segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Características da Rosacruz

Como religião somos ecumênicos e aceitamos pessoas de todas as religiões sem que tenham a necessidade de escolher entre uma e outra nem abandonar sua religião ou suas convicções religiosas ou antirreligiosas.
Como escola de ciências aceitamos pessoas de todas as religiões, ordens ou escolas, da mesma maneira como aceitamos da parte das religiões, porém, como uma escola científica que estuda o oculto aos sentidos do mundo, e também os fenômenos típicos da religião, nós temos práticas e procedimentos religiosos, experimentais ou não, que devem ser adotados pelo estudante independente da sua orientação religiosa (pois ele deve experimentá-los para ver por si mesmo e não ser um mero repetidor). Destes, os já comprovados e aceitos por nós nem sempre são compreendidos pelos aprendizes como científicos: pois eles ainda não os comprovaram.
Como tradição ela sempre conserva um elemento característico principal a partir de uma de suas manifestações, o hermetismo ou ciência hermética.
Porem, se identificarmos mais precisamente o elemento principal comum tanto à religiosidade quanto ao modo de investigação científica da rosacruz é o modo de conhecer diretamente a sabedoria, isto é, o modo gnóstico de conhecer é precisamente este elemento. Em resumo este modo de conhecer significa a experiência direta, tornar-se uno com o obejeto do conhecimento, ver por si e em si mesmo, conhecer a verdade. Este modo gnóstico não se restringe apenas à ciência hermética ou à religião gnóstica, ele é comum a algumas religiões como o budismo, o cristiabismo primitivo, o taoísmo, o jainismo, o hinduísmo, o xamanismo original, etc.. Mas na escola rosacruz ele deve novamente recuperar sua maneira de proceder original em cada uma dessas.
Outra característica da rosacruz que é sua base milenar está no sincretismo das civilizações orientais e ocidentais, pois na verdade tal separação não existe. Dentre esses elementos marcantes, temos novamente a ciência, é  o gnosticismo (que alguns insistem em chamar erroneamente de cristianismo primitivo, mas que podemos também recuperar este nesse estudo), o hinduísmo (mais precisamente a ciência yogue e tântrica), o budismo, do theravada ao tântrico (vajrayana), o taoísmo, que é fonte de inspiração religiosa, política (em sua maneira de viver) e como ciência (é também alquímico). Estes são num sentido os quatro braços da cruz em direção ao centro, o florescer da rosa.
Em outro sentido temos a cruz de Cristo (e do Egito alquímico-hermético) e a rosa que é a flor de lótus do budismo e da yoga, do hinduísmo e jainismo.  Num sentido mais sincrético e resumido temos ainda a cruz representando ocidente (cristianismo, gnosticismo, maçonaria, ciência, etc.) e a flor de lótus o oriente (budismo, yoga, taoísmo, tantrismo, etc.). Porém, não se pode dissociar a rosa da cruz como elementos separados, pois na realidade não existe tal divisão do mundo em oriental e ocidental. Devemos admitir, por exemplo, que Jesus viveu no oriente, que Hermes talvez seja chinês, que a filosofia gnóstica é um fenômeno da cultura helênica, e que não importa de onde venha a verdade mas que venha.
Em outro sentido mais profundo temos a união ou a dissolução mútua de atman e anatta das duas vertentes "rivais" da yoga, budismo ou jainismo que negam o eu e do hinduísmo, yoga ou  racionismo que afirmam eu, ou do ocidente que cultua a personalidade (embora Cristo tenha pregado a negação do eu) e do oriente que a desconstrói. Enfim, a superação da visão dual e limitada. A rosa central é o resultado desse processo. O desabrochar da da flor da não dualidade, da unidade de tudo.

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