quinta-feira, 4 de maio de 2017

CASAMENTO ALQUÍMICO

Por Frater J.A.A.K.N.
O objetivo fundamental da nossa ordem é o casamento alquímico da alma com o espírito. A mente é a alma e a consciência é o espírito.
Observe que nem sempre nossa mente está consciente. Existem períodos de distração, de sono, de devaneios, de sono sem sonhos e sem qualquer consciência. Existem na vida momentos de incosciêcia. Se chamamos de minha consciência como não estamos sempre com ela? Como não temos total controle sobre ela? Nessa ausência estamos mortos?
A consciência é a parte divina em nós, o sopro do eterno, a parte comum entre nós e a fonte eterna, absoluta, incondicionada; o Eterno, o Supremo, a Verdade. Ela é o espírito puro.
A alma é a mente. A mente que erradamente chamamos de nós mesmos, de eu, de meu eu, de minha mente. Mas observe que ela também nem sempre está sob nosso controle. Ela não sente o que e como queremos, ela nem sempre pensa o que queremos, ela não imagina sempre sob nossa vontade, nem raciocina tão rápida e perfeitamente como queremos, ela tem desejos e necessidades que nós não desejamos, ela não tem o entendimento simplesmente à vontade. Ela é a parte humana em nós. Ela também tem seu lado instintivo, animalesco e seu lado brilhante e amável (e amoroso).
Ambas essas ditas partes de nós (consciência e mente, espírito e corpo) estão incompletas, parciais, descasadas. É isso que significa a união terrena, é esse casamento que devemos fazer. É isso que significa renascer no espírito.
Precisamos viver no espírito, conscientemente, estar todo tempo consciente. Isto é necessário para que a alma seja transformada no que ela era, no que era para ser, no projeto divino que abandonou com a queda; transmutada na mente unificada da qual abriu mão diante do mundo da ilusão.
O espírito é que deve transformar a mente, a alma, para unir-se definitivamente numa coisa só, eternamente consciente. É isso que significa que o homem é o provedor o cabeça da família. Este é o recomeço, o retorno à natureza original, ao projeto original, à plenitude.
A natureza corrompida da ilusão, por outro lado, nos dá o meio, um corpo perecível num mundo material decadente, mas simbólico. Assim tem-se um tempo muito curto para acordar, e um corpo e mundo cheios de tendências contrárias à verdadeira natureza (muitas vezes infelizmente naturalizados e institucionalizados), mas nós podemos domesticar esse bicho e ler com seus sentidos o livro da vida, o librum naturae, desvendado seus mistérios e os enganos da natureza decaída. E podemos registar e receber nesse mundo a instrução adequada que nos faz despertar, acordar, e estarmos em condições de acordar outros.
Nossos corpos devem ser feitos templo do altíssimo, nossas mentes o seu veículo. Nosso corpo é o templo do espírito e nossa mente o veículo para a manifestações de sua vontade e amor.
Os meios para isso: é o que ensinamos aos que se aproximam, compreendem e querem realizar as núpcias alquímicas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário