sexta-feira, 19 de junho de 2020

Por que eu deixei todas as ordens que participava e permaneci nesta? - parte 2

Continuando as razões pelas quais eu não deixei a ordem depois de tudo que me aconteceu e todas as profundas mudanças pessoais... Bem, para começar o fato de estar nessa ordem é um dos causadores dessas mudanças.

As pessoas estranham que essa ordem aceite ateus convictos, mas isto é o melhor tipo de convicção que a ordem pode receber, pois no máximo ao fim da primeira graduação esta pessoa não só estará convicta da completa falta de lógica do ateísmo, como terá a plena certeza da existência de Deus, ou pelo menos de um Ser Supremo, um design inteligente, um arquiteto do universo ou um princípio eterno, consciente. Ressalto mais uma vez o "pelo menos", para o caso dos mais céticos, pois foi o meu caso. Pois uma certeza apoiada por várias evidências, e digo inclusive provas, a pessoa terá ao final da primeira graduação.

A pessoa aqui saberá que a causa de um universo organizado, contendo seres vivos e conscientes, não pode ser a matéria inconsciente e caótica que é regida pela lei da entropia, ou seja, caminha naturalmente para um estado de maior desorganização; mas pelo contrário, se apesar disso ela se organiza tem que haver um organizador, se apesar disso há seres conscientes tem que haver uma consciência por trás. A inconisciência não pode gerar a consciência (disso temos muitas evidências), o caos e o acaso (acaso que realmente não existe) não pode gerar ordem.

Consciência e matéria são de naturezas completamente diferentes, elas só se comunicam porque existe um intermediário entre elas, a mente. Nós observamos isso na ordem, nós  comprovamos isso. Assim como o nada não pode gerar matéria (o nada não pode gerar coisa alguma), a "nenhuma-consciência" não pode gerar consciência, a matéria-energia inconsciente não pode gerar consciência (e consciência, Deus, pensamento... não são energias, esqueça essa crença sem lógica).

A ordem nos prova essas coisas. Por isso permanecer nela, trabalhar nelas é empolgante. Eu era budista, mas de uma escola de budismo ateísta (quase todas são, caso não saiba, embora não gostem do termo "ateu" todas negam a existência de um deus criador, seja ele qual for) e eu sempre fui cético (a minha mentalidade é cética, nunca consegui ser diferente por mais que tentasse e treinasse). E as convicções budistas apenas reforçavam meu ateísmo sistemático, pois eu tinha até decoradas algumas palavras atribuídas a Buda, e neste sentido, crer num ser criador era considerado uma heresia no budismo (os que permanecem budistas na ordem são ligados, ou terminam se ligando, a outras tradições, foi meu caso no início, que acreditam num Ser Supremo, a saber, o Adibudha, buda primordial ou buda eterno, em umas, ou a consciência-apenas, ou mente-única em outras, e que são relativamente poucas escolas, mas há professores dessas tradições na ordem). Mas uma vez convencido por evidências e provas ou você admite a verdade ou segue com uma idéia fixa, uma loucura. E eu procurava no budismo a mesma coisa que procurava na ordem, a verdade, eu não procurava uma doutrina. Claro que ao ver por mim mesmo que naquela escola que eu seguia e estudava profundamente não estava a verdade que eu havia visto, mas uma doutrina inverificável só me restava ficar ao lado da verdade...

Então para mim a ordem é um instrumento poderoso de levar esta verdade às pessoas. Eu gosto de ensinar isso, eu sou muito grato por isso e vejo o quanto é gratificante esse trabalho quando isso acontece, e como as pessoas se sentem gratas por isso, libertas, livres de um pensamento errado, curadas de uma obsessão ou uma terrível negligência das evidências que levam por caminhos e consequências diametralmente opostas...

Esta é uma razão muito importante para mim, por isso também estou aqui.




frateriliv@gmail.com





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