quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O SISTEMA INICIÁTICO DA ORDEM (parte 3)

PARTE III: RITUALÍSTICAS INICIÁTICAS MÍNIMAS

Os ritos da nossa ordem são variáveis e de caráter experimental para o estudante sendo a iniciação final de cada etapa fixa.
Ritos são artifícios para alcançar ou catalisar melhor um resultado pretendido. A causa real não é o rito em si, mas algum elemento ou mais comumente uma combinação de elementos ali escondidos do consciente do iniciante (ou mesmo do nosso muitas vezes). O objetivo do rito evidentemente não é descobrir estes elementos, mas se utilizar deles para alcançar o resultado pretendido.
Assim, os elementos efetivos muito dificilmente serão percebidos pelos iniciantes, mas os resultados serão facilmente percebidos, estes são o que interessa, o que pretendemos trazer ao consciente. Este mecanismo por outro lado é a causa de quase toda mistificação e engano com relação à efetividade de rituais, o iniciante atribui, sem saber, a alguma causa mágica, mística ou mesmo tem uma interpretação supersticiosa própria para o efeito;  ainda atribui a todo o rito nos mínimos detalhes aquilo que ele experienciou.
Muitas ordens são formadas de dissidentes de graus primários de outras ordens, que não entendendo o que são rituais atribuem causas mágicas sobrenaturais aos resultados (se é que ocorrem). As leis naturais não são quebradas ou suspensas por um capricho místico de alguns. Nós aqui, antes de tudo, esclarecemos esse ponto, afinal somos científicos e não mistificadores. Depois em algum ponto na carreira iniciática a iniciada será informada sobre os elementos efetivos podendo ela mesma até criar seus próprios ritos. Preferimos ritos tradicionais pelas questões da egrégora e ou da tradição que aumenta a efetividade e nos liga mais facilmente a correntes e manifestações anteriores da fraternidade da Luz. Imagine quantas vezes aquelas palavras, invocações, enfim ritos, já foram ditos, já foram feitos, já povoaram a imaginação de quantas pessoas, quantas já a pronunciaram tantas vezes, isto tem alguma ação...
Sinto muito se isto estraga o sentimento de magia de alguns. Se este for caso e você se sente mal com essa perda, simplesmente esqueça os três últimos parágrafos (isto mesmo, simples assim, não se preocupe, esqueça).
Há também ritos nos primeiros graus que não são de caráter experimental para nós, mas já experimentados e confirmados, sendo abertos ao público por serem considerados bons, que devem ser experimentados pelas estudantes, sendo para elas de caráter experimental, obrigatório à formação prática.
Os ritos da graduação são públicos ou secretos ou contêm alguma parte secreta, exceto os do grau I que são todos totalmente públicos. O rito final da graduação, a iniciação, é secreto, pelas razões que já foram explicadas em vários artigos.
Dos três rituais básicos, o primeiro e o segundo podem inclusive serem assistidos por convidados. Do último só os iniciados e o graduando poderá participar. Além desses três básicos há um quarto também básico que é o ritual rosacruz deste grau, deste podem participar convidados numa parte e outra é secreta (destacando mais uma vez que “secreto” neste caso significa apenas “particular”, do qual participam apenas os ordenados e se forem consecutivas, enquanto se dá essa parte particular os convidados podem permanecer em outro ambiente meditando e ou recebendo uma palestra curta, se não querem devem esperar fora ou irem embora).
Além desses quatro essenciais existem outros pontuais: os opcionais, os experimentais a critério da pesquisa do estudante e os anuais que são os dois equinociais, os dois dos solstícios, o Vesak e o Natal. E há também o sétimo, ou rito 11...
Além dos supracitados, públicos em geral, existem os rituais dos sete graus que podem ser assistidos por qualquer graduado (lembrando que graduado se refere a quem completou pelo menos a graduação, isto é, o 1º Grau composto de III graus, aqui nesta via chamado de torre vigilante) e distribuídos em sequência durante o ano ou repetidos em sequência semanalmente como se queiram durante todo o ano (que inicia em abril). E há também os ritos dos trinta e três graus rosacruzes que podem ocorrer paralelamente a partir da graduação do primeiro grau (ritos dos 33 e ou 95 ou 97 graus).
Existem estas e outras graduações ritualísticas opcionais, não é bom citar seus nomes sem necessidade, por isso a maiorias das ordens utiliza-se de abreviações; para evitar confusões com outras ordens preferimos aqui omitir na maioria das vezes também essas abreviações. Algumas dessas iniciações originalmente não têm graus e nós preferimos restaurá-las a isto, mas podemos utilizar graus. Algumas ordens fundiram certas iniciações a outras ou a graduações. Nós usamos tanto fusões sincréticas quanto as originais sem fusões, mas preferimos não fundir as iniciações a graduações de qualquer tipo (embora possamos também fazer isto), isto por vários motivos. Creio ser um dos principais motivos: não atrelar o progresso da pessoa a rituais ou graus ritualísticos, mas sempre enfatizar o progresso na prática, e ou realização, sempre que isto puder ser comprovado cientificamente.
Não damos importância a rituais por rituais, no sentido comum da palavra, nem acreditamos em sua eficácia milagrosa, os rituais são um mecanismo de ensinar e de impressionar ou imprimir no consciente do indivíduo significados arquetípicos que já estão presentes no seu inconsciente (é uma tentativa eficaz apenas de trazê-los à tona, para o consciente), sem usar necessariamente palavras, mas através de símbolos, encenações e outros artifícios.
A diferença em nossa ordem é que a consciência dos símbolos levará a consciência dos símbolos dos símbolos (isto acontece também em algumas ordens tântricas, herméticas e rosacruzes) e em seguida haverá a descoberta de que tudo é símbolo. Isto é para ser vivenciado não apenas entendido, nisto talvez nossa ordem seja a única. Nós descobrimos que não existem coisas, mas apenas símbolos na natureza. É como o dinheiro, ele é apenas um símbolo, não tem valor em si, mas representativo pelos números e símbolos impressos nele o que proporciona todas as trocas. Ele assim é efetivo e seu valor é uma norma, mesmo sabendo que a cédula em si não é o valor, usamos o dinheiro assim como ele é efetivo, como diz o ditado “só os loucos queimam dinheiro”. Assim é o mundo, a natureza, nossos corpos e conhecimentos. Assim também é tudo ao nosso redor e suas consequências. Tudo está ligado e as relações entre símbolos são uma norma imbatível. Porém assim como fora do país nosso dinheiro pode desde ter mais valor até não ter valor algum, nós descobrimos “lugares” onde os símbolos podem ser lidos de outro modo nos levando a uma gradativa independência das leis e relações forçosas e normais entre eles...
            Assim, nossa descoberta de que tudo é símbolo não é nova, mas as explicações de como é isso e os meios e de chegar a isso podem conter várias novidades. Ritos são formas de representar e manipular conscientemente esses símbolos de uma forma controlada. É como reproduzir a natureza em laboratório de forma controlada em tubos de ensaio, provetas e ambientes hermeticamente isolados. Então não é exagero dizer que alguns ritos podem conter chaves para certas compreensões, percepções ou realizações.

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