sábado, 20 de julho de 2019

Bem vindo à família - parte 1

Algumas pessoas ressentem que sejam retiradas da fraternidade no início, "expulsas da família". Este sentimento se baseia em construções erradas. Quando digo " bem vindo à familia" estou sendo acolhedor, cardial, não estou adotando o iniciante. Talvez esse tratamento seja um exagero de minha parte. A família é a fraternidade e lembremos que a fraternidade é o segundo nível, depois da graduação da ordem hermética. Ao fim, no terceiro grau, se a pessoa de fato alcançou a iniciação real desse grau, ela agora de fato e naturalmente está ligada a nossa família, não antes disso. Antes disso nós apenas a acolhemos como um hóspede em nossa casa. Mas um hospede que já tratamos como um familiar, às vezes até melhor, dadas as suas necessidades e enganos comuns.

A ordem já faz uma muito amistosa, mui bondosa preparação, pois hoje muito poucos, em alguns lugares exatamente ninguém, se encontram prontos para entrar direto na fraternidade como já foi em outros tempos, de pessoas mais puras, mais reclusas e dedicadas. Hoje se dá exatamente o contrário, as escolas e principalmente as universidades, tornam as mentes mais materialistas e mais distantes e isoladas cada vez mais em possibilidade de alcançar os domínios, os entendimentos e as concepções espirituais. Aliena completamente de todas as informações reais quanto a isso, pintando uma caricatura muito diferente da verdadeira espiritualidade e afastando quase que definitivamente a pessoa da possibilidade de percepção do real.

O que a ordem oferece primeiro é uma formação, não só intelectual, mas também em experiência, de tudo que a pessoa perdeu, de todos os avanços fundamentais das ciências metafísicas, de tudo que foi oculto pela educação materialista e do que foi distorcido pelas superstições, crenças infundadas, e falsas idéias sobre as realidades verdadeiramente espurituais (pois vivemos em tempo de materialismo espiritual também). Então quando a pessoa se atualiza nestes conhecimentos está pronta para penetrar por si mesma algumas dessas realidades profundas e seu intelecto se encontra desenvolvido e treinado para compreensões que não eram possíveis antes.

Então a pessoa de fato será um irmão, tendo morrido para o mundo das ilusões e olhos fechados nascido novamente para a realidade, para o estado desperto. Ela se torna um familiar pois comunga das mesmas percepções e experiências da família. Então aí sim, faz parte da família. Tanto que apenas o segundo nível de graduação é chamado fraternidade. O primeiro se chama ordem. Ela será ordenada, ao final, pondo em ordem o que está comungando com o caos. Uma pessoa que comunga do caos, que pensa conforme o sistema do mundo não pode ser um familiar de outro que comunga com a ordem do real, do espírito.