ETAPAS UNIVERSAIS E CUMULATIVAS, MAS COM ÊNFASES ESPECÍFICAS
Na primeira
etapa há então a predominância da gnose, portanto de Nous, no sentido
conhecimento direto e do despertar da consciência; os processos de ver por si mesmo
e de conhecer são enfatizados. Na segunda a predominância de thelema no sentido
da descoberta da verdadeira vontade e direção da vontade ordinária para o reto
caminho e para a purificação essencial ao processo da iluminação verdadeira; o
conhecimento da vontade verdadeira, o vontadear e sua realização são enfatizados.
E na terceira a predominância de ágape, metta no budismo, em seu aspecto
tântrico que não só une os dois processos anteriores como trás as chaves da
realização do caminho óctuplo e para a aceleração da caminhada e a visão
correta da realidade, não apenas a da realidade última no fim do processo, mas
da realidade relativa da vida e de todo o processo, como também o caminho para
depois da morte; o reconhecimento e a realização da união amorosa é enfatizada.
Só assim pode haver a verdadeira fé que é uma confiança prática, fundamentada e
amorosa. Neste último estão unidos os três processos (os dois anteriores não
são descartados, mas aperfeiçoados, o processo é cumulativo), na unidade da transformação;
é predominantemente “mágico” no sentido que transforma tudo no caminho em
caminho, é o estagio do tantra, da alquimia e da transmutação, a união das
polaridades na unidade, em tudo, o casamento dos aparentes opostos, as núpcias
alquímicas, a complementação ou conexão dos paradoxos, a mandala da
transformação de tudo o que é experienciado em caminho e em purificação e enfim
em Nirvana.
Uma mudança hoje
é necessária em muitas ordens e em certos cursos iniciáticos da nossa ordem
para excluir dos graus que podem ter como efeito colateral o desenvolvimento de
faculdades e poderes todos aqueles impuros inveterados (aqueles que não querem
se transformar), interesseiros, trapaceiros e os fracos: para livrá-los das
armadilhas de seus próprios egos, que inebriadas por suas visões equivocadas e
contaminadas fatalmente são conduzidos ao erro. Também para evitar que os corretos
se desviem ou fiquem fascinados por processos equivocados e luzes atraentes e
falsas que não conduzem pelo caminho.
Exemplos de
mal uso de poderes desenvolvidos são encontrados ao longo da história. Os mais
famosos entre aqueles que usaram a inteligência ou poder desenvolvido de forma
errônea em algum momento de suas vidas são Hitler e Napoleão, mas há outros. Hitler
era membro de uma ordem fundamentalista cristã e tinha como altos conselheiros membros
de uma ordem tibetana de magia negra. Tal ordem tibetana tinha um histórico de
que vinha desde centenas de anos usando seus poderes contras os monges e lamas
tibetanos. Napoleão era maçom e diz-se que se separou desta com medo de que,
por seus métodos poderosos e por sua ideologia liberal, influenciassem a
sociedade contra seus planos e sua forma de domínio. Este chegou até mesmo a
combater contra a maçonaria. O poder entorpece alguns quando usado, ou rouba
energia que seria para o centro da consciência, estamos aqui no corpo, o
cérebro influi e limita o comportamento e a inteligência, isto é inegável.
Existem outros exemplos, como Milarepa que antes de se tornar um grande mestre,
no início de sua carreira esotérica, teve um mestre de uma dessas ordens de
magia negra tibetana no intuito de vingar o assassinato de sua família (isto
está escrito em sua própria biografia). Fala-se também de Rasputin, do sábio Enoque,
alguns faraós e mesmo que Moises teria usado alguns poderes contra seus
inimigos e para impressionar e convencer seu povo. Se estes casos mais famosos não
deixam dúvida ou se estes outros não passam de boatos não nos cabe garantir,
mas sabemos que em todas as ordens mais antigas ou recentes há algum caso de
alguém que tenha usado mal o aprendizado da ordem prejudicando a si mesmo, a
outros ou mesmo a toada a ordem. Alguns com muito poder preferem não usá-lo.
Sendo o
terceiro estágio o mais poderoso é também o mais perigoso e que exige muita
responsabilidade e continuidade de propósito, assim certas práticas desses
graus da ordem maior que seriam reproduzidos em menor escala nas antecâmaras
têm que ser muitas vezes escondidos e deixados para os graus mais superiores
onde o candidato já provou o compromisso com o processo do despertar e com o
bem do próximo e da humanidade. Àqueles que se interessam ou têm curiosidade
sobre tais práticas é simples: perseverem, elas estão no círculo mais esotérico
da ordem, a O.I.T.O., disponíveis a todos que são ou se farão dignos de
praticá-las.
Mais uma vez ressaltamos
que o compromisso com o despertar, como bem do próximo, de si mesmo (os
perversos também geralmente são autodestrutivos) e com o bem e o
desenvolvimento da humanidade são pré-requisitos indispensáveis para as práticas
que resultam em poderes maiores, sejam eles psíquicos ou “físicos”.
SOBRE DIFERENTES NÍVEIS DE TRABALHO E DE
ENTENDIMENTO
Em todas as
fraternidades de iniciação verdadeiras existem três níveis de trabalho, um
nível de ‘perda e ganho’, como já foi explicado, onde se adquirem conhecimentos
e habilidades e se perde o grosso da “sujeira”. É a peneira, o nível mundano do
trabalho. O próximo nível é o do abandono como explicado, desenvolvimento e
esforço supra-humanos, começa-se a se transformar num deva, um deus, um anjo,
um “super-homem”, um além-humano, é o caminho supra mundano. O último é o nível
do tantra, já se procura agir como se iluminado fora (caso ainda não seja), até
a iluminação: transforma-se a si e ao mundo, se está decidido a atingir a
libertação.
Existe nesse
nível uma outra forma de aceitação, significa aceitar tudo incondicionalmente,
aceita ao mundo, ao universo, às pessoas, às leis e a si mesmo, inclusive sua
vontade de mudar e sua própria não aceitação, enfim, a tudo tal qual é ou
aparenta ser; e transforma essa visão que temos de tudo, que é uma visão
impura, em visão de pureza, transformado tudo no próprio Nirvana. Note que
nessa aceitação, se aceita também a si mesmo tal qual é, ou seja, com suas
buscas, seus objetivos, suas lutas para mudar a si mesmo e ao mundo, seu
trabalho, a Grande Obra, as verdades. Esse é o nível hermético (da
transformação prescrita por Hermes) estado “pré-búdico” ou búdico (iluminação,
despertar, estado de buda).
A essa altura
já se deve conhecer a sua vontade e aceitá-la, bem como a sua imposição de
cumpri-la. Esse nível é o da realização da mandala: transformar tudo o que é
impuro em mandala, em ensinamento; transformar tudo o que é impuro em puro: ver
o real poder, a real força (distorcida apenas em nossa visão) que está em todo
e qualquer fenômeno. Ver o puro no impuro. Este é o mais difícil, até de
explicar. Isto é difícil, pois é preciso ver realmente e o processo para isso
pode ser muito complexo e exige muito estudo, experiência e vontade, porém pode
ser fácil de realizar para o praticante habilidoso e bem preparado nesse
estágio.
A investigação científica do oculto
O que se chama
de oculto é tudo aquilo que escapa da nossa experiência comum e de nossos
sentidos ordinários, é também aquilo que escapa de nossa inteligência
subdesenvolvida e de nossos hábitos mecânicos cotidianos, portanto tudo que
está ou poderá estar presente e escapa, por um motivo ou por outro, de nossa
consciência normal.
Nesta ordem estudamos
disciplinas, mas não como era no passado, uma por grau. Estudamos como em uma
universidade multidisciplinar sistêmica. Toda disciplina tem relação com tudo e
com todas as outras, mas o foco em cada uma não só a distingue de outras como
determina as habilidades a serem dominadas pelo estudante.
É preciso esclarecer que no
processo de graduação existem disciplinas da formação que todos devem cursar,
que chamamos de esqueleto básico, e existem muitas especialidades, que chamamos
de caminho individual, mas nenhuma delas pode escapar daquilo que condiz com os
objetivos elevados da ordem.
As disciplinas por isso tem que
passar pelo estudo de nossas aspirações mais elevadas, nas suas várias
abordagens, mas de forma científica: a estudante precisa compreender que se
trata de fenômenos palpáveis, experimentados e mesmo calculados, não de meras
abstrações, hipóteses e teorias ou meras revelações como o assunto é tratado
nas religiões e em algumas escolas esotéricas. Não se trata de estudar o
misticismo nem o mito (numa acepção de simples conhecimento), mas exatamente de
investigar, e mesmo desmistificar e desmitificar o assunto, tratá-lo racional,
estatística e experimentalmente. A via científica se encarrega justamente de
experimentar, testar e explicar cientificamente os fenômenos. A validade das
hipóteses não é tomada pela simples razão, mas através de evidências, de
experimentos, de cálculos e provas.
Só que nós somos muito mais
criteriosos que qualquer outra ciência porque nós não simplesmente aceitamos a
“evidencia dos sentidos” como as outras ciências, nós não acreditamos nos
fenômenos porque simplesmente vemos ou calculamos, nós temos que investigar o
que nos diz que estamos vendo. Por isso mesmo a investigação, o estudo e a
pesquisa da estudante não deixará de passar primeiro de tudo pelo estudo do
principal instrumento de investigação, estudo e pesquisa, a saber, a
consciência. E ainda há que se educá-la, treiná-la, aguçá-la.
O ser humano pensa que possui uma
consciência e até mesmo que esta é o seu “eu”. Mas é curioso chame de seu eu
algo que escapa do seu controle e do seu próprio conhecimento. O mais
importante manual de instruções não nos é dado nas escolas tradicionais: as
instruções sobre nós mesmos, ou melhor, sobre nosso corpo e nossa mente. E nós
estudamos justamente isto. E temos atrás de nós inúmeras escolas, e existem
muitos estudos anteriores sobre isto.
Quais são as especialidades
todas, é um assunto a ser constantemente tratado, revisto e atualizado e
depende muito também da especialidade do professor e dos interesses do
estudante. Mas o currículo básico do qual nenhum pode fugir é precisamente o
que pretendo apresentar.
As disciplinas estudadas poderão
ser quase que descritas por seus nomes. Não querendo rotulá-las, mas temos que
dar uma noção mais precisa possível nomeando-as de acordo com suas
especificidades com termos mais conhecidos externamente.
Os nomes são os grandes e máximos
resumos dessas disciplinas, então vejamos exemplos, são tais como:
conscienciologia, meditação, yoga, projeciologia, espiritualismo, fenomenismo e
fenomenologia, desenvolvimentologia psíquica, psicanalise, ciências
cronológicas, cosmologia, astrofísica, metodologia da ciência, epistemologia,
eterno retorno, ciências ocultas, eudaemonologia, mentalismo, transpessoalismo,
religiões comparadas, cinestesia, tecnologias de comunicação e medições
interdimensionais, transcomunicação interestados e interdimensionais, níveis de
energia e matéria, platôs de consciência, transformações da matéria,
transmutação e transfiguração, alquimia, materialização, fenômenos especiais,
telepatia, telecinesia, ufologia, teurgia, alta magia, medicina oculta,
fitoterapia, etologia humana, angeologia e estudo dos devas e seus mundos,
iluminacionismo, níveis de matéria e energia, energias corporais, vibrações e
ondas, ciências naturais, magia natural, tantrismo, alquimia psíquica e sexual,
princípios herméticos em nível micro e macro, escatologia pessoal, ontologia
das substâncias, natureza e potenciais da mente humana, eletromagnetismo,
prana, fótons e corpos de luz, biorritmo, ciências da respiração, medição de
energias corporais e mentais, etc.. Estas são apenas exemplos gerais entre mais
algumas outras que podem ser estudados em conjuntos específicos ou subdivididos
em mais matérias.
Aqui estão algumas que podem ser
apresentadas em círculos de curtas apresentações para depois serem aprofundadas
em disciplinas extensas. São temas que não podem faltar em nossos estudos:
namarupa e suas subdivisões; abordagens sobre a mente; kibalyon, os princípios
herméticos; abordagens sobre a morte; a universalidade dos mitos; abordagens
sobre a consciência; materialismo e mentalismo como verdades simultâneas;
sensacionalismo; patologia; psicopatologia humana; originação interdependente;
karma; as tradições orientais através dos livros sagrados, através das
tradições e através das escolas; os sete fundamentos do samadi (sata
bojjhanga); samatha-vipasana; a destruição das impurezas; paradoxismo e
simultaneidade; o tantra e a união com as divindades; diferentes acepções de consciência;
experiência do infinito e do nada; experiência de além da nem percepção nem
não-percepção, etc..
Nelas não só abordaremos os temas
do paragrafo anterior, mas os trataremos de forma prática e experimental; estes
e muitos outros temas de extrema importância para nossa vida, posso apenas
nomear alguns exemplos para ilustrar: a Lei e as leis; regressão, renascimento
e karma; reinos da existência; as leis e os triângulos da originação; sobre
todo símbolo (sete significados e “tudo é símbolo”); desdobramento astral e
mental; neoantropologia; políticas para a liberdade universal e natural do
indivíduo; economia futurística; eco economia; economia da natureza e do corpo
humano; agroecologia; arqueologia dos símbolos e livros sagrados; antropologia
da ciência; viagens longas através do psicossoma; biologia eletrônica e
ecologia eletrônica; etc.. Mas não vou muito adiante, pois estes daqui já podem
parecer loucura demais para a maioria e não devemos falar muito sobre aquilo
que não podemos demonstrar. Por isso nossas disciplinas são práticas, assim o
aprendiz conseguirá realizar experimentos que comprovarão sobre tais temas.
Lembremos que num passado não muito distante pareceria loucura falar de
telefone, celular, televisão, aviões, viagem ao espaço, à Lua e a outros
planetas, e todos os avanços da nossa tecnologia. Do mesmo modo se falássemos
para médicos de poucos anos atrás sobre um transplante de cabeça pareceria
impossível e loucura, mas por esse ano já foi anunciado um transplante de
cabeça bem sucedido. Quem quiser pode imaginar seus próprios exemplos dos que
estamos dizendo. Hoje a ciência endossa os benefícios da meditação e comprova
as modificações no cérebro como resultados dela. O que propomos não é muito
diferente disso. Acontece que não usamos sequer a décima parte do potencial de
nosso cérebro. Vamos também aprender isso, mas não só aprender sobre isso,
temos técnicas poderosas que vão alterar as estruturas cerebrais também criando
novas capacidades. Capacidades estas que se forem comparadas ao nosso normal e
comuns pareceriam mais com superpoderes. Além disso, uma inteligência objetiva
e superdesenvolvida pode aos poucos ser alcançada apenas com alguns exercícios
e meditação. Apenas pelo perigo das consequências disto, se mal utilizados, é
que alguns permanecem em segredo. Assim nosso curso é também um compromisso com
a humanidade e com esses segredos.
Porém ao contrário de estudar
estas matérias como disciplinas isolados desde o princípio ou como cadeias
separadas, primeiro vemos tudo num grande todo inter-relacionado, para em
seguida estudá-las em profundidade separadamente, mas não sem
interconectividade, segundo a vontade e ou aptidão de cada um. Então enfim
reunimos tudo novamente com equipes, de agora especialistas, em constante troca
de informações, descobertas e invenções, para os objetivos da ordem, para o bem
de todos e para o progresso da humanidade.
Como exemplo dessa relação
podemos dizer, por exemplo, que estudamos astrofísica, filosofia oriental,
projeciologia e os arquétipos no tarot. Aí estão quatro disciplinas que
aparentemente não tem a ver uma com a outra. Mas não é verdade: o estudante de
projeciologia precisa dominar alguns conceitos de física se quer entender o
processo que envolve a matéria, a energia e a mente, ao aparentemente sair do
próprio corpo e entrar em contato com outra realidade ou mesmo explorar outros
planetas. Ele precisara raciocinar de modo científico e filosófico para isso,
ele precisa elaborar experimentos racionalmente e testá-lo e nas escolas
orientais ele encontrará uma gama de informações sobre experiências, teorias e
explicações de pessoas e escolas que já realizaram isto antes dele. E ele pode
ter alguma ajuda na escolha dos procedimentos baseado em raciocínios ou ideias
novas surgida na leitura e associações de símbolos arquetípicos de um dado jogo
do tarot, relacionados com sua própria psique, aptidões e facilidades. O
estudante de física pode fazer o mesmo com todo o resto, e se domina a
projeção, pode utilizá-la para penetrar um material denso, visitar um local
distante, e ter pelo menos uma ideia de como é aquele material, ou em nível
micro como se arrumam seus átomos ou investigar experiências psicofísicas, etc.
através da numerologia do tarot ou mesmo de seus símbolos ele pode calcular
propriedades de alguma substância ou prever as possibilidades de
desenvolvimento de um experimento, embora não com toda exatidão de cálculos
completos, mas pelo menos de modo estimado. Mesmo num exemplo rápido e não
detalhado como esse podemos imaginar o quando o dialogo entre especialidades
diferentes, neste caso, pode ser bem mais produtivo do que um dialogo entre
pessoas de uma especialidade isolada.
Este método tríplice, de nossa
academia, para educação e especialização, transversal e totalmente
inter-relacionada entre seus participantes, é o melhor para os novos tempos e
gerações atuais. Ele evita a informação fragmentada e a segregação dos
estudantes por especialidades, além de otimizar o processo de aprendizado, de
experiências pessoais e conhecimentos adquiridos de todas as áreas sem perder o
foco nem o aprofundamento no seu campo de preferência.