quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A Tábua de Esmeralda (revisto e corrigido, 2021)




11.       É verdade sem mentira, certamente a maior verdade.
22.       Que aquilo que está embaixo é como aquilo que está acima e aquilo que está em cima é como o que está abaixo para fazer os milagres de uma única coisa.
33.       E como todas as coisas foram surgidas a partir de um pela meditação de um: assim todas as coisas tiveram o seu nascimento a partir desta uma coisa por adaptação.
44.       O Sol é seu pai, a Lua sua mãe,
55.       o vento o carregou em seu ventre, a terra a sua nutriz.
66.       O pai de toda a perfeição no mundo inteiro está aqui.
77.       Sua força ou poder é inteiro se for convertido em terra.
77a.  Separes tu a terra do fogo, o sutil do grosseiro suavemente com grande engenho.
88.       Ascenda-o da terra ao céu novamente descenda-o à terra e recebas a força das coisas superiores [e]  inferiores.
99.       Por este meio tereis a glória do mundo inteiro, assim, toda a obscuridade fugirá de ti.
110.   Sua força está acima de toda a força. Ela vence cada coisa sutil penetra cada coisa sólida.
111a. Assim foi criado o mundo.
112.   A partir deste são vindas adaptações admiráveis ​​pelos quais os meios (ou processo) nisto aqui está.
113.   Daí eu ser chamado Hermes Trismegisto, tendo as três partes da filosofia do mundo inteiro.
114.   Aquilo que eu disse da operação do Sol é completamente realizado.

Tradução de Isaac Newton , 1680 ,  encontrada em seus textos alquímicos. ( "Newton's Commentary on the Emerald Tablet of Hermes Trismegistus" in Merkel, I. and Debus, A. G., Hermeticism and the Renaissance. Folger, Washington 1988 )

O texto acima em inglês pode ser encontrado em vários sites. Este aqui veio do trabalho de António Monteiro Filósofo e escritor português, membro de The Rosicrucian Fellowship. Pode ser acessado completo no site http://www.fraternidaderosacruz.org/am_atde.htm.
Esta tradução de Newton da versão em latim é nossa preferida porque além de Newton ser um cientista e rosacruz colocou nessa tradução alguns poucos elementos que a tornam mais reveladora.
Normalmente a tradução desta para a nossa língua comete o ato impensado de corrigir não só as abreviações de Newton (que aqui também não foi colocado abreviado porque algumas não têm concordância correta), mas também certos aparentes erros de concordância e pontuação, como alguns arcadismos.
Creio que no geral tudo isto não foi uma displicência de Newton, mas feito de propósito, pois sendo ele também um alquimista devia conhecer bem a matéria que estava traduzindo e provavelmente quis revelar algo com esse tipo de “erro” gramatical supostamente presente. Por isso procurei manter o mais fiel possível, mas ainda assim se o leitor quiser entender melhor dever ler o original em inglês, pois lá estão abreviações disconcordantes que também podem significar alguma coisa.
De toda forma vamos primeiro apresentar uma tradução para depois tratarmos das versões em latim, traduzindo-as. Assim ao ler a tradução direta do latim o leitor talvez possa intuir mais significados cujas dicas são apresentadas na tradução de Newton.
Uma observação que sempre deve estar presente em estudos sobre A Tábua de Esmeralda é sobre a palavra Thelesma, ou Thelesme, ou Telesmi, palavra difícil,  que não existe no latim e que aparece traduzida por estudiosos como “coisa completa”, ou seja, perfeita, perfeição, como traduz Newton. É uma palavra desconhecida que também é normalmente traduzida como talismã ou tesouro, porém, telesmi é uma palavra grega, em alguns textos aparece grafada como thelesmi, que vem da palavra thelema (no plural thelemi), vontade.
Na tradução de Fulcanelli aparece escrita theleme. Parece outra dica alquimista. Na versão da tábua de esmeralda de Chiram aparece como vontade (que é thelema em grego). Por tudo isso a palavra muito provavelmente se refere realmente ao grego thelema, vontade. É como acreditamos que seja por motivos para nós óbvios (que serão discutidos em seguida) e é como traduzimos.
Alguns tradutores omitem esse detalhe. Existe até mesmo um trabalho em português que nega que a palavra original correta seja thelema, isto sem dar nenhuma explicação, nem apresentar qualquer argumento convincente. Esse trabalho apenas afirma que a palavra telesmi não tem relação com o grego thelema. Por uma falta de conhecimento ou mesmo má intenção podem haver outros que apontem nessa direção errada. Neste caso é sempre bom o leitor pesquisar várias traduções.
Newton preferiu a palavra perfeição para thelesmi, em vez de vontades, mas pode ser por estar se referindo simbolicamente à mesma coisa, o que é perfeito, ou seja, o todo feito, completo, que em nosso sistema alquímico mais atual é o mesmo que a vontade, bem assim provavelmente é o mesmo no sistema alquímico newtoniano. Aqui há um grande ensinamento portanto. Perfeição é, por outro lado, uma ótima palavra pois no contexto desse trabalho, que é síntese e resumo de toda a obra hermética, há um trabalho a ser feito no mundo (tanto o macro como o micro devem ser restaurados à perfeição, reintegrando os seres à ordem original), "suavemente com grande engenho", ou sutil e com amor, como diz outra versão. Ele diz qual o trabalho e como realizá-lo dessa parte em diante do texto, e também seu propósito, que é presente desde o início. 
Por ser um resumo de muitos pontos e para ser tão pequeno é claro que o texto tem que ser muito simbólico em tudo, nos mínimos detalhes, para sumarizar para aqueles que já conhecem os conceitos e significados de cada termo e expressão simbólica ali, e para revelar, sem dúvidas, àqueles que estiverem prontos e dispostos já para a Grande Obra. Mas existem traduções, versões e traduções de outras versões que podem ajudar a completar tal entendimento. 
Existe, por exemplo, um trabalho em inglês com várias traduções tradicionais e algumas alternativas, inclusive a tradução de uma versão hipotética original chinesa. Trata-se do trabalho intitulado The Emerald Tablet of Hermes
Multiple Translations, encontrado em http://www.hermetics.org/pdf/ontablet.pdf.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O.I.T.O. (Manifesto Parte 3)


            O que mais dizer agora sobre o último estágio, além do que já foi dito anteriormente?
            Primeiro precisamos mais uma vez enfatizar que a verdadeira O.I.T.O. é composta por iluminados e trabalhadores em prol do despertar que não habitam este mundo material.
            A O.I.T.O., podemos dizer, é o mesmo que a Fraternidade da Luz, chamada por vários nomes diferentes em várias culturas, escolas e religiões. Entre esses podemos citar Grande Fraternidade Branca, Loja Suprema, Loja Branca, Comunidade Interior da Luz, Grande Escola Iniciática, Comunidade Interior e Luminosa do Senhor, Colégio dos Eleitos, etc.. A esta nós por vezes chamamos simplesmente de grande ordem, Ordem Superior ou Fraternidade da Luz.
            A ela nós atribuímos a sigla O.I.T.O. como nos foi orientado, isto também para distinguir de outras denominações e principalmente para destacar o objetivo de nossa ordem, ao qual todos devem almejar alcançar.
Mas como isso ainda não está ao alcance da experiência do estudante não vale muito a pena falarmos sobre. Só restaria ao estudante crer ou não no que falamos e isto é o oposto de nossa metodologia. Quando houver desenvolvimento suficiente ele mesmo reconhecerá e tirará suas próprias conclusões, que também evoluirão à medida que a experiência avance.
Falemos então sobre a parte da O.I.T.O. que está agora ao alcance do estudo e da experiência dos iniciantes.
            A grande maioria das ordens tem objetivos modestos, pequenos, tais como os que correspondem apenas ao primeiro grau da Ordem Superior, consequentemente equivalem aos primeiros três graus de nossa O.H.E.O., ou seja, um treino, uma preparação moral e purificação mental, e o melhoramento da humanidade em direção da liberdade. Ora, este objetivo é nobre e muito importante, mas quase todas as religiões exotéricas desse mundo já o comtemplam.
Outras ordens seguindo esse modelo que é função das religiões (e não a principal função das ordens) pretendem garantir uma vida futura melhor e mais consciente neste ou em outros mundos. Ignorando ou escondendo que esta prometida “salvação” não é eterna nem final. E pior ainda que resulta em retorno a este estado (como isto ocorre é delineado em outros artigos).
Objetivam uma espécie de vida paradisíaca ou como anjos, devas, deuses, ou seja lá como chamem. É o “céu” dos cristãos e judeus (que sequer suspeitam ser um estado passageiro e imperfeito por desconhecerem o significado dos símbolos nos seus próprios livros sagrados, em especial no Livro de Melquisedeque, no Evangelho de João e no Apocalipse, e ainda não aceitarem ou desconhecerem os evangelhos gnósticos). É o renascimento melhor ou paraíso dos budistas (exceto as terras puras, das quais realmente não se retorna mais). É a união com Brahma (ou seja qual for outro deus) dos hinduístas, etc..
            Nossa ordem contém esse objetivo nos seus primeiros três graus, os procedimentos para chegar a esse estado constituindo um pré-requisito para os seguintes. Mas nossa ordem, e ainda como outras, almeja algo mais adiante, o despertar. Esse despertar incialmente significa (1) o despertar da consciência cada vez mais e (2) o despertar das faculdades psíquicas.
            A grande maioria das ordens se conforma em ir só até aí, o que leva teoricamente o praticante a melhores renascimentos futuros e até a permanências longas em paraísos depois da morte. Mas isto não é ainda libertação, pois a pessoa retornaria após esgotar os frutos do bom karma, por ter sido apenas um imitador das virtudes, o que não deixa de ser bom, mas para não retornar ela precisaria extinguir as causas sutis de impurezas específicas que a faz retornar a esse mundo, a essa projeção, a este tipo de ilusão da qual não se livra facilmente. Principalmente precisaríamos destruir completamente o apego a tais impurezas bem como às ilusões desse mundo. Assim veríamos não apenas “paraísos astrais” ou mentais nesta e na próxima existência, mas veríamos verdades, fora das ilusões desses mundos, escaparíamos da “matrix”, renasceríamos em uma terra pura, um paraíso sem ilusões que possam atrasar nosso desenvolvimento, em que tudo nos levaria ao despertar mais e mais.
            Tudo isto pode parecer muito além da capacidade de experiência humana, mas como bons cientistas pretendemos provar o contrário, ou seja, não nos conformamos com menos.
            Portanto na primeira fase podemos até nos comprometer e realizar transformações apenas a um nível, digamos, psicológico, físico e comportamental. Mas em seguida temos que provar para nós mesmos a realidade daquilo que merece ser buscado. E dentre essas buscas não nos conformamos com nada menos que a libertação desse estado condicionado de coisas que cotidianamente chamamos “este mundo”. Esse é o objetivo mais baixo da ordem.
            O objetivo mais elevado não poderia ser menos que a libertação última, o despertar completo, a onisciência como dizem alguns (não onisciência como geralmente se traduz impensadamente), a gnosis total, a união com o Uno, a fruição da verdade eterna, Nirvana, o supremo despertar, a suprema felicidade, a suprema bem aventurança, o supremo.
            Esta é uma das grandes diferenças de nossa ordem. Nos três últimos graus a pessoa pretenderá se unir à grande ordem, conhecê-la, conviver com ela, e fazer parte dela. Nos últimos três graus ela o fará ainda indiretamente se não tiver adquirido tal capacidade conscientemente. Então fará também através de encenações (ritos) e símbolos que despertarão no fluxo de sua consciência novos significados e compreensões. Fará então contato com tais forças através de processos cada vez mais diretos quando as poderá inicialmente sentir, depois ouvirá, verá, etc. e ao lado disso poder se transportar para onde possa ver e ouvir.
Mas os dois últimos graus são reais e de realização pura. Não se chega até eles sem isso, nem se pode fingi-los sem ser notado, nem se chega com nenhum estudo, cargo, nomeação, herança, etc.. Só se chega por si só e verdadeiramente. Os dois últimos graus são o real e ultimo objetivo da ordem.
            A saber: o décimo grau é o de se tornar um não retornante, um purificando ao ponto de não retornar mais a este mundo. Ele irá aprender e ou ensinar a partir de e em uma terra pura, um céu de não retorno, um paraíso puro, um campo ou loja da fraternidade da Luz. Ele só volta aqui se quiser, após o despertar completo. Não somos nós que dizemos isso, são os seres que já alcançaram o máximo de despertar. Então os últimos graus podem envolver devoção e confiança nesses seres, mas não é uma confiança cega nem sem base. É uma confiança que deriva da experiência de ter comprovado até agora seus ensinamentos.
             O décimo primeiro grau é o de desperto, iluminado, completamente liberto. Ele pode acontecer nesse mundo ou no próximo, numa terra pura, numa “morada divina”, no “reino de Deus”. Tal reino ou terra não é um tempo que virá, ele é e nunca deixou de ser, ele é um lugar, uma dimensão de realidade. Mas ele é também um estado de consciência, ele está também dentro de nós, nunca deixou de estar... neste grau o iniciado conhece por si mesmo o reino de Deus, o Nirvana.
            Em qualquer dos outros graus ele pode ou não ter esse conhecimento, essa experiência, mas ela ainda será incompleta (a ela gradativamente mais será acrescentado ou nela sempre ainda faltará algo) e ele retornará ao estado anterior que tenha conquistado. Mas atingindo o décimo primeiro grau ela se torna um habitante desse lugar, desse estado.
É muito fácil confundir as primeiras experiências com uma realização última e completa, pois é algo muito diferente e superior ao que estamos acostumados, que parecerá absoluto. Por isso a orientação de um amigo (frater) experiente é sempre necessária em cada grau, alguém que esteja pelo menos um grau acima em realização.
            Alguns interpretam que isto se refere a um estado e é um estado também, mas não só um estado; outros como sendo um lugar outros como sendo um ser... Nirvana não é outra realidade, ele é a única realidade, todas as outras são alucinações. Nos dois últimos graus há a cura.
            As pessoas aqui são como jovens viciados em uma eterna viagem de LSD ou chá de cogumelo: elas veem e fazem coisas, mas as coisas não são como elas veem, nem elas fazem as coisas como pensam que fazem. Assim elas se machucam, sofrem, demoram a aprender e a amadurecer, repetem gestos e erros como se fosse a primeira vez.
            Os graus últimos vão além de entender isso, significam a cura, através da cura do vício, as alucinações vão desaparecendo, vem a lucidez e a experiência do real.
            Nos graus O.I.T.O. se aprendem as práticas mais avançadas dos tantras, da alquimia, e do hermetismo. Quando já se está preparado pode-se receber e se dedicar a estas práticas sem nenhum perigo para si ou para outros.
As práticas mais poderosas devem ser aprendidas e realizadas, além de outras que não devem ser abandonadas. A gnosis se processa gradativamente.
            Para saber mais sobre esses graus e também sobre os outros veja os artigos que explicam os onze graus um por um e os que falam das três etapas que correspondem aos graus iniciais, O.H.E.O., aos intermediários, F.I.T.O. e aos mais avançados, O.I.T.O..
            Por fim é preciso que se saiba que os sete primeiros graus podem ser cronológicos. O primeiro como uma preparação em matéria de conhecimentos gerais; os seguintes como uma graduação universitária e os que vem depois como “mestrado”, pós-graduação e doutorado.
Os graus finais podem ser tanto alcançados subitamente, como levar muitos anos, ou uma vida, ou muitas vidas. O conhecimento que esses graus envolvem não podem ser comparados aos conhecimentos comuns ou mesmo os primeiros conhecimentos iniciáticos. Eles não podem ser ensinados, transmitidos ou controlados de alguma forma. Assim me foi dito: eles são infinitos, ilimitados, eternos.

“Por que vivo? Para que vivo? Qual o sentido de minha vida?”

Essas são as perguntas que o iniciado mais cedo ou mais tarde vai ter que responder a si mesmo. Ninguém aqui dará estas respostas. Só você pode descobri-las e respondê-las. Só você pode dar satisfação a si mesmo, ninguém mais lhe deve satisfação quanto a isso. Você estará livre, terá que descobrir, ou, talvez, criar “um propósito” para sua vida, nós apenas podemos oferecer meios para descobrir.
Existem muitos meios para se descobrir a verdadeira vontade, o seu fito, mas nenhum é tão fácil ou evidente. Todos envolvem um labirinto do qual só você pode tirar a si mesmo.
Por que vivo? Para que vivo? Para me desenvolver, reproduzir, sofrer, envelhecer... e depois simplesmente morrer e desaparecer? Sou apenas mais um animal na multidão da massa “sofrente” para nada?
Habitamos um pequeno planeta, um pontinho de poeira galáctica, de uma pequena galáxia no meio de bilhões de galáxias num dos universos que ocorrem na eternidade; na espiral do tempo nós somos um nano-segundo na duração de um universo, de que vale a nossa vida? Ou será...? Descubra!
A individualidade e todos os demais aspectos da personalidade que chamamos “eu” parecem uma impressão evidente, e mesmo em sua constante mudança e evanescente vir a ser nos parece permanente, mas isto  é obviamente uma ilusão, e justamente essa ilusão é a que  aprisiona a consciência a um tempo e à forma... Existe algo em nós que pode estar além dessas limitações à qual poderíamos ter acesso aqui agora? Existe algo em nós que pode transcender a natureza, o tempo, a forma e a impermanência? Existe algo no indivíduo que o faz precioso diante das multidões do universo e da eternidade? Este é um convite a você para descobrir essas respostas por si mesmo sem deixar dúvidas.
Que outras perguntas você tem? Que outras perguntas você poderá responder? Quais os melhores caminhos e que opções temos? Para onde há que se ir? Existe realmente para onde ir? Venha e veja.
Isto também não pode ser dito, revelado, como fazem as religiões do ocidente com suas respostas prontas às quais se tem que conformar ou não, acreditar ou não, artigo de fé. Este processo não é apenas um meio de entrar numa cadeia de auto-engano e ainda enganando outros por medo de “não garantir seu lugar nu céu”? Estamos realmente sendo bem orientados e conduzidos? Estamos conscientes disso? Ou estamos caindo numa armadilha que mais e mais nos prende a esse mundo e suas demandas? Estamos realmente nos libertando, expandindo nossa liberdade e nossa consciência ou estamos aumentando nossas limitações e conformismo à escravidão, à incerteza e à ilusão?
Pode levar um tempo, mas você algum dia terá de dar essas respostas a si mesmo, e terá que ver por si mesmo tudo isso, então vai ter que saber onde pode querer ir e como chegar lá.
A grande ordem de tempos em tempos atualiza seus meios conforme a necessidade projetada por nossa condição. O que queremos oferecer são meios, recuperando os antigos, atualizando os novos, para chegar às respostas, à verdade e à liberdade.

Ninguém pode abrir os olhos daquele que não quer ver. Nós só podemos ensinar. Não podemos dizer o que é a verdade ou a liberdade. Cabe a você soltar os músculos, os medos, os apegos, as aversões e mover as pálpebras para então ver por si mesmo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

F.I.T.O. (Manifesto Parte 2)


F.I.T.O. significa Fraternidade Iluminística dos Templários do Oriente.
Internamente ela pode ter ainda dois outros significados. Deles podemos dizer que fito significa alvo, desígnio, finalidade, intenção. Aqui também é, mas é mais que isso; é a flecha, o atirador e o próprio alvo no mesmo momento, é ainda o espaço cruzado pela flecha que une a todos, que está em todos; é o raio composto de três fases que se eleva da terra até as nuvens, com tal força e destino certo que é impossível que não atinja o alvo (isto é um “mistério” muito importante da nossa ordem, que será explicado ao que estiver preparado para essa graduação).
Fraternidade significa o que já foi explicado anteriormente mais esta nova compreensão. Através dessa segunda acepção de fraternidade, como um todo e que engloba também o que está aparentemente fora e distante (como a flecha, o ar e o alvo aparentemente estão fora do arqueiro, e, o alvo, a iluminação, que embora presente, é visto como distante) o trabalho ganha uma força muito grande a partir do momento que é compreendida e que se trabalha conforme essa nova compreensão. É uma fraternidade como já foi explicado, mas aqui já de amigos companheiros de caminho (não necessariamente somente os da ordem) que podem também trabalhar juntos e dividir tarefas. Agora começa o momento de não mais trabalhar sozinho nem apenas para si, mas para cumprir o seu papel no grande Obra, o desígnio de sua existência, que resulta em um bem para todos, que equilibra a equação de todo universo. Ser fraterno envolve dois sentidos de amor: philus e Ágape.
É iluminística nos mesmos sentidos que já foram explicados no caso da O.I.T.O.. Mas aqui vamos enfatizar que a luz também é “dirigida para fora”, ou melhor, ela procura abranger o todo e atingir todos os seres. A palavra “iluminística” pode causar algumas confusões, de acordo com o modo como alguns a entendem, mas ela desperta menos confusão do que a palavra adequada aqui que seria “dos iluminados” (ou como se dizia antigamente illuminati) ou ainda pior, se fosse chamada “luciférica” (que emite luz), que causa confusão com o nome Lúcifer (nome que significa o mesmo, ou seja, portador da luz ou aquele que trás ou emite a luz, pois agora como portadores de alguma luz vamos trazer a luz às trevas, ou seja, como no mito de prometeu traremos o fogo, a “chama sagrada”, a luz ao mundo). No entanto, aqui a palavra “iluminados” se referiria ainda de forma indireta, àqueles que foram esclarecidos dos mistérios fundamentais, não ainda como na O.I.T.O., se referindo à ordem interna que posssui verdadeiros iluminados. Não usamos esses outros nomes também porque esses dois mitos (lúcifer e prometeu) estão demais encobertos pelas superstições judaico-cristãs. No caso do ocidente cristão, por exemplo, que encobre até o seu princípio básico, o chrestus ou cristo, a verdade sobre nosso “cristo interno”. Se os cristãos ocidentais distorcem o sentido da palavra que dá nome a religião, imagine o que podem fazer com nossas palavras, ainda mais se forem próximas a algum termo que consideram pejorativo. Assim precisamos deixar claro o sentido da palavra “iluminística”, ela tem três sentidos: (1) que é uma fraternidade que tem como meta última a iluminação, o despertar, a libertação, a hiperconsciência, o Nirvana, e seus membros se ajudam mutuamente neste sentido; (2) os membros da fraternidade se preparam para serem luzeiros no meio da multidão às escuras, serem transmissores do ensinamento, da medicina, da sabedoria e da profunda paz que vem como resultados da prática e do estudo desses ensinamentos; e (3) assim como uma só chama pode acender milhares de velas e até queimar o mundo, assim como uma simples chama põe fim a trevas milenares por mais escuras que sejam, pequenas fagulhas de luz aqui e ali podem resgatar da escuridão seres que vagam em busca da luz por vidas e vidas, bem assim é nosso dever estar atentos e usar nossa ciência para o bem de todos os seres, tanto no sentido prático como no sentido de esclarecimento público, na divulgação de nossa ciência, de nossos princípios, de nossa metodologia. Ser iluminado no sentido maior é ser desperto e num sentido menor é ser esclarecido pela ciência do que está oculto, pela ciência dos ministérios dos universos e dos seres. Iluminístico envolve a busca e a realização de duas espécies de conhecimento: a gnosis (a iluminação, o despertar, o conhecimento direto de Nous) e esclarecimento (o saber intelectual e a sabedoria, que envolve a experiência e a maturidade).
Dos Templários se refere ao que foi anteriormente explicado adicionando aqui o que é próprio dessa etapa que é a preparação do templo físico e mental. É certo que antes já estávamos fazendo isso, mas agora de modo muito mais aplicado, consciente e metódico. É como uma construção em que na primeira etapa estamos estudando os projetos e desenhando as plantas, então escolhemos a arquitetura de acordo com nossos objetivos, aptidões e necessidades, compramos os materiais e fazemos o alicerce; em seguida vem esta etapa em que realmente começamos a edificação propriamente dita, a casa, o templo, que receberá o sagrado. Estaremos de fato recebendo mais claramente o que é divinal, executando a verdadeira vontade e em comunicação com a fraternidade da Luz. Devemos preparar nosso corpo e nossa mente a essa comunicação, e começar a ouvir a verdadeira voz de nosso interior que em sua linguagem silenciosa nos conduzirá a desvendar os mistérios e nos levará por caminhos justos que são adequados a nós. Para isso precisamos desenvolver a capacidade de também silenciarmos para entrarmos em sintonia com essa vibração superior, como um rádio, que sintoniza em cada canal ondas de comprimento diferentes, e transformando as ondas de rádio em ondas sonoras podemos compreender o que está no ar naquela estação. Devemos purificar nossa mente, só assim os produtores de ruído, do barulho interior desaparecerão e ou obedecerão nossa vontade quando quisermos silenciar, só assim os obstáculos que nos fazem delirar, sofrer e cometer erros deixarão espaço para alguma paz e quietude interior, ações consequentes e adequadas, e a percepção das verdades profundas que não estão escondidas, mas que esses obstáculos interiores ocultam de nós. Estes e outros desenvolvimentos de habilidades mentais são requeridos.
Devemos desenvolver o corpo; ter saúde (que não significa simplesmente ausência de doença nem por outro lado imunidade completa a qualquer doença), vencer a decrepitude que inicia seu processo silencioso depois dos 30 anos de idade, ou antes; ter energia suficiente e de forma equilibrada; vencer não só a doença, mas também o cansaço, a preguiça, o torpor, a indisposição, a falta de vontade física, a falta de concentração devido a desequilíbrios físicos e tensões desnecessárias, entre outras tantas limitações que constituam obstáculo à prática, e também à vida em geral. Devemos desenvolver e aguçar os sentidos também em seu aspecto físico e também através do aprendizado, assim como um músico bastante experiente consegue ouvir todos os naipes de uma orquestra enquanto o ouvinte não educado musicalmente apenas pensa que consegue; saber distinguir as notas e os acordes e até reproduzir cada uma das melodias separadamente. Do mesmo modo devemos distinguir os “sons” da linguagem da natureza, do universo e do que é puro, divinal; e quando tais vozes no caso da natureza, dizem verdades ou enganam os sentidos; “ouvir” as partes da sinfonia do universo que ecoa em cada instante toda sua história e através das mesmas leis repete cada vez em menor escala o que já realizou em escala maior; devemos aprender a ver suas sucessivas divisões e reproduções assim como ouvir aquela sabedoria que só se manifesta no absoluto silencio; descobrir aquele prazer, indescritivelmente maior e mais sublime, que nasce da renúncia e o amor que só se manifesta na solidão. Assim um corpo sem determinadas habilidades e sem aprender e desenvolver certas capacidades não pode receber o sagrado. Pior ainda um corpo que é veículo de fala e ações vergonhosas, violentas ou criminosas ou mesmo ações que não nos envergonha (até por nossa falta de critério e discernimento correto), mas que envergonhariam os sábios é um corpo menos apto a captar as vibrações que provém do que é superior no universo e das inteligências mais elevadas que as nossas. Nós só ouvimos e vemos o que queremos e ao que nos abrimos e tentamos captar (fora isso resta apenas algo instintivo da atenção, um estado de alerta apenas na medida para evitar grandes perigos ou agressões). Essa capacidade seletiva quase nunca é consciente e voluntária, por isso precisamos aprender a controlá-la também de modo a ver mais, ouvir mais, entendem mais aquilo realmente precisamos ver, ouvir, saber. E assim começarmos a nos tornar realmente mais compreensivos e mais inteligentes. Outras maneiras através de palestras, sermões, penitências, submissão, sacrifícios, pagamentos, tratamentos, etc., como fazem as igrejas de fanáticos e os comerciantes de “saberes científicos e psicológicos”, são pura balela, comércio; são os “que matam a alma” e levam-na ao inferno aqui agora ainda sentindo um gostinho de certa superioridade ou de ter se tornado uma pessoa melhor. Tais empreendimentos só têm ainda algum valor em nosso mundo por sua grande função social de tirar das vias do crime e das más ações muitos néscio, os psicopatas, criminosos, gananciosos, assassinos, estupradores, viciados, etc.. Nosso cérebro deve se desenvolver de tal forma que possa processar certos tipos de informações que pareceriam cálculos insolúveis para a inteligência normal. Exatamente para isso usamos um procedimento alquímico poderoso e misterioso que alterará não apenas nossas sinapses neuronais, aumentando-as, mas também potencializará geometricamente a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais despertando percepções e aptidões excepcionais e inimagináveis.
O “T” significa também Thelêmica como já foi explicado anteriormente, mas aqui há mais: quando o alvo e a metodologia são a liberdade não pode haver um só caminho para todos, mas em última análise um caminho para cada um e cada um deve descobrir ou criar, abrir seu próprio caminho. Aqui o professor se torna um facilitador, um guia que já sabe abrir ou indicar caminhos. Nessa acepção também surge o símbolo do “mestre” (significado real: instrutor-educador-pai), pois, como nas artes marciais, o professor deve ser um exemplo presente do caminho e procurar simbolizar no mundo aquele mestre que o iniciado descobrirá “dentro de si”. Uma vez descoberta a vontade é preciso colocá-la em ação. Um estudioso thelêmico deve cumprir o que determina a sua vontade, ou seja, depois de descobrir com plena certeza sua real vontade, a razão pelo qual ele veio à existência, ele deve cumpri-la, realizá-la, colocar tudo em sua vida no caminho dessa realização, em direção a ela, de modo a colaborar com ela. Ou seja, outro caráter estudante thelêmico é descoberto, a descoberta da liberdade possível, e por outro lado de que cumprir o seu dever, ou seja, sua vontade, é sua maior liberdade aqui agora, é a tomada da responsabilidade e do caminho por parte do iniciado. Ele descobrirá o tal imenso prazer e senso de liberdade quando está agindo no cumprimento dessa obrigação, desse dever, o de realizar seu fito, o proposito de sua existência, sua verdade, sua vontade.
O “Thelêmica” agora se entrelaça com o “dos Templários”, pois o corpo-mente se torna o “Templo do Senhor”, ou seja, o veículo a serviço do Senhor, do verdadeiro ser que lançou sua consciência neste animal no mundo, emprestou sua consciência a ele (o animal é o nosso corpo-mente mortal e a nossa consciência a dele), é quando purificamos nossa mente ao ponto de ouvir sua voz e fazer sua vontade, não mais seguir os impulsos animais, mas os do Senhor do Templo, da chispa divina que habita em nós e que é toda nossa realidade verdadeira, tudo que de fato realmente nós somos. Assim o corpo se tornou “a casa de Deus”, e não mais somos “filhos do diabo”, mas do “nosso Pai que está nos céus” ou falando de modo mais claro, quando o Buddha-dhatu, a natureza de buda, potencial em nós, foi despertada, quando seguimos não mais a “natureza corrompida”, mas a nossa verdadeira natureza, a natureza de buda. Que grande prazer há então em fazer a nossa vontade! Isto é um processo que incia com a purificação e os primeiros lampejos do despertar, durante a meditação, e que culmina em um despertar completo, a iluminação, o “eu e o Pai somos um”, a nossa consciência após ter-se descoberto como a consciência única, Adi-Buddha, une-se a ela: o Buddha-dhatu e o Adi-Buddha se descobrem com sendo um e o mesmo. Explicando ainda mais sucinta e claramente: a consciência individual participa da consciência absoluta, total, de forma consciente. Isto é a iluminação, isto é o despertar real.
Esta liberdade descoberta no início do processo não pode ser uma desculpa para licenciosidade (nem confundida com), mas é justamente o oposto disso, essa liberdade consiste em cumprir o dever, que é descoberto como um novo, maior e melhor prazer, mais sublime e universal. Ele se descobre uma estrela, mas num céu aparentemente infinito cheio de estrelas. Primeiro vem a compreensão disso com o ver no outro a plena possibilidade de se tornar um iluminado nessa ou noutra vida, depois vem a visão clara de que o outro já é uma estrela, apenas pode não ter descoberto, pois todos têm sua própria vontade e limitações kármicas, assim também têm suas próprias necessidades que nem sempre nos parecerão coerentes, mas devem ser respeitadas desde que não nos prejudiquem ou a outros. Quem entende a lei da vontade entende perfeitamente que sua liberdade não deve interferir contra a de outros. Isto é um assunto delicado e difícil de ser compreendido sem a devida experiência. Todavia podemos entender por thelema inicialmente como sendo o chamado para que o ser humano assuma a plena responsabilidade por sua vida, por suas decisões e também pelas consequências delas. É também e acima de tudo a responsabilidade por seu próprio desenvolvimento, autoconhecimento e libertação; é a tomada de direção rumo à descoberta do objetivo central de sua existência, o verdadeiro significado de liberdade. Significa assim um poder, uma decisão e uma força.

E aqui mais uma vez como em qualquer ordem thelêmica (antiga, medieval ou nova; falsa ou verdadeira; oriental ou ocidental; rosacruz, gnóstica, tântrica ou yogi) a descoberta da vontade passa por métodos orientais principalmente. Por isso mais uma vez o “O” comtempla todos os significados delineados anteriormente e enfatiza aqui mais uma vez o significado de “Orientalistas” ou “Orientais”. Em nossa ordem a verdadeira vontade é descoberta exclusivamente através de métodos orientais como a meditação, exercícios e ritos específicos, visualizações e outros tantos mais. Embora possamos até utilizar algumas vezes métodos e ritos ocidentais (somos livres para isso), mas não os utilizamos para descobrir a vontade ou a iluminação ou o caminho para elas (também se deve ressaltar que o candidato pode descobrir sua vontade a qualquer instante, inclusive durante práticas ocidentais, não que necessariamente a prática o tenha levado a isso; também muitas vezes a pessoa apenas acha que descobriu sua verdadeira vontade, por isso uma experiente e madura orientação é requerida sempre). Isto quer dizer que não descobrimos a vontade por modos indiretos, não é por intervenção de seres outros ou por ouvir suas palavras ou inspirações, nem pelos processos ocidentais tais como cabala, tarô, runas, numerologia, astrologia ou qualquer artifício ou oráculo, diferente do conhecimento direto, pessoal, restrito ao indivíduo em seu autodescobrimento e autoconhecimento. Nós ensinamos a candidata descobrir, não descobrimos por ela.

sábado, 3 de outubro de 2015

O.I.T.O. (Manifesto Parte 1)

            Hoje, 3 de outubro de 2o15, marca a data de lançamento do manifesto em sua inteireza, após três anos e meio de trabalho preparatório para a manifestação externa da ordem em toda sua organização.
            Essa postagem e as que seguem são exatamente os capítulos de tal manifesto que, a exemplo dos manifestos rosacruzes de 1614, 1615 e 1616, trás ao conhecimento público a existência de uma ordem que é interna, constituída de uma fraternidade de seres iluminados e de trabalhadores em prol do despertar. Ela se que se manifesta de tempos em tempos no mundo em uma forma externa, constituída de uma fraternidade de estudiosos dedicada ao mesmo fito.
            Nesta edição se explica o que é essa ordem, sua manifestação externa, seus objetivos, métodos e fundamentos; suas origens e relações; suas similaridades e singularidades em relação a outras ordens. Tal singularidade não é apenas a diferença entre esta e outras manifestações, mas também inclui a tese fundamental da ordem que é o elemento novo, atual e fundamento que justifica a criação de uma ordem diferente das outras. Aqui se dá nomes a suas fraternidades e fala-se dos graus iniciáticos, também se explica ainda que não em detalhe o seu funcionamento.

O.I.T.O.

No dia 3 de abril de 2012, exatos três anos e meio, assumi o papel de O.H.O. (cabeça externa da ordem) da O.I.T.O. - Ordem Iluminística dos Templários Orientalistas (a sigla internamente tem outros dois ou três significados que não podem ser ditos aqui, pois a verdadeira ordem não é de domínio público; desse significado pode ser inicialmente sugerido que o número oito deitado simboliza o infinito) com a missão de elaborar os círculos mais externos da ordem, que servem de porta de entrada para os mais internos.
Esse título comum em algumas ordens aqui não é um título “supremo” nem nada tão elevado como alguns presumem. Pelo contrário é uma função que só cabe a um humilde servo do que é verdadeiramente elevado e supremo, função à qual mal me atrevo a confessar aqui, mas apenas para uma necessidade de entendimento da nossa organização; e também função  que estou disposto a ceder ou autorizar com gratidão a qualquer um que se prove humilde servo do supremo já capaz de desempenhar e suportar o papel reservado à função e o “imprevisível destino” que o aguarda.
Observe que não traduzi como se faz comumente “chefe externo da ordem”. Eu não sou o chefe, traduzi ao pé da letra “cabeça externa da ordem”, pois é o que espero que todos os que chegarem a determinado grau queira e possam assumir: ser um cabeça externa da ordem.
Vou traduzir agora o que isso significa: organizar nesse mundo através de meios hábeis e de uma série de estudos e práticas, de acordo com a ordem interna (mas estejamos cientes não existe de fato interno e externo tudo está e não está aqui ao mesmo tempo, apenas não percebemos tudo), que providenciem o seguinte: que todo aquele que se aproximar sejam suas capacidades as mais diferentes e suas habilidades por mais débeis que sejam, consigam, se assim querem e se esforçarem o suficiente, se desenvolver até um nível de libertação no qual pelo menos não sejam trazidos a renascer de volta nesse mundo, mas em mundos mais elevados onde possam continuar seu desenvolvimento com facilidade até o despertar completo, a libertação completa.
Cabeça é o nível mais elevado do corpo e que “toma as decisões da vontade interior” além de reger automaticamente as funções que são naturais do corpo como o batimento cardíaco, a imunidade, o metabolismo, a excreção, etc.. Assim é o cabeça externa da ordem, ele toma as decisões de sua vontade interna que deve ser justa e coerente com os objetivos últimos e supremos da ordem; e deve ter adquirido a capacidade de obedecer automaticamente aos comandos internos divinos, supremos, em conformidade com o objetivo e todas as funções naturais da ordem.

A ORDEM

A ordem em sua manifestação nesse mundo de maya conta agora com uma preparação para todo aquele que dela se aproximar com a intenção de ver de fato. Este é um desenvolvimento objetivo que envolve estudos, práticas e comportamentos, tanto num receituário geral, como num particular de acordo com a necessidade de cada estudante.
A ordem em sua manifestação nesse mundo e como fraternidade de seres tem como objetivo elevar os participantes a um nível de inteligência, liberdade e força de vontade incomuns, por meios explicáveis pela ciência, neste sentido é uma ordem esotérica e cientifica; tem o objetivo de levar o praticante a conhecer a verdade por si mesmo e isso até a verdade última, queiram chamá-la Deus, Uno, Adi-Buddha, Nibbana, Brahman, Mente Única ou o que seja o incondicionado; nesse sentido embora não seja uma religião, é uma ordem religiosa. E ela quer ajudar aos seres de todas as formas possíveis libertando-os do sofrimentos, da ignorância, das impurezas, das dificuldades e das suas necessidades e precariedades espirituais e mundanas, nesse sentido é uma entidade filantrópica.
Então quem descrever nossa ordem como sendo uma ordem esotérica, cientifica, religiosa e filantrópica não comete erro.
Toda ordem esotérica é composta basicamente de três círculos iniciáticos: (1) o exotérico, ou seja, o círculo público, aberto a aprendizes e frequentadores ou para pessoas com interesse religioso, esotérico ou de conhecimento; (2) o “mesotérico”, círculo composto de aprendizes com real interesse em dar continuidade e aprofundamento aos conhecimentos e treinamentos; e (3) o esotérico, o círculo dos verdadeiramente iniciados, para dar continuidade a sua obra até o fim ou pelo menos até sua meta estipulada e experiência profunda.
Em nossa ordem esses círculos correspondem aos graus de conhecimento e prática de (1) aprendiz; (2) companheiro e (3) esclarecido (no sentido de que já estudou intelectualmente os caminhos e praticou boa parte de obtendo pelo menos certos resultados claros que dão suporte e confiança para “andar com os próprios pés”, ver com os próprios olhos, pelo menos o caminho e o pé da montanha a ser escalada). Cada círculo tem suas subdivisões conforme a direção que o estudante tomar.
A ordem externa é composta de três graus básicos de iniciação nos estudos e práticas chamado de graduação, antiga F.G.T.O. (nome provisório inicial) e outras siglas de outras divisões, agora chamada O.H.E.O. (Ordem Hermética da Estrela de Ouro), é o nome da graduação do aprendiz, ao final obtém a “formatura”. O nome é bem sugestivo, explicitamente diz o que é nas duas primeiras letras, uma ordem que é hermética, ou seja, uma ordenação de ensinamentos herméticos. Hermético vem de Hermes Trismegistus e seus livros, mas outros livros sagrados também são inicialmente desvelados e praticados neste. Nas duas últimas letras implicitamente informa o objetivo mínimo que o praticante deve atingir em suas práticas, pois ele deve conquistar a Estrela de Ouro. Isto que chamamos estrela de ouro no pode ser revelado ao profano pois falsearia nosso teste, isto é, um candidato mal intencionado ou mentido para passar de grau poderia “fingir” ter atingido, dificultando nossa análise; é então algo que só pode ser revelado àqueles que a atingem com certeza, com clareza submetida a exames apurados. Esse nome é também bem sugestivo, é um anagrama curioso resultando por exemplo em: (a) heoo (hell, inferno em inglês) que sugere o reconhecimento do iniciante de que está mergulhado num mundo de ilusão e sofrimento, um inferno se comparado a vida verdadeira conquistada por aquele que desperta; (b) hooe (hoe, enxada em inglês), que significa que ele deve ainda trabalhar muito para a libertação, para despertar, mas que agora já tem ferramenta para trabalhar.
 A primeira ordem interna, ou segunda externa, ou círculo “mesotérico”, é chamado F.I.T.O. (o nome completo será discutido abaixo). Esta é a pós-graduação ou “mestrado”; mas não usamos a palavra mestrado porque não toleramos “mestres” em nossa ordem, todo aquele que devido à ordem se auto proclamar mestre ou for proclamado por outros como mestre será automaticamente expulso. Mestre é Buddha, é Jeshua (“Jehoshua”, “Jesus”), é Hermes, é Lao Tse... Nela há três graus fundamentais de iniciação. As últimas letras sugerem o objetivo mínimo a ser atingido para passar para o círculo seguinte, o mais interno: se tornar um Templário segundo os critérios orientais, isto é, seu corpo e mente devem se tornar um templo para a manifestação divina, superior, do verdadeiro “Senhor do Templo”, através de processos de purificação, lapidação, nascimento e desenvolvimento de capacidades que o tornarão apto a, pelo menos, praticar os ensinamentos mais elevados, mais difíceis e até mais perigosos, da etapa seguinte, e se comunicar diretamente, mesmo que não frequentemente, com este verdadeiro Senhor desse templo corpo e mente.
 A ordem interna ou esotérica é composta de três graus de aprofundamento e aperfeiçoamento e três graus de “mestrado” ou pós-graduação da mesma, ou seja, um doutorado. Nela são aprendidas as práticas mais profundas e poderosas (não há muito que se possa dizer publicamente sobre essa graduação, mas seus objetivos e tipos de prática são mais explicados em outros artigos e partes deste mesmo).
Assim são nove graus ao todo. A pós-graduação pode ser cursada também simultaneamente à graduação de aprofundamento (se a pessoa tem capacidade e disponibilidade para tal), podendo esta ser dirigida à pesquisa ou ao ensino (no caso de pessoas que queiram ser professores dentro da ordem ou mesmo fundar novas ordens). Porém se o iniciado quiser dirigir sua pós-graduação em ambas as direções ele poderá fazê-lo simultaneamente, mas depois da graduação de aprofundamento ou, depois do aprofundamento simultâneo com a opção escolhida, entrar no segundo mestrado. Depois desses há mais dois graus, porem não de graduação, só de realização, a pessoa pode atingir ou não esses graus de acordo com sua vontade e esforço, seu objetivo, e seu mérito. São graus possíveis, no sentido de possibilidade, que temos que deixar aberto; são os dois graus de realização máxima possíveis a qualquer real praticante. Assim a ordem ao todo tem onze graus, nove de graduação e práticas formais e dois de realização.

APRESENTAÇÃO DA ORDEM

O que é a O.I.T.O.?

            OITO é a ordem interna, dos realizados, despertos, libertos, chamados vulgarmente no ocidente de iluminados e no oriente, segundo a nomenclatura que adotamos, de Buddhas (despertos) e Bodhisatvas (despertos em algum grau que recusam a felicidade absoluta de Nibbana ou Nirvana para permanecer ensinando o caminho para o bem de muitos). Esse nome nós damos a essa organização por alguns chamados de loja branca ou fraternidade da luz, entre outras, por outras ordens ou religiões. Quando digo “nós” me refiro também a todos os seres e divindades que tornaram o surgimento dessa ordem possível, o que deve incluir também seres de tal realização. Aqui nós enfatizamos o caminho de realização do bodhisava e mesmo que seja difícil para muitos chegar a tal realização é possível, para todos que vontadeiam, ensinar desde que se preparem com o estudo prática e comportamento exemplar para isso.
Para chegar a tal ordem desenvolvemos um caminho de disciplina, estudo e prática que possibilita (e relativamente em muitos casos facilita muito) chegar a um nível de desenvolvimento e compressão em que o indivíduo entra em contato gradativamente com esta ordem e suas práticas e realizações, ou, pelo menos (se não conseguir desenvolver-se por ter uma vontade fraca ou treinar e estudar insuficientemente ou qualquer outro impedimento) aprender conhecimentos, práticas e comportamentos que abrirão mais e mais sua visão e tornará sua vida, e seu relacionamento com este mundo, mais consciente, mais feliz e mais equilibrada, bem como que possa compreender e antever o caminho e as realizações com clareza.
Nossa ordem no mundo é uma ordem iniciática, sem fins lucrativos, de caráter religioso e esotérico, que visa o aprimoramento do ser humano no sentido de pelo menos superar suas limitações comuns de conhecimento direto e de capacidades de autodomínio, mas também com fim último de atingir o despertar completo que tem sido conhecido como iluminação. Iluminação não quer dizer receber ou ser atingido por uma luz exterior ou de um deus exterior, ou divindades ou de outros seres de qualquer tipo, ser iluminado significa a libertação última do nascimento e da morte, da ignorância e das emoções inferiores; significa atingir o máximo do potencial, a luz absoluta, ou seja, o fim de qualquer limitação da sabedoria e o fim das emoções conflitantes e paixões mundanas, significa acordar, despertar, o budado, a buditude tornar-se um arahant, um bodhisatva, um cristo, um desperto, “um daqueles que vê”.
Esta luz “está” em tudo e tudo permeia, portanto ela também já está presente aqui agora em nós, ela é a consciência sutil que utilizamos e iludidamente atribuímos a nós mesmos ou chamamos de nossa consciência; ela é o buddhadatu em nós, o tatagathagarba, a natureza de buddha em nós, o chestus interno, o Tau em nós, a estrela do alvorecer. No entanto ela está obstruída por nossas impurezas, obstáculos e conclusões errôneas; nossa mente e nossa consciência biológica está destreinada em sua capacidade de ver por causa dos nossos hábitos distraídos e nossas falsas impressões, ela está mal condicionada, quase totalmente em sentido contrário a visão real e visão da natureza intima de tudo e de todas as coisas. De fato a consciência pode ser muito maior e abranger todo o universo (e todos os universos e toda eternidade) e mais além do conhecimento e da fenomenalidade, transcendendo a barreira da pessoalidade e as limitações dos sentidos, basta que para isso seja educada e treinada através de meios hábeis para uma gradual liberação.
Assim, iluminação no sentido mais pleno quer dizer também auto iluminação. Também não tem a ver com o movimento histórico chamado iluminismo a não ser que em seu grau menor e no sentido menor da palavra iluminado que é esclarecido, instruído, experiente, veterano. Assim todos na ordem serão iluminados desde o nível comum ou mais baixo, isto é de esclarecido e instruído até, quiçá, o nível mais elevado, isto é, de um liberto, um desperto completamente. Então iluminado tem a partir de então o sentido desde esclarecido até desperto. Embora saibamos que a palavra correta para a realização é despertar, temos que usar a palavra iluminação, no sentido daquilo que a escola proporciona, isto é, o esclarecimento e algum grau de realização. Portanto, o indivíduo que entra em nossa ordem, mesmo não atingindo o despertar durante sua caminhada de grau em grau, inevitavelmente atingirá algum nível de iluminação espiritual se seguir até o fim da graduação já que sem uma primeira realização não se pode sequer passar do primeiro para o segundo círculo de acordo com os critérios adotados já citados acima.
        Por fim se o objetivo último é tão elevado por que a ordem é tão modesta em seu menor objetivo final, como foi dito acima: pelo menos superar suas limitações comuns de conhecimento direto e de capacidades de autodomínio? Simplesmente porque nem todos querem ou nem todos se dedicarão com a força exigida para atingir a meta mais elevada (sem falar que muitos ainda que queiram podem não conseguir). Não podemos fazer promessas fora da realidade como outras ordens ou religiões, pois não damos muito mais que um ensinamento, ele precisa ser vivenciado, exercitado, posto em prática, isso não depende apenas de nós, depende de cada aprendiz. O desenvolvimento e a realização dependem em última análise da força de vontade do praticante. Além do mais, entre o objetivo menor e o mais elevado existem tantas possibilidades e realizações que qualquer uma delas pode se tornar o objetivo pessoa. Não nos intrometemos na liberdade de cada um de usar os ensinamentos em seu benefício como achar melhor desde que não engane ninguém nem interfira na liberdade dos outros; não impedimos qualquer de tomar o caminho que queira dentro dessas possibilidades, mas apenas orientamos sobre as consequências e que cada um terá sempre que, como é natural, aceitar a consequência dos seus atos.
       
O QUE SIGNIFICA A SIGLA O.I.T.O.?

Ordem: pois, principalmente, há subdivisão em graus ordenados, em uma elevação sistemática e gradual de conhecimentos, princípios e práticas, mas também de níveis de realização. Refere-se também a sistematização ordenada. Também se refere à ordenação religiosa, pois a ordem também tem seu caráter religioso, não obrigatório, mas que algumas pessoas se desenvolvem melhor dessa forma. Assim temos os graus de praticante não ordenado como sendo Torre de Vigilância, Cavaleiro ou Cavalheiro e Rainha ou Rei do Tempo e ou da Ordem. Em contraste existem os graus ordenados de Torre de Vigilância (este é exceção, pois é igual ao de não ordenado), Monge e Rei ou Rainha do Templo e da Ordem. Sim, são como as peças do xadrez. Quem são então os (peões) trabalhadores, soldados e vagabundos? Todos do mundo (inclusive todos nós da ordem) e os aspirantes ao gral 0. Portanto todas as pessoas, de nosso ponto de vista de dentro da ordem, fazem parte dela... Assim nossa obrigação é sempre esclarecê-los, pois eles nos pedem socorro ainda que a grande maioria não saiba disso, mas nós sabemos. Subindo nos graus da ordem é preciso lembrar que nela ainda somos todos peões, isto é, devemos conservar sempre o espirito de iniciante, a humildade de peão e o respeito aos outros peões de dentro ou fora da ordem. Lembremos que apenas o peão pode ser promovido a rainha ou rei no xadrez. Assim também em nossa ordem, o “cavalo” ou “bispo” que quiser ser Rainha ou Rei deve despojar-se de tudo, desapegar-se, abandonar tudo e ser como um simples peão novamente. Ha muitos detalhes sobre o símile do xadrez...
Iluminística ou Interna ou dos Iluminados ou Iniciática: Iluminística, pois que seu objetivo último é a iluminação como já foi explicado, mas também por seu caráter científico e político não sectário. Então novamente o sentido de gradualmente despertar e esclarecer. E também por possuirmos textos antigos e arcanos, bem como métodos que levarão à comprovação direta por “meios incomuns”, tornando-nos iluminados no sentido de despertos, arahants (arhats) ou, pelo menos, iluminados no sentido de esclarecidos a cerca da realidade dos fenômenos e daquilo que permanece oculto ao não praticante. Interna por se referir à ordem que emana do elevado, do sublime, do supremo, do “que está em oculto”, internamente, além do mundano, e oculto em nós para ser por nós mesmos descoberto; o maravilhoso, o divinal, a liberdade, a luz, a visão, o supremo também dentro de nós. Dos Iluminados também se refere a isto, a ordem ou organização criada por estes, pelos diretores invisíveis, elevados, que inclui seres iluminados. Iniciática por essa ordenação gradual, um processo de avanço através de iniciações que são chaves para adentrar cada vez mais internamente, nos círculos chamados ocultos ou esotéricos por não estarem acessíveis àqueles que não se desenvolveram para isso. Iluminação aqui, por todo isso, tem dois sentidos: (1) despertar, atingir o Nirvana, que é o real significado da palavra que os ocidentais têm traduzido como iluminação e (2) esclarecer-se, que é tornar-se conhecedor em todos os sentidos e principalmente no sentido de conhecimento direto, dos mistérios ocultos da natureza, do universo e dos seres.
dos Templários: assim como para o verdadeiro alquimista o laboratório é o corpo (e a mente), para o verdadeiro religioso ou mago ou iniciado o verdadeiro templo é a mente e qualquer local onde essa esteja. Não somos templários no sentido dos antigos, nem o dizemos devido a “serviços templários”, ou seja, serviços ritualísticos em templos que não sejam nossa mente ou corpo (embora esses “serviços” possam ocorrer por vezes ou regularmente), mas por fazemos primeiro do corpo o templo da consciência, e de nossa mente o templo da verdadeira consciência, do sagrado, do supremo, da verdade; e depois fazemos de todo lugar, onde pousarmos nossa consciência, um templo, um lugar sagrado, transformando tudo, inclusive todo o mal em ensinamento, em libertação e em bem se possível. Nosso objetivo é construir o “templo interior”.
do Oriente ou dos Orientalistas: toda nossa metodologia padrão e modo de conhecer vêm do oriente, inclusive quando aplicamos a metodologia científica típica do ocidente, os meios de conhecer e investigar incluem os meios orientais. No oriente as tradições, especialmente as nossas principais, permaneceram fiéis ou inalteradas até hoje, sendo passadas de geração em geração ininterruptamente (ao contrário do ocidente que mutila e adultera seus livros sagrados e inaugura novas tradições de uma mesma tradição sem ter recebido seus conhecimentos mais importantes e secretos, ou seja, apenas baseado na interpretação subjetiva e arbitraria da tradição oral e escrita). Orientalista também significa que não somos um desenvolvimento ou inovação de tradições do ocidente nem de adaptações nem de sincretismo aberto para agradar gregos e troianos como são quase todas as ordens atuais existentes no ocidente, mas que somos o que algumas chamam (surpreendentemente querendo dar uma conotação negativa) de puristas, aqueles que buscam os ensinamentos puros, inalterados, originais, diretos das fontes, não de segunda mão nem por ouvir dizer nem por ter aprendido secretamente em ouras ordens e agora estar entregando os segredos traindo promessas ou juramentos. Embora a existência dessas ordens seja muito importante e nos possibilitaram, aqui no ocidente, o conhecimento das tradições orientais num primeiro momento, nós fomos, como os primeiros rosacruzes também fizeram à sua maneira, beber direto na fonte e trazer os ensinamentos mais originais possíveis (mesmo os das tradições ocidentais que apenas no oriente conservaram seu frescor e originalidade). Nós somos descendentes das tradições direto (ou por recuperação em alguns casos) da fonte e não incluímos tradições ocidentais no nosso sistema, podemos até ter alguns elementos delas, ou mesmo algumas tradições, mas não em caráter essencial ou obrigatório, apenas secundário ou algumas vezes experimental (pois somos cientistas do oculto e devemos conforme a necessidade testar hipóteses e fazer experimentos no sentido de atualizar conhecimentos e teorias). Temos muitos elementos ocidentais também, afinal somos uma união oriente-ocidente (o planeta Terra é um só, essa divisão artificial é apenas atraso ao desenvolvimento espiritual e ignorância sobre o outro lado). Temos elementos egípcios, fitoterapia e medicinas ocidentais, ritos rosacruzes e maçônicos (tais como os famosos R.E.A.A. e o Antigo e Primitivo Rito de Memphis-Misraim (que é chamado de Oriental)), entre outros elementos. Mas todos esses são traduzidos à luz da escola de visão oriental e hermética (oriental na maneira de ver, de pensar e de agir, ainda mais em por acreditamos que muito provavelmente Hermes é a personalidade da china antiga chamado Chinran, baseando-se em certas informações cientificas e arqueológicas). Não se trata de discriminação, apenas que esse é o nosso caminho, no qual aprendemos e nos desenvolvemos, assim como existem outros diferentes, que podem ou não incluir a nossa vertente. Esse tipo de visão traduzido numa linguagem ocidental e bastante resumidamente pode se descrito como modo de visão sistêmico.

Convém agora também esclarecer que, apesar da semelhança do nosso nome com o de algumas outras ordens, não temos qualquer ligação com elas, embora nossos integrantes ou membros não estejam impedidos de participar de nenhuma, como participado de várias ao longo de nossa vida. Temos liberdade de nos filiarmos a quantas e quaisquer ordens que queiramos desde que não pratiquemos alguma coisa que vá contra a liberdade dos outros ou contra a própria ordem. Assim não temos ligação no mundo com outras ordens, nem com nenhuma ordem templária nem com nenhuma ordem illuminati ou que se diga illuminati ou do tipo illuminati, e se algum dia viermos a ter ligação com qualquer outras, isto será explicitado e só poderá ser por razão de uma convergência total de princípios, práticas, estudos, comportamentos, como de fato já temos com algumas ordens ou religiões orientais. Porém, estas não têm outros elementos que temos na nossa, nem foram contatadas para saber se têm ou se aceitam estes mesmos e provavelmente vão muito bem sem ter relação conosco e não desejariam tal fusão. Que isto seja bastante ressaltado. Na verdade não temos ligação direta com nenhuma ordem de tipo algum fora da nossa própria nem devemos obediência a qualquer ordem, nossa política é de respeito a outras organizações e esperamos (sem manter falsas esperanças) reciprocidade.
Não temos a arrogância de nos autoproclamarmos “grande síntese”, ou “universais”, ou a melhor ou a mais completa ou a única, etc.; nem intentamos unir as religiões nem as ordens. Talvez até mesmo nosso intento seja justamente o oposto: fomentar a criação de mais ordens e mais religiões diferentes, afinal as pessoas são diferentes e as religiões e ordens hoje ainda não abarcam todas as diferenças. É urgente que surjam mais ordens verdadeiras bem como religiões, desde que sejam estas eficazes em conduzir ao despertar, ao contrário das religiões mutiladas de hoje que parecem mais um parque de diversão ou uma câmara de ópio, que visam distrair e adormecer ainda mais a humanidade.
Convém também lembrar que este nome é apenas sugestivo do nome verdadeiro tendo a sigla outro significado muito semelhante e outro bem diferente para proteger o caráter esotérico e iniciático. Este segredo não se deve a esconder práticas escusas ou ilegais ou “palavras mágicas” perigosas, mas para proteger nossas ordem e outras que adotam práticas assim, dos lábios e ouvidos do profano que podem mesmo sem má intenção distorcer, interpretar mal ou aplicar erroneamente nossas práticas. Tais nomes e iconografia formada por nossa sigla nos são muito caros e não gostaríamos de ouvi-los sendo mal usados ou mal interpretados ou mesmo sendo mal falados, caluniados ou zombados na boca daqueles que não tem a capacidade de compreendê-los. Entretanto, também esse cuidado é para proteger o profano das más consequências que tais comportamentos trariam para eles mesmos. Além disso, nossas práticas mais elevadas e poderosas (a que se refere essa iconografia) só podem ser apreendidas depois de muito tempo de estudo, prática e experiência. Sem um desenvolvimento ético e um domínio e entendimento superiores tais práticas se tornam realmente um perigo na mão do profano, inclusive e principalmente um grande perigo para ele mesmo.

O QUE SIGNIFICA A SIGLA O.I.T.O. INTERNAMENTE?

Agora que me foi permitido revelar os significados esotéricos de nossa sigla (menos o mais oculto) posso explicar publicamente os significados que devem ser adotados pelos estudantes do primeiro e do segundo círculo. Para os primeiros deve significar Ordem Yogini Tântrica Original ouOrdem Yogini Tântrica Oriental ou Ordem Yogini Tântrica Oculta ou Ordem Yogini Tântrica do Oeste. Não entremos ainda em detalhes iconográficos do desenho formados pela sigla.
Ordem aqui tem o mesmo sentido acima citado.
Yogini (ou ioguine e variações outras) é o feminino de yogi (ou iogue), eu não chamaria uma ordem (substantivo feminino) de yogi (masculino) como alguns fazem alguns sem atenção ao próprio hábito mecânico de sexualizar e masculinizar coisas; seria como dizer, por exemplo, “loja vermelho” ou algo assim, um erro de concordância. E além disso, nossa divindade tântrica suprema é uma dakini, é feminina, nosso cuidado, respeito, consideração e devoção ao feminino é redobrado então. Mais uma vez pode alguém notar nosso “descaso” por nomes e grafias (porém não é descaso, pois presamos muito o som e o significado), mas aqui é justamente o oposto, pois presamos as boas traduções que remetem ao mais exato significado possível. Estudar nomes e siglas é uma das nossas principais didáticas, pois estudando assim, ao ver um nome ou sigla a pessoa tem em mente numa palavra um resumo de muito aprendizado. Aquele que não dá atenção a este estudo está perdendo muito tempo.
O uso da letra que tem o mesmo som, “I” no lugar de “Y”, não é usual para nós, pois não é a letra adequada (embora muitos escrevam “ioga” e “iogue”, etc.), mas aqui, neste caso, vai servir a um fim maior que são os significados mais profundos e internos; do mesmo modo como aquele que está ainda com um pé no mundo e outro na iluminação deve voltar as coisas desse mundo a serviço dessa meta mais elevada para o bem de todo e qualquer ser. Essa letra “trocada” também vai servir à iconografia simbólica da sigla, que é muito importante nos níveis mais elevados de significado. Nossa ordem é yoguine no sentido da palavra, algo muito parecido com um dos significados da palavra religião (religião significa (1) religar e (2) reler).
Yoga significa união, mas no sentido de união divina, unir-se ao supremo, conhecimento direto do supremo, unindo-se a ele, no sentido gnosis. Neste caso então religião, yoga e gnosis são sinônimos. O objetivo da yoga é a união entre conhecimento conhecedor e conhecido. Esse é o conhecimento mais completo que se pode ter de algo. Imagine então que objeto de conhecimento seja o Supremo, o Indescritível, o Incondicionado. É o que alguns chamam de união com Deus, iluminação, Nirvana; é o despertar.
Esses outros termos não são falsos, mas também não são de todo verdadeiros porque não são de todo completos. Mais abrangente seria chamar de yoga mesmo ou de gnosis. Por isso é importante saber o real significado dessas palavras e não ficar ainda relacionando a palavra yoga a uma serie de exercícios físicos (que podem ou não fazer parte do processo de yoga ou de gnosis).à gnosis, à União Suprema.
À união suprema então. Tantra quer dizer tear, rede, tecer a rede ou relacionar seus fios, sua trama, seus nós, seus espaços. Quem já leu algum livro do físico e autor Fritjof Capra deve já ter uma ideia do que seja essa rede, ou quem já ouviu falar de conhecimento sistêmico ou holístico, pode também ter uma ideia mais ou menos aproximada. Isto é bom, mas não é suficiente para entender a ideia que aplicamos ao todo e todas as unidades, no tempo sucessivo e na simultaneidade paradoxal, pois nossa ideia tem um “que” a mais além do funcionamento harmonioso e ao mesmo tempo caótico dos universos na eternidade e no tempo eternamente retornante em suas possíveis combinações (do universo). Esse que talvez possa ser dito de forma resumida ou superficial que é a unidade da multiplicidade em que simultaneamente não há unidade, mas multiplicidade, ou melhor dizendo, do eterno retorno e da necessidade de tudo que é, bem como do motivo disso e de como ao mesmo tempo tudo isso não existe, nem tem sentido algum, exatamente como um sonho, mas um sonho muito perigoso pois traz consequências quase irreparáveis e muito sofrimento envolvido.
A palavra oriental “tantra” é bem mais completa em seu sentido do que a palavra “rede” no sentido sistêmico, embora esta outra tenha a mesma potencialidade. Aqui a carência de experiência direta pode ser um importante fator limitante da compreensão correta. Assim é preciso ver por si mesmo, não só achar que está entendendo. Alguns podem ter ouvido falar, ou lido, ou praticado também, algum tipo de tantra budista ou hindu ou mesmo hermético, se é que se pode chamar de “tantra” ao processo “hermético” sem cometer injustiça para um ou outro lado. Isto é uma parte indispensável aqui também. Teríamos, além disso, nesse caso, que acrescentar esse “que” a mais que vamos chamar de a “ideia de paradoxo” ou “ideia paradoxal” (explicada em outros artigos), para assim chegarmos a ideia de yoga e tantra no nosso sistema. Agora temos as palavras religião, yoga, gnosis e tantra funcionando como um sistema de sinônimos que ao mesmo tempo se complementam. O que falta em uma a outra diz e assim sucessivamente. Quando colocamos na mente a representação do universo é como se colocássemos ou construíssemos o próprio universo, é como estudar a planta de uma casa antes de entrarmos. Podemos estudá-lo nesse modelo se o tivermos feito com perfeição. Mas o mais importante é ampliarmos com esse exercício a compreensão, ao mesmo tempo em que ampliamos, com a meditação e outros processos, nossa capacidade de visão direta e percepção. No decorrer do treinamento em algum momento poderemos dirigir nossa consciência e atenção concentrada para qualquer objeto e por fim a todo o universo. Não é tão simples como aqui descrito, nem o universo se limita apenas ao que se entende por universo de matéria e energia no tempo (nem também como inteligência ou consciência apenas), mas o aspirante, com força de vontade, poderá testemunhar por si mesmo do que estamos falando, embora seja um tanto indescritível.
Em especial as práticas dos tantras budistas e sua compreensão, e algumas práticas do tantra hindu podem levar a esse mesmo descobrimento que é, também, alquímico. Entretanto sempre haverão os limites da inteligência e percepção humanas e da expressão linguística por outro lado no caso do estudo e da descrição. O processo deve capacitar o ser para tal compreensão, por isso a alquimia desenvolve-o até ter uma super inteligência do tipo requisitado; não poderá ter sucesso apenas tendo uma super inteligência lógico-matemática ou verbal, por exemplo, mas sim uma inteligência tântrica. E isto é muito difícil, por isso mesmo deve ser trabalhado desde o início através da meditação e atenção corretas bem como da releitura correta dos fenômenos.
Mas através dessa compreensão, exclusiva de nossa ordem, esse ponto “teórico” (apresentado de diferentes formas em vários de nossos artigos e pessoalmente nas aulas), esse processo pode ser mais acelerado ainda, pelo menos o de compreender. Esse estudo especial aqui desenvolvido funciona como um dos catalizadores do processo de iluminação. Tantra nesse caso significa entender e aprender a ver, perceber, ver por si mesmo a rede, percorrê-la, acessá-la. É como se o corpo fosse um computador, a mente o software e rede a rede, a web, a internet. Então o software através da instalação de alguns programas acessa a internet. Bem assim a mente, através de certos treinamentos, práticas e processos, acessa as informações na rede do universo.
Tantra também tem a ver com transformação e purificação, transformando a nossa maneira ver transformamos a nós mesmos e também ao mundo. Vendo como na verdade tudo já é puro e necessário aprendemos a reconhecer a pureza e a perfeição de tudo. Este é o aspecto mais difícil e quase inexplicável. Levaria anos ou vidas para uma pessoa impura, mundana e profana reconhecer onde está isso. Mas através do conhecimento preciso da nossa chave, a ideia paradoxal, isto é acelerado ainda mais nesse tantra da ordem. A purificação que desobstrui a visão é essencial. As pessoas que não se purificam não vêm o real, elas estão se enganando e enganando os outros; cegos guiando cegos; e se deixam levar pelos efeitos colaterais da meditação, tomando o real pelo irreal e vice versa. Quando ela enxergar a pureza em tudo ela começa a entender o funcionamento de tudo sobre o que pousar a atenção... É preciso mudar muito até ver diretamente que não existe nada a ser mudado; é preciso amar tanto a sabedoria e os seres a ponto de uni-los; é preciso amar todos os seres e querer esclarecê-los e libertá-los, mas ao mesmo tempo saber que não há um libertador nem seres a serem libertados. Tantra é definido também como a união da sabedoria com a compaixão.
Tantra também envolve o trabalho alquímico. Não é um trabalho apenas mental. Envolve tudo, o corpo, a mente e o universo; a matéria, a energia e a consciência; o amor, a vontade e a sabedoria.
Nosso tantra é trazido dessas fontes originais dos tantras budistas, do tantra taoísta e da yoga tântrica hindu; de tradições ininterruptas e professores especialistas; não é uma invencionice neognóstica cristã ou de algum suposto mestre e ou iluminando entre os incontáveis dissidentes de seitas hindus.
No sentido de gnosis as fontes só podem ser os antigos achados, portanto não se trata de nenhuma ritualística sincrética new-age nem de neognosticismo nem de neopaganismo pseudo-egípcio, mas de procedimentos que se encontram nos achados, como evangelhos gnósticos, o corpus hermeticum ou outros papiros, o que só pode ter base em muitos anos de estudo, pesquisa e prática.
Daí também o sentido da última letra da siga, o “O”.
Original apareceu aqui porque nesse aspecto ser original é muito importante para nós e tem dois sentidos: (1) original porque nenhuma outra escola é igual; e (2) original porque as práticas vêm de fontes originais. As conclusões, ou racionalizações ou maneira de ver os resultados é que é diferente nesse caso, pois é uma maneira mais atual, científica e tecnologicamente falando. As fontes originais são os livros que se preservaram sem alterações mal intencionadas, as tradições que se mantiveram inalteradas (especialmente aquelas ininterruptas) e os professores especialistas dessas tradições.
No primeiro caso (livros, textos,etc.) temos acesso a achados e textos antigos preservados, nessa categoria se incluem os que tomamos por base. São eles: os evangelhos gnósticos e outros papiros achados desse contexto; a tábua de esmeralda e todo o corpus hermeticum (este também é encontrado no item anterior); o cânone pali, os sutras mahayana, além dos tantras e sastras das tradições budistas vajrayana; e o tao te king. Estes são os livros sagrados, mas há outros além desses que consideramos, porém são precursores ou continuadores dessas tradições ou sabedorias, por exemplo, o Bardo Todol (o Livro Tibetano Dos Mortos), as Seis Yogas de Naropa, o Livro Egípcio dos Mortos, os Upanishades, As Núpcias Alquímicas de Christein Rosecreuz, o Shiva Samhita, Alice através do Espelho, o terceiro capítulo de Assim Falou Zaratustra, etc..
As tradições são claramente aquelas relacionadas a esses livros, ou seja, “gnosticismo” (ou “cristianismo” primitivo, são ambos nomes inapropriados), hermetismo (um nome correto, mas que leva a falsas interpretações), “budismo” (na verdade o certo seria dizer o Buddhadhamma ou Buddha-Dharma e vajrayana) e yoga  e “taoísmo” (na verdade nem esse nome seria exato nem nos baseamos em tradições taoístas, mas no pensamento de lao tse).
Oriental quer indicar a fidelidade à fonte também, que é oriental. Os “mestres cabeça” que consideramos são orientais, Sakyamuni Buddha (Buda) e Yehoshua (“Jesus”). Porém o budismo é uma religião que predomina mais no oriente e o cristianismo (ou forma mutilada do ensinamento do Chrestus) no ocidente, assim aqui resgatado um dos sentidos da palavra Rosacruz: a união da sabedoria oriental, representada pela flor de lótus do budismo e hinduísmo e da sabedoria ocidental, representada pela cruz de Cristo e da  a cruz egípcia. A cruz subscrita no circulo cujos espaços já desenham a rosa de quatro pétalas é o símbolo mais antigo encontrado no planeta segundo a arqueologia. Segundo a ufologia este símbolo foi trazido por extraterrenos. Seja como for talvez esta seja a melhor síntese simbólica do significado de “rosacruz”. Oriental é o lado de que vem o Sol, significado que muitas ordens que levam em suas siglas a palavra “oriente” presam: o oriente de onde vem a luz. Os cultos solares quase todos veneram o Oriente, o Grande Oriente, etc..
E em terceiro lugar ouvimos professores ligados a essas tradições. Mas o “O” aqui também significa Oculta, pois a verdadeira ordem é sempre oculta aos olhos do profano, e os mestres ocultos ou “diretores invisíveis” são os que verdadeiramente sempre estão à disposição daquele que verdadeiramente busca e tem força em seu íntimo mantendo sempre a aspiração, e devotados a busca da verdade. Eles são os verdadeiros mestres, os “mestres internos”, as “divindades tutelares”, os “anjos guardiões”, os “diretores invisíveis”, a fraternidade da luz. Por isso também a importância de manter essa palavra, “oculto” se refere a eles.
E oculto também se refere às ciência ocultas, ou melhor dizendo, ciências do oculto, ou seja, é uma ordem dedicada a uma ciência daquilo que está além do alcance de nossos sentidos, aparelhos e cálculos ordinários.
Outro sentido interno e o mais importante parece ser o contrário de Oriente, pois é Oeste, ocidental (“contrário” é apenas uma aparência, não uma realidade nesse caso). Isto por a terra do Buda Amida, Amitabha Amitayus, um dos grandes inspiradores, protetores e salvadores de nossa ordem, ser a terra pura do oeste. Mirando o poente poderemos quiçá vê-la. E a contemplação do poente é uma prática milenar também nessa tradição. Nós somos seguidores do poente, seguidores do Sol, seguidores da trajetória solar. O Sol nunca se põe para nós. Contemplando o poente podemos sentir e ver a terra pra do Buda da Luz e da Vida Infinita. Atingindo um renascimento nessa terra pura podemos lá prosseguir nosso trabalho livre de impedimentos e de sofrimento e com o atingimento garantido de nosso despertar.
O QUE SIGNIFICA A SIGLA O.I.T.O. MAIS INTERNAMENTE NO SEGUNDO CICLO?

Outra tradução boa para nossa sigla é Organização dos Iluminados Tântricos do Oeste. Sendo que Iluminados se refere justamente a estes que pertencem a essa organização dos que estão dirigindo-nos, dos planos acima, incluindo aqueles que já atingiram a libertação final, o despertar. Fala-se em um reino dos deuses tântricos como uma terra pura. Tanto os devas das terras puras, quanto os Budas e Bodhisatvas nos orientam, inspiram, guiam, falam conosco, assim como os seres citados anteriormente. Tais seres são tão superiores a nós moralmente e em inteligência que nós comparados a eles somos com formigas (e isto é uma boa inspiração para que o estudante seja compassivo com os animais mesmo aqueles mais aparentemente insiginificantes). Eles têm vontade, amor e consciência muito acima do nosso nível. Podem ver entre as várias dimensões e estar em vários lugares ao mesmo tempo. Podem compreender a simultaneidade e o paradoxal, a unidade na multiplicidade ou pelo menos tem uma bondade e compaixão infinita. Sua sabedoria é onipenetrante, e quando menos, eles servem a outros que a tem. Quando mais eles são despertos, iluminados, Budas, sua sabedoria é infinita.
O segundo sentido, que deve ser adotado por aqueles que estão no segundo círculo, a F.I.T.O., somado ao primeiro significado (a todos até aqui explanados) é mostrado “montando” um desenho: em cima ele ponha o IT, it significa ele ou ela em inglês, se referindo a coisa, animal, andrógenos ou seres além da nossa compreensão, para não dizer já o Tao, Deus, o Adi-Buddha, o Uno, segundo as nossas tradições principais acima citados. Este ou Isto que nós, para não dar ao profano nomes para que use para blasfemar, chamamos de It ou Isto (no sentido de “isto que há”, ou seja, o único que há, o único que é. É com um suspiro cansado e com o coração angustiado que revelo publicamente tal segredo. Continuando o desenho abaixo, junte os dois O’s então você terá um oito deitado, ou seja, o símbolo que se refere ao infinito. Quer dizer “aquele que realmente é e que sempre é”, também em seu infinito amor, compaixão e Luz.
Luz é a consciência una, amor é a motivação e compaixão é a vontade suprema. Mas não se preocupe, nós todos somos It, nós todos temos It em nós, essa é a nossa única verdadeira realidade em nós, nós só precisamos descobri-la retirando todas as “impurezas” que a encobrem que nos ocultam nossa verdadeira natureza, luminosa e iluminada. Se colocarmos os pontos teremos o símbolo revelado apenas no grau mais interno, esotérico.
O QUE SIGNIFICA A SIGLA O.I.T.O. MAIS INTERNAMENTE NO TERCEIRO CICLO?

O terceiro sentido só é revelado àqueles merecedores, que venceram muitos obstáculos, que se desenvolveram, que se purificaram, que se enobreceram, que transformam chumbo em ouro em nossa ordem, não pode ser dito a outros. A este último sentido devem ser somados os dois sentidos anteriores em todas as suas variações. Não pode ser revelado também assim “de mão beijada”, apenas descoberto por tais estudantes acima referidos, mas darei uma pista: veja que o i com os pontos e o t formam um símbolo, ainda, o i com pontos é também o t invertido, a outra polaridade (aqui não estamos falando de nada que se refira a bem e mal, certo e errado, bom e ruim, negro e branco, trevas e luz, etc. como sendo essas polaridades)... eu sei em parte o significado, nem eu o sei completamente ainda. Há então o que sobrou: ponto, “O”, ponto, “O”, ponto... Imagine o resto... Nisto está a simbologia.
Este assunto é exposto apenas em símbolos. A seguir veja um sutta do cânone pali, e através do ensinamento do Buda que pode ajudar a entender o processo alquímico, você poderá ter uma ideia do caminho, em direção a nossa a meta. Podemos dizer que este é um bom resumo esquemático de passos precisos do caminho. Nosso objetivo mais elevado é a libertação dos ciclos de nascimento e morte ou atingindo um estágio de não retorno ou até o despertar completo. Essa é nossa aspiração a fim de nos libertarmos por amor ao conhecimento ilimitado da verdade e aos seres. Tal processo é alquímico, há que se transformar o chumbo em ouro e purificá-lo, pois as impurezas são (1) os obstáculos à visão, que nos impedem de ver a verdade e de desenvolver nossas potencialidades e (2) o que nos prende à ilusão e ao ciclo de nascimentos, mortes e esquecimentos. Há que se cavar até o fundo e encontrar uma serpente...



Majjhima Nikaya 23

Vammika Sutta

O Formigueiro

Traduzido do Pali para o inglês originalmente por Bhikkhu Nanamoli, editado e revisado por Bhikkhu Boddhi, traduzido do inglês por Michael Beisert.
Somente para distribuição gratuita como um presente do Dhamma.

Assim ouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava em Savatthi no Bosque de Jeta, no Parque de Anathapindika. Agora, naquela ocasião o venerável Kumara Kassapa estava no Bosque dos Cegos. [1] Então, quando a noite já estava bem avançada, um certo deva com belíssima aparência que iluminou toda a área do Bosque dos Cegos se aproximou do venerável Kumara Kassapa. Ficando em pé a um lado, o deva disse: [2]
“Bhikkhu, bhikkhu, este formigueiro fumega durante a noite e arde durante o dia. [3]
            “Assim disse o brâmane: ‘Escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu uma barra: ‘Uma barra, Oh venerável senhor.’
            “Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora a barra; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um sapo: ‘Um sapo, Oh venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o sapo; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um garfo: ‘Um garfo, Oh venerável senhor.’ 
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o garfo; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu uma peneira: ‘Uma peneira, Oh venerável senhor.’
            “Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora a peneira; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um jabuti: ‘Um jabuti, Oh venerável senhor.’
            “Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o jabuti; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um machado e um cepo: ‘Um machado e um cepo, Oh venerável senhor.’ 
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o machado e o cepo; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu um pedaço de carne: ‘Um pedaço de carne, Oh venerável senhor.’
“Assim disse o brâmane: ‘Jogue fora o pedaço de carne; escave com a faca, você, sábio.’ Escavando com a faca, o sábio viu uma serpente Naga: ‘Uma serpente Naga, Oh venerável senhor.’
 “Assim disse o brâmane: ‘Deixe a serpente Naga; não cause dano à serpente Naga; honre a serpente Naga.’
“Bhikkhu, você deveria ir até o Abençoado e perguntar-lhe o significado desta charada. Aquilo que o Abençoado disser, assim você deverá se recordar. Bhikkhu, outro que não seja o Tathagata, ou um discípulo do Tathagata, ou alguém que tenha aprendido com eles, eu não vejo ninguém neste mundo com os seus devas, maras e brahmas, esta geração com seus contemplativos e brâmanes, seus príncipes e povo, cuja explicação dessa charada possa satisfazer a mente.”
            Isso foi o que o deva disse e em seguida desapareceu de vez.
Então, ao amanhecer, o venerável Kumara Kassapa foi até o Abençoado e depois de cumprimentá-lo sentou a um lado e relatou tudo que havia ocorrido. E então perguntou: “Venerável senhor, o que é o formigueiro, o que fumega durante a noite, o que arde durante o dia? Quem é o brâmane, quem é o sábio? O que é a faca, o que é a escavação, o que é a barra, o que é o sapo, o que é o garfo, o que é a peneira, o que é o jabuti, o que é o machado e o cepo, o que é o pedaço de carne, o que é a serpente Naga?”
“Bhikkhu, o formigueiro simboliza este corpo, este corpo feito de forma material, consistindo dos quatro grandes elementos, procriado por uma mãe e um pai, construído à base de arroz cozido e mingau,[4] está sujeito à impermanência, a ser gasto e pulverizado, à dissolução e desintegração. 
“Aquilo que a pessoa pensa e reflete durante a noite baseado nas ações durante o dia é o ‘fumegar durante a noite.’ 
“As ações que a pessoa toma durante o dia através do corpo, linguagem e mente depois de pensar e refletir durante a noite é o ‘arder durante o dia.’ 
“O brâmane simboliza o Tathagata, digno e perfeitamente iluminado. O sábio simboliza o bhikkhu no treinamento superior. A faca simboliza a nobre sabedoria. A escavação simboliza estimular a energia. 
“A barra simboliza a ignorância. [5] ‘Jogue fora a barra: abandone a ignorância. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o significado. 
“O sapo simboliza o desespero devido à raiva. ‘Jogue fora o sapo: abandone o desespero devido à raiva. Escave com a faca, você, sábio’ Esse é o significado. 
“O garfo simboliza a dúvida. [6] ‘Jogue fora o garfo: abandone a dúvida. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o significado. 
“A peneira simboliza os cinco obstáculos, isto é, o obstáculo do desejo sensual, o obstáculo da má vontade, o obstáculo do torpor e preguiça, o obstáculo da inquietação e ansiedade, o obstáculo da dúvida. ‘Jogue fora a peneira: abandone os obstáculos. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o significado. 
“O jabuti simboliza os cinco agregados influenciados pelo apego, [7] isto é, o agregado da forma material influenciado pelo apego, o agregado da sensação influenciado pelo apego, o agregado da percepção influenciado pelo apego, o agregado das formações influenciado pelo apego e o agregado da consciência influenciado pelo apego. ‘Jogue fora o jabuti: abandone os cinco agregados influenciados pelo apego. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o significado. 
“O machado e o cepo simbolizam os cinco elementos do prazer sensual [8] - formas percebidas através do olho que são desejáveis, agradáveis e fáceis de serem gostadas, conectadas com o desejo sensual e que provocam a cobiça. Sons percebidos através do ouvido… Aromas percebidos através do nariz… Sabores percebidos através da língua…Tangíveis percebidos através do corpo que são desejáveis, agradáveis e fáceis de serem gostados, conectados com o desejo sensual e que provocam a cobiça. ‘Jogue fora o machado e o cepo: abandone os cinco elementos do prazer sensual. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o significado. 
“O pedaço de carne simboliza o deleite e a cobiça.[9] ‘Jogue fora o pedaço de carne: abandone o pedaço de carne. Escave com a faca, você, sábio.’ Esse é o significado.
“A serpente Naga simboliza um bhikkhu que destruiu as impurezas. [10] ‘Deixe a serpente Naga; não cause dano à serpente Naga; honre a serpente Naga.’ Esse é o significado.”
            Isso foi o que disse o Abençoado. O venerável Kumara Kassapa ficou satisfeito e contente com as palavras do Abençoado.

Abreviações:
MA       Majjhima Nikaya Atthakatha
MT       Majjhima Nikaya Tika
Notas:
[1] O Ven. Kumara Kassapa era filho adotivo do Rei Pasenadi de Kosala, nascido de uma mulher, que estando grávida, sem o saber seguiu a vida santa como uma bhikkhuni. Quando este sutta foi proferido ele ainda era um sekha; ele alcançou o estado de arahant empregando este sutta como objeto de meditação.
[2] De acordo com MA, este deva era um que não retorna e que vivia nas Moradas Puras. Ele e Kumara Kassapa tinham sido parte de um grupo de cinco monges que, na época do Buda Kassapa, haviam praticado meditação juntos no topo de uma montanha. Foi este mesmo deva que incentivou Bamya Daruciriya, um outro membro do grupo, a visitar o Buda (veja o Ud 1:10/7).
[3] O significado da imageria empregada pelo deva será explicado mais tarde no próprio sutta.
[4] Kummasa: O Vinaya e os comentários explicam o mingau como sendo feito com yava, cevada.
[5] MA: Assim como uma barra na porta de uma cidade impede que as pessoas entrem, do mesmo modo a ignorância também impede que as pessoas realizem Nibbana.
[6] Dvedhapatha também pode ser interpretado como “um caminho bifurcado,” um símbolo óbvio para a dúvida.
[7] MA indica que as quatro patas e a cabeça de um jabuti são semelhantes aos cinco agregados.
[8] MA: o machado e o cepo (asisuna, no MN 22.3 interpretado como “matadouro”) são usados para picar a carne. De modo semelhante os seres que desejam os prazeres sensuais são picados pelo machado dos desejos sensuais sobre o cepo dos objetos sensuais.
[9] Este simbolismo é explicado no MN 54.16.
[10] Este é um arahant. O simbolismo é explicado no MN 5 – nota 7.




OS CÍRCULOS EXTERNO, INTERMEDIÁRIO E INTERNO

       Os círculos mais externos foram agora criados num nível mais “físico” ou comum para servirem de antecâmara da ordem eterna, preparando as pessoas que estão num nível mundano a fim de superarem suas impurezas, dificuldades, vícios, fraquezas e deficiências, bem como receber os conhecimentos mais indispensáveis à compreensão e à vivência de um caminho consciente e fora de toda superstição e desconfiança. Eles correspondem ao nível humano, preparação do embrião para a nova criança que virá, o bebê do além-do-humano.
Os círculos externos a partir de agora serão a O.H.E.O. correspondendo ao grau de aprendiz e a F.I.T.O. ao grau de companheiro. O que são estes dois círculos além de serem as antecâmaras da O.I.T.O.? São fraternidades de amigos, sem fins lucrativos constituídas de grupos de estudo, ciclos de conferências, instruções particulares e em grupo, pesquisa e práticas psíquicas, iniciações menores (menores apenas no sentido de serem mais fáceis e menos exigentes, contudo considero a primeira iniciação exterior a mais importante de todas, até porque dá a base para todo o resto) com fins de completar os graus de conhecimento e experiência requeridos para a fraternidade maior.
O.H.E.O. e F.G.T.O.

No início houve uma manifestação pública, através do blog, de redes sociais e de impressos, bem como o convite amistoso a algumas pessoas conforme seu interesse e às vezes conforme sua capacidade. Essas poucas pessoas é o que foi chamado de Fraternidade, embora quase todas não se conhecessem entre si. Isto ocorreu no período de organização e maturação dessa manifestação. A F.GT.O. foi o protótipo da O.H.E.O., assim devemos conhecer o significado da primeira sigla pois estudando seus significados teremos uma ideia mais completa das nossas bases teóricas e práticas da segunda, bem como de princípios fundamentais que estão agora apenas implícitos na nova sigla, não declarados nela e em seus significados. O círculo externo é a preparação para o círculo intermediário, desse modo ele enfatiza princípios éticos e de conhecimento, mas não deixa para depois a prática, sem esses três princípios desenvolvidos é impossível atingir algo mais elevado. Cada ciclo enfatiza mais algum desses campos mas não deixa os outros de lado.
F.G.T.O. foi o primeiro nome provisório do ciclo mais externo, exotérico. Significa Fraternidade Gnóstica dos Templários ou dos Thelemites Orientais ou Orientalistas. Haviam palavras em latim e em grego, mas apenas o mesmo significado. 
Fraternidade significa um grupo de amigos irmanados aqui pela sede de conhecimento e pela busca do alvo de suas existências. Mas agora a palavra “Fraternidade” só pode ser usada como um nome da ordem no segundo círculo, ou seja, dos três ou quatro vezes iniciados. Na verdade fraternidade se refere ao caráter amoroso e o amor ao qual nos referimos é algo que o ser humano comum não tem, que é um amor que precisa ser aprendido, treinado, desenvolvido, esse amor é o amor incondicional, que não existe como palavra em nosso idioma, mas sim no grego: Ágape.
Essa fraternidade tem que ser Gnóstica, não exatamente por ligar-se diretamente ao “gnosticismo primitivo” nem tampouco ao moderno. Embora eu mesmo tenha participado longos anos de ordens desse tipo e atingido elevados graus nelas (o que apenas reforça mais o que vou dizer, posso garantir que tais ordens de gnosis tem muito pouco ou quase nada, quando não são internamente apenas uma miscelânea de culturas pagãs e orientais sob a obediência fanática a algum suposto mestre iluminado ou cristificado são internamente cultos egípcios, thelemismo moderno e apenas pitadas de gnosticismo, não querendo desmerecê-los nem tirar seus méritos de trabalho. Geralmente ignoram todos os escritos gnósticos com exceção de um deles, mesmo assim em sua versão adulterada pela igreja romana; ignoram completamente os achados tais como os de Nag Hammadi e os “Alemanes”, entre outros (com exceção de algumas fraternidades rosacruzes tudo no ocidente com esse nome de gnose, mesmo as mais nobres e bem intencionadas, ainda estão longe do que realmente seja gnosis original).
Nossa fraternidade se chamou gnóstica pelo próprio sentido da palavra: (1) nós intentamos a libertação através do conhecimento direto (como já foi explicado acima), através do estudo e da meditação e por fim a penetração por si mesmo direto na fonte; (2) nós temos acesso aos textos arcaicos do gnosticismo primitivo em todas as suas vertentes significativas a não ser aqueles documentos que ainda não foram encontrados; e (3) gnose se refere ao conhecimento direto, interno, aquele no qual o conhecedor, o conhecimento e o conhecido são, ou se tornam temporariamente, uma só coisa, sendo assim gnosis uma forma de conhecer, a qual nós praticamos e temos métodos para realizá-lo em vários níveis. Através desse tipo de conhecimento podemos comprovar por nós mesmos vários ensinamentos, encontrar chaves secretas e livros ocultos, e até mesmo receber instrução direta dos verdadeiros mestres.
Relacionado à palavra gnosis inevitavelmente temos a palavra grega Nous, que significa mente, mas a qual, o gnóstico nos escritos antigos se refere geralmente a Deus. Nós traduzimos como consciência ou consciência primordial. Com isso queremos dizer que a consciência em nós não é outra senão a consciência única, chamada Deus. Buda disse que desde sempre houve e sempre haverão mentalidade e materialidade. Essas duas características do universo nunca cessam e não pode haver uma sem outra, sendo a consciência ou mentalidade a mente única, o Adi-Buddha que dentro de nós é o buddha-dhatu, e a materialidade a consciência sempre mutante das coisas, das sensações (feelings e sensations neste caso), dos objetos mentais e da própria mentalidade... Nosso objetivo nessa fraternidade é levar esse conhecimento, mas não só isso, e sim principalmente capacitar o iniciando a ver por si mesmo que é assim através do processo de gnosis.
Templários se refere ao que já foi dito. No nosso caso um significado especial. Em resumo por fazemos primeiro do corpo o templo para receber o sagrado, e de nossa mente o templo da verdadeira consciência, do sagrado, do supremo, da verdade; e por buscarmos fazer de todo lugar, onde pousarmos nossa consciência, um templo, um lugar sagrado, transformando tudo, inclusive todo o mal em ensinamento, em libertação e em bem se possível.
Thelemite ou Telemita ou telêmico é também um termo grego usado pela falta do termo em nossa língua, ele quer dizer outro aspecto do que somos, vontadistas é a palavra certa, um neologismo que tivemos que inventar para expressar um dos importantes aspectos de nosso trabalho e por ser a Vontade uma das três formas primordiais do Supremo (as outras duas são amor (ágape) e consciência (omnisciência, nous). Também não existe o verbo vontadear que precisamos usar para distinguir de querer, de desejar, etc..
Aqui é bom esclarecer que não somos místicos arrendatários do pressuposto de que o gnoticismo é uma facção do cristianismo, nem sequer abraçamos apressadamente a conclusão de que esse é o “verdadeiro cristianismo primitivo” (cristianismo é uma palavra criada séculos depois de Cristo provavelmente pelo império romano). Até porque sabemos, por evidências científicas e arqueológicas, que o gnosticismo é anterior a Yeheshua Chrestus (“Jesus” Cristo, existem essa e outras grafias) e bem anterior ao cristianismo e que ambos incluem evidentes elementos de hermetismo, zoroastrismo, taoísmo, hinduísmo, budismo e até mitos ditos pagãos e egípcios (principalmente o “gnosticismo”), entre outras doutrinas, e se unem em algum ponto na história. Seria mais correto dizer que Cristo era gnóstico do que dizer que era cristão, isto é mais que evidente, nem por isso temos repudio ao termo como fazem os thelêmicos modernos que são mais pagãos que “verdadeiros gnósticos” como dizem ser e internamente adoram Adonai ou Jeová e utilizam a cabala hebraica como base de seu sistema. Em comum com o “gnosticismo cristão” oriental usamos alguns símbolos e esquemas arquetípicos que nos levam a compreensão de nossa localização dentro do trabalho com relação à meta e a figura da luz interior embrionária, o Chrestus que é o mesmo que Adi-Buddha. Veja que assim, somos thelemites não por estarmos ligados a qualquer movimento thelemita, nem da antiguidade, nem medieval nem (mas que também pode significar verdade no sentido de verdade interior e de verdade última (especialmente para os iniciados)). Temos em comum com outros thelemitas o fato que nos dois primeiros ciclos buscamos descobrir, conhecer nossa vontade e realizá-la ou colocá-la em direção à realização, para realiza-la no último círculo. Vontade nesse sentido destaca seu sentido de “proposito da existência”, o motivo real pelo qual a pessoa existe.
Também somos thelemites por termos o mapa para desenterrar os três tesouros que o ser humano comum acha que possui, mas na verdade não possui, a saber: (1) liberdade - vontade; (2) consciência - acesso à realidade ou verdade; e (3) amor - ágape ou compaixão altruísta pelo menos. Sendo que cada um desses possui a chave para os outros dois. Porém, só com a vontade verdadeira e treinada podemos ter força para aqui e agora, nesta vida, realizar despertar da consciência e o desenvolvimento do amor verdadeiro, não amor cego, mas amor consciente.
 Do Oriente ou Orientalistas é por causa das razões já citadas acima que podemos resumir em fidelidade às fontes orientais originais, não sendo uma adaptação da adaptação da adaptação, mutilada ou totalmente modificada depois de milhares de alterações. Orientalista remete ao nome que se dá ao estudioso ou pesquisador da sabedoria oriental. Este significado reflete muito bem o que o estudante do primeiro círculo deve ser. Nós mesmos nos círculos mais internos devemos continuar essa postura de pesquisadores, amantes do conhecimento das longas horas de leitura. Se o estudante não tem ainda então deve criar o amor pelo estudo aprofundado e pela prática assídua, diária.
QUAL O SIGNIFICADO DA SIGLA O.H.E.O., O CÍRCULO INICIAL?

            Ordem Hermética da Estrela de Ouro ou Ordem Hermética da Estrela do Oriente ouOrdem Hermética da Estrela do Ocidente ou Ordem Hermética da Estrela do Oeste. Ou aindaOrdem Hermética dos Esclarecidos Orientalistas.
Tantos nomes, tanta complexidade... Mais uma vez isto ocorre para que estudando o significado de cada elemento da sigla o iniciando ou o iniciado relembrem e tenham apenas no lembrar da sigla a lembrança de todo o trabalho em que está envolvido momento a momento desde o instante em que entra na ordem. Aqui cabe adicionarmos mais um detalhe sobre isso: cada elemento, palavra, doutrina, prática, comportamento, etc. citados aqui nessas definições são explicados, detalhados e se desdobram em mais outros elementos internamente. Assim podemos falar que na ordem o estudante tem muito a descobrir por si mesmo, que não revelamos, mas damos as ferramentas para que descubra; mas também tem muita coisa que é explicadinha nos mínimos detalhes até a exaustão (exaustão de toda dúvida, esperamos).
            Sobre Ordem já foi explicado. Em resumo podemos dizer que ordem se refere à ordenação em graus de conhecimentos, capacidades e amadurecimentos e que estes conduzem em conjunto a determinadas realizações e revelações.

            Hermética, como todos devem saber,é uma palavra com dois sentidos, o de (1) ensinamentos de Hermes, particularmente o Corpus Hermeticum, incluindo a grande síntese, a Tábua de Esmeralda; e (2) de fechado, secreto e ou esotérico. No segundo sentido podemos nos classificar como esotérico, mas não como fechado nem tanto como secreto. Pois estamos abertos a todos que cheguem até nós, temos publicações impressas e na internet e às vezes falamos abertamente com as pessoas sobre a ordem quando isto convém. É claro, entretanto, que não somos proselitistas, não vivemos propagandeando a ordem ou tentando levá-la a mais gente quando possível. Acreditamos que aqueles que devem chegar até nós mais cedo ou mais tarde chegarão. Porém, nos esforçamos em ajudar. Desse modo convidamos as pessoas às vezes também, quando vemos que essas tem alguma necessidade que podemos prover ou ela demonstra simpatia e outros princípios que apreciamos ou alguma abertura ou conveniência para falarmos de nossos assuntos. Podemos convidar pessoas também por uma empatia particular ou por alguma capacidade notável que apreciamos. Podemos convidar pessoas simplesmente por que “nos dá na telha”; ou porque não gostamos de por quês, então convidamos sem qualquer motivo aparente algum. O fato é que convidamos pessoas e mesmo outros seres, então de modo algum somos fechados.
            Outra coisa que se pode dizer é que somos secretos, pois temos certos segredos, temos práticas e teorias que não revelamos a outros que não são da ordem e que prometemos guardar segredo. Dizemos como os maços que isto não é ser secreto, temos coisas particulares. Afinal se assim fosse mal saberiam de nossa existência, quanto mais saber o que fazemos ou ainda estar lendo isso.
Se nós temos roupas de baixo que as pessoas normalmente não nos vêm usando (expostas nem somente elas), essas roupas são secretas? Do mesmo modo estamos abertos a qualquer um que queira investigar nossos segredos, bastando para isso entrar em nosso meio. Do mesmo modo que não queremos mostrar nossas roupas de baixo na rua, mas se alguém quiser muito vê-las, terá que entrar em nossa casa, vê-las no nosso guarda-roupa, gavetas ou no varal ou mesmo nos ver particularmente usando-as. Assim também certas fórmulas que usamos, e isto já explicamos por que razões.
Esse exemplo humorístico pode ainda não se aplicar a necessidade que temos de ser uma “associação secreta”, isto é, de (por enquanto) nunca termos revelado endereços, ou ainda por não ser uma entidade registrada ou pelos iniciandos terem aulas particulares e não se conhecerem. Realmente, e embora tudo isso tenha uma razão de ser (mas não vem ao caso se alongarmos-nos nessas explicações por agora), pode-se argumentar que somos uma associação secreta e que temos mantido segredo sobre muitas coisas. Mas não é o caso de uma associação assim ser secreta no sentido da palavra, fora de todo conhecimento, mas sim discreta. E ainda mais que não queremos ter qualquer vínculo com a sociedade como um todo para manter nossa independência de pensamentos e liberdade religiosa, nos mantendo assim os guardiões dessa liberdade, seja qual for a situação dessa sociedade ou país ou forma de governo. Se por exemplo uma medida do governo proibir um determinado culto que nós, embora não o pratiquemos, consideramos lícito, tais pessoas terão salvaguarda de seu culto em nossa associação da qual o estado não saberá nada além do que queiramos expor aqui, nem saberá jamais quem são seus participantes. Enquanto o ser humano em geral não se der conta que o estado não pode restringir a liberdade individual, mas deve apenas justamente salvaguardá-la terão que existir associações secretas. Pois quando o estado parte do geral para o particular ele é um inimigo da população, ou seja, quando sobrepondo ou oprimindo com determinações ou valores de uma minoria, ou maioria, ou coletividade ao indivíduo é estado que não respeita a liberdade individual nem de culto, embora discurse falsamente o contrário.

A legitimidade e necessidade social de haverem ordens discretas tem como base o exposto acima não apenas quando é um fato concreto, mas também em seu aspecto preventivo, quando existe a possibilidade. Sempre ela existiu e sempre existe. Muitos afirmam que não existe mais esse tipo de perseguição hoje e que não há necessidade de associações secretas ou discretas ou não registradas pelo estado. Tais pessoas esquecem que o estado é para nos servir e não o contrário. Não temos obrigação de declarar ou registrar grupos religiosos ou esotéricos ao estado. Se existe tal lei ela é injusta e deve ser derrubada onde quer que exista. Mas vamos aos fatos.
Temos exemplos desse tipo de intervencionismo estatal em estados socialistas ou comunistas, como maior exemplo disso China, também Coreia do Norte, e em alguns estados islâmicos. Nestes e em outros, pessoas têm sido mortas, presas e ou torturadas por seguirem alguma religião que o estado não aprova. No Brasil temos a sempre retornante tentativa, feita pela chamada “bancada evangélica”, de impedir ou restringir em algum aspecto os cultos chamados afro-brasileiros. Podemos incluir também a intolerância aos verdadeiros rastafáris, se eles fumam maconha realmente por fazer parte de sua religião ou em seus cultos, por que o estado teria o direito de impedir que eles plantem a erva e pior ainda, que consumam? Temos ao longo da história várias perseguições e verdadeiros genocídios usando como justificativa a religião ou escola que o estado não aprouvera. Citemos os gnósticos, os cátaros e albigênesis, os templários, os judeus, os cristãos, os rosacruzes, os illuminatis, etc.. No Brasil por vezes se conspirou entre os governantes no sentido de perseguir, ou restringir, ou proibir, ou acabar com a maçonaria, com os protestantes, com alguma denominação evangélica e com os cultos afro-brasileiros. Hoje estão fazendo pressão sobre os parlamentos para que sejam cobrados impostos das igrejas. Imposto sobre imposto, no país onde se paga em media 40% de impostos sobre todo o ganho do nosso trabalho o estado é um câncer, um parasita, que promete serviços de excelência gratuitos (e sabemos que não existe nada gratuito) não os oferece ou oferece péssimos serviços, cobra altos preços, maiores que qualquer serviço particular e tem os políticos mais caros do mundo. Todo isso sabemos apenas para sustentar o intermediário de tudo, o estado, que nada produz, mas apenas retira de nós para pagar si mesmo, por sua suposta boa e necessária administração. Aos poucos o estado sufoca a liberdade do indivíduo como um câncer, quando menos se espera tudo está tomado e naturalizado mansamente.
Tal estado é um inimigo do povo, da paz, da ordem e dos bons costumes. Prova disso é a criminalidade sempre crescente apadrinhada pelo estado que protege os direitos dos bandidos, mas não dos cidadãos honestos lesados por esses.

Existe também, como já falamos, a necessidade de segredo em relação a algumas práticas.Cabe lembrar novamente, em resumo, que seria muito perigoso se déssemos poderes a pessoas moralmente despreparadas ou se revelássemos fórmulas de fabricar ouro a gananciosos. Em pouco tempo haveria tanto ouro que o ouro não valeria mais nada então o que fabricaríamos de grande valor para as nossas necessidades mais elevadas? Estaríamos pobres e sem poder ajudar os necessitados.
Somos médicos do mundo. Os seres estão alucinados, vítimas de suas ilusões, sofrendo as consequências de suas ilusões. Nós somos terapeutas e fabricantes das fórmulas de regeneração e cura. Nós somos enfermeiros, farmacêuticos e fabricantes de remédios. Tais remédios não podem ser revelados ao profano por três fatos simples: ele não sabe e nem concorda que está doente, não quer remédio; o remédio sendo dado a uma pessoa em dose que não seja adequada é um veneno, a cada pessoa cabe uma dose exata, uma quantidade a mais ou a menos se torna um veneno para a própria pessoa que não sabe a dose adequada; tal remédio causa delírios muito maiores quando não são usados por pessoas que vêm fazendo um longo tratamento para suportar a substância e o remédio perigoso é exatamente como um veneno para pessoas homicidas ou suicidas, estes fariam invariavelmente mau uso do remédio, seja para matar outros ou a si mesmos.
Aqui temos exatamente isso, remédios, alguns gerais, outros específicos e alguns poucos bem específicos e muitos perigosos que só podem ser tomados depois de outros e de longa terapia e preparação física para isso. Tomá-los sem tais precauções significaria a ruína completa. Assim tais remédios são bem particulares: só aqueles que vêm acompanhando todo o tratamento, com a terapia e receituário adequados, é que têm a imunidade desenvolvida para tomar os remédios mais fortes. Isto é o trabalho do alquimista.
Alquimistas possuem três tesouros: o elixir da longa vida, que aumenta a saúde, a vitalidade e o tempo de vida; a pedra filosofal que transmuta os metais impuros em ouro; e a sabedoria, elemento sempre esquecido ao citar os alquimistas. Porém, esta não é uma sabedoria comum, mas a autêntica gnosis, a verdade. Buscar a sabedoria ou a verdade é um pré-requisito neste caminho. O insincero; o que busca vantagens, riquezas, fama ou poder; o fraudador, o magico, o enganador, estes não podem ter acesso a tais segredos. Melhor ainda, eles não devem sequer saber de sua existência. Este tipo deve ser afastado antes mesmo que se aproxime, não queremos nos dar ao trabalho de convencê-lo a se retirar, queremos que não se aproxime enquanto não mudarem suas prioridades. O caminho oculto não é para todos, para todos existem as inumeráveis religiões. O caminho ocultista é um caminho apenas para sinceros trabalhadores terapeutas. Veja que são três elementos indispensáveis nessa formula: sinceros, verdadeiros, que não tem medo da verdade; trabalhadores, pessoas de ação, muito esforçados, assíduos, incansáveis; e terapeutas, não trabalham e aprendem apenas para si mesmos, mas para o bem da humanidade doente, para reais mudanças, cura, despertar, felicidade, liberdade.
Por isso, certas práticas tem que ser protegidas da cobiça do vulgo. Por isso também o não iniciado é chamado profano, pois ninguém sabe o que esperar dele. Ele pode ser um estudante, um pesquisador, até que entenda, que compreenda, o processo no qual está imerso, e se comprometa com um caminho superior, atitudes superiores, que inspire confiança e que tenha um embasada confiança em nós através do compartilhar um anelo, um fito, e um caminho comum. Então ela se torna uma soror (irmã) e ele um frater (irmão) na grande fraternidade da ordem cósmica da luz. Isto não como um mercado ou um templo onde se entra e sai quem quer que seja, na hora que quer, sem ter necessariamente que conhecer ninguém nem falar com ninguém. Isto é uma irmandade, uma confraria, uma fraternidade, uma sociedade, uma congregação, uma aliança, de pessoas que se entendem, se respeitam, que confiam mutuamente umas nas outras, que comungam um trabalho numa direção.
            Sobre os ensinamentos herméticos desse círculo (O.H.E.O.) ainda temos a acrescentar que não se limitam aos ensinamentos de Hermes somente, é claro, nem somente à alquimia, mas aos ensinamentos, chamados herméticos, de várias ordens, tanto antigas como recentes, uma familiarização aos conhecimentos ocultos ou da ciência do oculto. Ainda significa o acesso a certos textos sagrados e práticas originais antigas e recentes que vão constituir a base dessa terapia, a base do despertar. Para isso temos que ser bastante exatos específicos e não, como pensam muitos, ser generalistas, fazendo apanhados gerais intelectuais que não servem para nada além de conhecimento (partes fragmentadas) para inflar o ego. Esses conhecimentos específicos já são bastante extensos e necessitam de aprofundamento. A superficialidade nos conduz a pouco resultado. Então depois de um primeiro apanhado geral de informações centrado nas primeiras práticas já começamos a aprofundar os conhecimentos. Por isso só o primeiro grau é introdutório em teoria, o resto é graduação, ensino superior. Assim o estudante já deve ter acesso a conhecimentos de primeira mão e desenvolver-se conforme o nível de seu estudo, prática e comportamento. Então conhecimento hermético também significa aquele que a pessoa adquire através da sua própria experiência, que testa e experiencia por si mesmo, que vê por si mesmo, que não pode ser mostrado a outro ou por outro. É eminentemente o conhecimento oculto.

             Agora comecemos já algo secreto, como dizem, que vem desde os primeiros graus: a palavra Estrela se refere a algo que não revelamos, que está na primeira iniciação, antes de entrar para a ordem ele deve receber essa iniciação cientifica experimental básica. Básica porque serve de base para a exatidão de todos os conhecimentos que virão a segui, pois consiste num primeiro despertar da consciência através de certos procedimentos (não pense que devido à ingestão de substâncias, mas exatamente através de certos exercícios concentrados, físicos e psíquicos).
            A primeira explicação sobre o sentido da palavra estrela já ilustrará bem a necessidade de alguns “segredos”. Não podemos revelar o significado dessa palavra completamente, pois o principal significado aqui é um esclarecimento que só vem como resultado do sucesso na primeira prática. O aspirante será submetido então a uma série muito extensa de perguntas sobre detalhes dos resultados entre os quais descreverá um fenômeno pelo qual saberemos se atingiu o esperado, isto é, se a prática surtiu o total efeito esperado estará, um tal efeito que o deve acompanhar cada vez mais em sua jornada. Este resultado, portanto, é um sinal através do qual sabemos se o iniciando está ou não progredindo e se a primeira prática resultou completamente como esperado ou não. Existe portanto um conjunto de sinais pelo qual podemos avaliar objetivamente o progresso mental do candidato. Esse conjunto de sinais só é revelado a ele na iniciação de fato, ao final da graduação. Pois se revelássemos antes, ou se disséssemos abertamente a todas as pessoas, elas poderiam muito bem mentir ou simular a respeito deles e enganar o avaliador. Por isso vários sinais que sabemos certos no experimento devem ser conhecidos pelo avaliador, mas não pelo avaliado. Após sua graduação ele saberá entre tantos dos sinais que descreveu quais deles foram usados para medir seu desempenho.
Assim esta primeira série de graus de formação poderia até ser chamada de formação da estrela se referindo a esse conjunto de sinais (que só nós sambemos).
Estrela também significa Estrela do Oriente, do Ocidente ou do Oeste. Como assim? Oriente e ocidente não são opostos? Perguntarão alguns. Mas qual é a estrela do ocidente e do oriente? Ora, o Sol é uma estrela que translada do oriente ao ocidente e na verdade não faz esse percurso, nós é que a percebemos assim, mas nossos sentidos nos enganam, pois é a terra que gira em tono de si mesma. Se o aspirante após estudos e práticas não entender todo o significado desse símbolo escrito na natureza, podemos dizer que ele não é capaz de entender coisa alguma. Esse é um outro sinal, mas que nós podemos revelar. Sua inteligência pode já ter ou não essa compreensão agora, mas nos perguntaremos os significado disso no começo e no fim da graduação. Se sua compreensão cresceu ou despertou mais um pouquinho ou dominou os conhecimentos, seu entendimento do significado também terá ido mais além. Já poderá até ser outro ou ter outros significados agregados.
Outra coisa que a Estrela significa, ainda nessa mesma perspectiva, é todas as estrelas, afinal a terra está girando. Todas as estrelas são do oriente e do ocidente. Esse é o sentido. E qual o significado simbólico disso? Qual o sentido disso em nosso curto dia, a vida que encontra sua noite na morte?
Também Estrela é o cento do universo e ou todo o universo é uma estrela. Quando o universo implodir será uma estrela negra e quando explodir será uma estrela de uma luz inimaginavelmente intensa. Significa que o mesmo acontece conosco, que no nosso aprendizado iniciático vamos partir do conhecido para o desconhecido, que conhecendo melhor e interpretando as coisas que aparentemente nos rodeiam e às quais nos sentimos familiarizados é que mais fácil conheceremos o desconhecido, o que está por trás delas. Significa também, de outra forma, que conhecendo melhor a nós mesmo conheceremos melhor o universo e tudo; e que conhecendo o universo conheceremos melhor a nós mesmos. É um dos sete princípios herméticos e o mais famoso, “assim como é em cima é embaixo”.
Estrela também significa aquele que virá. E é claro que aqui também há um significado oculto (ou vários): a verdadeira natureza do aspirante que se manifestará, a mente ou inteligência original, própria, pura, que ele conhece no final do processo, à qual se integrará, se tornará um com ela, o Pai interno, o Cristo íntimo, o Buddha-datu. Assim aquele que virá também significa aquele que sempre foi, que é e que sempre será, o primogênito. Enquanto não reconhecemos nosso Pai somos como o filho perdido.
Nesse processo, e até chegar ao seu fito, conheceremos diretamente mais coisas, conheceremos vendo por si mesmos, mas chegaremos ao nível em que até mesmo da ignorância obteremos conhecimento. Esta é uma das capacidades mais avançadas. Enfim: tudo e qualquer coisa nos fornecerá conhecimento, caminho para o despertar, revelação, significado e conhecimento direto. Como uma estrela que é luz e ilumina a escuridão e até mesmo quando é trevas, uma anã negra ou um buraco negro, para o desperto revela conhecimento, esclarecimento, luz. Uma estrela que guia, que mostra sempre a direção correta, pela qual sempre retornamos ao caminho. Nos temos uma estrela dessa também em nosso microcosmo, dentro de nós mesmos.
Tudo é luz e não há nenhuma escuridão, nós é que não captamos ainda as luzes mais sutis, tudo é uma imensa estrela. Um eterno e pulsante sol. Este é o significado de estrela. Espero que claro, que estejas esclarecido.
Dos esclarecidos significa a formação ocultista ou hermética dos três ou quatro primeiros graus. Esta formação não é comum, apenas intelectual ou apenas com experimentos preparados, mas sim uma graduação onde o estudante vai ter que ler e pesquisar tal como seus professores fizeram e apresentar algo novo, não é simplesmente orientado em uma certa direção, ele deve descobrir por si mesmo, e comprovar por si mesmo que essa é a direção correta, não podemos simplesmente dizer para ele e esperar que acredite como fazem as universidades. O estudante vai ter que aprender a confiar em nós e nós vamos sempre dizer que não acredite só porque estamos dizendo, que não acredite em nós, que comprove. E nós o provaremos, se ele for digno passará, se ele provar para si mesmo ele confiará em nós naturalmente. Mas se ele tentar por muito tempo e não conseguir ele irá embora ou fingirá, mas saberemos que ele está mentido e que está simplesmente crendo, então o provaremos de novo e de novo sem nada dizer. Enfim só restam dois caminhos ou ele descobre por si mesmo ou vai embora. Os esclarecidos são poucos, poucos têm força de vontade e valorizam uma amizade sincera e amorosa. Nós somos amigos de verdade de nossos estudantes, não dizemos tais coisas como “se você está feliz assim então está ótimo”, não, se ele acerta congratulamos, mas se ele erra dizemos “está errado, tente outra vez” ou “faça assim, pois esse é o modo certo” e se ele acertar saberemos, se ele errar saberemos, se ele não fizer nada saberemos. Assim a formação é muito mais do que a distancia de um orientador e um formando. O professor tem que ser de um certo tipo, ele tem que saber ser naturalmente amigo, sem forçar, simplesmente ser, e o formando tem que ser um pesquisador como que tentasse ir além do seu professor, tem que saber tudo que o professor sabe e mais alguma coisa e tem que descobrir algo, tem que apresentar algo novo, então e só então ele estará pronto. Sim, pois conseguiu absorver tudo que era preciso, descartar os obstáculos e ir além. Ele só pode ser esclarecido se seu professor for um esclarecido. E, novamente, esclarecido significa não só conhecedor, mas conhecedor experiente e maduro.
Isto é tão importante que merece um paragrafo à parte, são três elementos que significam o esclarecimento ao qual nos referimos, esclarecido significa conhecedor, experiente e maduro.
No estudo de graduação significa principalmente que nós citamos nossas fontes claramente para que qualquer um confirme, pesquise, investigue por si mesmo. E essas fontes só podem ser as primordiais ou embasadas nelas. Todas as escolas apresentam livros e práticas, mas nem sempre elas revelam as fontes originais de tais práticas, e algumas vezes sequer possuem ou apresentam edições de seus livros sagrados. Nós, ao contrário, nos dedicamos a estudar diretamente nessas fontes, não em comentários ou explicações posteriores, nem em desenvolvimentos ou derivações posteriores nem em supostos mestres que presentam tais ideias ou tais práticas como se fosse sua própria invenção ou descoberta.
Ao final da formação cada pessoa se torna um esclarecido nos sentido de conhecer o fundamental das escolas ocultistas e herméticas. Fundamental, quer dizer o que mais compete para levar ao bom resultado como um todo e aos objetivos mais elevados da existência humana, a saber, despertar, para ser uma luz para o que não enxerga, bem como um médico que cura; esclarecido também se refere a esse esclarecimento das fontes fidedignas, garantidas, confiáveis; significa que o praticante sabe de onde vem o que está praticando e pode dialogar com diferentes tradições sem aquela arrogância dos ignorantes que acreditam que estão num movimento futurista, ou “nova era”, ou grande síntese, que supera todas as outras coisas que teriam ficado para trás, pois esta é uma das principais marcas da ignorância. Há também pessoas que se assoberbam na sua ignorância e usam frases como “religião não se discute”, “tudo não passa mitos primitivos” ou “a religião tem base no medo do desconhecido” entre outros chavões. Sabemos que a religião se constrói justamente no diálogo, na discussão e se assim não fosse não haveriam tantas seitas diferentes baseadas nos mesmos livros sagrados. Somos esclarecidos em relação a esses dois tipos de pessoas e ao comum da humanidade, não porque temos um diploma ou títulos, mas sim porque humildemente nos debruçamos sobre muitas obras de várias tradições e lemos muitos textos autênticos, não de explicadores e comentadores ou livros didáticos, mas gastamos horas e horas do nosso tempo em leitura, estudo e experimentação prática, para saber do que estamos falando de modo fundamentado. Não nos baseamos em meros raciocínios ou conjecturas especulativas nem em crenças infundadas. Assim somos os professores de religião e de ocultismo da humanidade, ao mesmo tempo que somos médicos dos grande males que afligem a humanidade, a saber, a ignorância, o sofrimento e as visões errôneas. Somos como que os pais da humanidade que são para nós como crianças que em sua ignorância brincam numa casa em chamas distraídas com suas fantasias e brinquedos como mostra o famoso Sutra do Lotus.