terça-feira, 21 de janeiro de 2014

QUANDO FALAMOS DE AMOR




 

Deus é Amor

Esta foi a lei dos antigos

Repetida e idolatrada até nosso tempo

Mas quem foi que a entendeu?

Criaram um deus inexistente

Com seus próprios valores

E seus próprios caracteres

Elevadas à potência infinita

E disseram que ele era amor

No sentido de que ele tinha amor

 

Apenas todos os que sabem entenderam

Que Deus é Amor

Declarando algo que evidentemente existe: o Amor

E dizendo que isto mesmo é Deus

Isto é a Lei única, una, última

A Lei das leis

A Lei que engloba todas as leis

A Lei da qual emanam todas as leis

O restante fracassou em entender

E em proclamar a verdade

Então quando declaram isto

Estão mentindo ainda que não queiram

 

O Amor é a Lei

Essa é a Lei do nosso tempo

Essa é a lei para quem é capaz

De entendê-la e aceitá-la

Mas quando um romântico fala de amor

Ou todo aquele ligado a velha mentira fala

Deturpa, exagera, mente, fala do velho

Fala de um sentimento

Fala de sentimentalismo

E de histórias e dramas

Não fala como nós

 

Quando nós falamos de amor

Falamos de uma lei natural incontestável

Que atinge o micro e o macro

O concreto e o abstrato

Desde as partículas de todo átomo

Até todos os universos possíveis

Essa lei é entendida como atração

Magnetismo no sentido fenomênico

Simpatia no sentido lato da palavra

União, unificação, combinação

Yoga, religião, tantra

Comunhão

 

Quando falamos de amor

Falamos de forças, lei inexorável

Inevitável, necessária

Que mantém as subpartículas

No núcleo dos átomos

Que mantém as órbitas dos astros

Desde forças magnéticas

Partículas, ondas

Até a gravitação universal

A atração das partículas aos corpos

Que formam o universo

Atração das polaridades complementares

Atração sexual entre os seres biológicos

Definidas pelos caminhos da evolução

Atração das ideais, sentimentos

E objetivos semelhantes

Atração dos pequenos pelo grande

Pelo além, pelo infinito, indefinível

Atração do finito, efêmero, limitado, condicionado

Pelo campo gravitacional do eterno, infinito, incondicionado

 

Quando falamos de amor

Falamos de um querer

Um querer bem

Querer o bem

Uma intensão

Direção, foco, decisão

Complementação, completude,

Boa vontade, bem supremo

Falamos de uma Vontade...

... o Amor é a Lei...

 

 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A VIA CIENTÍFICA NA ORDEM E O SEU TIPO DE INICIAÇÃO


Por Frater I.L.I.V.

Para quem está fora das ordens pode parecer estranha a relação entre ciência e ordens, mas para quem está dentro isso é familiar, até porque a ideia de ciência como hoje conhecemos surgiu, em grande parte, nas ordens. E não apenas isso, alguns dos famosos ícones da ciência fizeram parte de ordens. Podemos citar Nilton, Descarte, Bacon, Robert Fludd, Michael Faraday, Freud, entre outros.  Os três primeiros não só foram cientistas, foram pensadores da sistematização do que define a ciência. O modelo de ciência, de educação científica e de universidade como conhecemos hoje foi pensado dentro das ordens como um projeto para a humanidade despertar de uma era de medo e superstição.

O erro ocorre por normalmente o senso comum acreditar que todas as ordens são místicas e ou religiosas. Quando na verdade nem isto é certo como até o oposto é mais certo: muitas pessoas cansadas do misticismo ou dogmatismo, de suas religiões, mas sem querer de desfazer de seus princípios buscam uma razão lógica ou alguma compreensão mais profunda de sua construção e então encontram nas ordens o que buscam, numa forma mais realista, prática, e às vezes até acham abundantes provas que na religião só se houve falar, não passam de contos. Isto se dá por dois motivos creio: (1) método, numa ordem séria existe metodologia para se chegar aos resultados e (2) experiência direta, não por ouvir dizer nem por estar escrito em algum lugar.

O que muitos não entendem é que somos cientistas que estudam elementos e objetivos próprios da religião e do misticismo e não uma religião ou misticismo que evoluiu para o cientificismo. E como qualquer ciência temos também nossos métodos, descobertas e teorias. Algumas ordens foram mais longe em seu aspecto científico. Poucos sabem disso, pois persistem as visões errôneas de que essa ciência ainda tem as características dos tempos iniciais. Toda ciência evolui, a nossa também evoluiu. Não quero com isso negar que hajam os conservadores. Mas quero acima de tudo denunciar os mentirosos e enganadores que espalham essa visão errônea, seja para afastar as pessoas das ordens ou para fingirem ser de uma ordem séria. Nós somos exatamente o caso das que foram mais longe, e bem mais longe, pois retiramos muita carga de misticismo e ritualística inútil mesmo dos outros ramos. E no ramo científico propriamente dito retiramos totalmente.

Mas não é que retiramos simplesmente, foram descartadas aquelas experiências as quais não são possíveis a comprovação na forma científica. A diferença do método científico das ciências exatas e o nosso é que a maioria das comprovações não pode ser assistida simultaneamente por vários expectadores por se tratarem de experiências individuais ou, como dizem por aí, internas. Mas as pessoas que por elas passam individualmente podem sempre compartilhar com os outros experimentadores e verificar ou refutar suas expectativas. É claro que pelo método de um teste cego os instrutores podem comprovar se os estudantes alcançaram o resultado esperado. E pelo mesmo teste invertido o estudante pode verificar os seus próprios resultados, pela confirmação de resultados que ele não deve ser informado antes de os atingir (isso já foi explicado noutro artigo específico). Nisso, um tal rigor, somos únicos no mundo do oculto.

Uma única escola que se assemelha nessa metodologia (e da qual em parte tem origem nosso método) conserva ainda, para nós, em demasia ritualísticas que encobrem ou ofuscam os elementos efetivos do procedimento. Mas faz isso para proteger o segredo de forma que esse não caia nas mãos erradas, no que temos muito que elogiar daquela ordem. No nosso caso, protegemos os “segredos”, assegurando através dos graus e dos testes que os procedimentos mais poderosos ou perigosos só serão entregues àqueles amadurecidos para tanto e plenamente desenvolvidos, preparados física, intelectual, emocional e moralmente. Sem isso não é possível usufruir dos resultados mais elevados.

Agora, a ineficácia de vários ritos e procedimentos ditos mágicos ou psíquicos ou religiosos não é só por serem apenas superstições. Às vezes o insucesso se deve ao realizador do procedimento ou de quem o ensina. Como isso? Vou citar o caso muito conhecido da yoga no ocidente. Muitos professores de yoga plenamente imersos em nossa cultura desprezam a postura mental de cada exercício e terminam passando a yoga como simples exercícios físicos que podem trazer consequências mentais. Embora mesmo assim podem ser reportados muitos benefícios mentais ou psicológicos derivados da prática da yoga como exercício físico, os efeitos pelos quais os exercícios foram elaborados não são alcançados. Os que se alcançam são apenas os efeitos colaterais que se teria da mesma forma se fossem praticados corretamente, com a postura adequada da consciência; e aqueles efeitos mais elevados são tidos como exagero superstição, não por serem todos (uns são simbólicos outros são reais), mas por nunca serem alcançados por esses que praticam de forma incompleta. O mesmo ocorre com quase toda prática dita espiritual, com os procedimentos de desenvolvimento do ser humano, com as práticas de despertar da consciência.

Por isso a principal prática e a mais pública de nossa ordem consiste em procedimentos, dos mais simples aos mais avançados, de despertar e de meditar que levarão, com o tempo e com o exercício, à experiência mais profunda de todas. Sem essa maneira de ver (1) não é possível alcançar os resultados mais elevados, é como tomar placebo, ainda que seja mais efetivo do que assistir missas ou certos rituais. A outra razão é que (2) ela é indispensável à vida como um todo e sem essa visão, o que se constatará logo, vivemos a maior parte do tempo como máquinas pré-programadas, entorpecidos como se estivéssemos num sonho ou, em alguns casos mais extremos, totalmente inconscientes (o que é apagado não é também lembrado, por isso achamos que estamos conscientes de tudo sem perceber os apagões e os atos mecânicos).

Quando subirmos um pouco esse nível de visão, mesmo a custo de esforço, jamais vamos querer retornar ao nível anterior, seria como estar são e querer voltar ao estado de doença. Então a outra razão para aprendermos logo a correta postura mental e o correto modo de ver é que (3) os resultados mais profundos e mais importantes da prática são gradativos e demorados, portanto, quanto mais cedo se começar melhor.