quinta-feira, 26 de abril de 2018

Esclarecendo os Níveis e Graus da Ordem - parte 1

Esclarecendo exatamente o que são os graus, o que não é segredo, pois cada um deve saber o que está fazendo e para onde está indo, assim também o propósito de cada passo. Em progressão de ensino são os graus de estudo, estes são de conhecimentos e práticas. Nesses ocorrem os graus de consecução, que são graus de realização e experiência. Os primeiros ocorrem em sequência, os segundos não necessariamente.

Por que agora falaremos os graus? Por que eles estariam em segredo? Nunca estiveram, o que fica restrito ao particular são alguns objetivos, procedimentos e conhecimentos porque existem muitas instituições trabalhando com força em sentido contrário e em concorrência direta, e pessoas que não exitariam em nos destruir, como já fizeram várias vezes na história, ao saberem quem somos nós e o que fazemos por inteiro. Isto atrapalharia nosso trabalho, nosso objetivo não é o enfrentamento, mas uma vitória silenciosa. O que continua secreto é o procedimento pelo perigo de cair em mãos ambiciosas e pela perseguição.

Esta é a apresentação sucinta dos graus de nossa ordem em sua ordem numérica. Não necessariamente a ordem recebida pela pessoa. Algumas pessoas podem estar aptas mais para dois graus acima do seu do que para o próximo subsequente, por exemplo. Outra coisa que pode acontecer é que a pessoa esteja pronta para galgar dois ou mais graus de um mesmo nível simultaneamente. O que já dificilmente poderia ocorrer entre os níveis, visto que são platôs de realização.

Exitem três níveis ou platôs a serem atingidos. Estes podem ser subdivididos em graus. Este é o esqueleto básico obrigatório para todos de nossa ordem  independente da via escolhida e das práticas pessoais adicionais que podem ser muitas.

O conteúdo de cada grau está sempre classificado em três aspectos: (1) conhecimento intelectual, estudo livresco; (2) prática, conhecimento e experiência prática e (3) realização, experiência e consecução pessoal específica de cada grau. 

Trata-se de uma graduação e habilitação específica, com todas as exigências de uma universidade, isto é, que o estudante adquira conhecimentos e realize práticas que o capacitarão e lhe proporcionarão conhecimentos específicos e habilidades treinadas, onde o primeiro platô equivale a uma graduação, o segundo a uma pós-graduação e o terceiro a um doutorado.
Toda escola ordem ou religião que almeja o conhecimento supremo, comprovado pessoalmente por cada membro, possui esses três platôs de realização (aqui representados como as peças no jogo de xadrez) que podemos descrever no geral:

1. Um nível de conhecimento e reconhecimento - Torre de Vigilância.
Primeiro ele reconhece a realidade decaída em que se encontra, esse mundo decadente, de degeneração, sofrimento e morte, de uma natureza e seres hostis em constante conflito, um corpo sujeito doenças, mutações, uma mente inconstante cheia de emoções e desejos conflitantes, ignorante de sua origem, seu objetivo e seu destino. Ao mesmo tempo reconhece algo superior e perfeito e uma origem divina e prefeita, da qual se encontra agora alienado, afastado. Percebe que não pode confiar nessa natureza nem em seus elementos para solução desse problema fundamental e que só pode confiar em uma natureza que transcenda esta, que seja perfeita e imutável. A pessoa percebe que há o caos, mas que existe uma ordem. Os graus, entre seus aprendizados e experiências, garantem a observação e a comprovação desse estado de coisas e fenômenos. Mas para muitos é difícil perceber essa realidade antes de chegar na escola, e, para aqueles na escola, também pode ser difícil para alguns chegar a esse conhecimento, que não pode ser apenas um entendimento intelectual, mas uma observação cuidadosa, uma evidência pessoal, e uma comprovação que não deixa dúvidas. Existem duas naturezas a serem observadas e uma escolha a ser feita, porque existem elementos que colaboram com uma natureza e elementos que colaboram com outra, e seres inconsciente ou conscientemente trabalhando para desenvolver uma ou outra, para instalar cada vez mais o caos ou a ordem.

Por isso os primeiro graus da ordem são preparatórios, eles contém não apenas uma série de conhecimentos que o estudante não sabe ou a princípio, que não entendia corretamente, mas também instruções práticas adequadas a desobstaculizar sua visão do real e para aguçá-la e treiná-la, para mudar o foco de sua atenção das distrações para suas causas; das aparências para as essências, para os significados; dos fenômenos, fatos e objetos para as leis. O ápice disso geralmente é realizado a tempo na consecução do terceiro grau de nossa ordem.

Então ao fim de todo aprendizado e processo, ao fim de toda mudança e purificação inicial ela vê o que não via antes, mas de forma tão clara que se assustará em como podia não perceber isto ante antes. e o que ela perceberá? Além do já mencionado ela perceberá uma "centelha" divina original em seu interior. O sopro do Eterno, a rosa do coração, a estrela da manhã, o lótus em meio ao lodaçal, o raio de sol que dissipa a escuridão, a luz no fim do túnel. Ela descobre a origem divinal e se enamora por ela, ela descobre uma reminiscência da consciência original, e até lembranças estranhas, mas muito mais familiares e sadias do que as suas próprias habituais, de uma outra realidade. Essa lembrança pode se dar em sensações e sentimentos, em imagens, sons, aromas e até vividamente em tudo isso e ou em conhecimentos puros, mais além da percepção e da não percepção, compreensões súbitas. É o início da gnoses que é a união direta da consciência  com o conhecimento ou o reconhecimento a princípio de que são um só. Todas essas gradações de experiências podem vir gradualmente, ou progredir gradualmente nos próximos, e ou pode se dar toda de uma só vez, simultânea e instantaneamente. Varia de pessoa para pessoa. Então deve ser iniciado o segundo processo, de reconhecimento disso, do que é isso e do que fazer a partir disso. Não é alguém dizer tudo isso, mas a própria pessoa ver, encontrar.

2. Um nível de vontade, ação e transformação - Bispo ou Cavaleiro.
Isto é uma iniciação real, científica, uma marca, se está em uma outra visão, outro platô de percepção, então surge uma nova atitude de vida, como um centro objetivo, ou como ideal perfeito, livre, cheio de conhecimento; surge não só o amor ao conhecimento, mas a este tipo de conhecimento e a vontade voluntária de buscá-lo. Deve notar que não busca mais para si, não é para a satisfação, é como uma sede, se busca a água para saciá-la, não porque se deseje ou goste ou queira para si a posse da água, mas por caus da sede, porque a água é uma necessidade vital. Assim torna-se esse conhecimento, uma necessidade vital, um prazer é água para o sedento, um prazer é esse conhecimento ao seu buscador. Mas ele não busca para si nem por uma razão ou propósito objetivo, ele busca como um sedento busca água, a água sacia a sede do corpo, esse conhecimento a sede da mente. 

Esse conhecimento é como água pura, para alguém que só tomou durante a vida água suja e misturada, água amarga, ele é como água mineral para a pessoa acostumada a essas águas impuras. Águas impuras que estás sempre consumindo e nunca soubeste o sabor da água pura , não é verdade? É verdade, a água que bebeste até hoje nunca saciou bem a sede, sempre foi mais ou menos um sacrifício encontrá-la e bebê-la. E esse encontro com tal fonte, com tal alguma, gera uma nova atitude de vida em que não mais se cultua o ego, a personalidade, não mais se busca conhecimento para o satisfazer o ego nem para a cultura da personalidade, pelo contrário, se descobre que essa personalidade é algo consumidor, trabalhoso, cansativo, tão cansativo como esse mundo inteiro que carregaste até então nas costas. Se descobre a falsidade dessa infinidade de objetivos, trabalhos, tarefas, como desvios do real. Se descobre que esse ego é falso, que não existe, é uma imagem sugadora a qual alimentaste a custa de esforço e sofrimento e tudo isso para nada, apenas para auto afirmar-se, sentir uma falsa segurança, uma pseudo sobrevivência e conforto, e para apresentar uma imagem aceitável ao que chamaste de sociedade. Então aos poucos se deixa, abandona, tal personalidade e seus elementos e se livra de tal ilusão de um ego pessoal ou natural ou permanente, etc. isto é a morte alquímica isto da início ao segundo processo, de transformação. Mas como e devido a que esse processo se realiza é que é o segredo...

Só que ao lado disso, uma das diferenças de nossas ordem é que desde o início a pessoa é orientada a descobrir por si mesma o propósito de sua vida, a sua verdadeira vontade, a fonte de sua vida, de sua individualidade, que lava à sua verdadeira satisfação, sua realização e sua felicidade. Na culminação desse processo ou em meio a ele essa descoberta pode correr, mas é rara ou então incompleta quando assim acontece, o que é mais comum, e vai se ampliando e clareando à medida que avança para o próximo nível. 

Nesse nível há uma parte toda dedicada a isso do início ao fim dele e sem essa descoberta ele não chega ao fim do segundo nível. Ela pode pode marcar o fim do segundo nível quando é completa. Mas também na passagem de um platô para outro naturalmente a experiência pode ser de tal força ou despertar que a pessoa descobre isso, e às vezes até sua fonte. isto é o que dá sentido à sua vida e a todo o seu trabalho espiritual daqui em diante. Se não acontecer essa descoberta no início do segundo nível ela com certeza surgirá em seu tempo no caminhar dos graus deste e se clarificará até o fim do segundo nível, quando surge uma intenção pura e um amor puro, uma compreensão e compaixão profundas da situação dos seres e de nosso aprisionamento e talvez também, para alguns, um vislumbre da saída dessa dessa limitação e como ensiná-la a outros.

Isto e as consecuções do segundo nível (não abordados completamente aqui porque são muitos aspectos) levarão seguramente ao terceiro nível, um nível onde a realização dessa vontade é levada a cabo em completa integração ao propósito supremo, a razão de sua existência, sua "missão" aqui agora, e um amor e compreensão dos seres e suas necessidades reais, numa sabedoria progressiva de como ajudar a si mesmo e aos seres.

3. Um nível de amorosa realização - Rei ou Rainha.
Pouco se fala do nível terceiro porque neste a pessoa faz seu próprio caminho, já sabe para onde vai e o que precisa fazer, neste podem continuar os estudos, mas é um nível de realização predominantemente. Aqui novamente a pessoa sabe que não trabalha para si, mas agora entende que está inserido numa ordem bem maior do que pensava, uma ordenação universal que vem desde o princípio e onde cada ser tem um papel a cumprir na eternidade em amor e liberdade. 

Se os outros níveis enfatizaram mais os aspectos da consciência e da vontade, não faltando porém o aspecto afetivo, neste nível, esse aspecto é mais enfatizado. O aspecto emocional, afetivo, amoroso, mas não é um aspecto de sentimento apenas como se pensa, e sim muito mais um aspecto de compreensão e aprendizado, amor, compaixão e suas ações efetivas. As pessoas pensam que amor é sempre um sentimento (ou até mesmo algo instintivo que não pode ser aprendido, ou, por outro extremo, algo maravilhoso e tão subjetivo que não pode ser definido), isto só prova a soberania da linguagem na nossa compreensão e na nossa vida, se conhecêssemos as formas de amor como em outras línguas teríamos concepções diferentes. Interessa-nos as definições gregas antigas das três palavras que se referem a amor, exatamente três tipos de amor: (1) filos, amizade sincera, simpatia amorosa, alegria simpatética...; (2) eros, atração sexual, amor sexual, paixão sexual, enamoramento...; e (3) ágape, amor incondicional, amor-bondade, amorosidade universal, compreensão simpatética (os três tipos só podem ser sentidos ao mesmo tempo e pela mesma pessoa numa relação de casal, essa também é uma das razões porque o simbolismo alquímico do casamento é tão importante). Este terceiro tipo precisamente precisa ser desenvolvido, aprendido e elevado aos níveis necessários, direcionados aos alvos corretos, portanto é algo que depende muito mais da atitude e da ação, e até mesmo da decisão para tal crescimento. 

Por esse aspecto ser enfatizado nesse nível podemos dizer que aqui a obra (e a ordem) é predominantemente filantrópica. E a maior caridade, o maior presente que se pode dar a outro é o caminho que liberta, que cura da cegueira e faz ver o caminho, a direção e o alvo, mas não esquecendo de ajudar em outros aspectos da vida também. Não quer dizer que nos outros dois níveis não haja essa filantropia, há, só que não é enfatizada dessa maneira nem tão utilizada no sentido de um desenvolvimento pessoal para uma comunhão universal verdadeira e muito maior do que se pensa nas religiões e filosofias, simplesmente porque a pessoa não está pronta, não compreende o que é necessário para isso, então veja que para que esta atitude se desenvolva é necessário um certo conhecimento específico. Assim o necessário para esse crescimento também precisa ser conhecido e praticado para que tal realização possa acontecer, e qualquer pessoa que não realizou esse caminho está bem longe de saber o que é isso de fato, e de realizar tal forma de amor. Lembre-se sempre da definição amor incondicional, isso significa, não importa o que seja, quem seja a pessoa, o que ela faça, o que ela lhe faça, que você a ama como se fosse sua mãe, filho ou cônjuge. Você acha que está pelo menos perto de ter em si esse amor? Se a resposta for sim, você está muito enganado, porque esse amor também trás não só uma profunda compreensão e compaixão, mas principalmente uma profunda humildade (e com isso o reconhecimento de que estamos longe). Então uma das características desse nível, além da completa realização dos desenvolvimentos e descobrimentos dos níveis anteriores é também um grau filantrópico e amoroso.

sábado, 21 de abril de 2018

RELIGIÃO E MORTE - Parte 2


Uma característica praticamente inevitável da religião é lidar com a eternidade. Eu sempre existi ou passei a existir em algum momento? Onde eu estava antes de nascer? Para onde vou depois da morte? Depois da morte eu serei imortal ou passará um tempo e então virá outra morte? Ou haverão ainda várias mortes? 

A religião é o campo do conhecimento que mais oferece respostas a essas perguntas. Uns dizem que é uma tentativa de responder. Estudiosos associam o aparecimento da religião com a consciência da morte. Mas em que é tarefa real da religião responder sobre a morte? No que vem depois. Na eternidade. Essa questão está ligada à questão do tempo. Depois da morte existe o tempo?

Nisso exatamente devemos investigar sobre os fatos apresentados pela religião e sua realidade. A realidade precisamente tem que ser um conteúdo da consciência. Temos a relação então entre esses três elementos: consciência; depois da morte; e tempo-eternidade. Formulado o problema podemos imaginar hipóteses e experimentos para demonstrar à consciência a realidade depois da morte. Mas conscientes de que toda realidade se processa na consciência e estamos acostumados com uma consciência no tempo, em função do espaço, condicionada pela relação de nossa mente à matéria, e a realidade depois da morte, pode não estar dentro desse parâmetro de percepção, aliás dificilmente estaria. Uma realidade puramente mental deve ser constatada antes de presenciar outra realidade, depois da morte, que pode ser também puramente mental ou não, pode ser também espiritual ou apenas espiritual, isto é, puramente consciencial...

sexta-feira, 13 de abril de 2018

OBJETIVO DA MANIFESTAÇÃO DA ORDEM NO MUNDO


A ordem em sua manifestação como fraternidade de seres tem como objetivo compartilhar um conhecimento que leva gradativamente a uma compreensão, uma vivência e uma libertação. Esse conhecimento é muito amplo e possui também nele ensinamentos que levam ao conhecimento direto, pessoal e a um despertar, uma visão diferente, das coisas e ligações que antes estavam ocultas aos sentidos e ao entendimento; a compreensão e a vivência disso é conduz a um despertar e uma libertação. Em consequência desse processo, quase que como um efeito colateral, a vida das pessoas é afetada, elevando os participantes a um nível de conhecimento, inteligência, amorosidade, liberdade e força de vontade incomuns, por meios explicáveis pela ciência e por meios próprios da religião, neste sentido é uma ordem científica e esotérica (que possui um círculo interno com um conhecimento particular).

 A ordem tem o objetivo de levar o praticante a conhecer a verdade por si mesmo e conhecer isto até a Verdade última, absoluta, queiram a princípio chamá-la como Ser Supremo, Onisciência, Deus, Uno, Adi-Buddha, Nibbana, Ain Sof, Eu, Nirvana, Ain, Tao, Consciência Apenas, Mente Única, Nous. Este-isto que é a Verdade não está completamente expresso em nenhuma dessas palavras ou entendimentos humanos. Ele é de fato, o princípio uno, único, incondicionado, eterno, onisciente, inefável, inexprimível. Este que nós mesmos temos chamado provisoriamente no passado,  não muito tempo atrás, de IT, pois nenhum adjetivo pode expressá-lo, contê-lo ou defini-lo completamente, muito esta palavra. Neste sentido embora não seja uma religião, nem se apresente como tal, é uma ordem que investiga os objetos da religião e quiçá também o objetivo supremo; fazendo todo o necessário para que tal investigação leve apenas à verdade da religião, isto é, vivê-la, experimentá-la. Assim é uma ordem religiosa, não no sentido de religiosidade, mas no sentido estrito da palavra religião: que objetiva uma religação com sua natureza original e o conhecimento de uma Verdade absoluta. Ainda mais que sabemos que a única maneira de conhecer de verdade à Verdade depende de estar intimamente relacionado, ligado à ela.


Este é o objetivo geral e também em seu último estágio o objetivo final. Dentro desse objetivo existem níveis, e os níveis são de dois gêneros, (1) níveis de conhecimento e (2) níveis de realização, e a relação entre esses dois níveis gera um terceiro tipo ou divisão de níveis, os (3) níveis de prática. 

Os níveis de prática só podem ser gradativos, ordenados e progressivos. Nessa ordem agora organizamos os três níveis de prática em onze graus, os três níveis de prática são (1) aquele em que se encontram os iniciantes, (2) aquele em que se encontram os inciados, e (3) aquele em que se encontram os amplamente iniciados, sendo cada nível mais treinado que outro (estes níveis são nomeados e explicados mais adiante). 

Os níveis de realização são (1) o dos resgatados, (2) o dos transformados e (3) o dos retornados ao estado estado original ou libertos. 


Os níveis de conhecimento são (1) o dos esclarecidos, (2) o dos graduados até (3) o dos doutorados e iluminados ou plenamente despertos. 


Esses níveis podem ocasionalmente se darem em sequência adversa da gradual ou habitual, o que gera uma outra maneira mais geral de vê-los em que podem ser chamadas como tradicionalmente de (1) redenção, (2) santificação e (3) conhecimento direto ou conhecimento de Deus, podendo ocorrer em ordens diferentes em paralelo com os outros níveis que podem ser controlados pela instrução: prática e conhecimento. 


Todas as classes de níveis ocorrem em paralelo. Se considerarmos a preparação como um nível anterior ou grau zero (o que temos feito) temos então quatro níveis, e este primeiro é composto de purificação e estudo. Sem purificação as experiências mais sutis e profundas não podem acontecer nem serem percebidas e sem estudo não podem ser entendidas nem interpretadas corretamente.

Paralelamente a esses objetivos e níveis existem objetivos específicos e por vezes intermediários (encarados tanto como pontes quanto como realizações), são eles: (1) descoberta do propósito individual de sua existência ou como dizem outros verdadeira vontade, ou verdadeira vocação, ou verdadeiro chamado, ou verdadeiro objetivo de vida, etc.; (2) comunicação direta ou como dizem outros inter-níveis, ou interdimensionais, ou entre as partes do ser, ou com o Supremo Onisciente, etc.; (3) e em seguida a realização de tal objetivo de sua existência junto com a transformação ou chamada conversão ou santificação, etc. até seu total  retorno à eternidade e ao estado original. 
Como todos esse níveis de realização e objetivos podem ocorrer em ordem e momento diferentes por vários motivos, além da dedicação pessoal de cada um, os únicos níveis que podem ser considerados mais ou menos fixados são os dados, ou seja, (a) estudo, conhecimento; e (b) os praticados, ou seja, prática e purificação (não confunda purificação com transformação, o primeiro parte da pessoa em seu comportamento, atitude, compromisso, e o segundo lhe ocorre, se processa, paralelamente, mas não necessariamente ligado ao primeiro).

Vê-se até aqui porque em nossa manifestação da ordem se pode avançar rápido. No entanto a palavra escola aqui é bem mais adequada, pois uma escola recebe pessoas de diversas culturas, religiões, filosofias e ordens, visando determinado tipo de conhecimento, habilitação, educação e ou exercício. E é exatamente isto que a ordem faz e proporciona. Ela aceita pessoas de diversas culturas, religiões, filosofias e ordens para um fim, de um aprendizado específico, não porque todos devam realizar o que a escola propõe, mas porque estes querem realizar isto. E o que é isto? É o que a escola almeja: um conhecimento antes da morte daquilo vem depois dela e dos fatores que causam o conhecimento e a condição posterior à morte. Isto é uma outra forma de dizer numa só frase tudo que foi dito sobre objetivo. A escola no mundo é um estudo da eternidade e de como acessá-la de um modo consciente, recordado e sem sofrimento.


Esta escola apresenta um ensinamento, que ensina a ver, a saber, entender, sentir, amar, querer, pesquisar e ensinar de tal forma que o resultado é o despertar, a sabedoria, a felicidade, o amor, a verdadeira vontade e sua realização, a paz, em resumo, a bem-aventurança eterna, a transformação pessoal e o conhecimento do divino, a intimidade com o Supremo. A palavra escola também é mais adequada por significar uma linha de pensamento e procedimento específica, em outras palavras, um sistema, e é isso que a nossa escola é, um sistema completo e que se relaciona com vários outros sistemas, inclusive incluindo alguns desses como parte que se origina no seu próprio sistema. 


Tal sistema é (1) ontológico, (2) epistemológico, (3) cosmogônico, (4) hermenêutico,  (5) pedagógico, (6) objetivo e (7) prático. Isto em poucas palavras quer dizer que ele parte de outro ponto de vista, a partir do ser, em si, das origens de tudo, da existência e dos fenômenos, que sempre estão em dependência da consciência, dos seres, e das causas, para explicar os fenômenos que se nos aparecem, sendo que a verdadeira compreensão está relacionada de nossa parte com a intenção e com aprender e praticar. Só que esse sistema não pretende apenas oferecer uma explicação plausível, mas demonstrá-la de modo particular (que é o único possível) de modo que cada um conheça pessoalmente a verdade dos fenômenos, não apenas porque leu ou ouviu ou entendeu, e sim porque testemunhou por si mesmo.Então para que cada um tenha este tipo de conhecimento dessa maneira é necessário que se realizem certos procedimentos, portanto é uma prática. Essa prática pode ser resumida em modos de ver, de viver e de pensar. E seu objetivo final e em cada instante e etapa do processo é sempre a verdade, desde a mais imediata até a final. Então se pode dizer que o que importa é ver a verdade e que o sistema objetiva a verdade.


Além disso ela tem o objetivo de propiciar a mesma elevação final para todos os seres, não apenas aos seus participantes, e propiciar os meios favoráveis a que esse conhecimento seja conhecido. Dentre esses meios o principal, princípio, meio e fim, é a liberdade individual, que leva à sede e à liberdade de conhecer, buscar, professar, confessar; liberdade de investigação, de entendimento, de religião; liberdade de conhecimento, de ação e de expressão. A ordem é liberdade, não condicionamento, é descondicionamento, e  seu intuito é levar essa terapia para todos, para o bem e saúde de todos. E a fraternidade quer também ajudar aos seres de todas as formas possíveis libertando-os dos sofrimentos, da ignorância, das impurezas, das doenças, das dificuldades e das suas necessidades, carências e precariedades espirituais e mundanas. Nesse sentido é uma entidade filantrópica. E enfim, o objetivo da manifestação da ordem no mundo é trazer (ou transmutar) o mundo caótico à ordem original.


A ordem enquanto organização no mundo, no entanto, não é apenas isso. Ela contempla todos os campos de conhecimento mesmo, religião, arte, ciência, filosofia, epistemologia, hermenêutica, ontologia e hermética (esses campos são abordados em outros artigos). Esses campos se interpenetram e até se confundem às vezes, mas claro está para nós que existe algo que torna cada um destes um campo distinto, único, algo exclusivo. E a ordem se ocupa desses campos de conhecimento não só por ser uma ordem dedicada ao conhecimento, mas também por ter por finalidade conhecer a verdade, a verdade de todas as coisas ou fenômenos, e a Verdade única e última. Nisto todos os recursos necessários de obtenção e maneiras de conhecimento são utilizados.


Então quem descrever nossa ordem como sendo uma ordem (e um sistema) (a) científica, (b) esotérica, (c) religiosa, (d) terapêutica e (e) filantrópica não comete erro.


segunda-feira, 9 de abril de 2018

O lugar secreto: o nível mais elevado da ordem



Existe curiosidade e especulação sobre o último nível, os últimos graus da nossa ordem. Eles são graus onde a realização final é realizada. Uns pensam que não existem graus de fato depois do sétimo. Outros pensando em outros modelos imaginam que tais graus sejam apenas por conta do iniciado. Não deixam de ter certa razão, ainda que pouca. 

A reclamação comum é a suposição de que hoje não existem mais razões para segredo. Quem quiser saber nove ou dez razões por que mantemos segredo hoje deve ler os artigos específicos sobre isso. Mas uma razão específica do segredo nesse nível, nesses graus, é que esse segredo é a razão da ordem, se isso fosse exposto não haveria mais necessidade da ordem, e se não houver mais a ordem as várias pessoas que necessitam dela e muitas que só podem ser resgatadas pela ordem ficarão sem ordem alguma para encontrar, e sujeitas a outras ordens que não podem levar a realizar o objetivo de suas vidas. A ordem existe assim para ajudar essas pessoas a realizar o objetivo de suas vidas. Essas que não podem realizá-lo de outro modo, por outro meio. Tem a ver com o tipo de objetivo.


O chamado


Vou agora revelar sem revelar o que há nos graus últimos. Pela autoridade que me foi concedida como responsável pela organização da ordem e seu funcionamento eu posso fazer isso, e cumprir assim o objetivo de que a ordem alcance você e você alcance a ordem, revelando claramente esse  processo aqui sem que ele seja de fato exposto, mas de forma que você exatamente entenda. 

Existem três realizações principais no objetivo da ordem. Não vou falar do final do último, do retorno à ordem original... Vou fala do funcionamento da ordem e dessas realizações. A primeira é o conhecimento do objetivo de sua existência (que uns chamam de verdadeira vontade, outros da vocação, outros do ministério, outros de objetiva da vida, todos estão errados, mas em parte alguns estão certos); a segunda é a comunicação (uns dizem interdimensional, outros dizem com as partes sutis de si mesmo, outros comunhão divina, outros de sintonia, todos estão errados, mas em parte alguns estão certos) e o terceiro é o grau de realização desse objetivo de sua existência em liberdade adquirida e sob orientação apenas dessa comunicação, realmente é uma independência da organização externa da ordem. Estas realizações não se dão necessariamente nessa ordem.

E o que é essa terceira realização? Qual é esse processo? Então o que acontece? Como a ordem funciona? É simples. Depois que as duas primeiras realizações se realizam um terceiro processo tem que acontecer. Tem que acontecer significa, é obrigatório para que essa independência final aconteça, sem esse processo não há a última realização dessa ordem. 

Esse processo ocorre de forma espontânea, mas não é mecânico, automático, pode demorar muito, ou ser rápido ou até já ter acontecido quando a pessoa chega aí . Que processo é esse? Dizer seria acabar com a ordem. Mas é chamado de transformação, e muitos outros nomes, uns chamam de transformação, é o que mais uso, simples, direto e bonito.

Outros chamam de transmutação por influência da chamada alquimia espiritual; outros de transfiguração; outros de alquimia apenas; outros de conversão. Gosto de usar transformação, transmutação e conversão porque são as palavras que mais exatamente dizem o que acontece, principalmente se usarmos as três juntas. Mas conversão é o que mais me interessa explicar agora porque revela sem revelar ou revela apenas a você que já pode intuir ou que anela ardentemente por isso: significa uma curva ou até mesmo uma volta (depende da direção que você estava indo antes), uma mudança de rumo. 


O processo


Quando essa mudança de rumo acontece há uma mudanças de destino. Suponha que uma pessoa está conduzindo por uma estrada. Imagine isso, você, dirigindo, numa estrada. Se uma pessoa está numa estrada indo num destino, ainda que não saiba qual é este, e normalmente não sabe, normalmente ela vai chegar nele. Mas se muda de estrada e vai por uma  que leva a outro destino, ela vai chegar a outro destino e não ao anterior, de quando ia pela outra estrada. Essa mudança, curva, conversão, é exatamente isso, o que vai mudar o destino que a pessoa estava indo, que era sofrimento, morte, esquecimento, e agora, vai para outro destino, retorno à ordem original, vida infinita, consciência infinita. Pronto está dito, sem dizer todo o processo dos últimos graus da ordem.

Mas quando essa transformação acontece, depois de mais um tempo de preparação, a pessoa é desligada externamente da ordem; ela é, pode-se dizer expulsa por seu próprio mérito, por sua própria realização, por sua própria vitória: porque ela agora tem que dirigir uma ordem externa, ela tem que fazer a mesma coisa como a ordem e seu professor fizeram por ela, organizar uma ordem de pessoas para libertar as pessoas e levá-las a realizar os objetivos descobertos de suas existências. Eu estou fazendo o que meus professores fizeram. Meus estudantes quando estiverem prontos vão fazer o que estou fazendo. Até que nossos estudantes cheguem a completar todos o processos e o último processo, de transformação. Simples assim.

Ainda resta a alguns a dúvida de como se encaixam aqui os outros objetivos da ordem, os gerais e os específicos. Sugiro que leiam nossos artigos específicos sobre esses outros. E sobre a dúvida sobre o objetivo ultimal iluminacionista digo o mesmo, mas tenho que avisar que o sentido que damos à palavra iluminação precisa ser entendido (e existem artigos que tratam disso), ainda que ele só possa ser compreendido completamente nos últimos graus como já foi dito em outros artigos.