sábado, 24 de novembro de 2018

APRESENTAÇÃO DA O.I.T.O. E SEU FUNCIONAMENTO - Parte 2

Quem somos nós?

Nós somos aqueles que escolhemos o caminho da verdade. Nós somos o que buscamos acima de tudo a verdade, doa como doer, doa a quem doer, não nosso gosto, não nosso conforto, não o que seja parecido com nossas idéias, expectativas, vantagens ou o que acreditamos portanto, mas A Verdade. Nós somos aqueles que já escolheram o caminho da verdade, portanto da renúncia à ilusão, nos afinando com o que há de ordem e desvinculando-nos do que há de caos e suas consequências. Então a ordem no mundo é feita de pessoas, mais especificamente, de mentes que trabalham num sentido oposto ao sistema do mundo, isto é, oposto ao caos, colaborando com a ordem que se manifesta também no mundo para cura, salvação e regeneração da humanidade e dos seres e enfim do cosmo.

Então quando digo "nós", me referindo aos seres em geral, me refiro a todos os seres em todas as condições e dimensões, mas só especificamente os que são prisioneiros do condicionado, ou seja,  às condições da queda; porém  quando digo "nós" me referindo à fraternidade me refiro também a todos os seres se empenham no mesmo caminho, e os que tornaram o surgimento dessa ordem possível, o que deve incluir também seres de tal realização, mais os seres que nunca decaíram da condição original, e  até o ser supremo, assim nós, enquanto ordem, se refere a essa segunda categoria. Mas sobre isso existe mais dois tipos que serão falados mais adiante.

Aqui, a ordem manifesta no mundo através do empenho de pessoas formando uma fraternidade, nós enfatizamos o caminho de realização para o bem da humanidade (no passado chamado caminho da Grande Obra no ocidente e de Caminho do Bodhisattva no oriente, nomes emprestados da alquimia cristã antiga e do anterior budismo bodsattvayana respectivamente, e ainda hoje chamados, mas mais erroneamente, em muitas instituições). E mesmo que seja difícil para muitos chegar a tal realização em sua plenitude, é possível, para todos que vontadeiam (que é diferente de simplesmente querer ou desejar ou aspirar), ensinar por meios hábeis, como um bodhisatva, ou um obreiro da Luz contemporâneo, desde que se preparem com o estudo, a  prática e o comportamento exemplar, para isso. Mas só quando atinja de fato um novo platô de existência nesse caminho. 

Os alquimistas antigos chamavam de Grande Obra o trabalho alquímico em seus quatro estágios, só no coloquial, mas em seu significado real se refere ao último estágio da obra. Esse estágio é marcado por uma realização plena e pelo mais nobre reconhecimento de seu propósito nesse mundo no que concerne em passar adiante esta obra, ensinar. Assim a obra começa mais cedo: quando se está pronto para ensinar e curar. Nós enfatizamos este caminho porque (1) não faz sentido ser feliz sozinho enquanto o mundo arde em chamas, essa felicidade egoísta definitivamente não é felicidade, mas um entorpecimento; (2) o mais nobre e mais justo é o que serve, não o que é servido, a ordem é um todo harmônico, não partes desconexas agindo e influenciando "ao acaso", por seus próprios impulsos e projetos particulares; e (3) é a maneira mais eficaz, mesmo o pensar egoisticamente em servir apenas para avançar no caminho ainda é mais efetivo do que aquele que é empenhado, mas só trabalha pelo próprio benefício. A Ordem é assim, ou seja, é como ela é. Portanto quem se entrega à verdade avança, quem retém decai, ainda que aumente em conhecimento e virtude.

Para chegar a tal ordem desenvolvemos um caminho de disciplina, estudo e prática que possibilita (e relativamente em muitos casos facilita muito) chegar a um nível de desenvolvimento e compressão em que o indivíduo entra em contato gradativamente com esta Ordem e suas práticas e realizações, ou, pelo menos (se não conseguir desenvolver-se por ter uma vontade fraca ou praticar e estudar insuficientemente ou qualquer outro impedimento) aprender conhecimentos, práticas e comportamentos que abrirão mais e mais sua visão e tornará sua vida, e seu relacionamento com este mundo, mais consciente, mais feliz e mais equilibrado, bem como que possa compreender e antever o caminho e as realizações com clareza pela confiança na ordem superior adquirida através da compreensão e dos resultados obtidos por meio desse modo de vida. Então veja que na pior das hipóteses ainda há avanço, desde que não continue egoísta, ou cultivando a si mesmo em vez de cultivar a verdade. 

Para isso a fraternidade tem um plano de preparação, onde o praticante (ou mesmo o apenas estudante), veja até onde vai por suas própria forças, e compreendendo seus limites almeje o segundo nível onde esse contato se torna possível e o reconhecimento da Grande Obra como muito superior à "pequena obra" é levado em consideração. Se a pessoa para e decai, ou se abandona é porque nunca deixou em pensar apenas em si mesma, no seu querer, desejos e vantagens. São três os sintomas mais comuns do desinteresse e do abandono: ou a pessoa não conseguiu superar nem reconhecer a prisão de seu próprio egoísmo e de suas idéias e ideologias; ou a pessoa era apenas curiosa ou estava apenas experimentando, não tendo de fato vontade suficiente nem discernimento consciente (espiritual) das realidades do mundo e da ordem; ou simplesmente era má intencionada, ou estava em busca de vantagens para conseguir algo que seria ruim para si mesma ou para outro ou outros. Então elas não são o "nós" fraternidade. Tais pessoas são como meninos indisciplinados e distraídos que "se queimam", logo que se aproximam do forno da alquimia espiritual e se vão magoadas. É o melhor, antes que algo pior lhes aconteça por sua distração, egoismo e indisciplina. 

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