terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Diferença entre escola rosacruz, fraternidade rosacruz, igreja rosacruz e ordem rosacruz


A escola rosacruz não pode aceitar gente deliberadamente má, mentirosa, desonesta, mau caráter, etc. porque o papel da rosacruz é curar essas doenças do mundo e se os médicos estão transmitindo tais doenças não podem trabalhar na cura, não podem ser de fato médicos. Como podem ser médicos?
Para tais “infectados” das contaminações mais pesadas há a religião rosacruz na forma da igreja rosacruz, para que possam primeiro obter a cura.
A religião é para todos e é para a salvação. A salvação é para todos os níveis (de moral, compreensão, serviço, estudo, realização, etc.), todos os caráteres, a pessoa só tem o compromisso com ela mesma, com os demais seres e com o supremo, não com a escola nem com a ordem nem com a fraternidade.
Mas o rosacruz quer ir além, ele quer ver e quer mostrar aos outros, quer provar, quer o pleno despertar . Porém, não há iluminação sem purificação. Pode até haver salvação, mas iluminação não, iluminação é algo mais. Nem todo iluminaciocista é rosacruz, mas todo rosacruz deve ser iluminacionista. Por quê? Para melhor servir à humanidade doente, para que ele não apenas seja curado, mas possa também auxiliar na cura de outros.
Entretanto, se existe algum rosacruz interessado em apenas salvar-se e ver apenas até o ponto onde não possa mais duvidar da salvação, não tem problema, é lícito. O problema é quando essa exceção se torna a regra. Quando todos ou uma grande parte dos rosacruzeses de uma fraternidade tem esse pensamento pequeno há um problema. O problema é maior ainda quando uma fraternidade rosacruz já se conformou em não ver, em não despertar e oferece métodos apenas para salvação. Aí essa rosacruz já se tornou uma religião comum baseada na crença. Quem vê para garantir a verdade? Será que já não são cegos guiando cegos? Será que suas ideias não são apenas delírios ou raciocínios ou crenças infundadas? E é para restabelecer também este ponto que estamos aqui.
Apenas com essas informações já começa a se forma consciência de que algo mais precisa ser feito.
A igreja rosacruz é formada por aqueles que participam de alguma forma do ensinamento e nessa comunidade (e igreja significa na verdade comunidade) estão incluídos todos os seres. Nela todos têm direito ao básico do ensinamento suficiente para sua salvação, orientação e algum alcance gnosiológico. Cabe somente a ele usar esses ensinamento ou não, querer aprofundá-lo e dar continuidade ou não. Então nossa comunidade, ou seja, nossa igreja, não se restringe apenas aos nossos membros, mas engloba todas as igrejas, enfim toda a humanidade, todos os seres.
Todo aquele que recebe os benefícios da ordem são contados em nossa igreja, de todas as religiões e ideologias. E todos recebem benefício da ordem. Para não receber é preciso conhecer a ordem e deliberadamente escolher não receber seus benefícios. Mas isso são duas coisas raras, pois quem de fato conhece a ordem? E conhecendo a ordem é impossível não querer os benefícios que ela tem a oferecer. Pensemos em alguns, quem não quer estar próximo do que é o Supremo? Muitos diriam “alguns”. Mas isto é uma tolice se houver alguém que por ideologias fanáticas (tais como ateísmo sistemático ou dogmático, ceticismo pirrônico, etc.) pense em recusar tal beneficio, pois precisaria recusar receber algo que acredita que não existe, que nunca recebeu e que não está recebendo. Quem não quer a cura, a orientação correta, a proteção, a segurança? Só o religioso de fato compreende essas ideias. Os demais são neutros ou alguns poucos, como foram exemplificados, tolos.
Já a fraternidade é formada apenas por aqueles que recebem esse ensinamento e o praticam e a escola é o conjunto de ideias, métodos, práticas, psicologias, ciências e seus propositores.
Portanto só podem fazer parte dessa escola iniciados que já são propositores, pois já tem a experiência acerca delas ou de parte considerável, e os estudantes que estão no curso de conhecimento, experimentação e análise, enfatizo, sempre passando pela prática para adquirir a experiência ou pelo menos o conhecimento e a habilidade para atingi-las. E além destes ainda aqueles com graus avançados de experiência.
Assim para fazer parte da escola deve-se ou ser no mínimo apenas estudante ou no mínimo fazer parte da ordem.
A ordem é formada pelos graus de estudo, de iniciação e de experiências, enfim, de realização, e por aqueles que passam por esse processo. Portanto para fazer parte da ordem é preciso no mínimo ser iniciado, formalmente ou num grau de experiência. Assim como a simples presença não torna alguém participante da fraternidade, o simples estudo não o torna membro da ordem.
É bom, no entanto, esclarecer aqui a importância do alicerce, estudo e prática, ambos de mesmo valor e necessidade, e do cume da construção, a experiência fruto desse alicerce.
Existe também o tipo de experiência ou precocidade ou facilidade em obtê-la que deriva do mérito, da graça, da pureza interior, etc.. Toda essa experiência deve ser considerada, porém ela não exime da necessidade de se completarem os graus de prática e de estudo.
A verdadeira igreja rosacruz não é deste mundo. A verdadeira vida não é aqui, onde temos uma passagem provisória, um terrível desvio do caminho. Embora as consequências do que fazemos aqui sejam carregadas para esta vida e pela vida futura, esta vida deve ser vista como um instante na eternidade, um sonho do qual queremos acordar, ou melhor, vivê-lo desperto, para então podermos escapar dele definitivamente (precisamos fazer sempre aqui agora isto, ademais, despertar em outros mundos pode ser bem mais difícil, tanto ou mais do que estar despertos nos sonhos).
A verdadeira igreja da luz não é deste mundo. Mas ela é para este mundo também: na compaixão dos irmãos invisíveis e dos iluminados. E na infinita compaixão dos grandes mestres ela é para todos os seres de todos os tempos que estão fora da verdadeira vida.
Assim deve ser também nossa verdadeira fraternidade, no intuito de esclarecer e beneficiar a todos os seres, cada membro deve procurar ter a intenção de prolongar seu trabalho, esclarecendo e beneficiando de forma desperta, não só por essa vida, mas por um tempo indeterminado e por vários mundos. Ela não é composta apenas de membros iniciados e praticantes desse mundo, mas sim por todos esses benfeitores, e por toda humanidade, benfeitores e beneficiados; todos se beneficiam e deveriam procurar também beneficiar.
Nossas práticas também servem para beneficiar a todos os seres o que obviamente nos inclui. E qualquer prática deve ser realizada nessa intensão. A confraria ou fraternidade, a parte da ordem formada por aqueles que praticam ou já iniciados formalmente na ordem e com conhecimento e participação direta no intercambio com a fraternidade da luz (mesmo que alguns poucos ainda o façam de forma inconsciente já sentem a energia, a presença e os benefícios da fraternidade da luz), sendo testemunhas do processo de regeneração e desabrochar da visão interior sentem-se por vezes impulsionados a trabalhar de alguma maneira nessa grande obra em prol da humanidade doente.
E de que esta doente a humanidade? Ora, os sintomas, os vemos, são dores, sofrimentos, desequilíbrios, doenças físicas e mentais, envelhecimento, morte, separação, esquecimento. Nós queremos nos curar de tudo isso e curar outros que precisam, que querem ser curados. Mas é preciso combater a causa. A causa principal e a inconsciência, a ignorância, a cegueira. Dela decorrem as outras, a embriaguez, o sono e os sonhos, a cobiça, a miséria, o ódio, a inveja, a agressão, a violência... Todas essas filhas de outros males interiores, doenças: ódio-aversão, apego-desejo, superstição, dúvida, crença na substancialidade das coisas e das pessoas.
A igreja aqui é composta também de todos os que “ouvem o chamado” e comparecem e ou estudam presencialmente ou à distância, sendo que quando assim comparecem entram para a fraternidade. Mas a igreja contêm todos os seres entre seus irmãos beneficiados como já foi dito.
A escola é composta de todos os estudantes que almejam a verdadeira iniciação e o acesso aos mistérios, para verem por si mesmos e não ensinarem sobre o que apenas ouviram dizer ou encontram nos livros, mas sobre aquilo que conhecem cientificamente e diretamente e do qual participam. Assim todo o que entra na escola de mistérios deve estudar e preparar-se também para ensinar.
Àqueles que ouvem a voz, os iniciados, tanto externa como internamente, nós consideramos membros ligados diretamente a esta fraternidade. Aqueles que comungam com o pai e conhecem a verdadeira vontade não voltam mais atrás. Estes serão representantes da fraternidade da luz na terra.
No entanto apesar de tudo isso ser belo e suficiente nós queremos mais além, almejamos descobertas, e, como já foi dito, provas, que todo participante tanto mais cedo quanto possível comprove por si mesmo e seja testemunha a partir de sua própria experiência, não de teorias ou palavras de “mestres” como fazem outras escolas e isto significa que a escola é para quem quer avançar, e quer ser livre, um dos que vê. E não fazendo segredo sua vivência (como fazem outras escolas para que os estudantes não compartilhem entre si que não tem tido experiência direta alguma ou que sua experiência mostra até mesmo o contrário da teoria), mas com testemunho de sua própria vida, experiência e exemplo, para outros que ainda não sabem. Pois aqui, principalmente nesses casos, o segredo é realmente inimigo da verdade.
Então podemos mais uma vez resumir descrevendo a parte mais exterior de cada uma dessas camadas que se interpenetram: (1) igreja são todos os seres; (2) fraternidade são todos os estudantes que também praticam e comungam dos objetivos; (3) escola é a corrente de ideias e do ensinamento e seus meios, bem como sua prática e realização, e fazem parte dela também as pessoas que realizam em algum nível esses ensinamentos e ideias; e (4) ordem são as graduações desde as menores até as maiores, e o próprio Deus e seu reino, o mundo perfeito, pleroma, a plenitude, Nirvana, e fazem parte dela os que são pelo menos iniciados verdadeiramente em algum grau de penetração da verdade.