sexta-feira, 9 de outubro de 2020

O SEGREDO DA ALQUIMIA É ESPIRITUAL primeira parte

O QUE É O FOGO DA FORJA?

A rosacruz (a verdadeira, clássica, não essas modernas), fala que o fogo deve descer do santuário e despertar o centro energético cardíaco, e a glândula timo, no peito, e depois subir para o centro da cabeça e puneal e depois descer e acender todos os centros. Outras escolas falam que o fogo deve subir do coxix acendendo todos os centros até a cabeça e depois descer ao coração (é a forma forçada, quase igual a hindu, igual a da mão esquerda hindu). Vamos examinar primeiro a origem do problema, nas tradições antigas.

O caminho da mão esquerda (que uns enganadores e enganados chamam de direita) é o caminho nos qual os livros sagrados foram pintaram com figuras em posições sexuais onde a mão esquerda aparece e a direita está escondida, significada que aquela prática a que se refere é literalmente sexual. Quando nas pinturas a mão direita está aparecendo e a esquerda escondida significa que aquela figura não é uma representação lietaral de um ato sexual, mas um símbolo da união entre alma e espírito (ou entre o divino e o humano, a depender da escola). E esta é a única verdadeira alquimia. A interpretação literal das figuras e textos como realmente falando de atos sexuais é uma corrupção bem posterior, portanto esta sim, uma modificação da interpretação real e do significado original. 

Esqueçam os mitos que os ignorantes e não iniciados nos contaram sobre mão esquerda ou direita, ou relações à bruxaria, magia branca e negra, fazer o bem ou o mal e todas as explicações fajutas que dão. Na verdade a tradição primordial só se refere a isso descrito acima quando fala de caminho da mão direita e caminho da mão esquerda. Especialmente os hindus enfatizaram bastante essas interpretações levando a criação de varias escolas e seitas diferentes e até rivais. As escolas que defendiam a nova interpretação dos tantras afirmavam que haviam descoberto o antigo segredo dos sábios, e se dividiam cada vez que uma nova interpretação ou procedimento surgia. As mais ortodoxas por outro lado sefecharam em si diante da ridicularização que sofriam e da imagem de retrogadas e obsoletas que as novas e populares escolas laçanvam sobre elas. Seus símbolos sagrados agora eram zombados, ridicularizados  e até perseguidos, e assim fechadas, particulares, só para os altos iniciados eramrevelado o significado real e as operações necessárias para realizar o processo. 

O tantra sexual todos conhecem, ao contrário do que todos dizem, era relativamente aberto e conhecido, praticado em templos e praças, tanto que tudo ou quase tudo que se sabe e se publica hoje sobre tantra se refere a este que partiu das interpretações sexuais. Como se pode acreditar que isso era segredo? Qual interpretação você conhece? Você conhece a verdadeira? Ou, como a maior parte da população, acredita que tantra é ligado ao sexo? 

Esqueça os falsos alquimistas, especialmente os dos séculos 19 e 20  que se auto-proclamaram mestres, reencarnações famosas, budas, cristos, avatares, abridores de era, vindos de raios, iluminados, etc., pois não passam de sopradores, falsos alquimistas, mitômanos... São só enganados e enganadores, mentirosos e ignorantes que nunca foram iniciados nessas coisas e ficam tentando advinhar (e ainda ensinando errado!). Leram tantos livros e não descobriram algo tão simples, prova sua arrogância, pois não existe muito segredo nos tantras e demais livros sobre o assunto, está lá para quem lê com humildade, reconhecendo que é pequeno e confiando apenas em Deus como revelador dos seus mistérios. Bastava ir direto às fontes, aos livros sagrados dessas escolas (e não ouvir o que supostos viajantes, espíritos, mestres, avatares, etc., falavam ou escreviam sobre os textos, que foi o mesmo que eles fizeram como papagaios rebeldes, dando seu toque especial de perversão).

O fogo da forja do alquimista é algo bem mais espiritual. Não se trata de algo material, fisiológico, sexual, nem sequer energético. Mas até aqui observe que parecia algo confinado ao corpo ou à pessoa do praticante, algo natural, que o alquista já teria e que seria transmutado. Mas isso não é tão claro, como veremos. As pessoas que gostam de explicações ficam perdidas em um mundo de diversas teorias e linhas de trabalho alquímico praticamente infindáveis, que não daria sequer para ler durante uma vida inteira, pior ainda para praticar. As pessoas que procuram as práticas ou serem diretos e pragmático, coitados, esses são os que mais facilmente são enganados por qualquer charlatão que diz ensinar a fazer ouro em três anos e a criar um corpo imortal em sete ou dez; estes são os primeiros a desviar do caminho certo e cair na lábia de qualquer um que saiba fazer truques e fale de provas irrefutáveis. Tudo isso seria evitado se antes de entrar em contato com qualquer escola, a pessoa procurasse conhecer a fundo a história daquilo que está procurando. Vamos ver isso agora e mostrar a diferença.

AS DUAS GRANDES DIVISÕES ANTIGAS

São muitas as escolas de alquimia, assim como antes delas já eram muitas e muito mais numerosas as escolas do chamado tantra que deram inicio a uma grande controvérsia, que ia desde a interpretação dos textos antigos, símbolos e figuras antigas até além a interpretação da própria realidade como um todo. Não querendo entrar no assunto específico do tantra, mas apenas na parte em que isso vai interferir depois, na historia da alquimia, podemos classificar todas as escolas tântricas como sendo basicamente de dois tipos, as da mão direita e as da mão esquerda.

Tantra da mão esquerda: usa a força do centro cóxigeo, outros dos sexual e outros (só no tibetano) do umbigo, envolvendo sexualidade, com relação sexual nos dois primeiros e com ou sem no último (tibetano); seja através da relação sexual, sublimando (é essa a palavra, nada a ver com alquimia, nunca, essa relação só apareceu no século 19 com certas ordens, especialmente uma que tinha no nome a designação de Oriental, que já se auto denunciava de onde vinham suas principais influências) ou seja seblimando através da abstinência (mas fazendo algum trabalho com o sexual, através de respiração, por exemplo, combinado a ereção). Em suma, mão esquerda significava simplesmente que trabalhavam com a sexualidade direta e literalmente, seja através de relações sexuais ou práticas solitárias.

Tantra da mão direita: o mais antigo, o original quando ainda se interpretava simbolicamente as figuras e símbolos da suprema união, não literalmente com sendo sexo, mas sim a união do mortal com o supremo, a união da alma com o espírito (sim, a alma é mortal! Imortal é só o espírito, o que é muito diferente). E isto é o que no ocidente veio a se chamar alquimia. Depois também se corropeu tanto no renasciment esta que a verdadeira teve que se passar a chamar alquimia espiritual para diferenciar das falsas e das derivações surgiram (operativa, a material ou metálica, a nova sexual, a química, a espargírica, a astral, a alquimia com ervas, etc.). 

Nessa forma, ainda no tantra antigo, o macho simboliza o divino, por isso geralmente são enormes, e a fêmea a alma, o mortal, o humano. Perceba que a alquimia não vem do tantrismo, embora por algum tempo tenha também pesquisado nas fórmulas tântricas, sejam taoístas ou budistas ou as hindus, e por muito tempo feito uso de fórmulas chinesas (taoístas e budistas), egípcias, árabes e persas. Mas foi influenciada pelo tantra duas vezes na história, primeiro pela alquimia dos Templários, que eram monges guerreiros, que "transmutavam energias" sexuais as quais não desperdiçavam, por serem celibatários na época e provavelmente tomaram conhecimento do tantra dos ascetas e yogues do orientes. Depois, quase 900 anos mais tarde, os neo-templários influenciados pelos conhecimentos orientais que estavam sendo trazidos à europa novamente criaram suas próprias maneiras de desenvolver uma forma de alquimia também sexual.

Mas o mais importante nisso tudo é que de posse das fórmulas de tríplice significado da rosacruz para representar algo em símbolos estes também quiseram interpretar o nivel mais material como sendo sexual pelo menos em parte (os rosacruzes traduzem um símbolo pelo menos em três níveis se significado, um mais literal e material, outro mais psíquico ou simbólico propriamente dito e outro superior, totalmente espiritual ou metafísico). Fazendo esse mal uso das formas interpretativas da rosacruz e do tantra corrompido passaram a considerar práticas que eram apenas para a vida cotidiana, saúde, força, etc., dos guerreiros castos como sendo algo sagrado e espiritual, para todos da escola e até acreditando que isso fosse condição para a salvação pessoal e iluminação em alguns casos. 

Este erro, esse materialismo, ou como chamo, fisiologismo espiritual, foi colocado também na interpretação da realidade. Começou apenas com a interpretação das operações, que eram interpretadas antes só como psíquica, agora num ângulo fisiológico, energético-sexual (e algumas até abandonaram o psíquico), passando para uma interpretação mais geral e materialista de todas as simbologias, símiles e metáforas e isso atingiu a visao antes traficional da realidade. Por exemplo, do mundo material visto como ilusório por sua transitoriedade, sofrimentos e distrações, este passa a ser visto como um estado do real e necessário; a matéria, a sexualidade, o corpo e a natureza passeram a ser divinizados em vez de ser considerados como caídos e corropidos, no máximo passagens, para serem trancendidos, ou, falando na linguagem alquimica, como ganga, a ser separada do ouro. 

O cultivo do corpo e mente aoenas no sentido e para a saúde e pureza, para serem o templo de Deus e servirem ao máximo e da melhor forma a Deus, passou a ser visto como meta em si mesmo. Voltam às fórmulas pré-cristãs de cultivo do ego e separação do ego em vez de entrega e rendição deste; em vez de mortificação da carne temos um trabalho para trasmutar o corpo carnal e ainda cristalizar os corpos sutis que deveriam se sutilizar mais para atingir a vibração original, e ainda como se isso fosse espiritual! Se pelo menos a antiga escola simbólica do tantra tivesse sido usada como referência em vez da literal poderiamos ainda estar falando em alquimia, pois os processos alquímicos seriam entendidos como psíquicos e espirituais, jamais como materiais e sexuais. Mas dessa forma estão ensinando uma coisa oposta ao trabalho alquímico real, que materializa os sutil em vez de refinar.

O PROCESSO REAL

Em João, no capítulo 13 é ensinado que: a vida eterna é essa, que conhecam a ti [Deus Pai] e aqule que enviaste [Cristo, o Filho]. A palavra grega para conhecer aí é gnoskosin, conhecer intimamente. A mesma palavra que é usada em "José ainda não havia conhecido Maria" no sentido de relação sexual. A tradução hindu pregava que apenas pelo conhecimento do Eterno acontecia a união (como também aconteceu a Abraão, Jó, Noé, Elias, Enoque, Moisés). Mas veja que isso é muito difícil e muito raro, um caminho para pouquíssimos. Esse processo é para: um em um milhão dos que pratica alcança (os altos iniciados sabem disso). Jesus, Deus, deu um para todos, mais fácil, conhecendo a Deus através de sua manifestação, no Filho. Ou você achou que gnoskosin é fazer sexo com Jesus? Claro que não! Ele eliminou assim toda a confusão do passado. A união suprema (yoga) através da rede, do tear (tantra) é através do conhecimento (gnosis), mas não qualquer conhecimento, e sim profundo, intimo (gnoskosin)!

Pronto, segredo revelado. Não existe mais tempo pra segredo, nem por que haver segredo mais.

COMO SE REALIZA (DESCRIÇÃO GERAL):

Esse novo caminho (da nova aliança), é bem mais fácil, segundo a tradição rosacruz é o caminho de um em mil (convenhamos, é muita diferença para um em um milhão). Não confunda com salvação, salvação é libertação da roda do samsara, do nascer-morrer, da condenação do pecado (do "karma" outra palavra sobre a qual mentem para nós, não cabe aqui explicar). No caminho cristão (rosacruz, templário, martinista, etc.) precisa estar salvo para alcançar a gnosis, ou seja, precisa ANTES entregar totalmente a vida a Cristo, tudo, pois ele é que salva, não nós. Nas tradições preteristas (que continuam na mesma fórmula da antiga aliança (um em um milhão) como, por exemplo, kabalah, judeus, hidus, budistas, taoístas...) o tecido (tantra), o fio, da salvação se dá, ao contrário, só DEPOIS, ao final, em teoria ou pela iluminação (e seus tipos, súbita, progressiva, pela sabedoria, pela libertação (dos venenos (pecados)) ou pelo renascimento) em teoria é para uma vida, mas pode precusar de várias vidas sucessivas. 

Em resumo, no geral, os Preteristas, que seguem o caminho antigo (anterior a era chamada de peixes ou aproximadamente ano 7 a 4 a.C., ou seja, os chamados nova-era contraditoriamente seguem o caminho obsoleto, do esforço, da auto-maçonaria) e amarram a salvação à conclusão pessoal da Grande Obra alquímica; os Tradicionais ou Clássicos seguem o caminho da síntese (da nova aliança) onde as quatro fases da alquimia em correspondência às três etapas estão relacionadas ao processo de purificação (ou santificação) do ouro. Desse modo temos a salvação independente da obra (dependente do poder maior (Cristo) através da nossa confiança e entrega) e a purificação em parceiria, porém a conclusão é novamente um "mistério de Deus" ("transformados num instante" ou "num abrir e fechar de olhos"), por isso é chamado O Caminho da Arte Real, pois, nela assistiremos "maravilhos espetáculos" patrocinados pelo Rei (veja As Núpcias Alquímicas de Christian Rosenkreuntz)...


Continua...

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