segunda-feira, 8 de junho de 2020

A Ordem - parte 4

[C] Enquanto regiões ou estados ou níveis de existência, um uso muito comum é se chamar de dimensões, embora não seja uma palavra adequada. Uma palavra tradicional é plano (daí a palavra planeta, uma subdivisão dentro de um mesmo plano), outra é região (que derivou de ser antes chamado locus), e mais modernamente níveis (principalmente a partir da descoberta dos vários tipos ondas e de frequências vibracionais). Mas o fato é que nenhum desses termos sozinho define bem esses estados do existir.

Dentro da ordem existem muitos níveis de existência e dentro de cada nível de existência existem sub-níveis e formas vibracionais diferentes, e existem manifestações da Ordem em alguns desses. Mas não vamos tratar aqui do que não possa ser testemunhado por você imediatamente ou de algo sem comprovação, nem tampouco de descrições de outros mundos ou outras dimensões como fazem muitas ordens sem jamais demonstrar na realidade aquilo que estão descrevendo como ciência, mas que na verdade é apenas matéria de crença. Vamos tratar do observável e aquilo que não é observável (diferentes comprimentos, formas, frequências de ondas e de vibração atômica, por exemplo) com base no que a ciência normal já nos informou.

Para não me alongar ou terminar repetindo o já muito sabido, vamos usar a palavra plano para os diferentes níveis vibratórios (da matéria-energia e do que está além dela, além dessa matéria conhecida e além de toda matéria-energia) onde a consciência humana alcança (é bom frizar 'humana', pois a onisciência abarca tudo, todos os níveis, muito além do que podemos, e mesmo os humanos e outros seres logo a deixarem seus corpos já alcançam aquelas que pareciam inexistentes, mas com incrível lembrança e familiaridade, temos milhares de relatos analisados pela ciência a esse respeito). Não trataremos agora das "substâncias", mas da manifestação perceptível a nós (por exemplo, num sonho, apesar de estarmos num mundo mental temos percepção de matéria, de solidez, etc.), ou seja, de qual plano de existência os fenômenos estão ocorrendo.

Mas quando se usa a palavra dimensão isso gera  confusão, pois aqui vivenciamos na matéria quatro dimensões (a quarta não é o que muitos ocultistas dizem ser, é a temporalidade dessas mesmas três conhecidas), mas além das dimensões da matéria já também vivenciamos a quinta e parece que os ocultistas insistem em ignorar esse fato e atrapalhar todos que queiram avancar nesse campo projetando barreiras e mil obstáculos a serem vencidos para ter consciência da quinta dimensão, que supõem ser ou chamam sem saber porque, de astral. Entretanto a quinta dimensão está sendo vivenciada por você agora quando lê esse texto. Ela é a dimensão do pensamento, da imaginação, dos sentimentos, dos desejos, dos planos, etc.. E ela é chamada tradicionalmente de plano do corpo de desejo por vários pesquisadores das ciências antigas. Mas não vamos nos alongar sobre isso, pois dentro dela existem muitos níveis, subplanos, muitos planetas (percebe?...) assim com esta dimensão material tem seus planetas materiais, esta outra tem seus planetas ou regiões e subplanos vibracionais.

A sexta dimensão também está ao seu alcance aqui agora, ela tem sido chamada por muitos de dimensão mental (mas a anterior também não é mental? Isto é apenas uma convenção tradicional). Nela se encontra o entendimento, a compreensão, a razão, a lógica, a análise, etc..

Claramente nenhuma dessas duas descritas podem se enquadrar de forma alguma nas quatro que envolvem a matéria a não ser em semelhanças (de imagens e no discorrer da sucessão de eventos formando um tecido de cenas semelhante ao tempo, à quarta dimensão da matéria-energia, mas mesmo esse "tempo" pode ser bem diferente...).

A sétima dimensão também está ao seu dispor aqui agora, é a dimensão da consciência, esta não é de forma alguma uma função da mente nem está contida nela como imagina a ciência acadêmica, pelo contrário, a mente e todas as outras dimensões estão contidas nessa, dependem dessa para que possam existir. Nesta dimensão se encontram a intuição (gnosi, o conhecer e o reconhecer), a comunhão (o conhecimento profundo, de fato, conhecer íntima e detalhadamente, gnoskousin, em grego) e o discernimento (diákrisis, diferenciar, identificação, ética, moral, conhecimento das relações), isto falando de maneira resumida só para apresentá-las.

Mas agora é que vem a área em que todos esses modos errados de classificação e descrição estão de fato corretos em certos pontos (poucos, mas suficientes para levar a crer nas milhares de explicações superficiais e erradas que apresentam): estas dimensões que estamos vivenciando agora mesmo como que entrelaçadas (e por isso mesmo tendo uma cosciência bem limitada de cada uma delas) não se misturam como parece! Você não pode fazer uma amálgama de matéria e pensamento, nem um pode sentransformar no outro. E mais, esses planos de existência podem ser vivenciadas separadamente (todos vivemos separadamente, por exemplo, todas as noites no mundo do desejo, quando estamos dormindo, quando estamos sonhando).

Você pode vivenciar a dimensão do pensamento pura (onde está o chamado corpo de desejo ou corpo astral), pode vivenciar separadamente também a dimensão mental. E ainda que com certa dificuldade, pode vivenciar em separado a dimensão da consciência pura (por consciência ser o dar-se conta, o notar, o testemunhar é difícil que ela não esteja notando algo pelos sentidos ou que esteja ocorrendo na mente, mas com um pouco de treinamento podemos voltar a consciência sobre si mesma, ou seja, a contemplar a consciência pura, sem os objetos da consciência). Paradoxalmente quase todas as vivências humanas nessa dimensão em sua pureza são inconscientes (e isto explica porque vemos a humanidade como doente; os animais, por exemplo, vivem quase o oposto disso, vivem mais conscientes lá e aqui de forma mais inconsciente, mecânica, por isso mais instintiva e limitada). Isto ocorreu desde a queda da natureza original para esta natureza decadente.

Que essa natureza é caída não é dificil provar, pois tudo (mormente no plano mateiral) está em decadência, deteriorando-se, desorganizando-se naturalmente. Por vermos alguma ordem onde impera a lei física da entropia podemos concluir que "algo" ordena essa desordem imperativa natural. Nós temos um dito, "a Ordem ordena a desordem". Mas provar que há uma Ordem eterna é um pouco mais complexo. Porém é possível ao experienciar os planos da consciência pura, onde não existe sequer o tempo, temporalidade, pior ainda matéria ou energia a ser deteriorada ou transformada ou consumida. Por isso temos que conhecer métodos de experienciar esses planos.

Cada plano deste existe em si mesmo e é subdividido em vários sub-planos. Os planos,  chamados regiões, não se misturam pois são de vibrações muito diferentes, porém exercem influências múltiplas uns sobre os outros nas zonas de proximidade vibracional e nas suas margens (como, por exemplo, o corpo interfere na consciência porque tem o plano mental como intermediário, a mente interfere no corpo porque ambos tem margens de vibração mais semelhantes).

Não se deve confundir os planos de natureza mental com os de natureza conscienccial como fazem os ocultistas e espiritualistas (que confundem os planos da alma, da mentes com os do espírito, da consciência) e também da mesma forma nao se deve confundir os planos que se situam na esfera da natureza caída com os da esfera da natureza original, por mais elevados que esse sejam ou que possam parecer. Os planos descritos acima que se situam nessa natureza não passam de sombras e reflexos limitados diante dos planos da natureza original. Todos os esforços de auto-construção auto-salvação, evolução, espiritualização, etc., são em vão se não forem dirigidos corretamente, pois seus resultados são nessa esfera caída, também chamada de esfera refletora, resultando em grande engano.

Exemplos disso podem ser vistos nas religiões, ordens e especialmente nas seitas pseudo científicas. Confundem o que chamam dimensão astral com regiões elevadas ou espirituais; confundem experiências mentais e emocionais com espirituais; confundem o fluxo de consciência momentânea com a consciência pura; outros confundem as regiões dos mortos com as celestiais, e as regiões do plano do desejo com as do plano mental e do espiritual. Espiritual é apenas o que é consciencial e mesmo que tenham certa noção e falem de inferior e superior, ambas ainda no geral são na esfera caída, portanto, de verdadeiramente espiritual, se formos rigorosos, seria apenas o consciencial na esfera original eterna. Na tradição cristã temos o termo hades, região dos mortos, que se divide em região de desgosto (de "pranto e rager de dentes") e região agradável (seio de Abraão, abaixo do trono, etc.), esta última não pode ser confundida com o céu. Céu (heaven em inglês) é um estado definitivo, final, está na esfera da Ordem original. O lago de fogo geralmente é chamado inferno, palavra que nem existe na Bíblia, nela existe geena, hades e sheol, e nenhuma dessas equivale ao que se chama inferno no budismo ou no hinduísmo. A noção de inferno vem da tradição budista, é a região mais baixa onde os maldosos renascem. Na tradição budista temos seis reinos, inferno seria o mais inferior deles onde estão duas classes de seres. Seria como se dividissem nosso esquema do oito em três esferas em vez de duas, duas celestiais, a material contendo os reinos animal e humano e as duas inferiores contendo pretas e assuras.

Hoje misturam todas essas palavras e tradições e rotulam experiências pessoais com esses nomes, como experiências reais vividas nessas regiões, quando na verdade dificilmente saem do plano  do corpo de desejo, por mais regiões que alcancem em seus sonhos ou saídas do corpo. E pior, praticamente todas as experiências, práticas e aspirações destes se dirige a regiões que ficam ainda na esfera inferior, caída, esfera refletora, natureza decadente, parte inferior do oito, um ciclo num mundo temporal, insatisfatório, impermanente, egocêntrico. Uns falam falam em evolução e reencarnação como se fosse algo ótimo e libertador, mas por um momento consideremos que isto seja assim, e perguntemos que libertação é essa que volta sempre à mesma prisão, ainda mais esquecido de tudo que aprendeu e de tudo que tem que fazer? Novamente, todo esforço será em vão se leva a permanecer nesse ciclo inferior do oito, é prisão, perdição, alienação, morte, esquecimento. Voce sabe disso! Você está esquecido exatamente agora. Porém nosso objetivo deve ser o retorno ao mundo original, ao lar, à nossa casa, não uma migração para estes outros, e sim uma reintegração à nossa verdadeira natuteza eterna, livre do sofrimento, do esquecimento, da morte, da separação...

A Ordem tem sua própria maneira de se manifestar exatamente dessa forma, em vários niveis, ou dimensões e em sub-níveis ou níveis vibracionais diferentes dentro de uma mesma dimensão. Porém, ela não deixa de atingir o caos, não deixa de atingir esse mundo. Essas dimensões de existir ou de expressão ou de manifestação são também manifestações onde a ordem se expressa... Cada nível destes possui vários sub-níveis vibracionais, portanto, várias "sintonias". E a ordem dentro de cada um desses limites tem suas zonas vibracionais de ondas, com as quais se pode sintonizar, mentalmente e consciencialmente. É como ter partes da ordem original (da parte de cima do oito) aqui na parte caída (a de baixo do oito). Esta sintonia acontece de muitas formas, por exemplo experiências lúcidas, sonhos lúcidos, visões, músicas, sons, conhecimentos, vontades, sensações, percepções, sentimentos, pensamentos, lembranças, etc., em conexão com esses níveis. Mas também podemos aprender maneiras de obtermos mais à vontade esta sintonia e experiencias. E isso ocorre também sistemática e formalmente através de escolas espirituais, religiões, grupos, ordens, etc., em niveis e níveis, para alcançar todos os tipos de pessoas, estejam elas no nível que estiverem.

Porém não é sobre essas últimas que estamos tratando agora (que ja foram tratadas em outro tópico) e sim sobre as primeiras: existem escolas nesses mundos, nesses diferentes níveis, das quais somos frequentadores (uns apenas estudantes delinquentes, é certo, que faltam às aulas e insistem em fazer o contrário do que aprendem nelas, mas não vamos culpá-los, afinal, você tem consciência disso? Eles não.). Então um dos nossos objetivos é tornarmos-nos conscientes e voluntários nesse aprendizado. Conhecermos não apenas essas dimensões, mas principalmente as dimensões de nosso ser. O objetivo a princípio é estar presente conscientemente em todas essas dimensões (inevitavelmente já habitamos todas elas inconscientemente).

Mas para isso precisamos despertar e dicernir essas dimensões aqui agora, a partir dessa plena manifestação e reconhecermos nela o que pertence à ordem original e o que não pertence. Existem milhares de pessoas que não sabem dicernir sequer entre sua propria mente e sua consciência, entre a mente e os fenômenos mentais, entre pensamentos voluntários, conscientes e os pensamentos automáticos, mecânicos, entre desejos instintivos e vontade e objetivos... Quão distantes podem estar do verdadeiro bem, os que não distinguem o "sabor" das vibrações de casa, da ordem original e da consciência desperta, do sabor dos prazeres e alegrias do mundo e das vaidades?! A tristeza por esse estado, a busca pela pátria perdida e pela verdade, o anelo de ajudar os demais perdidos, o esforço para estar consciente e vigilante, a alegria em estar em sintonia com o Supremo Ser ou de servir ao Eterno, são exemplos de atitudes ajudam ou que podem estar sintonizadas com as regiões vibracionais da Ordem. Estamos falando aqui em linguagem científica, mas esteja você como estiver, na linguagem da religião, da filosofia, da arte... se já esteve alguma vez nessa sintonia ou pelo menos já sentiu alguma vez saudade do paraíso, de um lugar que talvez nem sequer consiga imaginar, mas tem verdadeira vontade de estar nele, então sabe do que eu estou falando...

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