sexta-feira, 21 de agosto de 2015

NA MEDITAÇÃO ANDANDO

(2013)
Quanto mais eu olho mais eu vejo
Há sempre mais detalhes
E cada vez mais aparecem
É infinito em qualquer coisa
Esse é um espaço infinito

E qualquer coisa que surja
Grande ou pequena
Cada detalhe e cada informação
Qualquer coisa que se imagine
Que se sinta, que possa aparecer
Cabe na consciência
Tudo que há que houve e que haverá
Ela pode receber, ela aceita, nela cabe
Isto é uma consciência infinita

Cada coisa que olho, tudo que vejo
Já não é mais o mesmo
Há cada momento há algo novo
A cada instante tudo se transformou
E quanto mais eu olho mais se transforma
E quanto mais tempo passo sem olhar
Mais diferenças vejo depois
Nunca posso registrar tudo
Nem ver tudo nem reter tudo
Sempre há algo novo aparecendo
Algo se transformando, algo sumindo
Isto é impermanência
Isto é insubstancialidade (não-eu)
Tudo isso é cansativo e enfadonho
Se mostra aqui uma sede, sempre insatisfeita
Há sempre um querer outra coisa, um algo mais
Há sempre alguma coisa faltando, uma incompletude
Isto é insatisfatoriedade



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