O que
mais dizer agora sobre o último estágio, além do que já foi dito anteriormente?
Primeiro precisamos mais uma vez
enfatizar que a verdadeira O.I.T.O. é composta por iluminados e trabalhadores
em prol do despertar que não habitam este mundo material.
A O.I.T.O., podemos dizer, é o mesmo
que a Fraternidade da Luz, chamada por vários nomes diferentes em várias
culturas, escolas e religiões. Entre esses podemos citar Grande Fraternidade
Branca, Loja Suprema, Loja Branca, Comunidade Interior da Luz, Grande Escola
Iniciática, Comunidade Interior e Luminosa do Senhor, Colégio dos Eleitos,
etc.. A esta nós por vezes chamamos simplesmente de grande ordem, Ordem
Superior ou Fraternidade da Luz.
A ela nós atribuímos a sigla
O.I.T.O. como nos foi orientado, isto também para distinguir de outras
denominações e principalmente para destacar o objetivo de nossa ordem, ao qual
todos devem almejar alcançar.
Mas como isso ainda não está ao alcance da experiência
do estudante não vale muito a pena falarmos sobre. Só restaria ao estudante
crer ou não no que falamos e isto é o oposto de nossa metodologia. Quando
houver desenvolvimento suficiente ele mesmo reconhecerá e tirará suas próprias
conclusões, que também evoluirão à medida que a experiência avance.
Falemos então sobre a parte da O.I.T.O. que está agora
ao alcance do estudo e da experiência dos iniciantes.
A grande maioria das ordens tem
objetivos modestos, pequenos, tais como os que correspondem apenas ao primeiro
grau da Ordem Superior, consequentemente equivalem aos primeiros três graus de
nossa O.H.E.O., ou seja, um treino, uma preparação moral e purificação mental,
e o melhoramento da humanidade em direção da liberdade. Ora, este objetivo é
nobre e muito importante, mas quase todas as religiões exotéricas desse mundo
já o comtemplam.
Outras ordens seguindo esse modelo que é função das
religiões (e não a principal função das ordens) pretendem garantir uma vida
futura melhor e mais consciente neste ou em outros mundos. Ignorando ou
escondendo que esta prometida “salvação” não é eterna nem final. E pior ainda
que resulta em retorno a este estado (como isto ocorre é delineado em outros
artigos).
Objetivam uma espécie de vida paradisíaca ou como
anjos, devas, deuses, ou seja lá como chamem. É o “céu” dos cristãos e judeus (que
sequer suspeitam ser um estado passageiro e imperfeito por desconhecerem o
significado dos símbolos nos seus próprios livros sagrados, em especial no
Livro de Melquisedeque, no Evangelho de João e no Apocalipse, e ainda não
aceitarem ou desconhecerem os evangelhos gnósticos). É o renascimento melhor ou
paraíso dos budistas (exceto as terras puras, das quais realmente não se
retorna mais). É a união com Brahma (ou seja qual for outro deus) dos hinduístas,
etc..
Nossa ordem contém esse objetivo nos
seus primeiros três graus, os procedimentos para chegar a esse estado
constituindo um pré-requisito para os seguintes. Mas nossa ordem, e ainda como
outras, almeja algo mais adiante, o despertar. Esse despertar incialmente significa
(1) o despertar da consciência cada vez mais e (2) o despertar das faculdades
psíquicas.
A grande maioria das ordens se
conforma em ir só até aí, o que leva teoricamente o praticante a melhores renascimentos
futuros e até a permanências longas em paraísos depois da morte. Mas isto não é
ainda libertação, pois a pessoa retornaria após esgotar os frutos do bom karma,
por ter sido apenas um imitador das virtudes, o que não deixa de ser bom, mas
para não retornar ela precisaria extinguir as causas sutis de impurezas específicas
que a faz retornar a esse mundo, a essa projeção, a este tipo de ilusão da qual
não se livra facilmente. Principalmente precisaríamos destruir completamente o
apego a tais impurezas bem como às ilusões desse mundo. Assim veríamos não
apenas “paraísos astrais” ou mentais nesta e na próxima existência, mas
veríamos verdades, fora das ilusões desses mundos, escaparíamos da “matrix”,
renasceríamos em uma terra pura, um paraíso sem ilusões que possam atrasar
nosso desenvolvimento, em que tudo nos levaria ao despertar mais e mais.
Tudo isto pode parecer muito além da
capacidade de experiência humana, mas como bons cientistas pretendemos provar o
contrário, ou seja, não nos conformamos com menos.
Portanto na primeira fase podemos
até nos comprometer e realizar transformações apenas a um nível, digamos,
psicológico, físico e comportamental. Mas em seguida temos que provar para nós
mesmos a realidade daquilo que merece ser buscado. E dentre essas buscas não
nos conformamos com nada menos que a libertação desse estado condicionado de
coisas que cotidianamente chamamos “este mundo”. Esse é o objetivo mais baixo
da ordem.
O objetivo mais elevado não poderia
ser menos que a libertação última, o despertar completo, a onisciência como
dizem alguns (não onisciência como geralmente se traduz impensadamente), a
gnosis total, a união com o Uno, a fruição da verdade eterna, Nirvana, o
supremo despertar, a suprema felicidade, a suprema bem aventurança, o supremo.
Esta é uma das grandes diferenças de
nossa ordem. Nos três últimos graus a pessoa pretenderá se unir à grande ordem,
conhecê-la, conviver com ela, e fazer parte dela. Nos últimos três graus ela o
fará ainda indiretamente se não tiver adquirido tal capacidade conscientemente.
Então fará também através de encenações (ritos) e símbolos que despertarão no
fluxo de sua consciência novos significados e compreensões. Fará então contato
com tais forças através de processos cada vez mais diretos quando as poderá
inicialmente sentir, depois ouvirá, verá, etc. e ao lado disso poder se
transportar para onde possa ver e ouvir.
Mas os dois últimos graus são reais e de realização
pura. Não se chega até eles sem isso, nem se pode fingi-los sem ser notado, nem
se chega com nenhum estudo, cargo, nomeação, herança, etc.. Só se chega por si
só e verdadeiramente. Os dois últimos graus são o real e ultimo objetivo da
ordem.
A
saber: o décimo grau é o de se tornar um não retornante, um purificando ao
ponto de não retornar mais a este mundo. Ele irá aprender e ou ensinar a partir
de e em uma terra pura, um céu de não retorno, um paraíso puro, um campo ou
loja da fraternidade da Luz. Ele só volta aqui se quiser, após o despertar
completo. Não somos nós que dizemos isso, são os seres que já alcançaram o
máximo de despertar. Então os últimos graus podem envolver devoção e confiança
nesses seres, mas não é uma confiança cega nem sem base. É uma confiança que
deriva da experiência de ter comprovado até agora seus ensinamentos.
O décimo primeiro grau é o de desperto,
iluminado, completamente liberto. Ele pode acontecer nesse mundo ou no próximo,
numa terra pura, numa “morada divina”, no “reino de Deus”. Tal reino ou terra
não é um tempo que virá, ele é e nunca deixou de ser, ele é um lugar, uma
dimensão de realidade. Mas ele é também um estado de consciência, ele está
também dentro de nós, nunca deixou de estar... neste grau o iniciado conhece
por si mesmo o reino de Deus, o Nirvana.
Em qualquer dos outros graus ele
pode ou não ter esse conhecimento, essa experiência, mas ela ainda será
incompleta (a ela gradativamente mais será acrescentado ou nela sempre ainda
faltará algo) e ele retornará ao estado anterior que tenha conquistado. Mas
atingindo o décimo primeiro grau ela se torna um habitante desse lugar, desse
estado.
É muito fácil confundir as primeiras experiências com
uma realização última e completa, pois é algo muito diferente e superior ao que
estamos acostumados, que parecerá absoluto. Por isso a orientação de um amigo
(frater) experiente é sempre necessária em cada grau, alguém que esteja pelo
menos um grau acima em realização.
Alguns interpretam que isto se refere
a um estado e é um estado também, mas não só um estado; outros como sendo um
lugar outros como sendo um ser... Nirvana não é outra realidade, ele é a única
realidade, todas as outras são alucinações. Nos dois últimos graus há a cura.
As pessoas aqui são como jovens viciados
em uma eterna viagem de LSD ou chá de cogumelo: elas veem e fazem coisas, mas as
coisas não são como elas veem, nem elas fazem as coisas como pensam que fazem.
Assim elas se machucam, sofrem, demoram a aprender e a amadurecer, repetem
gestos e erros como se fosse a primeira vez.
Os graus últimos vão além de
entender isso, significam a cura, através da cura do vício, as alucinações vão
desaparecendo, vem a lucidez e a experiência do real.
Nos graus O.I.T.O. se aprendem as
práticas mais avançadas dos tantras, da alquimia, e do hermetismo. Quando já se
está preparado pode-se receber e se dedicar a estas práticas sem nenhum perigo
para si ou para outros.
As práticas mais poderosas devem ser aprendidas e
realizadas, além de outras que não devem ser abandonadas. A gnosis se processa
gradativamente.
Para saber mais sobre esses graus e
também sobre os outros veja os artigos que explicam os onze graus um por um e
os que falam das três etapas que correspondem aos graus iniciais, O.H.E.O., aos
intermediários, F.I.T.O. e aos mais avançados, O.I.T.O..
Por fim é preciso que se saiba que
os sete primeiros graus podem ser cronológicos. O primeiro como uma preparação
em matéria de conhecimentos gerais; os seguintes como uma graduação
universitária e os que vem depois como “mestrado”, pós-graduação e doutorado.
Os graus finais podem ser tanto alcançados
subitamente, como levar muitos anos, ou uma vida, ou muitas vidas. O
conhecimento que esses graus envolvem não podem ser comparados aos
conhecimentos comuns ou mesmo os primeiros conhecimentos iniciáticos. Eles não
podem ser ensinados, transmitidos ou controlados de alguma forma. Assim me foi dito:
eles são infinitos, ilimitados, eternos.
“Por que vivo? Para que vivo? Qual o sentido de minha
vida?”
Essas são as perguntas que o iniciado mais cedo ou
mais tarde vai ter que responder a si mesmo. Ninguém aqui dará estas respostas.
Só você pode descobri-las e respondê-las. Só você pode dar satisfação a si
mesmo, ninguém mais lhe deve satisfação quanto a isso. Você estará livre, terá
que descobrir, ou, talvez, criar “um propósito” para sua vida, nós apenas podemos
oferecer meios para descobrir.
Existem muitos meios para se descobrir a verdadeira
vontade, o seu fito, mas nenhum é tão fácil ou evidente. Todos envolvem um
labirinto do qual só você pode tirar a si mesmo.
Por que vivo? Para que vivo? Para me desenvolver,
reproduzir, sofrer, envelhecer... e depois simplesmente morrer e desaparecer?
Sou apenas mais um animal na multidão da massa “sofrente” para nada?
Habitamos um pequeno planeta, um pontinho de poeira
galáctica, de uma pequena galáxia no meio de bilhões de galáxias num dos
universos que ocorrem na eternidade; na espiral do tempo nós somos um nano-segundo
na duração de um universo, de que vale a nossa vida? Ou será...? Descubra!
A individualidade e todos os demais aspectos da
personalidade que chamamos “eu” parecem uma impressão evidente, e mesmo em sua
constante mudança e evanescente vir a ser nos parece permanente, mas isto é obviamente
uma ilusão, e justamente essa ilusão é a que aprisiona a
consciência a um tempo e à forma... Existe algo em nós que pode estar além
dessas limitações à qual poderíamos ter acesso aqui agora? Existe algo em nós
que pode transcender a natureza, o tempo, a forma e a impermanência? Existe
algo no indivíduo que o faz precioso diante das multidões do universo e da
eternidade? Este é um convite a você para descobrir essas respostas por si
mesmo sem deixar dúvidas.
Que outras perguntas você tem? Que outras perguntas
você poderá responder? Quais os melhores caminhos e que opções temos? Para onde
há que se ir? Existe realmente para onde ir? Venha e veja.
Isto também não pode ser dito, revelado, como fazem as
religiões do ocidente com suas respostas prontas às quais se tem que conformar
ou não, acreditar ou não, artigo de fé. Este processo não é apenas um meio de
entrar numa cadeia de auto-engano e ainda enganando outros por medo de “não garantir
seu lugar nu céu”? Estamos realmente sendo bem orientados e conduzidos? Estamos
conscientes disso? Ou estamos caindo numa armadilha que mais e mais nos prende
a esse mundo e suas demandas? Estamos realmente nos libertando, expandindo
nossa liberdade e nossa consciência ou estamos aumentando nossas limitações e
conformismo à escravidão, à incerteza e à ilusão?
Pode levar um tempo, mas você algum dia terá de dar
essas respostas a si mesmo, e terá que ver por si mesmo tudo isso, então vai ter
que saber onde pode querer ir e como chegar lá.
A grande ordem de tempos em tempos atualiza seus meios
conforme a necessidade projetada por nossa condição. O que queremos oferecer
são meios, recuperando os antigos, atualizando os novos, para chegar às
respostas, à verdade e à liberdade.
Ninguém pode abrir os olhos daquele que não quer ver.
Nós só podemos ensinar. Não podemos dizer o que é a verdade ou a liberdade. Cabe
a você soltar os músculos, os medos, os apegos, as aversões e mover as
pálpebras para então ver por si mesmo.
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