domingo, 5 de maio de 2019

DIFERENTES RELIGIÕES OU DIFERENTES SABEDORIAS? - COMO VEMOS NA ORDEM E QUAL NOSSO OBJETIVO AO ESTUDÁ-LAS



A pessoa que se aproxima do primeiro nível ou graduação da ordem, deve entender que a ordem não é religião, que os livros sagrados das religiões que estudamos são vistos como sabedorias, e que os estudamos da mesma maneira que faz o cientista da religião. A diferença talvez é que ao fazê-lo nós nos pomos numa tripla posição, isto é, sem abandonar a análise racional, mas nos colocando a par completamente das doutrinas e tradições como se fôssemos daquela religião, daquela tradição, e até mesmo nos colocando no lugar das pessoas da época em que foi escrito. E por um terceiro lado ainda nos colocamos numa terceira posição, a de um historiador, estudando não só os diferentes pontos de vista de vários historiadores, mas também encarando arqueologicamente os escritos, criando nossa própria perspectiva, pessoal, individual, que deve ser compartilhada e debatida. Coloquialmente continuamos a usar o termo religião, até por respeito aos grupos religiosos, mas nossa visão é que são tradições ou vias de conhecimento que explicam e ou tentam alcançar uma determinada realidade eterna (e até muitas vezes muitas vezes diferem não só nas maneiras para alcançar isso e explicar isso, também diferem no conceito disso e no mesmo no objetivo, podem se dirigir a objetivos diferentes). Assim nós vemos como diferentes sabedorias e ou diferentes tradições, portanto estudamos tradições e sabedorias, não religiões.

Por isso nos reservamos o direito de fazermos isso entre nós. Se por um lado não há como debater com ignorantes ou mesmo eruditos menos informados, por outro exercemos nosso direito de crítica sem reservas. Críticas tais que poderiam ser muito mal usadas se caíssem no conhecimento de ignorantes ou de acadêmicos, contra essas religiões mesmo, pois obtendo informação parcial e como alguém do exterior dessas religiões, qualquer um poderia escolher pontos isoladamente ou fora do contexto ou mesmo ideologicamente, para atacar estas religiões. Então quando fazemos assim protegemos não só a nós mesmos, mas também ao nosso objeto de estudo, essas religiões. E por essa razão, as religiões não comprovadas por nós como religião, no sentido humano mesmo (pois no sentido científico ou filosófico praticamente nenhuma se comprovaria como tal), também não são dessa forma estudadas, pois seria expor o estudante a uma visão errônea, simulando adortar uma religião ou uma filosofia que de fato não o é, ou que é apenas a invenção ou loucura de uma mente desequilibrada. Mas estas falsas religiões e falsas filosofias também são estudadas na medida que for necessário, na forma científica, racional, crítica, filosófica e lógica. Estudamos tais sabedorias desse tríplice ponto de vista que pode ser resumido como o ponto de vista de alguém que está em contato e buscando para si mesmo naquela filosofia. Se a pessoa não se vê capaz de adotar simultaneamente tais posicionamentos (os três já citados), ela ainda não está preparada, então deve aprender sobre essa capacidade e como deve agir, pois essa é a posição natural de todo buscador, busca sinceramente ali, tem dúvidas, procura ver a história e como se chegou àquela doutrina, analisa logicamente, procura provas empíricas, etc. (se a pessoa não tem naturalmente essa posição tríplice é porque já a perdeu nos condicionamentos sociais e aprendizados, deve então aprender a resgatar essa capacidade e visão natural).

E além disso no primeiro nível não estudamos apenas livros e doutrinas da religião como se pode pensar, mas muito mais estudamos a nossos procedimentos e a metodologia científica. Estudamos a história, estudamos as teologias e ou cosmogonias, estudamos a metodologia científica e os construtores da ciência moderna e contemporânea, estudamos a epistemologia e a epistemologia das ciências, e estudamos a filosofia relacionada à temática (metafísica, religiosa, soteriológica, iluminaciológica, conscienciológica, etc.) e a psicologia (santificação, purificação, regeneração, transfiguração, metempsicose (captar o conteúdo ou influência de outras mentes), parapsicologia, etc.). Estudamos todas ciências contemporâneas em suas descobertas com relação aos temas fundamentais da religião e seus processos (vida a pós a morte, curas, ressurreição, saída do corpo, sonhos lúcidos, visões, obediências, leis, procedimentos, etc.). Estudamos sempre dentro de nossa posição objetiva e ética ao mesmo tempo, portanto não podemos deixar de estudar, aprender e adotar uma disciplina moral, da qual depende, pois colocamos como condição (e é psicologicamente uma condição), do avanço do conhecimento e do discernimento. E estudamos também nossas teses que são derivadas desses estudos e procedimentos. Nosso estudo não objetiva sequer a religião ou as ordens ou o oculto como se poderia pensar, mas a ordem tem como objetivo a verdade, a certeza sobre essas temáticas, que costumam ser classificadas como metafísicas, ou seja, além da fisis. Nossa ordem objetiva levar o estudante a comprovar por si mesmo a verdade sobre tudo isso e até mesmo a verdade em si mesma.

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