quinta-feira, 24 de novembro de 2016

DOIS CAMINHOS?

Existem duas tendência gerais dos seres humanos que aqui agora chamaremos de dois caminhos para a libertação. Um caminho é o da mente, outro do coração, alguns dizem. No ocidente há essa separação teórica, mas no oriente se fala de mente-coração. Mente e coração na verdade são a mesma coisa. O correto não é dizer que existem dois caminhos, o do intelecto e o da emoção. Isto significaria no máximo dizer um mais intelectual e um mais emocional. Alguns dirão emocional superior e intelectual superior, mas o fato é que este “superior” é algo bem distante de nossa capacidade normal, portanto temos que nos esforçar muito ou ter veículos ou meios hábeis de atingi-los. Porém não vem ao caso dividir agora didaticamente em inferior ou superior, somente a questão do atingir algo bem superior.
Para atingir este estado superior a emoção ou o intelecto devem ser usados. No passado houve uma rigidez no sentido de ter que escolher um ou outro para se dedicar inteiramente. Pois antes se raciocinava que o ser humano só pode ser uma coisa ou outra, não consideravam que o ser humano é paradoxal, não sabiam que a realidade mesma é paradoxal (coisa que só nós até agora decidimos assumir e explicar em detalhe). Isto gerou caminhos aparentemente inconciliáveis e as dicotomias a que ainda estamos acostumados como “fé e razão”, “religião e ciência”, “exoterismo e esoterismo”, etc.. Não vem ao caso se estender também sobre toda essa bobagem superada para os bem esclarecidos, mas deve-se avisar que para a grande maioria das pessoas isto continua sendo algo inconciliável, seja por desconhecer a ciência hermética e sua evolução, seja por falta de experiência. Entretanto hoje podemos perguntar: e por que não usar os dois caminhos?
Hoje temos mais tempo para nós mesmos, embora se pense o contrário. Se formos inteligentes ou organizados podemos obter bem mais benefícios trilhando os dois caminhos.
Agora sim, vamos abordá-los didaticamente em separado após esses avisos. No caminho do intelecto estão as ciências, a filosofia, o ocultismo, o esoterismo, o hermetismo, a matemática, etc.. Portanto é o caminho da razão, da análise, da intelecção, da meditação, do controle mental. No caminho da emoção estão a religião, as artes, o misticismo, o exoterismo, a magia comum, o “acaso” (a probabilidade), etc.. Portanto é o caminho do irracional ou passional, do instinto, do emotivo, da emotividade,  da oração, da devoção. Por que não unir os dois?
Devemos ser serpentes e pombas ao mesmo tempo se almejamos eficácia, a superação, a liberdade; unir sabiamente as duas práticas, os dois caminhos, os meios de vida e de atingimento. Aprender a meditar desde já e se já suspeitamos sobre a superioridade bem acima de nós como não poderíamos almejá-la? Como não poderíamos nos enamorar por ela? Como poderíamos não amá-la? O amante se apaixona pelas formas perfeitas de sua amada sem conhecê-la, sem ver suas imperfeições, a amante venera a personalidade do amado como se o conhecesse, vê em seus gestos e gentilezas os sinais da perfeição que apenas imagina. Como não nos enamorarmos da perfeição do que é muito superior a nós mesmos em razão, beleza, pureza e amor?
Meditar é conhecer a mente pura, perfeita, é unir-se à verdade, ao conhecimento. E como não querer e amar a verdade? Ora, estando submerso na ilusão e na mentira! Venerar o que é superior, ter o verdadeiro sentimento de devoção a quem e ao que merece ser adorado é do mesmo modo veículo de união. Como usar os dois e como uni-los, é o que queremos fazer, é o que estamos tratando agora. Também por isso é que usamos expressões como “tempo novo”. Yoga significa união, religião significa reunião, tantra significa tear, religar a rede, ciência significa saber, ter ciência, estar ciente, consciente. Todas essas ideias juntas remetem à ideia de unidade, de despertar, estar ciente do todo que é. Não isolado no nó, não limitado à uma trama, mas livre, significa: na rede toda... É isso que estamos fazendo. Síntese significa teses juntas, sincretismo, teses afins e complementares. Ao vê-las funcionando temos uma síntese sendo construída em nós. Só quando as vivenciamos é que percebemos se tratar de coisas similares ou iguais, quando não vivenciamos fazemos uma análise superficial e nos perdemos nas aparências. Mas que ironia: para vivenciarmos é preciso nos envolver...
PRÁTICA
Ao sentar, deitar, andar, etc. em meditação estar "apaixonado" (in love with - em amor com). Sentar com reverência, declamar com reverência, orar com amor; como a amante quer se unir ao amado e ser um com ele, ser um todo com ele, entregar-se a ele, dissolver-se nele, até desaparecer, num êxtase divino. Adorar o divino, absoluto, a verdadeira realidade em nós, que nos vivifica, que vê através de nossos olhos e de nosso mente-coração, aquele que é...
Permanecer aí, ficar assim, contemplando a consciência disso. Se não consegue sentir isso começar declarando, pedindo e declarando esse amor, sensação e certeza, a presença, vivificado, vendo através de seus olhos. Esta presença por si só se demonstra.

sábado, 5 de novembro de 2016

ROSACRUZ, MAIS ALGUNS CAPÍTULOS...

Mais alguns capítulos importantes:
ROSACRUZ E CRISTIANISMO
Alguns dizem que os rosacruzes não são cristãos, outros se irritam porque dizem que os rosacruzes são cristãos, outros dizem que os rosacruzes são cristãos, mas não cristãos de verdade.
Tais pensamentos às vezes vêm de rosacruzes ou até mesmo de pessoas que conhecem a verdadeira história da rosacruz, mas que de fato não a entendem.
E eu não vou contar. Tais pessoas deveriam ler e reler o que está escrito no Fama Fraternitas.
O fato é que a rosacruz é cristã, em muitos aspectos. Mas não no sentido histórico nem sentido mundano. A rosacruz é cristã no sentido da palavra. A rosacruz também é cristã no sentido religioso.
Os primeiros cristãos, se é que podemos assim chamá-los, no começo, não se chamavam de cristãos, nem se utilizavam da cruz como símbolo principal. A palavra cristão é xriston no grego, que significa imitador de Cristo. Era usada como escárnio aos seguidores de Jesus, ironia. Mas é claro que isso não os ofendia, pelo contrário, eles sentiam-se até elogiados por serem chamados de imitadores de Cristo. Tanto que depois absorveram o rótulo.
O peixe era o símbolo mais usado, inclusive numa referência a era zodiacal de peixes que foi aberta com nascimento de Jesus, o dia em que Jesus nasceu (uma "pequena coincidência"?). Mas que depois foi retirado, talvez por terem os dirigentes da igreja da época regeitado esses conceitos. A cruz e a rosa não deve realmente ser interpretado como simbolo cristão simplesmente, mas um símbolo sincrético.
A cruz é um símbolo bem mais antigo e foi adotado pelos cristãos e gnósticos realmente, mas como vimos ele tem muitos significados, muitos mais além daqueles aqui expostos. A rigor não é por cruz que se identifica um cristão.
Como a rosacruz é cristã é o ponto. A rosacruz é cristã e é gnóstica, mas ela é cristã e gnóstica no sentido exato dessas palavras, não no sentido histórico e ou cultural que se formou com os séculos.
Gnóstico também é um termo mais novo e com significado cultural atribuído ao longo da história. Na verdade gnóstico vem do grego gnosis, que significa conhecimento, mas não no sentido da nossa palavra conhecimento, nem sabedoria e sim conhecimento direto, isto é, testemunhando por si mesmo aquilo que é o objeto do conhecimento. A religião gnóstica é toda aquela que dá prova ou o caminho de comprovar aquilo que afirma. Neste caso o apce do conhecido deve ser Deus, conhecer diretamente a Deus (o novo testamento está chrio de exaltações a esse conhecimento.
O problema é que rosacruz não é apenas cristã e gnóstica. Ela é uma religião da sabedoria, da cura e da busca da verdade. Assim não nos importamos de onde vem a verdade, importa que seja verdade. Importa que a religião seja verdadeira, ou seja, que leve à reunião com Deus, seja qual for o nome que o dêem. Será que Deus deixou desamparados e sem sequer infomação a outros povos durante milênios? Não.
E nossa rosacruz tem um entendimento de Deus, e expressão desse entendimento, que não existe em nenhuma outra instituição, e esse entendimento existe em todas as religiões verdadeiras, mas não expressado dessa forma, nós vamos mais além.
Jesus expôs isto. Jesus foi um dos que fez uma síntese e traduziu, adaptou à uma linguagem universal. Jesus trouxe em suas diversas falas todas as doutrinas corretas e úteis para nós, tanto das que já existiam quanto as inéditas.
Ele também ensinou através do exemplo e a principal não é simplesmente que ele ressuscitou como se costuma dizer, mas é que ele encenou com sua vida nos três anos antes da crucificação todos os mitos iniciáticos verdadeiros, inclusive ele morreu e ressuscitou. Ele representou em corpo o processo que todos devemos realizar em espírito. E ainda seguiu uma tradição simbólica e oracular milenar, na qual tudo tem um significado esotérico, todos os seus atos, os acontecimentos em torno de sua vida e a descrição de tais acontecimentos. Só um iluminado, isto é um buda, ou um grande bodhisattva, ou o filho primogênito e unigênito de Deus, como de fato ele é, poderia fazer isso.
Moisés, um grande profeta, e outros ainda também, fizeram algo parecido, mas hoje sabemos que alguns daqueles acontecimentos podem ter sido apenas escritos para revelar tais simbologias, não exatamente como descrição concreta de fatos; outros escritos para impressionar o povo judeu e seus inimigos; outros por questões de segurança e saúde daquele povo, que até mesmo com grandes sinais e ordens expressas de Deus através de seus profetas, tinham dificuldades em aceitar ou obedecer, mesmo quando era extrema e evidentemente necessário.
Parece até que algumas passagens são exata e especificamente para mostrar a graça de Deus e sua misericórdia, pois que, para começar, poderia ter escolhido um povo mais pacato, menos teimoso ou mais bondoso e obediente para ser seu porta voz, mas deu outras graças a outros povos enquanto para o judeu deu plenos sinais de sua manifestação e vontade.
Mas no caso de Jesus são atos e fatos que manifestam diretamente essa simbologia e mitologias. Ele de fato encarnou tais ensinamtos antigos, não é uma cópia, uma fraude, uma história mitológica como querem dizer os ateístas e agnósticos ou fazer parecer, quando comparam as similitudes de tais mitos e a história de Jesus, pelo contrário, Jesus conhecia os mitos e seu significado, tanto que os representa. Quando faz isso Jesus endossa o significado esotérico de tais mitos de vários povos.
Ele os corrige, os resume, os põe no campo prático e os corrobora levando-os à plena realização, no terreno dos fatos demonstrando não apenas seu significado, mas também os resultados, que culminam na iluminação plena da reunião a Deus, da completa pureza chamada santidade e na imortalidade, o total poder sobre a vida e a morte, sobre o corpo, a mente e toda matéria, e sobre tudo que é vivente, inclusive animais e espíritos (demônios).
Além disso demonstra, encarna, o amor de Deus à humanidade caída, não só através de parábolas, mas pelo respeito ao livre arbítrio de cada um aos longo de todas as escrituras, pois com seus plenos poderes poderia mudar nossas mentes à vontade, mas ao contrário, sempre espera que a decisão parta de nós.
Poderíamos parar aqui e ficar numa posição mais confortável com os que se dizem verdadeiros cristãos e a sociedade que se diz cristã, mas na verdade é quase que completamente pagã, mundana, voltada quase que exclusivamente a esse mundo (a vida nesse mundo e as coisas esse mundo), sendo ainda mais claro, à matéria decadente. Mas a outra face da nossa moeda precisa ser exposta aqui.
Nós não apenas insistimos veementemente na existência do significado esotérico e oracular destes escritos e atos de Jesus, como também não adotamos a interpretação oficial via igreja, padres, pastores ou escola teológica nem o extremo oposto da livre interpretação. E o que acatamos?
Ora, cada um é livre para fazer sua interpretação e não deveria impô-lá a outrem. Mas não acreditamos que tais interpretações possam ser verdadeiras.
Nós dizemos que a bíblia e demais escritos apócrifos e achados redigidos pelos primeiros apóstolos, são livros oraculares. O que é isso? São livros em que tudo, mesmo a simples descrição de algo que acontece, tem significados simbólicos, é o que chamamos de significado esotérico.
Esotérico é aquele que está velado para o ímpio, para o malicioso, para o mal intencionado e que só pode ser visto neste caso através da inspiração pelo Espírito Santo em quem o espírito queira revelar e ou que foi iniciado, neste caso, batizado verdadeiramente pelo Espírito Santo. É o mesmo que muitas igrejas hoje dizem e fazem, apenas que elas não usam essas palavras (esotérico, oculto, iniciado, etc.) que pertencem à nossa tradição mais propriamente. Varia a linguagem.
Mas várias igrejas, em especial as pentecostais, pensam exatamente como nós com relação ao batismo com o espírito Santo, os dons espirituais e até vão mais além comungando conosco a segunda etapa do objetivo, a transformação do ser humano como um todo, através da auto-rendição e do entrega ao trabalho reformador do Espírito Santo (só que diferimos na terminologia e na metodologia, nós usamos terminologia alquímica e a da própria ordem e detalhamos o passo a passo do processo em diferentes fases).
Muitos cristãos, por exemplo, usam a bíblia exatamente como oráculo: orando, fazendo uma pergunta, abrindo-a "aleatoriamente", correndo o dedo até certo ponto, lendo o versículo ou versículos, orando novamente pedindo a inspiração do Espírito Santo para um interpretação correta e obtendo assim uma resposta.
Os céticos acreditam que os símbolos, os mitos, os números e até os milagres na vida de Jesus são coincidência ou cópia ou imitação, chamam de plágio, não crêem que são fatos e não vêem os sinificados esotéricos.
Os crentes, muitos deles, vêem os significados esotéricos, mas no geral eles desconhecem todos esses mitos, cálculos, números e "coincidências". Alguns poucos que os conhecem têm opiniões diversas, mas no geral omitem. Costumam, por vezes dizer sobre os mitos que se tratam ao contrário de falsificações posteriores e não verdadeiramente mitos anteriores. E às vezes até insistem numa suposta coincidência. Mas é claro que nenhuma dessas conclusões se sustenta diante da ciência e dos achados arqueológicos.
Nós somos cientistas e como cientistas somos céticos, mas também somos religiosos e de nosso jeito somos também crentes.
Nós identificamos no ensinamento de Jesus certos elementos em comum com outros, certas fontes anteriores, elementos sincréticos, elementos iniciáticos, as reformas, as retomadas e restaurações, as inovações, sua justificativa e seu momento característico.
O que temos diferente do crente comum são estas informações e a aceitação e compreensão que são a mesma sabedoria, os objetivos últimos e que nós não esperamos nem exigimos a conversão de ninguém, eles vêm como estão e se transformarão conforme sua vontade e a atuação do Espírito Santo. Explico.
Nós não forçamos ninguém a escolher entre nós e sua religião, nenhum de nossos membros é induzido a se tornar cristão nem a qualquer outra religião, nem esperamos que adira a umas das nossas religiões ou das que estudamos. Não perguntamos às pessoas se já aceitaram Jesus, isso é com elas e elas é que nos dirão por sua própria iniciativa sua religião, nós a ajudaremos a vivê-lá de verdade. Não nos perguntamos se depois de muitos anos na ordem uma pessoa ainda não aceitou isso nem "o que ela está fazendo aqui?". Ela tem que cumprir seu compromisso é com ela mesma, se nós contamos isso dela é porque de antemão ela nos autorizou a deixá-la esmaecer.
Nós somos religiosos e somos uma escola de sabedoria. Como já foi explicado, a escola é aberta a todas as religiões. A pessoa pode vir com uma religião e mudar para outra ou continuar na mesma ou aderir a mais outras, isso não importa, pois todas essas religiões ao final levarão à iluminação, isto é, à salvação, à purificação e à união suprema (união com Deus, Nirvana, gnosis...). Muda apenas a linguagem. Isto nos leva a uma profunda compreensão.
Por exemplo, Cristo diz que ninguém vem ao pai senão por ele. E assim é, ninguém chega ao pai sem passar pelo filho, pelo Cristo, que é o nirmanakaya no budismo, o Tathagatagarbha, no taoísmo o próprio Tao, no hermetismo é o mesmo nous, no gnosticismo é Chrestus. E assim se dá com muitos aspectos. Então aqui todos aprenderão a venerar todos estes, entendendo como a mesma coisa. Isso pode chocar alguns cristãos, mas apenas se eles não tiverem entendido ainda, através do espírito, que Deus nunca deixou ninguém sozinho, pelo contrário, ele amou cada um de um modo especial e o inspirou sempre de acordo com sua necessidade, nós é que não tínhamos dado ouvido a Ele ainda.
A outra diferença que falta explicar também de forma muito sucinta e incompleta como foi feito acima é que nós temos um objetivo que vai além.
O crente geralmente busca apenas a salvação e a transformação (pessoal, da vida, das situações, etc.). É incrível que existem aqueles que buscam apenas a salvação, sem querer sequer modificar seus caminhos e atitudes. Nós, além destes dois objetivos, almejamos também a iluminação, como acima descrito. Nos buscamos a gnosis que é o beber da fonte, comunhão completa com Deus. Isto será mais falado em outro capítulo que envolve cristianismo e gnosticismo.
O mais importante é saber como o rosacruz deve ser cristão e como não deve. Ele não deve ser como o cristão no sentido comum que se preocupa apenas com a salvação e vive para o mundo, na busca da satisfação do seu ego.
E ele não deve ser um cristão apenas no sentido pentecostal, salvo e ungido, morto para o mundo e vivendo pela graça do Espírito, buscando a bênção dos dons, pois ele deve ter isso e deve ir um pouco mais além disso.
O rosacruz ama o conhecimento, ele quer o mesmo que o pentecostal, essa experiência é o início de sua carreira, só que ele deve viver os dons, manifestá-los e ter a experiência direta do reino do céus através deles, ele deve querer conhecer até o conhecimento supremo sim, para que seu testemunho seja perfeito, não apenas usado por Deus ou guiado pelo Espírito, mas com intimidade com Deus, uno com o Pai como Cristo ensinou e foi modelo, realizando o que ele realizou e ainda mais como ele disse que faríamos.
Como ensinar aquilo que não vivemos? A missão rosacruz é curar, esclarecer e ensinar o caminho, neste sentido somos os mais cristãos de todos os cristãos.



O NOME ROSACRUZ
Hoje existem poucas ordens denominadas rosacruz. Umas até usam outros nomes. O nome rosacruz nesta década está quase amaldiçoado. Por que isso?
Poucos se atrevem a usar este nome. Este nome representa muitas religiões e ordens, mas tais religiões e ordens geralmente não gostariam de ser reapresentadas e valorizadas pelos rosacruzes. Por que isso?
A maior preocupação hoje quando os pais de alguem ouvem que seu filho foi convidado à rosacruz é "o que é rosacruz? É uma religião? São feiticeiros ou bruxos ou fazem magia negra? São adoradores do diabo?... Mas a mais válida de todas as perguntas que fazem é: são idólatras? Ou ainda são idólatras que fazem pactos e mantem segredos? Ou ainda é uma maçonaria?
Isso tem razão de ser, pois a maioria das rosacruzes hoje tem uma ou mais dessas características: não são rosacruzes de fato, são idólatras, fazem pacto de segredo e têm muita coisa em comum com a maçonaria que não faz parte da rosacruz autêntica.
Rosacruz de verdade não é nada disso. As rosacruzes que cultuam deus antigos, deuses escravistas ou o demiurgo, por mais que sejam vistas como benéficas são extremamente maléficas, são os matadores de alma de que falam os evangelhos, usam o nome rosacruz apenas para enganar e atrair os que já tem feito algun trabalho. Eles são retrógrados, que retornam às velhas adorações derrotadas, ao politeísmo e panteísmo simplório, às superstições e idolatrias do passado, à fantasmagoria e invocação de demônios como se fossem mestres, ao vampirismo dos ignorantes, ao paganismo declarado ou inrustido, o culto de demônios, proposital ou por ignorância, enfim, estas e todas as misturas comuns a essas ordens relacionadas a "nova era" podem ser também encontradas e uma ou duas ordens bem conhecidas que usam o nome rosacruz indevidamente.
Mas o que caracteriza uma ordem suficientemente a ponto de merecer esse nome? Existem muitas teorias. Por exemplo, o mais autêntico seria ser herdeira da primeira ordem rosacruz ou fundada por uma linhagem autêntica ou alguém de uma linhagem ou ordem dessa linhagem, mas falando sinceramente existe alguma ordem que comprovadamente se encaixe em algum desses casos?
Existem características. Para mim o mais importante é que realize ou se proponha a realizar o projeto rosacruz pelos meios propostos pelá ordem rosacruz.
O projeto é o já citado que mais um vez podemos resumir em: curar, esclarecer e ensinar o caminho. Nos livros rosacruzes esse objetivo é vida visto por vezes ainda mais resumido como o desenvolvimento do ser humano ounda humanidade, ou a salvação ou a iluminação do ser humanos, etc..
Nós preferimos como uma duas ordens costumam resumir: o retorno à pátria original. O retorno ao estado de pureza e consciência do qual nunca deveriamos ter saido e no qual podemos realizar a vontade de Deus, o projeto original de Deus para nós, a felicidade e a plenitude, muitas vezes chamado simplesmente de iluminação.
Essa linguagem, falar dessa maneira sem dúvida é uma característica rosacruz, mas não é uma condição indispensável. Os rosacruzes muitas vezes devem adequar sua linguagem à cultura e religião local. Então qual seria essa outra  característica que revela uma ordem como sendo rosacruz? Uma é o projeto rosacruz como foi dito e a outra é o método de execução do projeto, então o que caracteriza esse método? É o método alquímico, descrito no livro As Núpcias Alquímicas de Cristian Rosacruz. Está é a principal característica qe define o sistema rosacruz.
Entretanto podemos encontrar até mesmo ordens que se dizem rosacruzes e sequer falam ou explicam algo sobre essa obra. O que pensar delas?
Muitos dirão "mas esse processo alquímico é descrito nos evangelhos!". Sim, no novo testamento, na bíblia, nos apócrifos, nos sutras de Buda, nos tantras budistas, na alquimia taoísta, no Corpus Hermeticum... Mas quem o sabe decifrar? Ou ainda quem consegue ao menos enxergar que isto está ali, nestes livros? Imagine que é preciso (1) saber que estão ali, (2) detectar que estão ali e onde estão, (3) desvendar e entender seus símbolos e significados, (4) querer e se empenhar em realizá-los e (5) esperar e obter os resultados corretos propostos. Então não é tão simples.
Ademais, será que alguma dessas religiões que usam esses livros como os seus próprios livros sagrados aceitará ser chamada de rosacruz? E será que elas de fato percebem assim esse processo descrito em suas escrituras?
Por isso nós usamos esses livros sagrados e desempenhamos na prática o que essas religiões propõem em comum, mas nem por isso nos denominamos com seus nomes, por isso nós nos chamamos rosacruzes. Nós temos uma visão peculiar, eclética e pragmática, focada em procedimentos e resultados, mas que exige estudo exaustivo. Nós temos um modo de ver, uma visão rosacruz.


QUEM SÃO OS FALSOS?
Os falsos não são as religiões que simplificam a salvação. São justamente as ordens que acusam as religiões de estarem escondendo algo ou escondendo o verdadeiro caminho e ao mesmo tempo estas mesmas estão complexificando e dificultando a salvação.
São estes que colocam muitas condições, são os que dizem que "é preciso muito mais", são estes que dizem que a salvação é um processo mais avançado, mais para adiante, que são os falsos, os assassinos espirituais.
Irmãos, a salvação é para agora, é primordial. É uma das primeiras preocupações, pois não sabemos se estaremos vivos amanhã. Não é algo prorrogável.
Por isso ela está à disposição até às vezes em instituições menos confiáveis, mas que guardam alguma verdade. Tais instituições às vezes podem ensinar muitas coisas erradas, mas não conseguiram fechar nem macular a porta da salvação. Isto é uma prova do poder e da compaixão de Deus.
É também uma prová desse amor que mesmo alguns entre os falsários e até em algumas instituições que são quase que declaradamente màs ainda se possa encontrar salvação, que eles, por força divina ou por ingenuidade, oferecem sem saber. Porque Deus fará de acordo com sua vontade, com o seu pedido, mesmo que você esteja por engano clamando a salvação dentro de uma loja satânica. Por isso peça sempre o esclarecimento, provas, não explicações, pois a arte do maligno é a enganação e ele terá as melhores explicações possíveis e até mesmos provas falsas, por isso peça em sua mente onde eles não podem entrar, eles podem até fazer com que você pense algo, mas não podem ouvir o que você pensa, nem suas intenções.
Os mesmos falsários que dão sem querer a salvação muitas vezes a roubam depois, pois eles são peritos em desviar, enganar, e fazer dar meia volta sem que a pessoa perceba que já anda de volta em direção ao abismo. Por isso peça sempre a verdade a Deus. Ele ouve e sabe o que você precisa, mas não vai fazer algo contra a sua vontade, "qual pai dá uma pedra ao filho que pede pão?", quem dá a pedra em lugar do pão é o maligno. Deus quer o seu bem, mas é preciso que você o escolha, que você peça...
Os falsários são especialistas em criar dificuldades, caminhos longos e sublimes.
Nós agora devemos oferecer primeiro a salvação, a não ser que a pessoa não esteja pronta para aceitá-la. Então neste caso devemos prepará-la rapidamente. E antes mesmo que perceba dizer que a salvação depende da decisão pessoal, que é só isso, decidir o que quer para o seu futuro, uma vida eterna e feliz ou girar em voltas e voltas sem sentido numa condenação infernal que significa tentar (mesmo sem querer) viver fora da presença de Deus.
Nós rosacruzes de hoje devemos levar a pessoa a aceitar o plano de Deus primeiro, a salvação gratuita e fácil que nos ofereceu. Isto deve estar na primeira etapa a do conhecimento, mesmo como um conhecimento teórico, pois não podemos esperar que a pessoa se conveça por si mesma quando ela e nós estamos competindo com a argumentação do demiurgo que tem sido bem eficiente por milênios. E os falsários estão do lado dele para manter as pessoas aqui. Dizendo que são necessárias vidas e vidas (e isto não é permanecer neste mundo, viver neste inferno aparentemente afastados de Deus?), que devemos nos conformar com uma vida boa e pacífica e plantar boas sementes para um futuro distante.
Não, amados! A salvação é para agora. Um bodhisattva não se contenta com isso, com evolução, com caminho lento, com essas migalhas, ele busca anuttara samyak sambodhi, a plena e completa iluminação, uma vida desperta, uma vida plena. Nós buscamos o pleroma, a plenitude, não queremos voltar a esse mundo (a não ser que já saibamos com plena certeza que temos uma missão de ensinar aqui). Nós buscamos ensinar no mundo dos salvos, para que eles também alcancem a plenitude que é o plano original de Deus para nós, a felicidade plena. E para isso é preciso que sejamos salvos, que hajam salvos, não condenados a ficar retornando a esse mundo, isto mesmo que é a roda do samsara, é o inferno, é a vida alienada, "afastada de Deus".
A vida do salvo é a vida na presença de Deus. Os falsários não ensinam isso, eles não batizam com o Espírito Santo, nem ensinam esse batismo ou até ensinam formas erradas, falsas, desse batismo, que não são esse batismo, que não levarão a pessoa a um convívio com Deus, à intimidade com Deus, porque eles querem que a pessoa seja dependente deles e não que sejam salvas e independentes, não que sejam ungidos, que tenham o Espírito Sangro dentro delas, falando com elas, mas que tenham outros espíritos, entidades vampirescas constantemente dando concelhos que distraem e mantêm as pessoas longe da verdade, ou mesmo vulneráveis à constante sugestão do demiurgo, do enganador, que já nunca nos deixa enquanto não voltarmos à vida verdaceita.
Os falsários não ensinam nem estimulam a oração, a meditação e a comunhão, mas eles imitam isso, eles criam rituais vazios, sem sentimento ou sentido, sem entrega e sem resultado sensível, pois o resultado verdadeiro é maléfico. Eles não ensinam a distinção entre o maligno, o humano e o divino e ensinam que são divinas certas manifestações que são humanas ou malignas.
Caro leitor, a nossa mente e nosso corpo são mundanos e fora de nós as manifestações são geralmente do maligno. Dentro de nós já temos a semente do Buda, o Cristo, a consciência pura em nós, é a mesma consciência de Jesus, de Buda, minha, sua e de Deus. O que não temos de Deus é a mente. Por isso precisamos receber a mente do Cristo, para viver em Cristo...
Precisamos transmutar nosso corpo e mente mundanos em divinos e quem faz isso não somos nós, não é nosso ego, não é nossa personalidade, é Deus, através do Espírito. O que temos que fazer é convencer nosso ego a aceitar isso, a querer isso e a permitir que isso aconteça, pois nossa personalidade é da parte do demiurgo, vai resistir e nos arrastar com ela. Por isso que é preciso força de vontade.
Mas nossa força é incoparavelmente pequena em relação àquela que precisamos e que temos já à nossa disposição pela promessa de Jesus enunciada nos evangelhos e pela lei e previsão do Buda enunciada no Sutra doLotus. Precisamos dessa força e dessa certeza. A certeza é dada pela fé e pela confiança nestas promessa, lei e previsões. A força temos na rocha segura que nos é dada pelo plano de salvação oferecido pelo nosso Senhor Jesus.
A salvação é isso, é querer ser salvo e confiar no salvador, Deus. Deus é o único que salva na atualidade, para nós já é impossível, desde o tempo de Jesus. Estamos salvos pelo amor de Deus no corpo de Cristo vivendo pela vida e manifestação do Espírito Santo em nós.

OS PASSOS PARA ESCAPAR DA ARMADILHA
O primeiro passo rosacruz é o conhecimento e com ele deve vir já também o caminho, a salvação através da força maior. Deus é todo poderoso, nos ama e quer o nosso bem e felicidade, ele dá conforme sua necessidade, sua salvação e o que você pede. Por que ter uma limitação a mais, por que não garantir a salvação? E por que não pedir? Se Deus pode dar um banquete, por que você vai pedir migalhas?
E querer salvar-se não seria melhor? Buscai primeiro o reino de Deus "e o resto será dado por acréscimo". Não é difícil.
O segundo passo é a transmutação da personalidade: corpo e mente mundanos se transformarão em corpo e mente purificados e divinizados. Isto coincide com a descoberta da vonatade, em nossa ordem. Você precisa de vontade para fazer isso, porque a personalidade chamada de natural vai tentar driblar esse processo de todas as maneiras. E uma força extra de vontade é conhecida quando a verdadeira vontade é conhecida.
É preciso fazer a vontade do Pai, a nossa verdadeira vontade é a razão da nossa existência, e ela é digna do amor de Deus, pois ela coincide com a vontade dele. Você só vive o inferno se quiser, pois se escolher esse mundo Deus respeitará a sua escolha. Mas se você entende que está alienado da Verdade e você a busca, portas se abrirão. A verdadeira vontade sua é a própria vontade de Deus, é o projeto de Deus para sua vida. É nela que se encontra a liberdade, pois Deus planejou sua liberdade e a concede, mas ele planejou sua liberdade plena, não essa limitada, então porque se contentar com as alegrias desse mundo alienado e de morte com suas limitações, quando Deus planejou sua liberdade e felicidade plenas?
Por isso na segunda etapa que se concentra em transformação você precisa descobri-la (a  vontade de Deus para você, sua missão, seu propósito). Quem faz essa transformação é o Espírito Santo, desde que não viva mais segundo a vontade do seu ego, ou de sua mente corrompida, mas entregue sua vida para que Senhor a viva. Então o templo de Deus será reformado: derrubado e reconstruído. Pois nós somos na verdade o templo de Deus, mente e corpo, casa e templo da consciência absoluta. A sua felicidade na sua glória será conhecida.
O terceiro passo é a união com Deus, é tornar-se um com o Pai, é o conhemento e intimidade com Deus. É o conhecimento de sua realidade, de seus mundos, sua glória, sua sabedoria sua luz, sua plenitude... Isto é o completo despertar, o budado, mas não apenas o budado, e sim o pleno e complego despertar.