segunda-feira, 27 de abril de 2015

RESUMO DA TESE DA ESCOLA SOBRE O SEGREDO DO SER E DO UNIVERSO

Por Frater D.R.A.A.

Na iluminação não há dualidade. Tudo é um. O universo, em certo sentido que podemos testemunhar, é a consciência do universo. O fluxo de consciência (erradamente tido como pessoa ou alma ou eu ou espírito, etc.) que atinge a iluminação tem acesso, segundo sua vontade, ao todo e todas as consciências, atingindo assim o grau máximo de despertar, ou seja, de iluminação; isto que é chamado a Grande União. Este fluxo não pode regredir, nem se perde nem deixa de existir nem continua uma existência; seriam categorizações erradas pensar assim. Ele contém todo o universo e todas as consciências, ou seja, todos os fluxos, inclusive o "seu" próprio passado, não perdendo assim sua "individualidade" nem podendo ser considerado mais uma individualidade de forma alguma.

Mas o universo, em seu eterno retorno, um dia repetirá tal ser passado que terá naturalmente uma falsa percepção de um eu e um fluxo de consciência tal qual o deste que se tornou iluminado (porém sem sabê-lo ainda). Esse é o ser dito "emanado", renascido ou "reencarnado", e o fluxo já iluminado é o que se chama Anjo Guardião ou Pai Interno ou Adi-buddha ou Buddha-dhatu ou natureza de Buda ou Tathāgatagarbha ou Christo interno; é a testemunha consciente do Adi-buddha dentro do ser, a porta de acesso a realidade última ou nirvânica ao Dhammakaya, ao incondicionado ou o Uno ou o Tal.

O vajrayana trás a ideia de que além do buda histórico e do buda interno há o buda primordial, aquele que sempre existiu, que é o que mais se assemelha a ideia de um deus absoluto ou não nascido ou como Rá, autogerado. Mas isto sem a ideia de criação, porém imanência. Se juntarmos a ideia de eterno retorno de Nietzsche e a de que “todos já somos budas apenas que somos inconscientes disso” do zen e do vajrayana e a ideia de um buda primordial eterno também do vajrayana temos que: já que na eternidade todas as possibilidades já se realizaram, devemos ter nos tornado budas já, então temos todos um buda pessoal "interno" que obviamente comunga com todos e com o primordial; estaríamos aqui simplesmente pela repetição eterna dessa possibilidade até toda vez reencontrarmos o buda em nós, ou seja, vermos por nós mesmo a realidade do ponto de vista do buda, desperto. Aqui o caminho do bodisatva, aquele que faz o voto de salvar todos os seres, mas sabe que não há um "eu" salvador nem "eles" para serem salvos, faz pleno sentido. 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

RENASCIMENTO

É muita presunção
Acreditar que essa combinação
De elementos compostos de matéria
Não se repetirá em algum lugar e tempo no universo
Dando essa falsa impressão

De um eu