sábado, 21 de abril de 2018

RELIGIÃO E MORTE - Parte 2


Uma característica praticamente inevitável da religião é lidar com a eternidade. Eu sempre existi ou passei a existir em algum momento? Onde eu estava antes de nascer? Para onde vou depois da morte? Depois da morte eu serei imortal ou passará um tempo e então virá outra morte? Ou haverão ainda várias mortes? 

A religião é o campo do conhecimento que mais oferece respostas a essas perguntas. Uns dizem que é uma tentativa de responder. Estudiosos associam o aparecimento da religião com a consciência da morte. Mas em que é tarefa real da religião responder sobre a morte? No que vem depois. Na eternidade. Essa questão está ligada à questão do tempo. Depois da morte existe o tempo?

Nisso exatamente devemos investigar sobre os fatos apresentados pela religião e sua realidade. A realidade precisamente tem que ser um conteúdo da consciência. Temos a relação então entre esses três elementos: consciência; depois da morte; e tempo-eternidade. Formulado o problema podemos imaginar hipóteses e experimentos para demonstrar à consciência a realidade depois da morte. Mas conscientes de que toda realidade se processa na consciência e estamos acostumados com uma consciência no tempo, em função do espaço, condicionada pela relação de nossa mente à matéria, e a realidade depois da morte, pode não estar dentro desse parâmetro de percepção, aliás dificilmente estaria. Uma realidade puramente mental deve ser constatada antes de presenciar outra realidade, depois da morte, que pode ser também puramente mental ou não, pode ser também espiritual ou apenas espiritual, isto é, puramente consciencial...

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