quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O SISTEMA INICIÁTICO DA ORDEM (parte 3.2)

CLASSIFICAÇÃO GERAL

                Existem ritos puros, originais. E existem também alguns outros mistos ou derivações. Existem também ritos novos ou recém-criados, pois todo aquele que compreende o funcionamento e os elementos efetivos de rituais pode fazê-lo. Não vamos listar todos os ritos e seus elementos, mas os principais dentro de uma classificação organizada e alguns exemplos.
Os ritos podem ser classificados em sete tipos. Estes tipos são nominados segundo suas características, origens ou predominância. Se um rito é misto ele é nomeado pela característica predominante; se ele é misto de um original com adições ou até se é o original e tem adições ou simplificações ele é nomeado segundo sua origem; se ele é criado completamente ou mesmo a partir de um já existente, perdendo este suas características ele será nomeado pelas características e se estas forem muitas, então será pela predominantes, assim temos:              
( 1)    Ritos budistas. Neste estão também inclusos ritos ou elementos de yoga, tantra, zen, teosóficos e do zen-taoísmo.
( 2)    Ritos gnósticos. Se incluem aqui também novamente elementos ou ritos, são estes os zostrianos, herméticos, maçônicos, rosicrucianos, egípcios, budistas , tântricos e yóguicos. Gnosticismo e rosacruz são muito provavelmente os sincretismos mais abrangentes na história das ordens esotéricas.
( 3)    Ritos rosicrucianos. Novamente se incluem gnósticos, hindus, yóguicos, tântricos, maçônicos, herméticos, egípcios, budistas, antroposóficos e zostrianos.
( 4)    Ritos maçônicos. Se incluem os rosicrucianianos, zostrianos, herméticos, gnósticos, yóguicos, egípcios, hindus e budistas.
( 5)    Ritos herméticos que incluem egípcios e gnósticos.  Colocamos claramente que a alquimia tem caráter científico e não ritualístico, porém há rituais que são chamados às vezes de herméticos que contêm símbolos alquímicos. Mas da mesma forma há ritos budistas e tântricos que contem os mesmos e ou outros símbolos alquímicos. Disto pouquíssimos iniciados sabem. Assim podemos falar de símbolos hindus, taoístas e yóguicos (os tântricos) que contem símbolos alquímicos. Assim perceba que nossa escolha não é por simples gosto ou afinidade, tampouco pelo chamado de acaso, mas todos se ligam em três pontos: ciência (alquimia, ocultismo), religião verdadeira (yoga, tantra, gnosis, iluminação) e filantropia (o caminho do bodhisattva, que é a mais nobre das filantropias, do médico e do filantropo mesmo).
( 6)    Ritos egípcios. Estes incluem os herméticos, também os herméticos de origem chinesa. São ritos simbólicos, diga-se de passagem, não ritos politeístas como se pode aparentar, pois nos interessa dessa origem a parte hermética e esotérica, não a popular. Assim como alguns desses ritos tem origem nas pesquisas dos maçons, rosacruzes e gnósticos podemos classificar seus elementos também dentro dessas origens.
( 7)    Ritos do Tao. Veja que não estamos dizendo exatamente ritos taoístas. Este é o caso que não herdamos tais ritos, mas apenas a sabedoria taoísta. Embora esses ritos existam na religião taoísta não nos utilizamos deles, mas dos nossos próprios. Visto que alguns desses vêm da fonte da pesquisa ou do encontro cultural com o zen, podemos classificar seus elementos também como zen.
Os ritos são de origem simbólica, portanto não podemos dizer racionais, porém a base deles todos é de uma razão superior à nossa de tal modo que nós mesmos, quando escrevemos um rito, vamos aos poucos descobrindo seus elementos, desvendando seus efeitos e elementos de efetividade. A mente humana, naquela parte que a psicanálise chamou de inconsciente e nós chamamos de hiper consciente, pode comunicar-se com a mente ordinária através dessa linguagem a depender do processo. Felizmente para nós, e infelizmente para os cientistas acadêmicos, quando vamos falar da realidade de nossa mente por completo, precisamos fazer experimentos também ritualísticos (além dos de meditação profunda e experiências “fora do corpo”), se não toda descoberta estará incompleta e baseada numa fase da mente que mais se auto engana do que verdadeiramente vê alguma coisa.
 Os elementos humanos, é claro, se incluíram nesses ritos longo do tempo e das transmissões. Nossa missão como estudiosos e pesquisadores é recuperá-los ao mais puro e original possível levando em consideração o objetivo e o sucesso efetivo, mas também interferir com os elementos de nossa análise segundo nossas necessidades e elementos de eficiência. Na tensão desses dois extremos nascem também novos ritos, que são incluídos em alguns desses sete tipos classificatórios.
O ser humano tem feito ritos sempre desde que surgiu no planeta, não degenerar em leituras superficiais do símbolo é um a grande responsabilidade e nessa nos vemos muitas vezes no direito de interferir nos trabalhos de outras ordens quem tem lido erradamente os símbolos ou mesmo interpretado ao pé da letra, ou dando um símbolo diferente quando na verdade ás vezes não se trata nem de um símbolo. Devemos pacificamente tentar corrigir e ensinar, mas também devemos denunciar quando distorcem os símbolos indo contra a liberdade de outros ou fazendo-lhes mal. Ritos são mais perigosos por causa disso até do que por sua ação e poder efetivo. Aqui o segredo pode ser o inimigo da verdade. Os significados têm que ser esclarecidos muitas vezes quando possível. Outros que levam a poderes ou a perigos não devem ser revelados ao profano. Assim se inicia um de cada vez, não existe iniciação coletiva, quanto aos segredos mais avançados.
No mundo têm aparecido diferentes ordens e nós queremos inspirar sempre ordens boas e que surjam ordens boas em uma diversidade cada vez mais abrangente para que o ser humano possa acordar do sua sonolência e curar-se desse desvio no processo da sabedoria...
Diga-me você se não quer ficar curado, sadio e saber a verdade? Todos querem, e merecem saber a verdade (alguns, entretanto, estão tão doentes que não querem mais, e a maioria não sabe e nem concorda que esteja doente), mas incorrem em erros sobre erros, como alguém que tenta limpar um espelho jogando-lhe areia, poeira e diferentes materiais, tendo água a seu lado e nunca sequer imaginando em experimentar jogar água. O humano entrou nesse caminho nessa visão absurda e a fraternidade tem de usar muitos artifícios para convencê-lo a olhar para a água e vê-la como uma substância purificante, limpante. Que então trabalhe, limpe seu espelho, aos poucos, molhe, esfregue-o. É muito difícil, porém, fazer o humano trabalhar, pois ele se ocupa com muitas coisas tolas e desnecessárias, sem falar das tantas ocupações prejudiciais das quais poucos escapam. Se ocupar em ritos (os ritos certos) é como ir aprendendo a molhar as mãos, passar no espelho, um trabalho lento e cumulativo, não é tão milagroso como querem fazer pensar alguns, mas que exige um pouco de assiduidade, ligação, compromisso e entendimento também.
A meditação é o mais importante e nunca pode ser deixada de lado, todos os ritos em seu estado puro e original contêm meditação, ou antes, ou durante, ou várias vezes durante e depois. Mas se a pessoa não medita em sua vida diária ela terá pouco progresso, esparsa de resultados. Tudo é cumulativo e reservatório em matéria de mérito, exercício e esforços. É também um logo e detalhado trabalho de limpeza, cura. Todos devem aprender a ser verdadeiros médicos da psique. Essa é a função da fraternidade e da ordem. Então você limpará aos poucos a vista e então verá por si mesmo, e mesmo quando começa a limpar a visão e vir o que não via já pode aprender a ajudar os outros. Deve estudar, meditar, praticar. O humano sente-se mal, mas acostumou-se a isto. Quando ao longo do processo começa a sentir-se realmente bem pensa consigo mesmo “nunca de fato vivi como estou vivo hoje” ou “eu era, um morto-vivo, um cadáver, um doente e sequer sabia”. A ordem também é medicina neste sentido. Além de filantropia médica do corpo, que os médicos, terapeutas e enfermeiros podem fazer, há esta que todos devem mais cedo ou mais tarde se engajar.
Ritos são também um meio de presentear alguns tipos de mentalidade que não se aproximariam se não fosse desse modo. Desse modo os ritos sempre devem ter elementos de ensino, algo a ensinar, além de inspirar, curar, proteger, limpar...

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