Como escola de ciências aceitamos pessoas de todas as religiões, ordens ou escolas, da mesma maneira como aceitamos da parte das religiões, porém, como uma escola científica que estuda o oculto aos sentidos do mundo, e também os fenômenos típicos da religião, nós temos práticas e procedimentos religiosos, experimentais ou não, que devem ser adotados pelo estudante independente da sua orientação religiosa (pois ele deve experimentá-los para ver por si mesmo e não ser um mero repetidor). Destes, os já comprovados e aceitos por nós nem sempre são compreendidos pelos aprendizes como científicos: pois eles ainda não os comprovaram.
Como tradição ela sempre conserva um elemento característico principal a partir de uma de suas manifestações, o hermetismo ou ciência hermética.
Porem, se identificarmos mais precisamente o elemento principal comum tanto à religiosidade quanto ao modo de investigação científica da rosacruz é o modo de conhecer diretamente a sabedoria, isto é, o modo gnóstico de conhecer é precisamente este elemento. Em resumo este modo de conhecer significa a experiência direta, tornar-se uno com o obejeto do conhecimento, ver por si e em si mesmo, conhecer a verdade. Este modo gnóstico não se restringe apenas à ciência hermética ou à religião gnóstica, ele é comum a algumas religiões como o budismo, o cristiabismo primitivo, o taoísmo, o jainismo, o hinduísmo, o xamanismo original, etc.. Mas na escola rosacruz ele deve novamente recuperar sua maneira de proceder original em cada uma dessas.
Outra característica da rosacruz que é sua base milenar está no sincretismo das civilizações orientais e ocidentais, pois na verdade tal separação não existe. Dentre esses elementos marcantes, temos novamente a ciência, é o gnosticismo (que alguns insistem em chamar erroneamente de cristianismo primitivo, mas que podemos também recuperar este nesse estudo), o hinduísmo (mais precisamente a ciência yogue e tântrica), o budismo, do theravada ao tântrico (vajrayana), o taoísmo, que é fonte de inspiração religiosa, política (em sua maneira de viver) e como ciência (é também alquímico). Estes são num sentido os quatro braços da cruz em direção ao centro, o florescer da rosa.
Em outro sentido temos a cruz de Cristo (e do Egito alquímico-hermético) e a rosa que é a flor de lótus do budismo e da yoga, do hinduísmo e jainismo. Num sentido mais sincrético e resumido temos ainda a cruz representando ocidente (cristianismo, gnosticismo, maçonaria, ciência, etc.) e a flor de lótus o oriente (budismo, yoga, taoísmo, tantrismo, etc.). Porém, não se pode dissociar a rosa da cruz como elementos separados, pois na realidade não existe tal divisão do mundo em oriental e ocidental. Devemos admitir, por exemplo, que Jesus viveu no oriente, que Hermes talvez seja chinês, que a filosofia gnóstica é um fenômeno da cultura helênica, e que não importa de onde venha a verdade mas que venha.
Em outro sentido mais profundo temos a união ou a dissolução mútua de atman e anatta das duas vertentes "rivais" da yoga, budismo ou jainismo que negam o eu e do hinduísmo, yoga ou racionismo que afirmam eu, ou do ocidente que cultua a personalidade (embora Cristo tenha pregado a negação do eu) e do oriente que a desconstrói. Enfim, a superação da visão dual e limitada. A rosa central é o resultado desse processo. O desabrochar da da flor da não dualidade, da unidade de tudo.
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