vão se apresentar antes como os mais elevados, como "a verdadeira luz". Em tudo, o que não presta imita, até com mais brilho, que é bom e verdadeiro. E não temos mais tempo para experimentos e desperdício de estudo, caminhada e esforço. Podemos ir direto às fontes originais.


E o que quero é compartilhar isso de forma aberta e organizada. Estudarmos tudo, lermos juntos e conversarmos, por em prática e compartilhar e analizar juntos os resutados. E transmitir o que eu recebi de efetivo e bom. Precisamos nos concentrar no que dá certo, no que realmente nos leva à verdade, ao despertar, à restauração, à reintegração, ao trancendente, ao eterno...


Para que sejamos independentes dessa sabedoria de segunda mão, livres das idéias desses falsos mestres e seus enganos. E que tenhamos nossa própria luz, bem clara diante de nós, que tenhamos nossas próprias experiências sem depender das de outros, que entremos nós mesmos nos planos superiores e que tenhamos os ensinamentos dos verdadeiros mestres e guias nelas, não apenas nos livros autênticos, mas também em nossa propria vivência.




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TRADIÇÕES, LIVROS, CIÊNCIAS ANTIGAS E SUAS FONTES ORIGINAIS - parte 1



Parte 1


Quando estudamos ou buscamos algo nas religiões, ordens, escolas e tradições precisamos perguntar sinceramente a nós mesmos algumas coisas. Das mais importantes temos:


Quais tradições, ordens, ciências, escolas, livros, religiões, etc., nos interessam?


Por que estas que nos interessam nos atraem, por que as procuramos?


E para que e em que nos servem, qual nosso objetivo, o que elas trazem para nós?


E precisamos responder sinceramente se:


Se é só por gosto, prazer, diversão, curiosidade; se for assim qualquer uma que nosntraga essas coisas serve...


Ou se ja temos uma opinião formada, ou uma idéia preconcebida, ou idéias próprias, ou um conjunto de crenças e convicções pessoais que queremos confirmar ou compartilhar...


Ou se estamos realmente buscando a verdade, o conhecimento direto, por si mesmo, e meios eficazes de alcançar esse conhecimento por si mesmo ou conhecimento direto.


Só neste último caso estaremos afinados com o propósito das escolas verdadeiras. Se a nossa resposta se parecer mais com a primeira e a segunda fatalmente cairemos na teia de enganados e enganadores, pois são muitas as que existem para isso e subsistem exatamente por massagiar o ego ou fazer o jogo de "morde e assopra" com seus seguidores, para que eles estejam ou sempre satisfeitos ou sempre se sentindo em dívida com tais instituições.


Mas se estivermos procurando a verdade, o inabalável, o eterno, o transcendente e os meios efetivos para experienciar, vivenciar, conhecer diretamente isso, não podemos nos satisfazer com outra coisa a não ser com isto mesmo, a verdade e os meios eficazes. Tudo que não levar a isso não passa de práticas vazias e informações inúteis! Não devariamos jamais nos contentar com tais.


Quando procuramos a verdade e os meios hábeis, podemos dizer que estamos por um lado procurando esclarecimento, conhecimento, práticas, modos de ver e de vivenciar, que podemos falar que são a parte mundana ou natural do processo, e por outro lado estamos procurando o despertar, a iluminação, a gnosis, e a salvação, a libertação dos limites mundanos, da matéria e dos sentidos, das amarras das limitações da consciência, do mundo da limitação, da ilusão, da degradação e da morte, que é a parte metafísica ou trancendental do processo.


Quando buscamos o trancendente, o metafísico (além dos sentidos, da matéria-energia), o invisível, o eterno, o imperecível, puro, a origem e finalidade de tudo, o real, estamos buscando com isso também a natureza eterna, original, perfeita, o pleroma (plenitude), o retorno ao estado original, o nosso verdadeiro lar, e o Onisciente, o Supremo Ser, Deus, o Arquiteto, O designer...


Então só as escolas e tradições que nos trazem esses fins últimos podem nos interessar. Na prática quaisquer outras seriam perda de tempo, desvio (as que falam por exemplo de evolução, reencarnações, dogmas, crenças, profetas, avatares, extra-terrestres, etc.). Só deve nos interessar realmente as que nos levam a esses objetivos eternos, finais, reias, verdadeiros, inabaláveis. O resto é informação inútil, conhecimento hipotético, sem provas, "ouvir dizer", enganos, dogmas, crenças, palavras vazias...



domingo, 16 de agosto de 2020

AS CIÊNCIAS ANTIGAS NA PRÁTICA - parte 2

A primeira coisa que veremos na prática será sobre o despertar e seu método, que geralmente é referido como meditação, ou mais corretamente vigilância ou atenção plena ou mindfulness, mas que também passa pelos processos chamados meditação formal. 


Existem dois termos diferentes pelos quais podemos interpretar essa palavra "meditação". Um mais oriental e outro mais ocidental. Apesar de que no oriente nem existe essa palavra. O que o ocidental tem traduzido como meditação nos textos orientais são as palavras sânscritas (ou também em pali, e repetido o mesmo padrão para as demais línguas, como chinesa, japonesa, tibetana, coreana, etc.), de tradições especialmente hindus e budistas. Toda vez que esses tradutores vêem palavras como dhyana ou jhana, darana, bhavana, etc., eles tendem a usar a palavra meditação, mas isso é um erro, senão estratégia de marketing! Dhyana sânscrito e jhana em pali significa concentração, penetração (em estado profundo de concentração); darana significa reter, manter, segurar (a concentração); e bhavana significa literalmente desenvolvimento ou cultivar, no caso, desenvolvimento da mente. 


Estas e muitas outras palavras são "vendidas" para nós, desavisados ocidentais, como meditação, e os pobres professores que vem do oriente infelizmente têm que adotar o mesmo termo, pois já nos acostumamos a interpretar assim, ou eles estão tem que explicar isso que estou explicando agora. Uma vez estava num retiro dirigido por um monge asiático muito experiente, e ele teve que nos dar essa explicação. Apesar de seu semblante sempre tranquilo deu pra ver em seus suspiros e micro expressões o quanto se sentia cansado de ter que explicar isso. Como tenho um hábito peculiar, de me divertir com a leitura de dicionários e vocabulários de outras línguas e diferentes religiões, escolas, filosofias, etc., compartilhei naquele momento do mesmo sentimento dele. Mas sua explicação, longe de ser cansativa, foi direta e esclarecedora. No entanto, até pelo nosso condicionamento, pudemos observar que mesmo assim continuamos usando a mesma palavra de forma inadequada e não a correta. Inclusive o monge.


Pronto, agora já está explicado que quando estamos falando de meditação no sentido oriental estamos falando de concentração, que é um método para o despertar (também traduzido erroneamente como iluminação), podemos partir para o sentido ocidental. Depois aprofundamos mais nesta prática oriental, pois não é só e simplesmente concentração. Concentração é apenas a palavra que resume o procedimento e seu resultado.


No sentido ocidental, especialmente no sentido europeu e judaico-cristão, meditação significar reflexão, significa penetração também, mas num sentido mais abstrato, penetração no significado, que leva à compreensão profunda. 


Quando se vê um judeu ou um kabalista meditando em pé ou sentado, ele está balançando um pouquinho e as vezes repete ou canta uma frase. Ele não está usando aquilo como mantra, como um oriental, para concentração, ele está refletindo, concetrado sim, mas ativamente, refletindo, para penetrar nos mais profundos significados daquelas frases. O que alguns rabinos estão adotando hoje como prática da kabalah, usando mantras não é de jeito nenhum a prática antiga da kabalah (hoje muitos judeus meditam usando as mesmas maneiras do oriente também e as frases como mantras, mas isso é relativamente recente, não tradicional). 


Essa prática, tanto no judaísmo ortodoxo como na kabalah era considerada inadequada e até subversiva, vista como uma "contaminação" cultural (visto que no passado já haviam pensado o mesmo dos essênios e nazarenos, como "contaminados" pelas influência orientais, gregas, helenísticas, etc., principalmente budista, pois muitos já viviam naquela região desde a época expansionista do budismo pelo rei Asoka, e depois disso meditavam ao estilo oriental ou semelhante também os gnósticos e cristãos, dos quais os judeus também não admitiam receber influências). 


A prática judaica original (e as kabalistas também), chamada de meditação pelo ocidente, era a entonação de rezas, orações, cânticos e preces musicais chamadas nigun (“melodia” em hebraico), bem parecido ou a mesma coisa que a oração em línguas estranhas e os cantos espirituais cristãos (a diferença é que no modo cristão as sílabas ou "palavras" são inspiradas no momento, enquanto que nas formas judaicas tanto isso pode acontecer, mais raramente, como as sílabas podem ser já decoradas). É um conjunto de sílabas "desprovidas de sentido", dizem os judeus, mas para os cristãos há um sentido só compreendido por Deus ou por outro que tenha o dom da interpretação. De qualquer formas em ambas as tradições são reconhecidas como instrumeto de expressão espiritual e de conexão direta com Deus. Diz-se também que diferente do cristão o judeu não pede em suas orações, mas só agradece. Seja isso mito ou fato o ensinamento contido nisso é que a ponte para a conexão com o iniciante é ser grato. Já na tradição cristã e gnóstica, sejam as rezas ou rituais decorados, ou seja o canto, fala ou língua estranha o propósito e o papel é o mesmo. O que a kabala também explica: a ponte entre o mundo superior e inferior e a porta do coração de Deus é o louvor, que inclui, é claro, a ação de graças.


Enfim, no sentido ocidental, o sentido de "meditação" vai desde o da reflexão comum, mental ou intelectual, até o processo imersão na onipresença do Onisciente.


Se diz que no oriente os mantras começaram assim também. Mas outros discordam disso. O fato é que há em comum em todos os casos: há uma atenção focada e dirigida, presente, para algo, concentrada em algo. Mas no caso oriental ela é passiva e visa ser mais e mais passiva e no ocidental ela é ativa (depois veremos sobre isso nos quatro tipos de meditação). E novamente em ambos os casos, o resultado da concentração é o isight, ou seja, a compreensão profunda, a visão profunda. No método oriental às vezes a prática é cercada por orações ou cultos (antes e depois, mas as vezes também durante). E na prática ocidental muitas vezes a prática é permeada pela oração ou louvor (especialmente no durante, buscando a comunhão com Deus cada vez maior e mais profunda). Em ambos os casos, quando há o sucesso da operação em seus resultados, se dá o que se chama gnosis, conhecimento direto, íntimo, profundo, superior... Ou para alguns epifania, ou êxtase, ou comunhão divina...


Seja como for, falando cientificamente, o que há de comum entre todas as tradições, orientais e ocidentais é a concentração, mas nestes casos ainda aliadas a separação do mundano e comunhão com o divino, ou pelo menos com estados mais elavados de consciência. O resultado que pode ser medido é o que podemos evidenciar pelas descrições das experiências e comprovar pela alteração das ondas cerebrais, que em todas essas práticas se alteram e se conduzem exatamente da mesma maneira. Ou seja, a alteração verificável até através de aparelhos é uma mudança de nível de vibração. A longo prazo a compreensão, a experiência direta e muitos outros fatores também são alcançados.


Isto é o que diz a ciencia. Mas precisamos, para sermos honestos, perguntar se consciencialmente ou espiritualmente o resultado também é o mesmo, que pode ser equivalente também como os mentais e corporais. A resposta pode nesse caso nao ser tão simples. Todos sem dúvida levam a um estado de concentração e ampliação da consciência, às a penetração em realidades até indescritíveis. Mas levam ao despertar, a acordar?


A resposta mais honesta seria que podem levar. Lembremos que são meios, não os fins em si mesmo, o objetivo da concentração é o despertar, no sentido de ver a realidade como é; o objetivo da oração, devoção, contemplação, reflexão é compreender a realidade como realmente é, é a comunhão com o Onisciente, é a comunicação e comunhão com Deus. Ambos os processos têm como resultado despertar e de libertação, pelo menos temporários. Não se automatiza isso. Há que ser tornado uma vivência constante. Isto é o que diz a tradição.


Mas o praticante ao sair da prática pode sair do estado, e isso não é por poucas vezes, aos poucos volta a um estado de desatenção e mundaneidade, e até a estar novamente no estado que começou. É o que acontece quase sempre. Para que isso não aconteça, ou a princípio aconteça cada vez menos e em menor grau, existe algo muito importante a ser feito, que é também o qe alimenta a concentração, é o estar desperto constantemente, instante a instante, a vigilância, a atenção plena, momento a momento. Veremos em seguida...




frateriliv@gmail.com








segunda-feira, 10 de agosto de 2020

AS CIÊNCIAS ANTIGAS NA PRÁTICA - parte 1

Nossa visão de verdade inicialmente se baseia em três esferas: os livros base antigos (e não o que se fala sobre eles); a tradição (cada uma das heranças espiritual e terrenas, e das experiências de todos os nossos antecessores); e a experiência própria, direta (ver, testemunhar, comprovar por si mesmo, provar). 


Antes tudo tem que ser encarado como estudo, não como verdade, quem está seguro de muitas coisas, quem fala muitas verdades, quem tem muitas certezas e muitas convicções está apenas iludido, ou é apenas um tolo repetidor do que leu ou do que ouviu dizer. 


Os textos e as ciências antigas não são artigos de fé, não são para serem cridos, é a experiência e visão desses autores, tratem de ter as suas. Esses por mais que sejam gigantes da sabedoria ou da experiência, não podem tranferir para você nem um centésimo da experiência particular ou da sabedoria que possam ter.


O material de estudo é conhecimento acumulado, informações, no máximo uma bússola para guiar nosso entendimento e interpretações das nossas próprias práticas e experiências. Não acreditamos em mestres, nem guias, nem gurus, nem anjos nem espíritos... Nada que nos digam nos serve se não podermos comprovar (por isso nem mesmo Deus vive nos falando, por exemplo, como é o céu, nenhum de nós consegue ir até lá pra ver, seria só mais uma informação para crer e não é isso que Deus quer para nós, nem Cristo, nem os anjos, nem os verdadeiros iluminados). 


Portanto todo aquele que dá descrições de mundos onde você não pode ir, nem ele pode lhe levar, deve ser visto antes de mais nada como um charlatão ou mentiroso ou mitômano. Esquizofrenia existe e a maioria dos chamados mestres são charlatães, o resto dos auto-intitulados mestres são esquizofrênicos, enganados. 


Em nossa ordem é proibido o uso dessa palavra, se alguém se auto-intitular "mestre" será imediatamente expulso e denunciado. "A ninguém chameis de mestre" já dizia o verdadeiro mestre. 


Vamos entrar, depois desses poucos conheciemntos introdutórios gerais, na parte prática, que é o que nos interessa. O objetivo das ciências antigas para nós é antes de tudo capacitar cada um a ser um cientista do transcendente, para que possa através de sua própria experiência conhecer a verdade e os chamados "segredos" da existência, pois esses não podem ser transmitidos ou descritos, apenas vividos e experiementados por cada um de nós...

sábado, 1 de agosto de 2020

Como a Ordem se Manifesta no Mundo


A ORDEM NO MUNDO


A ordem se manifesta ao longo da história de várias maneiras, essas maneiras podem variar de uma época para outra ou lugar ou podem variar em um mesmo lugar e época se manifestando de formas diferentes de acordo com a necessidade e capacidade do ser humano. O que jamais variam são seus fundamentos, seus princípios, sua lei. Ordem é uma lei invariável, mas ajustável como uma função matemática. Se houvesse uma rigidês de padrões ela não poderia penetrar
no caos (pelas próprias naturezas muito diferentes das duas partes, naturezas inconciliáveis), mas como há variáveis possíveis numa função, e existem valores fixos invariáveis, assim também é na ordem. Estes últimos são os que compõem um todo definido em essência, função e propósito e em algum momento na equação se calculam, se resolvem e se revelam,  para que o resultado requerido seja alcançado, são como os números na equação, ou seja, que são todos os valores fixos, têm que
estar presentes, como em uma equação matemática, para realizar toda a operação necessária.

Então existem três esferas de realidade nesse trabalho, uma constante, que contempla os valores invariáveis; uma relativa ou convencional composta de várias variáveis possíveis, mas não infinitas obviamente; e um limite, que caracteriza a função e suas igualdades dadas as operações necessárias. Neste caso este último é uma relação fora do campo de influência variável, são imutáveis, sua variabilidade se dá dentro dos limites das operações.

Como numa função existem as constantes, as variáveis e as operações. Assim também é a existência, o universo e tudo que existe possui leis, fundamentos e principios que os regem invioláveis. As variáveis, passivas, os fenômenos, sugeitos às invariáveis leis neutras, se relacionando através das operações, ativas. Basicamente esta é a lei das três forças que regem o universo e a existência. Isto é inegável e irrefutável, matematicamente certo e independente de qualquer coisa, como um triângulo será sempre UM só elemento de TRÊS lados, independente de qualquer coisa ou fenômeno.

As variáveis relativas têm efeito apenas dentro de certos limites e operações, se elas por um lado tendem à máxima efetividade, por outro tendem à nulidade, se uma varíavel atingisse essa nulidade ela seria neutra. Para entender isso menos abstratamente temos: uma (1) realidade operacional ou relativa ou convencional; uma (2) realidade em si, que não é relativa, constante, por trás dos fenômenos, sendo seus valores fixos e invariáveis; e um conjunto de (3) realidades que não influenciam, que não podem influenciar na realidade convencional nem na real, como se fossem variáveis operacionais neutras, mas sem as quais as operações, o existir seria impossível, são as realidades estruturais.

O mesmo vale e se aplica para tudo, não apenas fenômenos, mas também a valores culturais, morais, éticos, emocionais, etc., existem entre eles valores: (1) fixos e invioláveis, certos e errados, independentes de qualquer coisa, fenômeno ou resultado, corretos, benéficos ou maéficos sempre e invariavelmente, independente de qualquer situação; (2) convencionais ou chamados de relativos, que
dependem da situação, da causa, da motivação, das consequências, podendo ser certo ou errado, benéfico ou maléfico a depender da situação, enfim, das relações; e (3) neutros, que não têm influência nas consequências (morais, legais, factuais, histórica, éticas, emocionais, etc.), nem nas situações, nem nas relações, não constituem valores em si, nem em relação, mas são pré-requisitos para existência dos mesmo (por exemplo, consciência, percepção e razão são estruturas sem as quais não é possível a existência das valorações).

O que isso implica para nós


Isto aparentemente complexifica-se mais ainda quando tratamos de liberdade e consequências, sabemos que vivemos dentro de vários limites, mas também que temos muitas escolhas, ou pelo menos nos parece ser assim. Este modelo de universo que temos, por outro lado, é uma representação detalhada disso. Se tudo fosse relativo, não existiria de fato. Nem teríamos qualquer parâmetro sobre nada, nem direito a qualquer noção sobre coisa alguma, qualquer coisa poderia ser relativizado, inclusive esta noção. Mas dentro desse universo rapidamente podemos notar limites fixos, padrões, enfim, leis e constantes gerais e invariáveis, parâmetros sobre os quais podemos erger definições,
descobrir medidas, realidades e inclusive as próprias leis e prever certos resultados. E assim o que parece ao primeiro momento um conhecimento e aceitação de mais limites fixos
revela mais liberdade, possibilidade, potenciais (que comumente são mal utilizados ou ainda nunca utilizados por nós).

Devido a isso em um nível micro, e em nosso nisso nivel, não existem margens implacavelmente delimitadas, mas regiões fronteiriças onde uma natureza pode se comunicar com outra. Acontece porém, que essas margens estão muito distantes em relação a onde estamos, como somos, como vivemos, o que procuramos, o que queremos, como percebemos, como vemos, enfim, de como usamos nossas mentes. Nossas mentes, a estrutura neutra, por serem dessa natureza (onde há caos e ordem) possuem duas características, uma que funciona bem e invariavelmente ordenada, constante, e outra que é totalmente desordenada, imprecisa, em confusão, em ignorância, não-percepção, inconsciente, caótica. Esta aqui é uma natureza caótica (que vem da palavra grega que significa confusão, desarmonia), sem acesso à natureza ordenada pura, sozinha, em si mesma, a não ser por dois expedientes, um temporário e outro definitivo, a saber, neutralizar a natureza desordenada da mente por tempo suficiente para a natureza ordenada tomar todos os processos (sensoriais, intelectivos, perceptivos, cognitivos, etc.) e ou purificar a mente de todos os processos corropidos pela natureza caótica (isto também pode ser conseguido temporariamente, embora seja mais difícil) reestabelecendo  completamente a natureza original.

Este segundo processo acontece de forma gradual, o primeiro pode ser tanto gradual quanto instantâneo, mas seu resultado é bem
mais limitado e passível de erro, enganos, interpretações erradas, etc..

No passado todas as escolas podiam ser classificas em três tipos quanto a isso. Ou elas cultivavam a mente, suas virtudes, capacidades, poderes ou elas a neutralizavam, anulavam, reprimiam, silenciavam, ou então elas tentavam fazer as duas coisas, cultivando e exercitando as capacidades e virtudes e abandonando e anulando os processos caóticos e vícios. Mas houve um momento que abalou todas as tradições apresentando uma quarta possibilidade bem mais eficiente que as anteriores...








Qual o melhor caminho?


Existem algumas maneiras de realizar o que foi anteriormente exposto acima. Ordem é a natureza original e todos os processos que à
ordem aqui realiza são meios de estabelecer uma comunicação com a Ordem e de reestabelecer a natureza original perdida e esquecida em todos que habitam qualquer nível dessa natureza caótica. Portanto, qualquer "comunicação" fora dos semlhantes processos ditos acima
(com seres superiores, espíritos, mestres, extra-terrestres hiper desenvolvidos, anjos, etc.) está cientificamente fora de
cogitação (se tratando quase que invariavelmente farsa ou
engano), principalmente no cotidiano comum de nossas
vidas . Se houver, se é que existe, alguma comunicação com
seres de "outras dimensões", seriam seres de mesmo nível de
natureza que a nossa. Tais "dimensões" não se tocam, e a
natureza ordenada só se comunica com o ordenado, a
natureza pura, original. O objetivo não é comunicação com
"seres de outras dimensões" ou de outra natureza, mas
precisamente de nossa natureza original. Nossa natureza
original comunicar com a própria natureza de origem,
reestabelecer seu estado original e então sua habitação
original, este é o fito. Para haver ou reestabelecer certa
comunicação ainda que num nível primário existem poucos
meios, que são o que a ordem ensina, e é sempre preciso
tranformação pessoal, purificação (a não ser num primeiro
momento por certo meio).
Em suas manifestações atuais nesse mundo a ordem propicia
uma preparação para todo aquele que dela se aproximar
com a intenção de ver de fato e ou a intensão do
conhecimento da Verdade. Este é um desenvolvimento
objetivo que envolve estudos, práticas e comportamentos,
tanto num receituário geral, como num particular de acordo
com a necessidade de cada estudante; tanto interna como
externamente, principalmente uma educação na maneira
de ver, de perceber e critérios de observação.
Particularmente em nossa atuação denominada F.I.T.O. o
método hermético tradicional de transmissão é mantido: a
trasmissão é de professor a estudante, direta e particular.
Durante essa transmissão a mente do estudante recebe a
influência das informações do professor em seu intelecto,
como em qualquer curso normal, e as influências da ordem no processo do entendimento e visão correta, daí a
importância do contanto direto, das correspondências e das
leituras, durante os quais a mente em sua forma
desorganizada de pensar e de sintonizar níveis de
entendimento é levada a sintonizar de forma cada vez mais
harmônica e corretamente em níveis organizados e difrentes
platôs de entendimento e de significação, tanto das
informações quando da visão das realidades.
Desde aí então alguns poderão querer conhecer a Verdade
completamente, alguns descobrirão que foram destinados a
esse fito, todos estes verão que é assim também para que
possam ensinar e libertar outros, especialmente àqueles de
difícil acesso, então o modo de ensinar não é sempre o
melhor, mas aquele que seja necessário para alcançar a
essência de cada um que esteja fora do alcance e conduzi￾lo até a porta.
Então por que hermético? Porque é para quem precisa que
seja assim. Existem outras manifestações que não são, em
cujo progresso se dá de outra forma, depende da
necessidade das pessoas. E existiram algumas muito
esotéricas, esotérico só signfica hermético, secreto, particular:
que há um cículo interno ao qual só têm acesso os
graduados do círculo mais exterior. Não há qualquer coisa de
misterioso nisso, é o comum, ou alguém pode fazer
doutorado em engenharia sem nunca ter estudado
engenharia? Obviamente que não, não está preparado, não
conseguiria tratar nem dos cáculos mais básicos e se alguma
pessoa despreparada conseguisse um diploma de doutorado
dessa forma seria um perigo para quem vai construir alguma
coisa projetada por essa pessoa.
Quando se lida com perigos aumentam as responsabilidades,
"com poderes vêm responsabilidades", quando se trata de
algo muito difícil de se mostrar, que só se mostra individual e
particularmente, qualquer forma de demonstrar a outro
certamente não passa de truque, enganação, hipnose,
fraude, etc.. Então para que falar o que não pode ser
demonstrado, que só pode ser individualmente vivenciado?
Falar, como e o que, vai interferir nos resultados, ou induzindo
a crê-lo ou a descrê-los, ou a interpretações erradas de
experiências. Ordem é secreta para essa natureza, se ela se
mostrasse e todos tivessem acesso, muitos se conformariam
em ter acesso a duas naturezas e continuariam cultivando a
natureza corrompida se perdendo completamente afinal.
Tudo que a ordem mostra aqui é no máximo uma harmonia
temporária, tudo aqui é temporário. Nós também podemos
criar momentos mentais assim, mas sempre fugazes.
Pensando desse modo podemos todos refletir na nossa
finitude atual e buscar a realidade verdadeira e infinita da
nossa consciência original.