segunda-feira, 3 de junho de 2019

Respondendo uma pergunta que se resume em: por que os animais sofrem? - parte 1


Deus criou tudo perfeito e eterno, o ser humano comeu da árvore do conhecimento do bem e do mal, isto significa: o ser humano escolheu conhecer bem e mal, e suas consequências obrigatoriamente. Os outros animais não escolheram isso, mas o ser humano contaminou todo o universo, entenda que ele contaminou toda a sua realidade, tudo que conhece e o que possa conhecer tem que ter agora obrigatoriamente bem e mal, inclusive os animais, todo o universo, tudo agora é perecível e sofre a degradação e o fim, como Deus avisou que seria. Até mesmo o universo, sabemos que em bilhões de anos vai acabar, tudo morre.

Mas os animais não escolheram conhecer isso, eles sofrem as consequências por estarem em nosso conhecimento, mas eles não são capazes de distinguir o que é bom ou mal, eles não conseguem julgar se o que fazem é bom ou mal, são completamente inocentes, mesmo quando fazer algum mal a outros ou a si próprios, eles simplesmente sentem o efeito: o sofrimento, o mal. Mas isto no final será compensado, pois esse é um universo caído, decadente, imerso na temporalidade, fatalmente chegará ao fim e todos os seres imersos nele, toda matéria, animais, extraterrestres, espíritos, todos são caídos, enganados, iludidos, só temos, todos, uma visão muito parcial das coisas e um ínfimo de todas as dimensões.

Esse mundo é quase um nada, todo esse universo é quase nada, é um infinitésimo, pequeníssimo, ínfimo do que poderíamos conhecer, da eternidade do espaço infinito (o universo não é infinito nem em espaço nem em tempo, é uma caixinha em que estamos presos). E quando esse universo, ou seja, essa ilusão do conhecimento, chegar ao fim, tudo se encaixará e fará sentido. Agora só vemos em parte, e que pequena parte! Devido a nossas escolhas.


Todos os dias dezenas de vezes nos é dada a oportunidade de comer da árvore da vida ou do conhecimento do bem e do mal e o que escolhemos? É, somos viciados em bem e mal, por isso você vê tanto mal, é sua escolha. É muito difícil dirigir nossa mente para fora desse conhecimento de bem e mal, para a vida verdadeira, estamos presos, é toda experiência que temos desde o útero, somos condicionados. Mas podemos escolher a cada instante qual conhecimento queremos: o contaminado, dualista, que julga, com bem e ma,l ou o puro, sem julgamento, que olha para o todo possível, unitário. Não é impossível, muitos meios já foram dados para vermos e escolhermos de outras maneiras, só que não é mecânico, tem que ser consciente, tem que começar pela consciência porque é ela que tem o conhecimento e agora tudo que tem é um conhecimento errado, mecânico e parcial (vindo dos sentidos e da mente condicionada em suas relações gerando experiência 90% no mínimo totalmente ilusória).                                           


E os animais? O que é que eles tem a ver com isso? No mundo original os animais não são assim, eles têm inteligência e discernimento como nós. Os que estão aqui não estão totalmente como nós. Sua consciência não está dividida e presa como a nossa, porque nós escolhemos isso, eles não. Aqui está somente a mente animal (que também temos) e a consciência animal (que também temos) que é uma pequena parte da consciência original deles (assim como a nossa é uma pequena parte da original). A nossa também não está toda aprisionada aqui como parece, só não temos acesso consciente a ela. Assim também a dos animais. Só que a deles não está dividida de si mesma como a nossa.

Quando eles estão aqui uma pequena fração da consciência (a que se manifesta e da qual vemos imagens corpóreas) está limitada pelo cérebros, é o que passa para nós, é o que vemos e que conhecemos, mas não está separada de sua verdadeira dimensão unitária, está em unidade com as outras consciências e com Deus. Mas a nossa está separada. Nós escolhemos a separação, não temos acesso à nossa consciência original por vários motivos que não cabem aqui. E estamos separados de Deus: nossa consciência tem pouco acesso a consciência de Deus, só temos dela um ínfimo, que é o que nos da vida, autoconsciência e capacidade de amar. Temos que despertar para essa verdadeira consciência em nós.

Não existe de fato divisão entre o conhecedor e o conhecido, essa separação é ilusória, tudo no universo está ligado, relacionado, tudo está em Deus, na consciência de Deus, o Onisciente. Os animais não são como vemos, assim como nós não somos como pensamos que somos, o que vemos é o que conhecemos, é a limitação de nosso conhecimento, é o que nos impomos a conhecer, através da lente de bem e mal. Quando olhamos para um animal não temos acesso a sua consciência (como nem a de outras pessoas também), nunca os vimos por inteiro. Olhamos para um animal e vemos algo inferior, limitado, até irracional ou sem inteligência e algumas pessoas até os vêem como seres sem consciência! Que maior prova você quer de visão parcial do que essa? É uma visão muito descuidada, sem nenhum detalhe nem critério justo.

Quando olhamos um animal estamos na verdade olhando para nós, é mais ou menos como Deus nos vê, só que a visão dele não tem limitação e é real, nós (essa parte de nós, a consciência que temos agora de tudo) estamos realmente animalizados, super limitados. Mas Deus também nos vê por inteiro e já vê também no final do processo. É impossível para nós conhecermos como é a consciência de Deus, que está simultaneamente em todos os lugares e em todos os tempos. Como é impossível a parte animal chamada formiga conhecer a nós, ela sequer pode nos enxergar como enxergamos, pior ainda entender, prever o que faremos, saber o que pensamos. Assim somos nós em nossa visão de Deus, como formigas.

Quando olhamos um animal o que vemos é o nosso conhecimento de nós mesmos, porque um animal é como nós e nós não vemos, vemos apenas uma parte. Um animal tem corpo transitório e corpo verdadeiro, tem mente, tem consciência, nós só vemos seu corpo transitório e seu comportamento e por este julgamos como pode ser sua mente. É aí que mais nos enganamos.

Nós pensamos que um ser super inteligente agiria diferente, que falaria, escreveria, aprenderia como nós. Isto já lhe mostra quão pouca inteligência temos? Veja, nós não temos a mínima capacidade de entender, saber ou prever como um ser super inteligente agiria, nós não temos esse conhecimento nem essa experiência. Julgamos a partir de nossa perspectiva e nos achamos inteligentes, e acreditamos que um ser inteligente agiria como nós. Não é uma prova de cegueira e falta de inteligência isto? Que critério usamos? O pequeno conhecimento que temos de nós mesmos, usamos como parâmetro, como medida da inteligência dos outros. 

Os animais são representações de nós mesmos no mundo, das partes dos nosso ser, as feras, as bestas, os amorosos, os carinhosos, os inteligentes, os irracionais... Cada um de nós tem todos os animais dentro de si mesmo, são partes de nossa verdeira consciência que está aprisionada nesses processos animalescos, mecânicos, automáticos, quando na realidade a maioria deles deveria ser consciente, especialmente o amor, a consciência e a vontade que são as três faces do ser original. Nossa vontade, amor e consciência são praticamente totalmente condicionados, ligada aos instintos (especialmente o de preservação) e ao sexo (e até essa ligação é inconsciente). Na época de Enoch até a que Noah (Noé) viveu a Terra estada povoada por uma espécie misturada de humanos e anjos caídos, esses anjos fizeram isso, "procriaram com mulheres", eles misturaram sua genética à nossa, uma mistura não apenas inter-espécie, mas também inter-dimensional e nasceram pessoas deformadas e gigantes. Você acha que eles podem ter feito isso com os animais? Sim, poderiam, isto pode ter acontecido. Veja que antes do dilúvio os seres humanos não comiam animais, apenas frutos e grãos, nem sequer erva comiam, que era alimento para os outros animais. E depois do dilúvio passou a comer animais. Será que estes eram os mesmos animais que temos hoje? Assim como temos genes de Adão e de todos os nossos antepassados (que podem conter até mesmo memórias destes) temos um tipo de consciência herdado dele, portanto caída, na dualidade, no mundo de bem e mal. Os animais não herdaram genética de Adão, mas estão na nossa consciência. Se houveram modificações neles como em nós, foi por ação nossa e ou dos nefilins, gerando múltiplas deformações.

Assim como do lobo geramos o cachorro do mato e as várias raças de cães por inter-cruzamentos, alterando seus temperamentos, capacidades e inteligências naturais, podemos ter feito o mesmo no passado com todos os animais, ou não? Certamente fizemos, já tivemos tecnologias bem diferentes ao longo da existência humana e usamos.

Os animais nos dizem do nosso processo de animalização (éramos puros, perfeitos, incorruptíveis, inocentes e a cada geração estamos DEGENERANDO, não "evoluindo" como querem dizer), mecanização, perda de consciência, da consciência voluntária e do controle desta. Tenha consciência da roupa que estou vestido enquanto escrevo isso. Por mais queira não conseguirá. Poucos percebem o quanto isso é ridículo, querer realizar algo com a mente e não conseguir, querer entender algo e não conseguir, querer ter conhecimento ou consciência de algo e não conseguir; uma prisão, à qual nos prendemos mais e mais, uma limitação.

E o mundo todo é apenas linguagem. Tudo no mundo, por outro lado, é um código, uma fala direta a nós, como exemplifiquei com os animais. Todo fenômeno de nossa vida é como uma novela para nos dizer algo. Como não estamos lendo esse livro da natureza conscientemente, estamos sendo transformados e purificados da sujeira que acumulamos de novo e de novo a cada dia pela pior maneira: pelo sofrimento. E por que? De novo porque a cada instante estamos escolhendo olhar pela consciência animalesca dual, a que só tem uma perspectiva, do conhecimento de bem e mal, essa consciência que queremos salvar e que já nasceu condenada porque é instável e passageira (que dorme, escurece apaga, e uma nova aparece no dia seguinte, se não fosse a consciência pura e a memória que ainda temos, apesar de bastante limitadas, seríamos bem mais inconscientes que os animais).

Mas quando decidirmos e começarmos a olhar através da nossa consciência verdadeira, a consciência espiritual, a consciência unitária,  o sopro de Deus, a consciência de Deus em nós, o sopro do Eterno como dizem os upanishads, a rosa do coração como dizem os rosacruzes ou a centelha do espírito, o átomo divino dos pitagóricos ou Mônada ou centelha divina, o Cristo interno do cristãos e gnósticos, o Daat dos cabalistas, o Eu ou atma dos hindus, o não-eu ou anatma dos budistas ou verdadeiro eu, o Tao dos taoistas, o Ruah dos hebreus, o Nous dos herméticos, o sulfur dos alquimistas, etc.... Aí então as coisas começam a mudar, começamos a ver diferente. Mas ainda temos um longo caminho pela frente a partir desse instante.

Os animais podem até ter um instante de sofrimento na eternidade, aqui nessa "fração" incompleta chamada tempo, mas isso só aumentará sua glória na eternidade. Sua colaboração (será que não é voluntária?) em nos tirar da lama, do mundo decadente, é parte fundamental da nossa cura e da cura de nossa espécie (que leva milhares de anos porque escolhemos sempre cair mais um "tempinho"). Eles voltam à eternidade original e sempre. Já nós podemos estar escolhendo voltar à eternidade, à consciência original ou ficar mais um tempinho incontável aqui no sofrimento. Só retornando ao estado original teremos consciência de como as coisas realmente são (inclusive os animais e o que acontece com eles e quem são os quatro animais que estão diante do trono, etc....) e do que realmente aconteceu conosco e porque vimos tudo que vimos acontecer. Nossa mente deve se desprender cada vez mais da matéria e reconectar-se com o espírito, a consciência, pois esta é a que sobrevive, a matéria não sobrevive, se divide, desfaz, então o que acontecerá com a mente se esta permanecer ligada à matéria? Yeshua fez um trabalho perfeito e completo para salvar nossas mentes, nossas almas, porque elas já estavam completamente perdidas, condenadas, toda a humanidade, já naquela época. Só através de sua mente perfeita nossa mente pode regenerar, nossa própria mente não tem essa capacidade, tanto que não vê essas realidades, nem qualquer outra. Ela não guarda nada, não se transforma nunca o suficiente, não consegue permanecer ligada ao espírito, ou seja, completamente consciente o tempo todo. Só a mente crística consegue, só a nossa mente transformada, pura, restaurada ao estado original pode se reconectar à consciência completa. Só retornando à unidade divina teremos conhecimento e consciência imortais e na eternidade livres do sofrimento finalmente.