terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A verdade sobre este mundo - parte 2 de 3


O retorno ao mundo original

Mas existe a consciência sua, perfeita, clara e sem limites aqui e agora e isso é sua possibilidade de retorno ao original. Primeiro deve despertar essa consciência aqui agora, olhando-a, reconhecendo-a e então através de constante atenção a ela conhecê-la verdadeira e profundamente, sabendo reencontrá-la, diferenciá-la do resto, isto é, da mente e de todos os seus conteúdos (porque tudo mais só é isso, mente e conteúdos mentais em suas inúmeras características). 
Quando finalmente tiver reconhecido o que ela é na verdade e desobstruindo constantemente de seus obstáculos, vê-se com clareza a consciência e seus produtos e intencionalidade. Este é o acesso e o reconhecimento do espírito original, a consciência pura, na sua essência e no seu propósito. Mas ainda não é o retorno nem tampouco a totalidade. É preciso ir além, à plenitude da consciência.
Esse processo precisa avançar pois o mundo original só é acessível à consciência original, então ele se amplia e se desenvolve também em mais dois outros processos. Por um lado é preciso retirar os obstáculos a esse objetivo e por outro, paralela ou posteriormente, adquirir uma força e estabilidade para entrar no estado original e permanecer até ver todas as coisas como realmente são em sua natureza real e original.

Três processos

Estamos falando então de três processos distintos que se entrelaçam e se apoiam mutualmente (e podem ser divididos cada um em três também), o primeiro já descrito pode ser conhecido como despertar, o segundo como purificação e o terceiro como restauração. Os dois primeiros dependem de nós, mas o terceiro não está ao nosso alcance por nós mesmos apenas. 
A purificação pode vir antes ou durante a restauração e o despertar antes ou depois dessa. No processo científico o despertar começa antes, e a partir dele, e do ponto de vista correto, se desenvolvem os outros dois, por isso muitas vezes esse dois são entendidos como um só processo.  No religioso o despertar geralmente ocorre depois. A descoberta da intencionalidade real da consciência, a verdeira vontade, pode ser entendido como parte do despertar ou como parte da restauração, o que resulta novamente em três processos. 
Estamos ainda falando dos processos de conhecimento, existe ainda o processo de realização e libertação, sempre três processos, que se subdividem em três processos, que se relacionam entre si, podendo tanto suceder um ao outro de forma cumlulativa quanto serem emparelhados simultaneamente, portanto a divisão e ordenação em graus não é hierárquica mas apenas didática. Na restauração final também há um conhecimento especial que é um despertar também e esse conhecimento também transforma, purifica. A única coisa que permanece uma sequência inalterável é que o completo despertar e a completa libertação sempre só podem vir depois de purificação e restauração. 

O processo da vontade

A vontade tem que atuar no começo no meio e no fim do processo. No começo ela é decisiva, de escolha e atitude; no meio ela é de conhecimento, despertar para a verdadeira vontade e saber qual ela é, seu intento; e por fim é realização, libertação das falsas vontades e realização da vontade verdadeira.
A nossa mente por si mesma não tem, nem nunca terá por mais que treine, a estabilidade necessária para entrar e permanecer no estado original porque ela tem muitos elementos autônomos condicionados que não fazem parte da sua natureza original, são as imupurezas. Por exemplo, emoções perturbadoras, falta de foco, falta de concentração, agitação, má vontade, desejos, cansaço, preguiça, dúvidas, etc. surgem a todo e qualquer instante na mente independente de nossa vontade, que só é capaz de dominar dentro de certos limites e por um tempo limitado também. Portanto é necessário a purificação da mente e uma força de vontade superior que a possa controlar e estabilizar o suficiente necessário para mantê-la ligada a consciência original e não aos seus elementos condicionados e condicionantes, que incluem também o corpo, os sentidos e todo o mundo. Então a mente tem que ser entregue a quem tem essa força de controlá-la, o verdadeiro espírito, de consciência pura, o qual temos que conhecer e vir conhecendo ao ponto de nossa confiança ser inteira e suficiente para entregar a ele a direção das duas outras funções, os fenômenos corpo e mente (corpo incluindo a vida e o mundo e mente oncluido todos os objetos mentais também). 
Só que este processo não é tão simples porque não vemos esse espírito facilmente em nós a não ser o seu processo original, a consciência. Chegamos no dilema crucial, pois ela é vista inteiramente apenas naquele que possui todos os processos originais, e para que alguém a veja inteiramente tem que possuir os processos originais ou vê-la em outro. Enfim, para que se chegue a ver esse espírito isso é preciso tê-lo, mas só é possível tê-lo quande se o viu, ou pelo menos o conheceu indiretamente. É onde entra a instrução e o trabalho numa ordem, em que chegará a este reconhecimento, primeiro tanto interna como externamente até que se estabeleça a unidade.
Mas alguns detalhes já podem ser resumidos: isto só é possivel abrindo mão da falsa persona, o falso eu, o engano do ego, que se pensa ser um eu mas não o é, que é um embuste um constructo auto-desrutivo e aprisionador, que se chama em seu conjuto ego, mas que é uma ilusão porque não existe de fato, são impressões a que se atribui uma essencialidade e acredita-se (1) que são uma coisa só, (2) que são o tempo todo, e (3) que que controlam o resto e portanto estariam sob inteiro controle, ou que seriam o controlador, enfim, o nosso eu. Pela observação direcionada, perpicaz e constante se verá rapidamente que esses três pressupostos são falsos, portanto, que infelizmente temos vivido uma ilusão. Isto nos coduzirá imediatamente a uma busca da verdade, de nossa verdadeira realidade. Aquilo que realmente é essencial, está sempre presente (mesmo que não notemos), é uma unidade, e controla o resto, a vontade original, a intensionalidade essencial. E então depois de conhecê-la bem podemos deixar que esta verdadeira vontade conduza eficazmente o restante do processo.
Assim a vontade tem que ser usada num primeiro momento e durante todo o processo para iniciar e conduzir tudo da maneira correta na forma da atenção e observação, bem como a decisão e manutenção da decisão de estar em atençaõ e observando; num segundo momento de reconhecimento e de escolha entre o conjunto da falsa pesonalidade, o ego, e a unidade do verdadeiro espírito, a consciência, na direção do processo. Isto é feito de uma maneira minuciosa e cautelosa que não pode ser descrita num artigo, mas comunicada pessoalmente na realização das etapas do processo, quando for conviniente e sobr e o modelo correto a ser seguido em cada passo para não haver desvios ou erros. E num terceiro momento esta vontade que é do verdadeiro espírito entra no processo em que cumpre seus propósitos e realiza a plenitude do seu ser e o retorno ao seu estado original e finalmente à natureza original.

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