segunda-feira, 24 de junho de 2013

DO ENTENDIMENTO PARA A EXPERIÊNCIA


Em nosso sistema vamos partir do nível do entendimento, ou seja o nível comum, humano, para o nível da experiência da verdade, partindo do conhecido para o desconhecido. O esquema abaixo mostra os estados de consciência em sues níveis cotidianos dentro do nosso momento e de acordo com nosso nível de trabalho (somente os estados de iluminação podem ser chamados permanentes). Podemos classificar toda experiência possível em três níveis e cada nível contendo seus sub níveis:

 

3 níveis de entendimento (filosóficos):

a. incorretos (ou incompletos):1. a matéria

                                          2. a mente

                    (ou ambas, todas as formas de dualismo, estes são os duais)

b. 3. verdade: Triplicidade (três forças ou aspectos da unidade) ou multiplicidade                                                    (infinitos aspectos) ou unicidade.

 

4 níveis de verdade (experiência):

1. ganho e perda (karma)

2. abandono e transformação (mandala)

3. aceitação e união (tantra ou yoga)

4. Nibbana (iluminação)

 

5 níveis de iluminação

1. mundano (lapsos conscientes ou “inconscientes" (conscientes apenas no momento e esquecidos imediatamente após)), nível animal humano (ou outros animais, “fantasmas” e devas).

           (não é um nível de trabalho nem de iluminação, é um momento ínfimo e não profundo, mas natural, que continua a ocorrer durante o treinamento)

2. super-humano (treinando: 4 níveis de jhanas + 4 realizações imateriais + tríplice treinamento (dana, sila e bhavana) e tríplice sabedoria (sila, samadhi e prjna)).

          (neste caminho, a partir do segundo ponto que ainda não é um nível da iluminação propriamente dito, que é recebido o ensinamento do Buda por excelência, após esse ponto a libertação final é garantida pelos caminhos seguintes da iluminação real)

3. além-humano (com a destruição das impurezas principais entre outras):

    3.1. eliminação da (a) dúvida (sobre a iluminação sobre o iluminado e os iluminados, sobre o caminho proclamado por aquele que já o trilhou e sobre a possibilidade de seguir esse caminho e alcançar os resultados) da (b) superstição e o apego a preceitos acéticos e rituais (de qualquer espécie na crença de que estes possam levar à purificação) e da (3) crença numa substancialidade inerente, imutável e/ou permanente em si mesmo (eu ou alma imutável e eterna) ou nas coisas ou fenômenos (objetos existentes em si mesmo e/o ou por si mesmo) bem como a crença oposta a essa, niilismo em relação a si mesmo (niilismo materialista) ou com relação ao mundo, universo objetos ou fenômenos (niilismo existencialista); libertando-se dessas três, o praticante se liberta da possibilidade de nascimentos inferiores e entra na corrente sem retrocesso, torna-se um sotapanna.

      3.2. abandono do desejo sensual e lascividade e da raiva e aversão, e a erradicação parcial da ilusão, da ignorância:

           3.2.1. não mais apego aos desejos e objetos do desejo e não-ódio; reduz o retorno a este mundo a apenas mais uma vez, torna-se um sakadagamin.

           3.2.2. destruição (ou transformação) total da raiva-aversão- ou má-vontade e da ânsia-lascívia ou desejo-apego; liberta-se do renascimento nesse mundo e está destinado a completar o caminho em modos de vida superiores, torna-se um anagamin.

      3.4. eliminação de todos os grilhões, erradicação, destruição total de todas as impurezas e sua raízes, libertação total, iluminação, a consciência mora em Nibbana permanentemente, a consciência e Nibbana são a mesma e única “coisa”. Torna-se um Arahant, um Buda, um Desperto. Os diferentes tipos de arahantes e de faculdades destes são derivados do modo pelo qual eles atingem a realização última, mas todos têm acesso a uma mesma realização meditativa: a fruição da realização do estado de arahant.             

 

         Em todos os níveis de trabalho se pode ser um professor desde que esteja pelo menos um nível mais acima do que seu discípulo e que estude, porém no último nível de desenvolvimento ele só pode ser orientado por um iluminado ou num renascimento superior ou compartilhar experiências com alguém do mesmo nível, um companheiro de fato. O professor deve ser um pesquisador e um especialista.

 

Nota final: O uso da palavra libertação e impurezas não tem caráter metafísico em nossa teoria, mas por ser mais adequado, afinal, liberta-se das visões errôneas, dos obstáculos, das impurezas, das emoções prejudiciais, etc. A libertação pode ser destruição, transformação, aquisição, abandono ou uma combinação de dois ou de três ou mais processos. Impurezas é mais adequado por representar também muitas coisas, é uma forma mais geral de chamar todas as coisas que não fazem parte da visão verdadeira, ou das manifestações originais das emoções, ou dos elementos ou fenômenos da consciência, enfim se refere todas as formas de distorção da consciência da vontade ou das emoções.

 

Contato e mais informações em frateriliv@gmail.com