domingo, 28 de outubro de 2012

A eficácia de nossas iniciações


Nossas iniciações não dependem de cerimônias, ritos e rituais, nem sequer precisam ser presenciais, podem ser obtidas até por alguma forma de correspondência. Embora possamos realizar tais cerimoniais não é devido a eficácia de rituais que uma iniciação efetiva se dá. Nem nessa nem em nenhuma outra ordem ou escola. Fazer ritos é apenas disfarçar entre múltiplos elementos aquele que é efetivo, ou aqueles, para manter em segredo. Podem ser exercícios, ou um tipo de concentração, ou uma droga ou um truque fisiológico ou psicológico, o que é mais comum, para impressionar, principalmente através do emocional. Por isso são completamente ineficazes para alguns tipos de pessoas ou podem ter más consequências em outras. Enfim é um disfarce ou mesmo uma espécie de engodo. Por esses motivos entre outros não agimos assim. Nossa escola e completamente diferente e original.
Aqui o método iniciático é cientifico: é ensinada a chave, treina-se um pouco e, o mais importante, não se descreve o resultado, mas o professor ou fráter superior ouve o neófito contar sua experiência ou lê o que anotou em seu diário mágico. Ali ele verifica, através de claros e inequívocos sinais, se o neófito já alcançou ou não o resultado adequado, mas ainda sem revelar para este qual daqueles elementos indicou a efetivação do resultado. Então ensina o próximo passo para a próxima experiência ou algo superior, a não ser que ele não descreva o esperado. Nesse caso não se diz que ele “reprovou”, mas que continue, se diagnostica o que pode ter causado o insucesso  corrigindo-o e dizendo o que deve abandonar e o que deve fazer. Isso até que ele mostre ser digno de confiança estando num grau mais avançado onde já possa ensinar (geralmente depois do terceiro, no mínimo, pois alguns ficam empolgados com a experiência e/ou tem já o impulso natural de ensinar).
Nesse método de avaliação não resta dúvida em nenhuma das partes pois se reforça logo em seguida os resultados esperados e suas causas sem que o candidato precise saber os sinais e se perca pela vaidade ou pela variedade de experiências que se pode ter, ou por ficar sabendo por outro candidato mais avançado qual o resultado esperado (cola). Além disso, as práticas têm nuances especiais  para cada aluno, por isso o dialogo sincero com o instrutor é muito importante. Cada aluno se possível não conhece outro aluno, só o professor e a ordem, detalhes do método e do resultado podem mudar constantemente, nossa escola está sempre em movimento, como em outras ciências.
As instruções e entrevistas podem ser passadas por qualquer meio seguro de comunicação e o diário também. e existem outras formas do orientador descobrir se o candidato atingiu ou não o esperado. Geralmente os sinais são ricos ou há vários. Quando depois isso é revelado, o neófito fica tremendamente emocionado e agradecido por dessa forma ter-se livrado dos obstáculos aos quais de outra forma teria sucumbido.
Um exemplo desse sucumbir pode ser testemunhado na vivência da maioria dos ocultista que se impressionam com as visões e viagens quando começam a meditar acreditando ser isso o resultado esperado da meditação e que estão tendo visões, revelações da “realidade”. Ou seja, justamente o efeito colateral que contém a ilusão, a distração, e que pode levar ao desvio da verdadeira meta, é tomado como algo superior. Então ele se acha um mestre, ou que descobrira algo novo que ninguém havia falado, e que seus orientadores não atingiram algo “tão elevado”, ou no mínimo ele acha que está indo muito bem quando na verdade são vítimas da “criatividade” dos sonhos que ego cria para manter o controle da personalidade.
As armadilhas a que as pessoas estão sujeitas pelos métodos antigos e pelas metodologias ocidentais do velho aeon são inúmeras e tão perigosas que é preciso muito esforço as vezes para esconder ou apagar de sua história os casos de loucura e esquizofrenia. Mas isso ainda não é o pior. O pior é progredir em graus sem uma verdadeira evolução espiritual e de conhecimento, algo muito comum hoje no ocidente. O pior é estarem muitas vezes fazendo o caminho oposto, o caminho mundano, de desenvolvimento do ego, da prisão, enfim sofisticando a cadeia das ilusões que aprisionam a vontade e obstruem o verdadeiro despertar, a consciência.
Há muitas experiências boas e úteis no caminho iniciático, mas também muitos obstáculos, e experiências que são erros que precisam ser corrigidos: é mais normal errar do que acertar de primeira, como em tudo na vida. Nossos ritos e cerimônias de passagem serão o que sempre são, comemorações, avaliações, experiências mágicas, enfim, ritos e cerimônias. Não existem rituais mágicos que façam tudo acontecer divinamente bem, na verdade, não existem rituais mágicos que façam coisa alguma, nós é que fazemos. Sim, existem muitas experiências possíveis mas entre elas só algumas nos levarão ao topo da escalada. No subir da montanha há muitas experiências boas, mas também muito trabalho e esforço. No meio da bela paisagem, as fontes de água limpa, o ar puro e tudo mais que vamos desfrutar nessa subida não pode nos desviar por outros caminhos ou esquecer-se de caminhar para cima, do esforço de subir. Assim são, entre as muitas experiências, boas ou ruins, que nos levarão a conhecer mais e mais, que existem aquelas específicas e características que nos levarão a progredir espiritualmente.
O sabor dos passos para cima é muito característico para quem está subindo uma montanha. Mas o mesmo não ocorre com a montanha da iluminação, às vezes pensa-se que está subindo e está descendo ou vice-versa, por isso é importante ter a ajuda de um guia confiável, alguém mais experiente que já subiu pelo menos até alguns pontos mais elevados da montanha e que pode ver com clareza o caminho.

domingo, 7 de outubro de 2012

COMO TUDO É "MENTE":

“Todo fenômeno é precedido pela mente, conduzido pela mente, feito pela mente. Àquele que fala ou age com uma mente impura, o sofrimento acompanha como a roda do carro segue a pegada do boi que o puxa.
“Todo fenômeno é precedido pela mente, conduzido pela mente, feito pela mente. Àquele que fala ou age com uma mente pura, a felicidade segue como a sua sombra, inseparável.” – Dhammapada – tradução livre