quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O.I.T.O. (Manifesto Parte 3)


            O que mais dizer agora sobre o último estágio, além do que já foi dito anteriormente?
            Primeiro precisamos mais uma vez enfatizar que a verdadeira O.I.T.O. é composta por iluminados e trabalhadores em prol do despertar que não habitam este mundo material.
            A O.I.T.O., podemos dizer, é o mesmo que a Fraternidade da Luz, chamada por vários nomes diferentes em várias culturas, escolas e religiões. Entre esses podemos citar Grande Fraternidade Branca, Loja Suprema, Loja Branca, Comunidade Interior da Luz, Grande Escola Iniciática, Comunidade Interior e Luminosa do Senhor, Colégio dos Eleitos, etc.. A esta nós por vezes chamamos simplesmente de grande ordem, Ordem Superior ou Fraternidade da Luz.
            A ela nós atribuímos a sigla O.I.T.O. como nos foi orientado, isto também para distinguir de outras denominações e principalmente para destacar o objetivo de nossa ordem, ao qual todos devem almejar alcançar.
Mas como isso ainda não está ao alcance da experiência do estudante não vale muito a pena falarmos sobre. Só restaria ao estudante crer ou não no que falamos e isto é o oposto de nossa metodologia. Quando houver desenvolvimento suficiente ele mesmo reconhecerá e tirará suas próprias conclusões, que também evoluirão à medida que a experiência avance.
Falemos então sobre a parte da O.I.T.O. que está agora ao alcance do estudo e da experiência dos iniciantes.
            A grande maioria das ordens tem objetivos modestos, pequenos, tais como os que correspondem apenas ao primeiro grau da Ordem Superior, consequentemente equivalem aos primeiros três graus de nossa O.H.E.O., ou seja, um treino, uma preparação moral e purificação mental, e o melhoramento da humanidade em direção da liberdade. Ora, este objetivo é nobre e muito importante, mas quase todas as religiões exotéricas desse mundo já o comtemplam.
Outras ordens seguindo esse modelo que é função das religiões (e não a principal função das ordens) pretendem garantir uma vida futura melhor e mais consciente neste ou em outros mundos. Ignorando ou escondendo que esta prometida “salvação” não é eterna nem final. E pior ainda que resulta em retorno a este estado (como isto ocorre é delineado em outros artigos).
Objetivam uma espécie de vida paradisíaca ou como anjos, devas, deuses, ou seja lá como chamem. É o “céu” dos cristãos e judeus (que sequer suspeitam ser um estado passageiro e imperfeito por desconhecerem o significado dos símbolos nos seus próprios livros sagrados, em especial no Livro de Melquisedeque, no Evangelho de João e no Apocalipse, e ainda não aceitarem ou desconhecerem os evangelhos gnósticos). É o renascimento melhor ou paraíso dos budistas (exceto as terras puras, das quais realmente não se retorna mais). É a união com Brahma (ou seja qual for outro deus) dos hinduístas, etc..
            Nossa ordem contém esse objetivo nos seus primeiros três graus, os procedimentos para chegar a esse estado constituindo um pré-requisito para os seguintes. Mas nossa ordem, e ainda como outras, almeja algo mais adiante, o despertar. Esse despertar incialmente significa (1) o despertar da consciência cada vez mais e (2) o despertar das faculdades psíquicas.
            A grande maioria das ordens se conforma em ir só até aí, o que leva teoricamente o praticante a melhores renascimentos futuros e até a permanências longas em paraísos depois da morte. Mas isto não é ainda libertação, pois a pessoa retornaria após esgotar os frutos do bom karma, por ter sido apenas um imitador das virtudes, o que não deixa de ser bom, mas para não retornar ela precisaria extinguir as causas sutis de impurezas específicas que a faz retornar a esse mundo, a essa projeção, a este tipo de ilusão da qual não se livra facilmente. Principalmente precisaríamos destruir completamente o apego a tais impurezas bem como às ilusões desse mundo. Assim veríamos não apenas “paraísos astrais” ou mentais nesta e na próxima existência, mas veríamos verdades, fora das ilusões desses mundos, escaparíamos da “matrix”, renasceríamos em uma terra pura, um paraíso sem ilusões que possam atrasar nosso desenvolvimento, em que tudo nos levaria ao despertar mais e mais.
            Tudo isto pode parecer muito além da capacidade de experiência humana, mas como bons cientistas pretendemos provar o contrário, ou seja, não nos conformamos com menos.
            Portanto na primeira fase podemos até nos comprometer e realizar transformações apenas a um nível, digamos, psicológico, físico e comportamental. Mas em seguida temos que provar para nós mesmos a realidade daquilo que merece ser buscado. E dentre essas buscas não nos conformamos com nada menos que a libertação desse estado condicionado de coisas que cotidianamente chamamos “este mundo”. Esse é o objetivo mais baixo da ordem.
            O objetivo mais elevado não poderia ser menos que a libertação última, o despertar completo, a onisciência como dizem alguns (não onisciência como geralmente se traduz impensadamente), a gnosis total, a união com o Uno, a fruição da verdade eterna, Nirvana, o supremo despertar, a suprema felicidade, a suprema bem aventurança, o supremo.
            Esta é uma das grandes diferenças de nossa ordem. Nos três últimos graus a pessoa pretenderá se unir à grande ordem, conhecê-la, conviver com ela, e fazer parte dela. Nos últimos três graus ela o fará ainda indiretamente se não tiver adquirido tal capacidade conscientemente. Então fará também através de encenações (ritos) e símbolos que despertarão no fluxo de sua consciência novos significados e compreensões. Fará então contato com tais forças através de processos cada vez mais diretos quando as poderá inicialmente sentir, depois ouvirá, verá, etc. e ao lado disso poder se transportar para onde possa ver e ouvir.
Mas os dois últimos graus são reais e de realização pura. Não se chega até eles sem isso, nem se pode fingi-los sem ser notado, nem se chega com nenhum estudo, cargo, nomeação, herança, etc.. Só se chega por si só e verdadeiramente. Os dois últimos graus são o real e ultimo objetivo da ordem.
            A saber: o décimo grau é o de se tornar um não retornante, um purificando ao ponto de não retornar mais a este mundo. Ele irá aprender e ou ensinar a partir de e em uma terra pura, um céu de não retorno, um paraíso puro, um campo ou loja da fraternidade da Luz. Ele só volta aqui se quiser, após o despertar completo. Não somos nós que dizemos isso, são os seres que já alcançaram o máximo de despertar. Então os últimos graus podem envolver devoção e confiança nesses seres, mas não é uma confiança cega nem sem base. É uma confiança que deriva da experiência de ter comprovado até agora seus ensinamentos.
             O décimo primeiro grau é o de desperto, iluminado, completamente liberto. Ele pode acontecer nesse mundo ou no próximo, numa terra pura, numa “morada divina”, no “reino de Deus”. Tal reino ou terra não é um tempo que virá, ele é e nunca deixou de ser, ele é um lugar, uma dimensão de realidade. Mas ele é também um estado de consciência, ele está também dentro de nós, nunca deixou de estar... neste grau o iniciado conhece por si mesmo o reino de Deus, o Nirvana.
            Em qualquer dos outros graus ele pode ou não ter esse conhecimento, essa experiência, mas ela ainda será incompleta (a ela gradativamente mais será acrescentado ou nela sempre ainda faltará algo) e ele retornará ao estado anterior que tenha conquistado. Mas atingindo o décimo primeiro grau ela se torna um habitante desse lugar, desse estado.
É muito fácil confundir as primeiras experiências com uma realização última e completa, pois é algo muito diferente e superior ao que estamos acostumados, que parecerá absoluto. Por isso a orientação de um amigo (frater) experiente é sempre necessária em cada grau, alguém que esteja pelo menos um grau acima em realização.
            Alguns interpretam que isto se refere a um estado e é um estado também, mas não só um estado; outros como sendo um lugar outros como sendo um ser... Nirvana não é outra realidade, ele é a única realidade, todas as outras são alucinações. Nos dois últimos graus há a cura.
            As pessoas aqui são como jovens viciados em uma eterna viagem de LSD ou chá de cogumelo: elas veem e fazem coisas, mas as coisas não são como elas veem, nem elas fazem as coisas como pensam que fazem. Assim elas se machucam, sofrem, demoram a aprender e a amadurecer, repetem gestos e erros como se fosse a primeira vez.
            Os graus últimos vão além de entender isso, significam a cura, através da cura do vício, as alucinações vão desaparecendo, vem a lucidez e a experiência do real.
            Nos graus O.I.T.O. se aprendem as práticas mais avançadas dos tantras, da alquimia, e do hermetismo. Quando já se está preparado pode-se receber e se dedicar a estas práticas sem nenhum perigo para si ou para outros.
As práticas mais poderosas devem ser aprendidas e realizadas, além de outras que não devem ser abandonadas. A gnosis se processa gradativamente.
            Para saber mais sobre esses graus e também sobre os outros veja os artigos que explicam os onze graus um por um e os que falam das três etapas que correspondem aos graus iniciais, O.H.E.O., aos intermediários, F.I.T.O. e aos mais avançados, O.I.T.O..
            Por fim é preciso que se saiba que os sete primeiros graus podem ser cronológicos. O primeiro como uma preparação em matéria de conhecimentos gerais; os seguintes como uma graduação universitária e os que vem depois como “mestrado”, pós-graduação e doutorado.
Os graus finais podem ser tanto alcançados subitamente, como levar muitos anos, ou uma vida, ou muitas vidas. O conhecimento que esses graus envolvem não podem ser comparados aos conhecimentos comuns ou mesmo os primeiros conhecimentos iniciáticos. Eles não podem ser ensinados, transmitidos ou controlados de alguma forma. Assim me foi dito: eles são infinitos, ilimitados, eternos.

“Por que vivo? Para que vivo? Qual o sentido de minha vida?”

Essas são as perguntas que o iniciado mais cedo ou mais tarde vai ter que responder a si mesmo. Ninguém aqui dará estas respostas. Só você pode descobri-las e respondê-las. Só você pode dar satisfação a si mesmo, ninguém mais lhe deve satisfação quanto a isso. Você estará livre, terá que descobrir, ou, talvez, criar “um propósito” para sua vida, nós apenas podemos oferecer meios para descobrir.
Existem muitos meios para se descobrir a verdadeira vontade, o seu fito, mas nenhum é tão fácil ou evidente. Todos envolvem um labirinto do qual só você pode tirar a si mesmo.
Por que vivo? Para que vivo? Para me desenvolver, reproduzir, sofrer, envelhecer... e depois simplesmente morrer e desaparecer? Sou apenas mais um animal na multidão da massa “sofrente” para nada?
Habitamos um pequeno planeta, um pontinho de poeira galáctica, de uma pequena galáxia no meio de bilhões de galáxias num dos universos que ocorrem na eternidade; na espiral do tempo nós somos um nano-segundo na duração de um universo, de que vale a nossa vida? Ou será...? Descubra!
A individualidade e todos os demais aspectos da personalidade que chamamos “eu” parecem uma impressão evidente, e mesmo em sua constante mudança e evanescente vir a ser nos parece permanente, mas isto  é obviamente uma ilusão, e justamente essa ilusão é a que  aprisiona a consciência a um tempo e à forma... Existe algo em nós que pode estar além dessas limitações à qual poderíamos ter acesso aqui agora? Existe algo em nós que pode transcender a natureza, o tempo, a forma e a impermanência? Existe algo no indivíduo que o faz precioso diante das multidões do universo e da eternidade? Este é um convite a você para descobrir essas respostas por si mesmo sem deixar dúvidas.
Que outras perguntas você tem? Que outras perguntas você poderá responder? Quais os melhores caminhos e que opções temos? Para onde há que se ir? Existe realmente para onde ir? Venha e veja.
Isto também não pode ser dito, revelado, como fazem as religiões do ocidente com suas respostas prontas às quais se tem que conformar ou não, acreditar ou não, artigo de fé. Este processo não é apenas um meio de entrar numa cadeia de auto-engano e ainda enganando outros por medo de “não garantir seu lugar nu céu”? Estamos realmente sendo bem orientados e conduzidos? Estamos conscientes disso? Ou estamos caindo numa armadilha que mais e mais nos prende a esse mundo e suas demandas? Estamos realmente nos libertando, expandindo nossa liberdade e nossa consciência ou estamos aumentando nossas limitações e conformismo à escravidão, à incerteza e à ilusão?
Pode levar um tempo, mas você algum dia terá de dar essas respostas a si mesmo, e terá que ver por si mesmo tudo isso, então vai ter que saber onde pode querer ir e como chegar lá.
A grande ordem de tempos em tempos atualiza seus meios conforme a necessidade projetada por nossa condição. O que queremos oferecer são meios, recuperando os antigos, atualizando os novos, para chegar às respostas, à verdade e à liberdade.

Ninguém pode abrir os olhos daquele que não quer ver. Nós só podemos ensinar. Não podemos dizer o que é a verdade ou a liberdade. Cabe a você soltar os músculos, os medos, os apegos, as aversões e mover as pálpebras para então ver por si mesmo.

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