segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

A Ciência da Verdade

Nossa ordem é científica, mas não simplesmente ciência exploratória, especulativa ou invertigatigativa, que parte do sensível para o intelecto, de baixo para cima, ou que investiga de fora para dentro múltiplas tradições e modos de ver a verdade. Pois há nela, em contrapartida, partindo do intelecto para o sensível, uma revelação pura, espiritual, vinda do alto. Uma das maiores difernças entre nossa ordem e outras ordens é que as outras vêm de revelação humana ou têm sua origem em pessoas, em tradições, ou divisões de outras ordens, ou de religiões, ou de escolas, ou sincretismos, ou supostos espíritos, ou seres supostamente superiores, sendo baseadas no conhecimento humano e experiência humana. Nossa ordem é uma revelação do próprio Onisciente, do Ser Eterno, de Deus a pessoas (por isso não simplesmente transmitimos isso, mas ensinamos a obter pessoalmente esse relacionamento), e estas pessoas, seja qual for sua origem ou seu entendimento, tiveram a mesma revelação, e ensinam a mesma mensagem, e trabalham em algum campo para restaurar a inteira verdade tanto das revelações antigas (que continuam as mesmas e não há nenhuma nova senão a mentira, o desvio e a mistura). Por isso esta mesma revelação antiga se torna sempre novamente boa nova, por restaurar a inteira verdade em sua completude e ligar os pontos que foram separados levando à compreensão profunda do que parecia sem resposta e trazendo de volta o que foi abandonado por uns e regeitado por outros, e limpando a sugeira outrora depositada por outros como uma mancha que não apenas maculava a mensagem, mas de certa forma a destruía e anulava.

Essa mesma mensagem tem sido proclamada por milênios da mesma maneira por diferentes anunciadores ou restauradores, por diferentes pessoas, em diferentes lugares, que embora não se conhecessem, falam a mesma coisa, pois receberam uma incumbência do próprio Deus, de restaurar a verdade original e o significado original, bem como revelar verdades em algum campo ou campos específicos que se constituiram, depois de muitos desvios e deturpações, grande instrumento de engano e perdição, mas que por esse meio, através da graça do Eterno pode ser restaurada e revelada na sua forma original antes dessas adulterações, mutilações e corrupções. O trabalho humano consiste apenas em buscar sinceramente a verdade e encontrar as fontes originais que servirão de provas ao nosso cetismo, o restante, toda obra é de Deus que revela a verdade que liberta, que efetua a salvação e toda vontade e ação conforme o objetivo, restaura e confirma as verdades e refuta o enganos e mentiras, torna claro como águas transparentes o que antes se mostrava oculto e misturado como águas lamacentas.

Acontece que as antigas tradições não são como uma sugeira desprezível, pois elas bem ou mal serviram para conservar de alguma forma as verdades reveladas em sua trajetória progressiva de acordo com o que a condição humana poderia suportar, compreender e aceitar, mas por outro lado elas são aapenas como sombras diante da verdade. O apegado às formas e fórmulas não pode perceber e reconhecer os significados e as revelações, nem distinguir as verdades das falsas interpretações. É preciso entender duas coisas, a primeira que essas tradições apontavam para um mistério, e que esse mistério já foi revelado. E a segunda é que assim como as sombras são muito diferentes daquilo que as projeta e nem toda sombra mostra com exatidão o contorno do corpo que representa, essas tradições tem muitas diferenças, umas mais inexatas que outras, e que apenas uma pôde ser a mais próxima do que pretendia, sem saber, representar; e ainda assim mostrou apenas os contornos, ou seja, apenas a superfície do que é toda a verdade. O objetivo específico que estas tradições representavam como sombras ou pobres encenações de verdades eternas já se revelou, de modo que não precisamos mais como tolos tentar mudar as sombras ou entendê-las, mas já olhar diretamente para o que as projetou e interagir diretamente com ele! É essa a alavanca de independência de todo verdadeiro iniciado, a qual depois que já a poossui pode caminhar sozinho e não precisa que ninguém mais o ensine pois seu negócio já é diretamente com o Eterno e sua relação com seus irmãos é compartilhar e com a humanidade ensinar. Assim também é a verdade de algumas dessas tradições que a ordem vem revelar de dentro para fora e religar o que parecia deconexo, ou sem sentido, ou até mesmo antagônico, revelando quais são essas tradições, seus segredos e profundos significados, ensinando sua melhor utilização e provando quais são seus verdadeiros objetivos e os modos de atingi-los.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Categorias de Ordem (com a parte que faltava)

Ordem pode ser compreendida em vários níveis ou dimensões de ser. Seria muito longo descrever ainda que sucintamente todos eles, mas devo resumir agora alguns dos principais níveis apenas em termos de manifestações. Ordem pode ser compreendida (A) enquanto seres (e níveis de ser (ou platôs), (B) enquanto organização (e instituições), (C) enquanto regiões (ou estados ou níveis ou platôs de existência) e (D) enquanto plenitude (ou Supremo Ser ou completude, ou visão integral).

(A) Enquanto seres, a ordem pode ser classificada de várias maneiras, uma bem ampla é por habitação ou natureza dos seres, assim constituída por (1) seres que nunca caíram e permanecem na Ordem, em sua natureza original junto com seres da ordem que retornaram da queda e seres restaurados à natureza original, estes estarão já na mesma natureza; (2) seres da ordem que querem e ou que já estão regressando à Ordem, que têm alguma intuição verdadeira ou ligação definitiva já com a Ordem, embora estejam imersos na natureza corrompida, estão em processo de retorno, eles estão junto com os demais seres constituem a ordem apenas (não que estejam excluídos do processo, mas estão inconscientes dele, isto também está na equação da ordem completa...) e nem fazem ideia da existência de uma Ordem suprema ou não querem escapar da natureza corrompida nem restaurar sua natureza original, estão nessa mesma natureza, a diferença é que não têm ligação nem sintonizam com a Ordem superior, estes últimos vagam pelo mundo como se isto fosse tudo.

Esta é uma categorização didática que também
ensina a desviar-se da terrível mentira que diz que "todos já estão salvos" e ou que fatalmente "um dia todos encontrarão a verdade" e que seriam restaurados: na verdade isto não pode ocorrer se não for da vontade destes. Mas
existem outras formas mais específicas de categorizar os  seres. Por exemplo, numa mesma dessas duas dimensões de existência ou naturezas existem pessoas sintonizadas em diferentes níveis, vivendo no mesmo mundo, mas vendo mundos quase completamente diferentes.

Um ser enquanto indivíduo enquadrado em uma dessas categorias pode estar participando de um
grupo ou não (os grupos estão no próximo tópico), mas independente disso ele é o que é chamado tradicionalmente um vaso, ou seja, um receptor, que podemos equiparar a uma antena ou um aparelho, que recebe informação até o nível onde possa captar, através de sua sintonia (como e porque isso acontece não é tratado aqui). Ele sempre está sintonizado com algum nível de uma das duas naturezas (as naturezas estarão nos tópicos seguintes), não há escapatória para isto.

Quando o ser-indivíduo capta das partes de seu ser mais próximas da Ordem, na tradição
ele é chamado um templo (ou “vaso vivo”); só quando ele tem consciência disso e ou transmite e ou se organiza com outras pessoas em função disso, ele é chamado um iniciado, é um templo ativo ou templário (templário aqui não se refere ao que realiza serviços ou rituais em templos, etc.), ou seja, aquele que se tornou um vaso, um receptor da Ordem: um templo do Eterno. Estas são categorias em que se enquadram todos os seres. Mas ainda existe uma categoria especial como a dos animais, eles se enquadram de uma forma diferente nas duas categorias.

(B) A Ordem como organização manifestada no mundo, aparece como associações, ordens, escolas, fraternidades, sistemas e instituições diversas, em diferentes épocas e lugares, com diferentes nomes. Também surge como ideias, vontade e afeição junto a um conhecimento, que é recebido, gradual e intuitivo, em alguém, em pessoas, em mentes. A ordem manifesta (Ordem e ordem), em alguma instância desse mundo, é o que chamamos 8, esta em sua organização formada de seres-mentes, consciência, ideias e leis (e vontade e afeto) é a que nos referimos com a sigla O.I.T.O. (Ordem iluminacionista do Templo do Onisciente). Essa manifestação específica, da qual estás tomando ciência agora, aqui é denominanda F.I.T.O. (Fraternidade dos Iluminacionistas do Templo do Onisciente) que é manifestação exterior da Ordem de origem, que chamamos de O.I.T.O.; a F.I.T.O. e todas as suas ramificações e fraternidades e confrarias coirmãs estão todas incluídas no que normalmente chamamos de "nossa ordem". Mas outras, mesmo quando são autênticas são chamadas de "outras ordens", pois usam outras linguagens, assim, quando dizemos outras ordens estamos falando somente de outras ordens, não estamos necessariamente dizendo que são corrompidas nem que são autênticas, e estas estão classificadas anonimamente em outras siglas gerais (que serão vistas mais adiante em outras publicações).

Outras ordens autênticas ou remanescentes que podem ser classificadas no mesmo tipo ou origem (direta ou indireta, da O.I.T.O.) não são citadas nesse trabalho, mas elas podem ser entendidas como uma das manifestações multiformes da mesma O.I.T.O. para atender alguma das razões citadas anteriormente,
embora dificilmente sejam simultâneas. São classificadas como outras fraternidades, equivalentes à F.I.T.O.. Uma porta específica que se abre diretamente para entrar nessa fraternidade é a O.I.E.O. (Ordem Iliminacionista Estrela de Ouro, também chamada de Ordem Terapeuta Estrela de Ouro).

Existem outras portas, classificadas sob outras siglas, mas esta está em linha direita de ligação com os dois outros elos acima. Isto é uma grande diferença, por isso quando falamos de nossa ordem de forma mais geral estamos nos referindo a esta corrente, composta desses
três elos (O.I.E.O., F.I.T.O., O.I.T.O.), e quando falamos dela de modo mais específico estamos nos referindo a esta última. Já sobre outras ordens equivalentes à O.I.E.O. podem haver em maior número, mas de ligação indireta ou herança de uma manifestação anterior. Não cabe aqui falar de outras correntes ou ordens ou atribuir a elas origens (iguais ou diferentes da ordem verdadeira), e sim falar sobre a nossa própria ordem e sua origem. Por essa razão esta parte está aqui, para que se conheça a ligação com o que estamos expondo, a Ordem maior.

(C) Enquanto regiões ou estados ou níveis de existência, existe a Ordem como o Supremo Ser, Eterno, Onisciente que precisa ser entendida pela lógica imbatível para que um membro seja introduzido na ordem conscientemente e sintonizado à Ordem. E existe Ordem como local e estado, plenitude e perfeição. Já ordem se refere a todos os mundos transitórios, pois estão fora da Ordem enquato naturezas, mas estão dentro enquanto parte do processo, do propósito e do resultado.

(D) E enquanto plenitude (ou Supremo Ser ou completude, ou visão integral) Ordem é o Supremo Ser, ser completo, pleno, eterno, a visão do Onisciente. E para as criaturas é a experiência eterna em estado de plenitude. A diferença é que o Supremo conhece toda eternidade (e, obviamente, tudo nela e muito mais) e os seres passam a eternidade conhecendo; um é eterno presente, incompreensível agora para nós e nós outros eternos gerúndios, de eternidade em eternidade.

O que é superior, mais supremo, ser consciente ou ser inconsciente? Logicamente é ser consciente. Só que ser supremamente consciente vai até bem mais além disso, é ser onisciente. Para que hajam diferentes consciências e elas tenham diferentes conteúdos e conteúdos em comum e conteúdos de fenômenos e coisas do passado é preciso que haja uma consciência onisciente que se conserve incondicionada. Ela é luz viva.

Se lhe perguntassem se você queria ter uma consciência mais elevava e até bem acima da normal humana ou a mesma consciência que uma pedra, qual você escolheria? Se escolheria ser como uma pedra nem deveria estar lendo isso, aliás, não é bem vindo em nossa ordem como membro, pois ela não lhe serve.

O que é superior, mais supremo, ser pessoal ou ser impessoal, ter características superiores ou não ter nenhuma característica, ter vontade própria ou ser um autômato, mecânico? Obviamente, que é ter características e estas serem superiores; e é ter vontade própria. E o Supremo Ser é supremo ser, não é supremo não ser, nem não existir. Ainda vai além disso, por sua natureza emana toda vontade e por sua vontade se define o que é característica, além de pessoal é supra pessoal, pois abarca todas as pessoalidades e consciências, e ainda as transcende, permanecendo sempre em suas próprias características, ou seja, a transcendência da pessoalidade como entendemos, não deixa de ser uma característica pessoal.

O que é mais supremo, é ser submetido a leis justas, mecânicas, automáticas, infalíveis e invioláveis ou ter afeição, escolha, amorosidade e amar e reger tudo com equilíbrio, equanimidade, cálculo completo das consequências e bom senso? Obviamente a segunda opção é a superior. Os que caracterizam o Ser Supremo como submetido ou fabricante de uma mecânica ou das características do primeiro tipo, mais se parecem com os que crêem que tudo surgiu do nada e resultou no que é hoje pelo mero acaso, ou seja, é uma crença estúpida, teimosa e arrogante.

Supremo Ser ainda vai além disso, ele é o próprio amor, é amor vivo, é o próprio amar. Por isso existe algo, pois a suprema vontade é impulsionada pelo afeto. A consciência por si mesma é neutra, ela testemunha tudo inclusive a si mesma, mas a vontade é toda expansão, não sem que o afeto, amor, união, atraia e comprima. Essas são as três forças primordiais sem as quais não pode haver existência. O afeto é fruto da consciência, e a consciência é fruto da vontade, mas a vontade é fruto do afeto, do amar. Esse ciclo fechado poderia permanecer eternamente, mas o amor do Supremo vontadeou a existência de seres amados e teve seres como alvo.

Essas são as características que por muitas vezes vem sendo ignoradas, omitidas ou negadas ao Ser Supremo. Embora outras são admitidas como onipresença, onipotência, eternidade, imanência e transcendência. E embora seja uma palavra
inadequada tem sido chamado de Deus. Em nossa ordem o Ser Supremo se faz objeto principal de investigação, pois é sua vontade que esteja em nossa consciências, em outras
palavras, quer ser conhecido. E investigamos a fundo não apenas ao ponto de comprovação, definição e caracterização, mas seus aspectos, linguagem, apresentação, e sua criação, leis, nomes, matemática, geometria, epistemologia, ontologia, tautologia, cosmologia e psicologia. De tal forma que tudo que será entregue ao
estudante é irrefutável, tanto por sua razão lógica, quanto por sua experiência, intuição, vontade, etc.. Mas um conhecimento diferente, íntimo, muito íntimo...

E os meios de atingir por si mesmo as mesmas conclusões (antes que as demos) que nós, são infalíveis se a pessoa seguir as instruções.
Portanto está fora de cogitação toda doutrina ateísta, humanista, materialista, mecanicista deista ou que fale num Deus impessoal, ou de apenas justiça, ou mecânica ou leis, ou força, etc.

Aspectos tomados como simbólicos da triunidade suprema muitas vezes tem sido confundindos ou mesmo se perdido aos longo de muitas tradições, aqui recuperamos: como consciência, vontade e afeição ou amor. Já foram conhecidos como luz, vida e amor e isto não é erro, mas a incompreensão disto e a negligência levaram a
incompreensão do perfeitamente compreensível, e do que eta antes conhecido como revelação ser blasfemado como mistério, como se um triângulo só pudesse ser entendido como três retas e não ao mesmo tempo como uma única figura, uma única unidade. Isto é absurdo e não compreender intelectualmente algo tão simples é a prova do
afastamento da realidade, de estar se afogando na própria desgraça, de amor ao caos, como não ver isso? Como não entender algo tão simples quanto a unidade de um triângulo? Realmente a verdade foi concedida aos simples e aos sábios em seu próprio conceito restou a cegueira e o
“mistério”.

Isto, essa tríade una se repete em tudo, mas especialmente em nós, que somos como o Supremo: consciência, mente e corpo; ou
tradicionalmente conhecido como espírito, alma e corpo. Espírito é igualmente uma triunidade de consciência, intuição e comunhão, e assim por diante, os outros dois também são triunos. Em nós isto é o espírito, a consciência em si e seus aspectos ou faces. A psique é traduzida e conhecida como alma, é a mente. E a vontade em nós equivale ao corpo, o corpo nada mais é que a corporificação da representação da alma. A vontade, no universo, são todos os corpos, todas as forças, vontade não pode não se realizar como algo, e em nós ela é o corpo e tudo que é depositado nele, tudo que pertence a corporeidade é vontade. Nos mundos, em todos, a vontade é a forma, no nosso mundo a vontade é a forma material, no mundo da Ordem é a palavra, o verbo, a vibração, a pessoa, a razão e o corpo do Supremo Ser...



domingo, 16 de fevereiro de 2020

As cinco vias eficazes 5 - Via Empeirikae


2 Via Empeirikae

Outra é a via da experiência,  chamada via do empirismo ou via empírica (ou mística por uns outros). Esta via confia mais nos sentidos, nas percepções e em tudo que constitui a experiência empírica. Uns vão um pouco além da experiência material, observando as experiências mentais e por meio de análises tiram suas conclusões. Outros vão aindam na direção de experiências metafísicas (se é que podemos realmente chamar assim). Mas alguns vão além disso e terminam confundindo experiências mentais com espiritualidade.

Nós identificamos esta como via da experiência porque ela ambrange toda experiência, seja através dos sentidos ou a chamada extra-sensorial; seja material, mental ou espiritual (quando há alguma); seja da vida cotidiana ou as chamadas paranormais e metafísicas. Está esta via impregnada em várias tradições filosóficas, sempre identificada como empiria, indo desde o ceticismo empírico até à análise metafísica empirista. Há também os que a negam, afirmando que nenhuma experiência pode mostrar qualquer realidade ou negando que possam existir fatos empíricos (podemos chamá-los de empiristas negativos, mas de fato não são empiristas, pois adotam uma postura apenas para negá-la). Nesta via também predomina o aspecto thelema, mas aqui ele é regido por nous (consciência), é nous que recolhe as experiências apesar da vontade ser a que busca as experiências, ela as busca para a consciência.

Esta via está na base da via científica, pois a parte experimental da ciência se baseia em sua quase totalidade no que pode ser percebido ou observado, experimentado. A ciência moderna que surgiu na ordem rosacruz e foi exteriorizada e sistematizada por Bacon, um rosacruz, e outros, não tinha a intenção (nem nunca teve antes de sua sistematização) de excluir as investigações mentais e espirituais, pelo contrário, esse era o centro, e suas principais descobertas estavam nesse campo (que infelizmente teve que ser escondido e muito realmente se perdeu).

A ciência acadêmica desde seu início estava envolvida em pesquisas como as nossas, de natureza também mental e espiritual, mas logo foi perseguida pelo papa da época. Só após um acordo Descartes pode continuar suas pesquisas e escritos, sob a condição de que se restriguissem ao campo da fysis, ao campo material, e que a parte relativa à alma e ao espírito fossem deixadas à autoridade do vaticano.

Infelizmente e sem saber os cientistas de hoje, com seu preconceito em relação à metafísica e tudo que seja similar, apenas obedecem tacitamente a esse acordo da época. E embora critiquem a igreja de Roma não fazem mais do que obedecê-la (como uma criança, que embora saiba que o bicho papão não está no armário, ainda não se atreve a abri-lo e ri dos que vão investigar o que há realmente nele). Assim os cientistas que não aderiram a esse acordo e continuaram suas pesquisas ocultamente foram perseguidos e mortos e os que sobreviviam eram tachados de místicos (e até tidos como bruxos e feiticeiros algumas vezes). Se o mundo da ciência acadêmica fosse racional como declara ser, seria no mínimo estranho que esse pensamento continuasse até hoje, mas o fato é que continua, e mesmo ciências desse tipo já consagradas (como a psicanálise, a parapsicologia, algumas áreas da neurociência e principalmente a metafísica) são vistas como duvidosas, especulações e excluídas do campo da ciência. Mas essa resistência vem diminuindo e cada vez a ciência avança nesse sentido, com experimentos, dados e teoria que vão desde pequenas evidencias na parapsicologia até grandes demonstrações na física como a origem do universo e a existência do criador.

Isto é assim em parte porque realmente os campos ou vias do conhecimento humano são todos submetidos mais à paixão e ao gosto do que à razão, mas também porque o campo científico também não abandonou as preferências empíricas de sempre, ou seja, das impressões sensoriais, quase tidas como verdade incontestável nessa área. Assim a tendência empirista permance mais forte em todos os campos, porque as impressões dos sentidos são as mais fortes e as que mais incitam os desejos e paixões humanas. Os que se voltam à ciência normalmente já abraçaram a convicção empirista mesmo antes de se tornarem cientistas, não vendo que é apenas mais uma forma de filosfia e de ver a suposta realidade que pretende investigar.

A metafísica na academia está restrita ao campo da filosofia e mesmo assim com muitas reservas. Mesmo entre as ordens esotéricas hoje, raras são as que se dedicam à ciência metafísica, na verdade só fazem declarações metafísicas que não passam muitas vezes de crenças e suposições tidas como revelações acessíveis somente aos mais supostamente elevados, ou seja, dogmas. A verdadeira metafísica é uma ciência antiga e esquecida e seus poucos praticantes isolados ainda hoje são vistos como místicos, num sentido um tanto distorcido e até depreciativo dessa palavra. Assim também temos que confessar que, apesar dos avanços, a metafísica praticada hoje está mais para a esfera da empiria do que do rigor do método científico. E ainda, na visão popular a metafísica geralmente está mais ligada ao campo da fé, à religião e ao esotérico.

Nós entretanto, pensamos diferente e temos a pretenção de devolver à metafísica o seu lugar como ciência, pelo menos em nossa ordem.

Mas mesmo assim boa parte da metafísica hoje estaria restrita ao campo empírico apenas, não por impossibilidade de aplicação do método científico, mas pela maioria das experiências e experimentos ainda serem realizadas estritamente a nível pessoal e mental (o que ainda está novamente em grande parte no campo do sensível e muitas vezes dificilmente poderíamos classificar como metafísica). O mundo contemporâneo carece de cientistas imaginativos e criativos que possam elabolar não só hipóteses, mas principalmente experimentos capazes de testá-las, que possam ser comprovadas não apenas por experiências pessoais, mas demonstráveis (nós também temos evidências e experiperimentos neste sentido e pretendemos divulgar amplamente assim que forem concluídos).

A via empírica é a mais amplamente usada pela humanidade, ainda que não se dê conta disso. Todos baseiam sua noção de verdade e de realidade acima de tudo na sua própria experiência ao longo da vida, tendo a razão, em maior ou menor grau, apenas como um coadjuvante na análise e julgamento do que pode ser tomado como certo, verdadeiro e ou realidade.

A limitação dessa via é obviamente a mesma limitação de nossos sentidos, de nossas percepções (sensoriais ou não) e de nossas capcidades de expansão dos mesmos. Ainda que expandíssemos ao máximo nossas capacidades sensoriais e perceptivas ainda haveriam muitos fenômenos e dimensões inteiras de realidade que ficariam fora de nosso alcance. Nosso tempo de vida também é um fator limitante. Porém, um certo aumento dessas capacidades já nos é suficiente para avistarmos muitas realidades que apontam para a verdade mais importante e nos dão as diretrizes pelas quais podemos nos conduzir rumo a inteira verdade. Por esse ponto de partida também a via empírica tem muita importância e influência nas outras.

O problema das limitações também se deve à interpretação que pode ser dada à experiência, e também a atribuição de "verdade em si" que normalmente se dá a ela. Muitos enganos surgem disso. Na verdade essa via, por parecer, para a maioria, a mais confiável, é a causa dos grandes erros, divisões, sectarismos, novas seitas e ordens, fanatismos, etc., pois para muitos eles têm a prova de seus desígnios, teses, doutrinas, etc. através de experiências pessoais ou coletivas. Quando analizamos o surgimento de alguma novidade esdrúxula nesse campo quase sempre vamos encontrar uma experiência pessoal tida como superior ou metafísica como seu início.

O maior problema dessa via hoje talvez seja o de querer provocar as experiências mentais (que são confundidas com expirituais) artificialmente. Para isso são usados meios fisiológicos e materiais, resultando no que chamo fisiologismo espiritual e no já conhecido materialismo espiritual. São usados meios como meditação, yoga, hiponose, mantras, sons, ondas magnéticas, elétricas, sonoras, aromas, luzes e cores, exercícios, e inúmeros outros artifícios para provocar efeitos fisiológicos no corpo e que afetam o funcionamento da mente. O que isto tem a ver com espiritualidade? Ninguém sabe, mas no conceito deles toda espécie de mentalismo e manobras mentais ou corporais e outras coisas absurdas são vistas como espirituais. É claro que tudo isso é análogo ao uso do alcool ou qualquer outra substância, só está alterando o funcionamento do corpo para influenciar a mente. É a maior fonte de engano a muitos séculos.

E aqui entramos num perigo talvez maior ainda que vem cada vez mais ganhando espaço nas escolas místicas, ordens e até igrejas, o uso de substâncias, entorpecentes ou não,  alucinógenas ou não, que induzem alguns estados mentais. O fisiologismo espiritual ao longo de séculos tem feito uso de substâncias que alteram as funções do corpo, especialmente do cérebro, provocando as chamadas experiências místicas, espirituais, ou qualquer que seja o nome que se a esse auto-engano. Obviamente isto leva a mesma espécie de confusão, ainda mais associada as sensações e emoções ocasionados por essas substâncias que chamamos simplesmente drogas, sejam ilícitas ou não, sejam prejudiciais ou não, que se encarregam de todo o auto-engano. Algumas vezes as interpretações "espiritualistas" são orientadas por alguma espécie de líder, outras vezes até dispensando a interpretação tendenciosa desses. As interpretações geralmente já foram lançadas antes na mente das vítimas. O líder geralmente já preveniu antes o que a pessoa vai passar e já deu sua explicação. Ora, se os acontecimentos da vida cotidiana são passíveis de vários tipos de interpretação, e a grande maioria é errada, imagine as experiências subjetivas provocadas por substâncias e que podem até serem induzidas (pelas mesmas substâncias, por sugestão anterior, por hábitos, por tudo isso junto, etc.).

Não podemos esquecer daqelas que são provocadas por substâncias internas, como da própria bioquímica do cérebro e das glândulas endócrinas sendo auterada por algum meio (exercícios, práticas sexuais, dietas, etc.). Este meio é também cada vez mais acreditado hoje em dia, numa área bastante atraente para muitos, a sexual. Muitos crêem que algumas determinadas práticas sexuais podem levar a experiências espirituais e até que são indispensáveis para alcançar consciência, despertar, salvação, suposta construção de corpos espirituais através de práticas sexuais, evolução espiritual e moral, etc., enfim, esperam resultados espirituais através de práticas fisiológicas. O modismo que leva ao auto-engano pode variar de época em época, mas o princípio é sempre o mesmo. Este sempre se repete, seja com novas invenções ditas tradicionais, seja pelas mesmas de sempre ou seja pela somatória de varias delas.

A tendência humana é sempre crer no que os sentidos parecem mostrar, não percebendo que se trata, antes de tudo, de uma sensação e finalmente uma percepção, não um acesso direto a uma realidade em si. Pior ainda no campo do suprassensível, onde existe muitas vezes uma sensação de realidade bem mais ampliada, e muitas vezes diante de uma alucinação ou sonho.

O maior exemplo disso talvez sejam as falsas memórias, falsas lembranças que temos em sonhos (e às vezes até em vigília), ou o engano das falsas experiências de regressão de memória em que se toma a capacidade da mente coletar experiências de outras mentes como uma lembrança pessoal, ou quando se toma uma fantasia sob hipnose como uma clara lembrança. Esses erros grosseiros também demonstram que os que apresentam isso como ciência não têm o mínimo critério ou rigor científico, o que só contribui mais ainda para que a ciência metafísica seja difamada e desacreditada como ciência. Por outro lado cada seita vê nesses experimentos mal feitos uma oportunidade de "comprovar" suas teses e doutrinas e por vezes termina investindo nisso e consequentemente na falsa imagem dessas como sendo ciência, parapsicologia, metafísica, comprovações, etc..

Entretanto a experiência é indispensável na vida cotidiana e nos padrões de realidade que adotamos, e se bem usada tem importante papel como via do conhecimento da verdade. Seu ápice são as experiências transcendentais compartilhadas, em que todos os participantes chegam à testemunhar exatamente as mesmas coisas, e quando elas podem ser apoiadas na lógica e em experimentos realmente científicos (com duplo cego, grupo controle, registros não presenciais, etc.) que podem ser validados por cálculos, estatísticas e sejam irrefutáveis racionalmente. Neste  caso elas invariavelmente vão apontar também para a realidade da via central e o que já foi acima relatado como conclusão comum a todas as vias.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

A ORDEM - parte 1

A ORDEM

Ordem é o que diz a palavra, ordem, sentido, organização, paz, verdade. Fora dela há o caos e mais além deste há o abismo. Neste modelo de realidade completo, nos encontramos precisamente onde há caos, mas também no caos há ainda alguma ordem, e o abismo bem próximo, na margem do qual estamos, é onde não há ordem alguma.

Numa nomenclatura mais realística do que simbólica, mas sem deixar de ser também simbólica, a palavra ordem designa dois vórtices ou planos ou esferas ou círculos ou mais precisamente naturezas, uma superior e outra inferior, na superior está a ordem, na inferior estão o caos-e-ordem (mundo) e o abismo.

Na extremidade superior desses dois círculos está o Supremo Ser e na inferior o abismo, a suprema limitação, impossibilidade, o máximo "não-ser"; um, todo luz, amor, liberdade, onisciência, vida, paz, eternidade, incondicionalidade, comunhão, deleite e o outro, trevas, aversão, impossibilidades, morte, entorpecimento, tormento, perecer, totalmente preso a condições, isolamento, sofrimento; e entre esses dois extremos, em regiões mistas, há muitas gradações. Tudo que estiver em cada um desses dois vórtices será semelhante ou submetido a uma ou outra dessas duas naturezas de acordo com a proximidade ou sintonia, em relação a uma ou a outra dessas duas extremidades.


Ainda o significado da palavra ordem é tudo que consta na maioria dos dicionários: organização, estrutura, relação, série, disposição, sucessão, sequência, arranjo, procedimento, técnica, método, meio, processo, disciplina, regra, lei, obediência, determinação, mandado, prescrição, mandamento, paz, tranquilidade, grupo, congregação, assembléia, conjunto, configuração. Todas essas palavras se referem ao que temos chamado de ordem, todos os significados se relacionam a algum desses sinônimos, seja por função, caráter ou definição, do que se designa ordem. Pode se referir ou ser atribuído a uma pessoa, um grupo de pessoas, um ser, um fenômeno, uma natureza ou à própria ordem real de tudo que é, ou à própria ordem em si. A ordem é a estrutura, a natureza, o fundamento e o propósito de tudo.

Quando algo sai da ordem existem, então, essas três naturezas. Ordem está em plena ordem, em harmonia, abismo está em desarmonia, desordem, e caos contempla algo dessas duas naturezas de múltiplas maneiras. Mas não que algo esteja realmente fora da ordem, pois a ocorrência de caos e a restauração da ordem original já estão previstos na própria ordem. Não são só lugares estas esferas, são lugares, estados, níveis, dimensões, planos, platôs, idéias, consciências, seres, etc.. E isto tudo, e mais, é que chamamos de 8.

                                      8


Ordem é a parte de cima do 8, o círculo que permanece conforme a natureza original, harmonioso, sem sofrimento, livre; caos é a parte que decai, o vórtice de baixo, que sai da ordem, é aquele que dentro das milhares de possibilidades da liberdade escolheu a inconveniente, isto é, a que gera sofrimento e degradação, a única não indicada (devido a estas más consequências), na que surge o mal e a colheita de suas consequências, o continuar caindo, a ligação com o pequeno, com uma segunda natureza, corrompida, com a restrição de possibilidade e com a gigantesca limitação, e até o abismo. O Ser Supremo está no extremo superior nessa representação, no ápice da ordem; o abismo é a extremidade mais separada da ordem, é o caos completo, o extremo inferior.

O que é Ordem? É a parte superior do oito que segue em seu círculo, num ciclo de conhecimento perfeito, enquanto a que cai segue o círculo inferior do oito, longo, temporal, cheio de ignorâncias, e de limitação do conhecimento e das maneiras de conhecer. Ordem é a natureza real, original; o outro lado é essa natureza decadente do mundo gerado na queda.

E o que é a ordem? É o oito todo (por isso convencionaremos aqui estes dois sentidos, um para Ordem com inicial maiúscula e outro para ordem, com minúscula; mas devo avisar que dificilmente cuidaremos disso em outros escritos, como no falar, assim, quem lê, como quem escuta, deve estar atento ao contexto; esta explicação é apenas geral e é dada aqui apenas porque será útil nesse capítulo).

Portanto, Ordem é perfeita, é a esfera que segue seu curso sem cair; e ordem é o processo todo, pois a Ordem já contemplou o todo na eternidade, e este é formado pela parte perfeita e pela parte em queda, auto-separada da Ordem, mas não deixada de fora de uma ordem, tudo enfim será restaurado à pura Ordem novamente. Pois a Ordem termina ordenando a ordem. E finalmente ordem se referindo apenas ao vórtice inferior é chamado ordem no mundo, e o que no mundo não está em ordem pretence ao caos, isto é o abismo.

Tudo está previsto na Onisciência (pois ela está presente em todo instante de tudo simultaneamente) e nada escapa ao plano original, de modo a formar uma equação matematicamente precisa em sua resolução no todo, que contempla todas as liberdades possíveis no seu percurso. Ordem e ordem são conteúdos de consciência. A noção de consciências separadas da Ordem termina originando a noção de consciências isoladas umas das outros em conteúdos de consciência, que são os seres, não os originais entretanto, mas tais quais conhecemos aqui (em gradação de auto-isolamento até o abismo, o isolamento total).

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

As cinco vias eficazes 4 - Via Ethikae


As cinco vias efetivas

1. Via Ethikae

Uma via é a mais rudimentar, mas básica, a que parte dessa natureza ou do corpo, é chamada a via do esforço,  uns dizem "do mérito" ou "da força" ou "da vontade". Nós dizemos "do esforço" porque é a característica comum e predominante em todas as manifestações dessa via, seja isolada ou no meio de outras; seja expressa por pessoa ou grupos.

Mas ela também pode ser vista como a via da ética e nós assim também a denominamos, pois este esforço no final tem como justificativa uma (supostamente natural) justiça implícita, na qual se espera uma "natural retribuição" ou recompensa ou resultado bom, por atos considerados bons, e ou por atos considerados justos. Por isso esta também é a chamada via moral, apesar de estar, no mínimo, implícita em todas as outras vias, ela tem sido tomada ao longo da história, por alguns, como caminho por si mesma ou pessoal.

Apesar de partir do corpo, seja como atitudes, comportamentos, ou exercícios, e até formas simbólicas, disciplinas, ritualísticas em algumas ocorrências, etc., o objeto e o objetivo final é sempre moral. Espera-se que a tomada destes comportamentos, atitudes, práticas, traga certos benefícios para a pessoa, para os que convivem com ela, para o povo, e enfim, para toda humanidade ou seres em geral. Como a humanidade vive em corpos humanos e possui mente esta via deve estar pelo menos na base de todas as outras, pois é o corpo que se comporta em relação ao mundo, assim também a mente e todo comportamento é mental, mesmo os que são corporais partem da mente (e essa é apenas uma das razões porque também é chamada via do intelecto). E todas as outras vias possuem alguma disciplina, ainda que mínima, neste sentido.

Na visão filosófica a ética trás os benefícios de uma vida pacífica quando amplamente praticada e de civilizações justas. A nível transcendental e ou individual se prevê as vantagens da ética, que vão desde as mais próximas e óbvias, em suas relações interpessoais, até trancendentalmente, segundo as crenças de recompensa de leis naturais de retribuição, de seres espirituais bons ou de uma vida futura (após a morte) bem-aventurada. Seguramente temos num nível mais trancendente o resultado da desobstacularização das potências pessoais, do alcance da visão espiritual, do entendimento e da compreensão, que normalmente se encontram atrofiados ou impedidos por baixos sentimentos e paixões, pelos desejos, projetos e afazeres mundanos, etc., que consomem todo o tempo, energia e atenção da pessoa no mundo.

É nesta via que se encontram tanto os princípios morais, como toda disciplina, comportamento e psicologia. E é claro que todas as outras são vias contém alguma utilização desta via, quando não toda por completo. Por esta razão é dito que esta via é a que dá proeminência à disciplina e à vontade. Nesta via predomina thelema, vontade superior, intenção, decisão, mas também nela se encontram o intelecto também reforçado,  submetido a disciplina e treinamentos visando um objetivo. Thelema também é bem entendido como vontade de Deus, quando o indivíduo sede a serviço da vontade superior, por vontade própria, e realiza o propósito divino.

Os que seguiram esta via sempre esperaram redenção e ganhos através de seus próprios méritos e esforços e nisto consiste a maior precariedade dessa via. Esta é justamente sua limitação, pois se reduz ao máximo das capacidades humanas se bem treinadas (também ao máximo do treinamento). Pois por mais que nos esforçássemos, tanto nossos esforços têm limite, quanto tem limite o que pode ser obtido através de nossos esforços, quanto tem limite o tempo que podemos dedicar a cada um dos esforços necessários. Então os que propõem essa via como única cometem o erro de sempre projetarem suas esperanças muito além do que seria uma expectativa realista, prometendo benefícios distantes, que por mais longos que sejam nossos esforços, práticas e méritos, não poderiam nos levar lá.

Se bem usada e com equilíbrio esta via conduzirá em seu ápice a uma verdadeira transformação moral e geração de méritos, embora não suficientes para superar o condicionamento da mente a esta dimensão de realidade, mas podendo desenvolver capacidades mentais e alcance consciencial muito mais elevado que o normal. Isto ocorre primordialmente por eliminar vários dos obstáculos não só morais, mas principalmente que impediam a visão, o entendimento, a compreensão, a relação e o processamento das experiências comuns e de novas experiências que surgem a partir dessa expansão gradativa do campo de visão e dos concientizados da consciência. Em seu máximo ela apontará para a necessidade de se tomar o caminho central visto que mostrará claramente em alguma momento os três pontos acima citados, especialmente o terceiro, da necessidade e dependência de uma força e consciência superiores para levar a cabo todo o processo.