PARTE III: RITUALÍSTICAS INICIÁTICAS MÍNIMAS
Os ritos da nossa ordem são
variáveis e de caráter experimental para o estudante sendo a iniciação final de
cada etapa fixa.
Ritos são artifícios para
alcançar ou catalisar melhor um resultado pretendido. A causa real não é o rito
em si, mas algum elemento ou mais comumente uma combinação de elementos ali
escondidos do consciente do iniciante (ou mesmo do nosso muitas vezes). O
objetivo do rito evidentemente não é descobrir estes elementos, mas se utilizar
deles para alcançar o resultado pretendido.
Assim, os elementos efetivos
muito dificilmente serão percebidos pelos iniciantes, mas os resultados serão
facilmente percebidos, estes são o que interessa, o que pretendemos trazer ao
consciente. Este mecanismo por outro lado é a causa de quase toda mistificação
e engano com relação à efetividade de rituais, o iniciante atribui, sem saber,
a alguma causa mágica, mística ou mesmo tem uma interpretação supersticiosa
própria para o efeito; ainda atribui a
todo o rito nos mínimos detalhes aquilo que ele experienciou.
Muitas ordens são formadas de
dissidentes de graus primários de outras ordens, que não entendendo o que são
rituais atribuem causas mágicas sobrenaturais aos resultados (se é que
ocorrem). As leis naturais não são quebradas ou suspensas por um capricho
místico de alguns. Nós aqui, antes de tudo, esclarecemos esse ponto, afinal
somos científicos e não mistificadores. Depois em algum ponto na carreira
iniciática a iniciada será informada sobre os elementos efetivos podendo ela
mesma até criar seus próprios ritos. Preferimos ritos tradicionais pelas
questões da egrégora e ou da tradição que aumenta a efetividade e nos liga mais
facilmente a correntes e manifestações anteriores da fraternidade da Luz.
Imagine quantas vezes aquelas palavras, invocações, enfim ritos, já foram
ditos, já foram feitos, já povoaram a imaginação de quantas pessoas, quantas já
a pronunciaram tantas vezes, isto tem alguma ação...
Sinto muito se isto estraga o
sentimento de magia de alguns. Se este for caso e você se sente mal com essa
perda, simplesmente esqueça os três últimos parágrafos (isto mesmo, simples
assim, não se preocupe, esqueça).
Há também ritos nos primeiros
graus que não são de caráter experimental para nós, mas já experimentados e
confirmados, sendo abertos ao público por serem considerados bons, que devem
ser experimentados pelas estudantes, sendo para elas de caráter experimental,
obrigatório à formação prática.
Os ritos da graduação são
públicos ou secretos ou contêm alguma parte secreta, exceto os do grau I que
são todos totalmente públicos. O rito final da graduação, a iniciação, é
secreto, pelas razões que já foram explicadas em vários artigos.
Dos três rituais básicos, o
primeiro e o segundo podem inclusive serem assistidos por convidados. Do último
só os iniciados e o graduando poderá participar. Além desses três básicos há um
quarto também básico que é o ritual rosacruz deste grau, deste podem participar
convidados numa parte e outra é secreta (destacando mais uma vez que “secreto”
neste caso significa apenas “particular”, do qual participam apenas os
ordenados e se forem consecutivas, enquanto se dá essa parte particular os
convidados podem permanecer em outro ambiente meditando e ou recebendo uma
palestra curta, se não querem devem esperar fora ou irem embora).
Além desses quatro essenciais
existem outros pontuais: os opcionais, os experimentais a critério da pesquisa
do estudante e os anuais que são os dois equinociais, os dois dos solstícios, o
Vesak e o Natal. E há também o sétimo, ou rito 11...
Além dos supracitados, públicos
em geral, existem os rituais dos sete graus que podem ser assistidos por qualquer
graduado (lembrando que graduado se refere a quem completou pelo menos a
graduação, isto é, o 1º Grau composto de III graus, aqui nesta via chamado de
torre vigilante) e distribuídos em sequência durante o ano ou repetidos em
sequência semanalmente como se queiram durante todo o ano (que inicia em
abril). E há também os ritos dos trinta e três graus rosacruzes que podem
ocorrer paralelamente a partir da graduação do primeiro grau (ritos dos 33 e ou
95 ou 97 graus).
Existem estas e outras graduações
ritualísticas opcionais, não é bom citar seus nomes sem necessidade, por isso a
maiorias das ordens utiliza-se de abreviações; para evitar confusões com outras
ordens preferimos aqui omitir na maioria das vezes também essas abreviações.
Algumas dessas iniciações originalmente não têm graus e nós preferimos
restaurá-las a isto, mas podemos utilizar graus. Algumas ordens fundiram certas
iniciações a outras ou a graduações. Nós usamos tanto fusões sincréticas quanto
as originais sem fusões, mas preferimos não fundir as iniciações a graduações
de qualquer tipo (embora possamos também fazer isto), isto por vários motivos.
Creio ser um dos principais motivos: não atrelar o progresso da pessoa a
rituais ou graus ritualísticos, mas sempre enfatizar o progresso na prática, e
ou realização, sempre que isto puder ser comprovado cientificamente.
Não damos importância a rituais
por rituais, no sentido comum da palavra, nem acreditamos em sua eficácia
milagrosa, os rituais são um mecanismo de ensinar e de impressionar ou imprimir
no consciente do indivíduo significados arquetípicos que já estão presentes no
seu inconsciente (é uma tentativa eficaz apenas de trazê-los à tona, para o
consciente), sem usar necessariamente palavras, mas através de símbolos,
encenações e outros artifícios.
A diferença em nossa ordem é que
a consciência dos símbolos levará a consciência dos símbolos dos símbolos (isto
acontece também em algumas ordens tântricas, herméticas e rosacruzes) e em
seguida haverá a descoberta de que tudo é símbolo. Isto é para ser vivenciado
não apenas entendido, nisto talvez nossa ordem seja a única. Nós descobrimos
que não existem coisas, mas apenas símbolos na natureza. É como o dinheiro, ele
é apenas um símbolo, não tem valor em si, mas representativo pelos números e
símbolos impressos nele o que proporciona todas as trocas. Ele assim é efetivo
e seu valor é uma norma, mesmo sabendo que a cédula em si não é o valor, usamos
o dinheiro assim como ele é efetivo, como diz o ditado “só os loucos queimam
dinheiro”. Assim é o mundo, a natureza, nossos corpos e conhecimentos. Assim
também é tudo ao nosso redor e suas consequências. Tudo está ligado e as
relações entre símbolos são uma norma imbatível. Porém assim como fora do país
nosso dinheiro pode desde ter mais valor até não ter valor algum, nós
descobrimos “lugares”
onde os símbolos podem ser lidos de outro modo nos levando a uma gradativa
independência das leis e relações forçosas e normais entre eles...
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